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#Força Chávez


"O pai para com seu filho em frente ao túmulo de Simón Bolívar:

- Quem é este pai?

- É Simón Bolívar filho!

- Está morto?!

- NÃO. Está dormindo filho e acorda a cada cem anos, quando o povo faz revolução!"


Rap e Revolução


Por Marcos Grinspum Ferraz, no Nota de Rodapé

Há cerca de três anos, quando minha mãe (Isa Grinspum Ferraz) começou a produção do documentário “Marighella” (sobre o líder comunista e guerrilheiro assassinado em 1969 pela ditadura), ela me perguntou quem seria o rapper mais interessante para fazer uma música para a trilha do filme. A ideia era dialogar também com as novas gerações e com a população de um modo mais amplo, e o rap parecia um bom caminho.

Não precisei pensar muito para responder: “O cara é o Mano Brown. Sem nenhum pingo de dúvida”. Para mim, Brown é não só o maior rapper brasileiro, mas também uns dos maiores gênios da música nacional das últimas décadas. Eu já tinha mostrado para minha mãe, desde a adolescência, faixas como “Homem na Estrada”, “Fim de Semana no Parque”, “Diário de Um Detento” e “Negro Drama”. Lembrando disso, ela topou na hora.
Mas e para ele topar? Todos sabemos que o acesso a Mano Brown não é fácil. E dessa vez não foi diferente. Demorou um ano e meio para conseguirmos fazer ele aceitar a empreitada. A produção do filme já estava bem adiantada. De cara ele pediu para assistir o primeiro corte, de cerca de quatro horas. A partir daí se encantou com a história de Marighella, começou a pesquisar mais e pediu para conhecer Clara Charf, viúva do líder.

As coisas começaram a fluir, até desembocar na música “Marighella: Mil Faces de Um Homem Leal” – que fecha o filme e ganhou clipe.

Recentemente, pouco antes da estreia do filme, foi pedido para que eu fizesse uma entrevista com o Brown para ser usada pela assessoria. Não tive muito tempo de preparar, mas não dava para perder a oportunidade. Algumas perguntas tinham mais a ver com a divulgação do trabalho, e as cortei da versão que publico aqui. Minha intenção, neste NR, não é divulgar filme nenhum, mas sim colocar no mundo essa entrevista em que Brown fala coisas tão interessantes sobre sua identificação com Marighella.
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Habanera

Cidadã cubana

As ruas de Havana parecem as mesmas após os anos de ausência. O Malecón, avenida beira-mar que é o cartão postal da cidade, continua repleto de turistas e "gineteras" tentando arrancar-lhes uns trocados. Do outro lado da baía, de mar verde-escuro intenso, lá está o forte, tal e qual me lembrava.

Mas dessa vez, algo mudou. Não, não foram os oudoors e mensagens pró-revolução espalhados por toda a ilha, que já foi sonho comunista do meu pai, embora tivesso morrido sem conhecê-la. Eles estão lá, intactos.
Também não mudaram os grandes sobrados sombrios e descuidados, repletos de roupas coloridas penduradas em suas fachadas. Ainda posso ver a catedral católica, erguida no meio de Havana velha, símbolo religioso de um povo tão sincretista como o nosso.
Permanecem os risos, as gritarias, a voz alta e cantada tão típica dos cubanos que faz qualquer conversa parecer uma discussão, inspirando o poeta Agustín Tamargo a dizer: "Não sou um cidadão, sou uma paixão que caminha".
Pensativa, caminho pelas ruas estreitas que vão dar no Capitólio (reprodução exata do de Washington) até descobrir o que me incomoda. Subitamente, descubro o que mudou. Não sou mais turista. Não posso mais hospedar-me em hotéis, andar de táxi, almoçar e jantar em restaurantes todos os dias e comprar passeios caros em resorts de Varadero, uma das principais cidades de praia onde não são permitidos cubanos.
A realidade que afeta os cubanos e que observei de fora como turista, de limitações e contradições, agora é a minha. Durante pelo menos um ano, sou cidadã cubana, com direitos e deveres. Não sou mais espectadora, sou protagonista. Cuba é o meu país, Havana minha cidade.
Deixei para trás o caos da metrópole paulistana, conhecida como a cidade que não pára, pelos poucos carros antigos de Havana, que parou no tempo. Troquei um estilo de vida frenético por outro onde não se tem pressa nenhuma. Um apartamento na Paulista por uma casa na baía. O País do futuro pela Ilha de Fidel.
Encaro a realidade que tenho pela frente com tranquilidade, sabendo o que me espera. Meu olhar sobre a cidade de Havana agora é outro. Não sou mais gringa, daqui para a frente, sou uma "habanera".

Cuba

Um país com chance de decidir seu futuro
Com o VI Congresso do Partido Comunista (PCC) aberto no fim de semana, Cuba está de novo frente ao futuro e a seu destino, à sua vocação inarredável de sobreviver - apesar do Império -  e de não voltar a ser uma colônia dos Estados Unidos.

O Congresso (leiam o post, Cuba: a última chance de mudanças) dá ao país a chance - e ele não vai desperdiçá-la - de não se converter em uma república independente apenas na aparência, como era até a Revolução em 1959.

Mas, para sobreviver autonônoma, independente, respeitada em sua soberania, o tempo corre contra seus dirigentes e seu povo. E as reformas não podem esperar, já que a economia como está organizada hoje garante a sobrevivência do país, mas não dá sua coesão social e política, nem o bem-estar de sua juventude, que não pode e nem quer esperar mais.

As decisões finais deste VI Congresso e a renovação da direção do PCC darão o tom das mudanças, bem como indicarão se elas trarão resultados imediatos. Indicarão as possibilidades reais das mudanças vigorarem e surtirem os efeitos desejados já a curto prazo, como exige o momento histórico.

Os Incríveis anos 60

Contracultura são grupos de ideias e comportamentos que se opõem à cultura dominante, questionando as instituições e os valores de uma sociedade.

 O movimento da década de 60 começou no final dos anos 50 como contestação à crise no moralismo rígido da sociedade, e a decepção do “Sonho Americano” que não conseguia mais empolgar a juventude. Ele se inicia através das artes na literatura beat de Jack Kerouac, do rock, e no cinema e no teatro de vanguarda, inclusive no Brasil. O autor Jack Kerouac introduziu a frase “Geração Beat”, ”Beatniks” para caracterizar a juventude anti-conformista, reunida em Nova Iorque naquele tempo.
Nessa avalanche de inconformismo vários países ocidentais deram uma guinada à esquerda como a vitória de John F. Kennedy nas eleições de 1960 nos EUA, da coalizão de centro-esquerda na Itália em 1963 e dos trabalhistas no Reino Unido em 1964. Houve também uma reação extremada, juvenil, às pressões de mais de vinte anos de Guerra Fria. Uma rejeição aos processos de manipulação da opinião pública por meio dos meios de comunicação que atuavam como “aparelhos ideológicos” incutindo os valores do capitalismo, e, simultaneamente, um repúdio “ao socialismo real”, ao marxismo oficial, ortodoxo, vigente no leste Europeu, e entre os PCs europeus ocidentais, vistos como ultrapassados.
No Brasil, a posse de João Goulart também acompanhava essas mudanças no mundo, mas com o golpe civil/militar de 64 o Brasil dava as costas às idéias rejuvenescedoras e entrava num retrocesso, uma marcha à ré, atrelado ao obscurantismo de qualquer ditadura.
 Essa reação ao sistema teve duas fases distintas. A primeira, de 1960 a 1965, marcada por um sabor de inocência e até de lirismo nas manifestações sócio-culturais, e no âmbito da política é evidente o idealismo e o entusiasmo no espírito de luta do povo. A segunda, de 1966 a 1969, em um tom mais ácido, revela as experiências com drogas, a perda da inocência, a orgia sexual e os protestos contra o endurecimento dos governos e que se iniciou com a radicalização dos movimentos estudantis a partir do maio de 68 na França, que não estava vinculado a nenhuma ideologia específica, mas apregoava o direito de cada um de pensar e se expressar livremente.

A década de 60 representou a realização de projetos culturais e ideológicos alternativos e ficariam caracterizados pelas grandes transformações de visão libertária que ocorreram no mundo. Um vendaval de rebeldia, alimentado pelos jovens, percorria o mundo.

Tornou-se uma década mítica porque provocou mudanças políticas, éticas, sexuais e comportamentais, que afetaram as sociedades da época de uma maneira irreversível. Seria o marco para os movimentos ecologistas, feministas, das organizações não-governamentais (ONGs) e dos defensores das minorias e dos direitos humanos.
Alguns movimentos dos anos 60 que provocaram profundas modificações no “sistema”.

Movimento Negro.                                                                                                                                                                    
 Os moderados tiveram como seu maior expoente, o pastor Martin Luther King. Ele entendia que a luta dos povos do Terceiro Mundo assemelhava-se a dos negros americanos contra a discriminação e o preconceito. Sua morte provocou uma violenta onda de protestos acompanhada de incêndios nos maiores bairros negros em 125 cidades americanas. Os “Panteras Negras” lutavam pelos mesmos valores e eram mais radicais.
Women’s Liberation Front.                                                                                                           
 Feminismo que tem como meta direitos equânimes e uma vivência humana liberta de padrões opressores baseados em normas de gênero.
The Northern Ireland Civil Rights Association (NICRA) - atuou pelos direitos civis da minoria católica na Irlanda.
Movimento Pacifista contra a Guerra do Vietnã. A crescente oposição à guerra dentro dos Estados Unidos quase se tornou numa aberta insurreição da juventude. A violência dos bombardeios sobre a população civil vietnamita, composta de aldeões paupérrimos, já havia provocado desconfiança em relação à justeza da intervenção no Sudeste da Ásia. Era inaceitável que a maior potência do Mundo atacasse um pequeno país camponês do Terceiro Mundo.
Grande Revolução Cultural Proletária.                                                                                              
Na China Popular, Mao Tse-tung desencadeara a partir de 1965 a (Wuchanjieji Wenhua Dageming), com o apoio dos estudantes e trabalhadores contra a burocracia que tomava conta do Partido Comunista.

Além da indignação geral provocada pela Guerra Vietnamita e o fascínio pelas multidões juvenis da Revolução Cultural chinesa, também pesou a morte de Che Guevara na Bolívia, ocorrida em outubro de 1967. Seu martírio pela causa revolucionária serviu para que muitos se inspirassem no seu sacrifício.
A "crise" de maio de 1968.                                                                                                                     
Começou com uma série de greves estudantis da juventude francesa e que teve réplicas nos demais países desenvolvidos, desde os EUA ao Japão. A voz das minorias começa a levantar-se. Há uma crescente emancipação das mulheres. O próprio clero inicia também uma auto-reflexão.
A Primavera de Praga.                                                                                                                           
 Foi uma reforma profunda na estrutura política na Tchecoslováquia para conceder direitos adicionais aos cidadãos num ato de descentralização parcial da economia e de democratização, relaxamento das restrições às liberdades de imprensa, de expressão e de movimento e ficou conhecida como a tentativa de se criar um "socialismo com face humana”
Movimento Hippie.     
A proposta do movimento hippie era diversa e ampla, buscava um questionamento existencial mais abrangente, além das considerações econômicas, sociais e políticas em voga nos anos 60. Visava ao ser integral em face da vida e do mundo.
Adotavam um modo de vida comunitário, ou de vida nômade, em comunhão com a natureza.   
Negavam todas as guerras, os valores sociais e morais tradicionais e abraçavam aspectos das religiões orientais, e/ou das religiões indígenas, estavam em desacordo com os fundamentos das economias capitalistas e totalitárias.

Somos os filhos da Revolução


do Welber Mascarenhas



Realmente todos somos filhos da revolução, graças a elas novos valores são inseridos e as novas realidades se recriam aprimorando ainda mais a vida do ser humano. Revolução Inglesa, Revolução Cientifica, Revolução industrial, Revolução Francesa, Revolução Russa e tantas outras.  

Primeiro surgi a ideia e os pensadores que como uma faísca que aproveita da seca crise do dominante para se espalhar e eclodir o mais íntimo desejo de mudança da sociedade. Nunca poderemos considerar tudo acabado ou o  Fim da História. 

A geração Coca-Cola se acomoda, mas não se perpetuam. E para agonia dos ortodoxos os filhos das novas Revoluções que há de vir sempre será o futuro da nação, faz parte da eterna mudança de valores da sociedade.