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A Google e seus data centers

Na semana passada, o Google trouxe uma doce surpresa para aqueles que são fascinados por tecnologia. Depois de vários anos, ele abriu a caixa preta e não apenas permitiu que a imprensa tivesse acesso aos seus data centers, mas criou um website (versão em português aqui: http://goo.gl/yj7bX) para quem quiser conhecer um pouco mais do "motor" que move grande parte da internet.


Mas o que há de tão fantástico nesta caixa preta?

Eficiência energética.

No final de 2011, segundo levantamento da Emerson Network Power, uma multinacional que desenvolve e fabrica soluções eletroeletrônicas para data centers, existiam pouco mais de um bilhão deles no mundo. Segundo o New York Times, esses data centers consomem 30 bilhões de Watts, aproximadamente o equivalente à produção de 30 usinas nucleares.

Em suas instalações, o Google usou uma abordagem diferente da tradicional. A imensa maioria dos data centers do mundo tem entre algumas centenas e dezenas de milhares de servidores - computadores sem monitor e sem teclado, que são operados por rede - instalados em grandes salas, algumas delas com milhares de metros quadrados de área, e usam um sistema brutal de arrefecimento, para manter a temperatura baixa.

Já nos data centers utilizados pelo Google os servidores são montados de forma que a parte traseira de uma máquina - que é o local por onde sai o ar quente - esteja apontada para a parte traseira de outra máquina, criando o que foi chamado de "corredor quente", isolado da área que fica em frente ao servidor. Desta forma, fica fácil usar um sistema de exaustão que joga para fora do prédio todo o ar quente gerado pelos servidores. Enquanto isso, a parte dianteira, por onde entra o ar na máquina, está arrefecida. Ao evitar o choque do ar quente com o sistema de refrigeração tradicional, o Google conseguiu criar data centers que operam em temperatura ambiente superior e chegam a ter 50% mais eficiência energética do que os tradicionais. Mas, mesmo assim, essa estrutura toda ainda consome 300 milhões de Watts.

Algumas informações, como o fato de que todos os dados são armazenados pela companhia em pelo menos dois locais diferentes, já eram conhecidos do público. Um número que é de curiosidade geral, entretanto, não foi revelado, que é o total de servidores da empresa. A estimativa, entretanto, é de um milhão!
GILBERTO SOARES FILHO - knuttz@diariodonordeste.com.br