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Sumô ganha praticantes em São Paulo


 alunos do Mie Nishi, no Bom Retiro
Em julho do ano passado, a capital ganhou um tatame bastante incomum. O dohyo, ringue de sumô, construído no bairro do Bom Retiro, tornou-se o único espaço público fora do Japão dedicado exclusivamente à modalidade com tamanho e padrão profissionais. É também uma das atrações doEstádio Municipal Mie Nishi, que oferece esportes como beisebol e gateball, espécie de críquete oriental. Os treinos para as lutas acontecem aos domingos, das 9 às 14 horas, reunindo cerca de trinta aprendizes. Como a procura foi maior do que o esperado, os organizadores pretendem oferecer aulas também aos sábados. “Ficamos surpresos com o sucesso, pois a modalidade é pouco difundida por aqui”, afirma Olívio Sawasato, diretor do Mie Nishi. “Recebemos interessados de todas as idades.”
Surgido no Japão, o sumô é uma luta milenar bem menos violenta do que um leigo pode supor olhando as formas rotundas de seus praticantes. O objetivo é derrubar o oponente ou tirá-lo da área do tablado. Os lutadores são divididos em quatro categorias, de acordo com a idade. Em geral, as estrelas do circuito fazem dietas especiais para ganhar o perfil de verdadeiros pesos-pesados. Ostentando 1,84 metro e 158 quilos, o paulistano Luccas Kyuichi Aburaya, de 16 anos, um dos pupilos do Bom Retiro, é a promessa nacional. Filho de pai japonês e de mãe brasileira, ele já faturou três títulos em sua categoria e, agora, sonha com uma carreira fora. “Quero brilhar no Japão, onde estão os melhores”, afirma ele. Um de seus colegas no Mie Nishi é o estudante Diogo Uehara, que tem a mesma idade, mas sofre por ter quase 40 quilos a menos que o companheiro. “Eu apanho dele há muito tempo”, afirma, em tom de brincadeira.
Cida Souza
 ex-lutador, hoje dá aulas e serve a dieta dos campeões em seus restaurantes
Fernando Kuroda: ex-lutador hoje dá aulas e serve a dieta dos campeões em seus restaurantes
“Não tenho grandes pretensões com a atividade, faço apenas como lazer.” Um dos técnicos do Bom Retiro é o ex-atleta Fernando Kuroda, que competiu profissionalmente durante mais de uma década no Japão, chegando à segunda divisão dos lutadores. Hoje, ele se reveza entre as aulas, que divide com uma dupla de professores, e a administração de dois restaurantes de culinária japonesa, ambos batizados de Bueno (um na Liberdade, outro no Jardim Paulista). Quando está no ringue, faz trabalho voluntário. “Gosto de ajudar os jovens com a minha experiência”, conta. No cardápio de seus estabelecimentos, Kuroda oferece o chanko nabe, uma caldeirada com shimeji, shiitake, frango, tofu e legumes servida tradicionalmente aos atletas após os treinos. “É uma excelente receita para recuperar as energias”, diz.
 Chanko nabe, servida aos atletas após os treinos
Chanko nabe: servida aos atletas após os treinos
O sumô faz parte de um projeto especial da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação para difundir por aqui modalidades ainda pouco conhecidas. Nos últimos anos, ela implementou também cursos gratuitos de gateball e de rúgbi (veja abaixo). Agora, está entre os planos da administração criar o primeiro campo público de golfe utilizando uma área na Represa de Guarapiranga, na Zona Sul, e trazer para o Brasil uma máquina de ondas artificiais para o ensino do surfe. “Algumas dessas atividades receberam o carimbo de exóticas porque poucos têm acesso a elas”, afirma o secretário Bebetto Haddad. “O nosso objetivo agora é democratizá-las.”