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As dez maiores ilegalidades da lava jato


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Para se ter uma ideia dos crimes cometidos pela quadrilha de Curitiba basta lembrar que o STF anulou a Operação Castelo de areia com o argumento que as investigações começaram de uma denúncia anônima. A diferença é que na outra operação o Psdb era um dos partidos mais atingidos, entendeu ou preciso desenhar?

STF e tucanos a receita para impunidade

- Em todo país existe serviços de denúncias anônimas usados pela polícia. Para prender ladrão de galinha, o judiciário aceita. Porém, para beneficiar empreiteiros e bicudos... - 
Vamos ver o que eles do STF decidem.
Infelizmente, não tenho esperança que julguem a favor do fim da impunidade desses ladrões graúdos. 

da Carta Capital

Como a Lava Jato se conecta à Castelo de Areia, investigação da PF engavetada, mas ainda viva no gabinete do ministro Luis Roberto Barroso

Por Fabio Serapião
Após reunir as provas necessárias da existência de um cartel de empreiteiras a atuar na Petrobras, a força-tarefa envolvida nas investigações da Operação Lava Jato pretende agora seguir o caminho do dinheiro desviado nas licitações para, em seguida, mapear os destinatários da propina distribuída em troca do superfaturamento de obras públicas. O primeiro passo foi dado com a viagem à Suíça de três procuradores federais. Amparados na documentação amealhada nas fases anteriores da operação e com o apoio da delação do empresário Julio Camargo, da Toyo Setal, que revelou ao menos três contas no exterior utilizadas pelas construtoras, os investigadores buscam entender o intrincado sistema financeiro utilizado pelo esquema cuja principal engrenagem era o doleiro Alberto Youssef.
Nesse cenário, um Recurso Extraordinário esquecido desde abril na gaveta do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, poderia contribuir com o andamento dos processos sob a tutela do juiz Sergio Moro e expandir as investigações de modo a expor todos, agentes públicos e partidos políticos, que de alguma forma foram cúmplices dessas construtoras nas últimas duas décadas. O alcance de tal manobra jurídica está em seu poder de reavivar a rumorosa Operação Castelo de Areia, de 2009. Realizada pela Polícia Federal e Ministério Público de São Paulo, a operação desarticulou o esquema de desvios em obras e pagamentos de propina a agentes públicos capitaneado pela construtora Camargo Corrêa. Em 2010, após emblemática atuação do criminalista Márcio Thomaz Bastos, a operação foi interrompida por uma liminar do ministro Cesar Asfor Rocha para, em 2011, ser aniquilada por uma decisão do plenário do Supremo Tribunal de Justiça.
A discussão no STF, da qual o ministro Barroso parece esquivar-se, resulta de uma apelação da Procuradoria-Geral da República que tenta reverter o entendimento do Supremo Tribunal de Justiça de que as interceptações telefônicas utilizadas na investigação foram requisitadas apenas com base em denúncia anônima. A tese foi sustentada até agora com sucesso pelos advogados de defesa contratados à época, agora atuantes na Lava Jato, e não levou em conta o fato de os grampos terem sido autorizados pelo juiz Fausto De Sanctis com base não só na denúncia anônima, mas também em investigação prévia da PF, inclusive com compartilhamento de dados de outros inquéritos, e na delação premiada do doleiro Marco Antonio Cursini. Talvez seja o conteúdo dessa delação, hoje lacrada na Corte Suprema e com conteúdo apagado a pedido das defesas, o real motivo da celeuma causada pela Castelo de Areia. Além de contar aos investigadores os detalhes de sua atuação na Camargo Corrêa, ao lado do suíço Kurt Pickel, na OAS, com o auxílio de Joilson Santo Góes, e na Gautama, do famoso Zuleido Veras, Cursini revelou operações de câmbio ilegal executadas em favor do ex-ministro Thomaz Bastos, falecido recentemente.
Sem o imbróglio jurídico, a operação teria como resultado a avalanche de inquéritos hoje iminente por conta da Lava Jato. Antes de ter o trabalho encerrado pelo STJ, a procuradora Karen Kahn, responsável pelo caso, havia apresentado denúncia contra os diretores e doleiros citados na investigação e sugerido a abertura de muitas outras frentes de apuração graças a documentos que citam obras e agentes públicos destinatários de propina apreendidos em buscas e apreensões.
Estavam na mira as licitações dos metrôs de Fortaleza, Salvador e de São Paulo, nas quais eram mencionados valores destinados ao conselheiro do Tribunal de Contas Robson Marinho. Também apareciam contratos do Rodoanel, cuja documentação era seguida de anotações de quantias ao engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, acusado de desviar dinheiro arrecadado para a campanha do tucano José Serra, em 2010. Da Petrobras foram encontrados indícios de fraude, segundo o material da Castelo, nas licitações para as obras da Refinaria Presidente Getúlio Vargas, no Paraná, em Abreu e Lima, na Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba e na unidade da petroquímica em Cubatão. Diz a procuradora Kahn: “A operação foi precursora no levantamento de fraudes à licitação, formação de cartel, superfaturamentos de empreiteiras e atos de corrupção. Esses ilícitos foram objeto de contratações espúrias de obras e serviços públicos com os Poderes federal, estaduais e municipais, em todo o País, envolvendo praticamente a grande maioria das empreiteiras hoje alvo da Lava Jato”.
A afirmação parece encontrar amparo na realidade revelada pelo trabalho da força-tarefa da Lava Jato. Empresas, dirigentes, obras e o próprio mecanismo de operação do esquema se assemelham às fraudes detalhadas pela equipe do delegado federal Otavio Rosso ao longo da Castelo de Areia. Um exemplo são as obras de reurbanização de favelas em São Paulo, realizadas pelas gestões Serra-Kassab. Elas aparecem nas duas operações. Em 2009, foram encontrados documentos com apontamentos sobre o pagamento de propina ao então secretário de Habitação da capital paulista, Elton Zacarias, referentes ao contrato da Favela Paraisópolis. Cinco anos depois, a quebra de sigilo bancário de Alberto Youssef mostra que o Consórcio Sehab, contratado para a reurbanização da Favela Parque Real, realizou vários depósitos na conta de uma de suas empresas de fachada. Um inquérito específico foi aberto para apurar os repasses.
Possível protagonista dos próximos capítulos da Lava Jato, o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, mereceu vários parágrafos nos relatórios da Castelo. Com base em documentos apreendidos na casa de um diretor da Camargo Corrêa, Karen Kahn apontou que os documentos citando Machado e a subsidiária da estatal estavam relacionados à propina paga em troca de contratos para a construção de navios no âmbito do Programa de Modernização e Expansão da Frota, o Promef. “Se infere que fora destinado a terceiro interessado um valor referente a 1% do total do contrato assinado pelo consórcio formado pela Camargo Corrêa e a Queiroz Galvão, ou seja, 27,5 milhões com a antecipação de 3 milhões em outubro de 2007”, afirma a procuradora. Na investigação atual, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, cita os mesmos contratos de navios como fonte de pagamento de propina. O Estaleiro Atlântico Sul, formado pelas duas empreiteiras, aparece ainda na lista de 750 projetos apreendida na casa de Youssef e publicada com exclusividade na edição 828 de CartaCapital.
Mais do que aumentar a quantidade de provas e o leque de obras a serem investigadas, a recuperação dos documentos da Castelo de Areia ajudaria a força-tarefa a mapear e entender o sistema de evasão de divisas e pagamento de propina em contas no exterior. Em 2009, os investigadores conseguiram encontrar contas bancárias mantidas pela construtora nos Estados Unidos, em Andorra, na Suíça e em Taiwan. Desses países, em um primeiro momento, foi possível encontrar indicações de repasses de propina para ao menos duas offshore. A Tiger Information, sediada na China, teria sido utilizada, segundo o MP, para pagamentos ao Partido dos Trabalhadores relacionados aos desvios nas licitações de hospitais no Pará. Por sua vez, a Jaravy Investments, localizada na Suíça, teria sido o destino da propina paga a Machado pelas irregularidades na contratação da empreiteira para a construção dos navios do Promef.




À época da investigação, todos os citados nos documentos apreendidos negaram qualquer prática ilícita. Procurado, o ministro Barroso não respondeu por qual motivo o recurso dormita há oito meses em sua gaveta. Muito embora possa acelerar os desdobramentos da Lava Jato, a revalidação das provas da Castelo de Areia não são imprescindíveis. Os caminhos apontados, em algum momento, aparecerão no horizonte da força-tarefa sediada no Paraná. Entretanto, uma nova análise sobre a validade das provas colhidas serviria como um ótimo argumento para aqueles que classificam o julgamento do chamado “mensalão” do PT como um divisor de águas e apostam em uma mudança de postura das Cortes superiores no País, mais severa com os chamados crimes de colarinho-branco. Ao sair do limbo, as provas comprovariam que a novidade não é a existência de um cartel de empreiteiras a atuar em todos os níveis de poder, mas o compromisso do Judiciário em punir os envolvidos em desvios de dinheiro público.



Satiagraha e Castelo de Areia

[...] A quem interessa sepultar? 
O país assiste envergonhado à decisão insustentável do Superior Tribunal de Justiça de absolver os corruptos apanhados pela Operação Castelo de Areia e pelo corajoso Juiz Fausto De Sanctis (sempre ele !). 

Clique aqui para ler “STJ decide: é proibido investigar rico. A impunidade é o câncer do Brasil !”.

A Folha (*) hoje reflete a indignação de quem se sente escarnecido pela decisão de um Tribunal Superior (sic) !

A manchete é um grito: “Justiça anula provas da PF em inquérito sobre empreiteira – Superior Tribunal de Justiça desqualifica grampos telefônicos da Operação Castelo de Areia”. 

Só faltou o ponto de exclamação, que Nelson Rodrigues considerava indispensável neste país de “tanto horror perante os Céus”.

A Operação Castelo de Areia ia no cerne de dois tipos de câncer.

O primeiro câncer, há muito tempo fora da cápsula, é o que associa empreiteiros a políticos.


O ponto de partida dessa degradação talvez tenha sido a nomeação de Sebastião Pais de Almeidapara Ministro da Fazenda de JK.


Deputado e empreiteiro, de tão rico conseguiu comprar uma eleição de governador por Minas – embora fosse do Rio – e a Justiça eleitoral (sem a Lei de Ficha Limpa …) o impediu de tomar posse.

Tião Medonho, como a UDN o chamava, abriu a porteira para a instalação desse conúbio: grana de empreiteiro + voto de político.

Segundo me disse no Palácio do Planalto o empreiteiro mineiro Murilo Mendes, da Mendes Jr,  no dia em que José Sarney decretou a moratória de dívida externa, Sarney pensou em nomeá-lo Ministro do Exterior. Ele é que não deixou.

Atrás de cada político há o jatinho de um empreiteiro.

(Se for o Roger Agnelli, o Bombardier a grana saía de outra fonte: dos lucros da Vale.)

A Castelo de Areia – segundo a Folha (*), na página A4 – pegou com a mão na massa o Paulo Preto.

Se pegou o Paulo Preto, pegou o nobre senador Aloysio 300 mil, aquele que se elegeu em São Paulo depois que a Folha (*) matou o Senador Romeu Tuma.

E comprou um apartamento em Higienópolis com um empréstimo de 300 mil do Paulo Preto.

Se pegou o Paulo Preto, pegou toda a tucanagem paulista, que nem com o dinheiro do Governo Federal consegue acabar com o Robanel dos Tunganos.

É inesquecível a foto em que Padim Pade Cerra aparece sorridente – ou melhor, com as gengivas expostas – na foto com o Paulo Preto agachado à sua frente.

Na campanha eleitoral de 2010, Cerra disse que não conhecia Preto; depois disse que ele deveria se chamado de “Afrodescendente”; disse que o conhecia; depois disse …

Disse qualquer coisa, à espera de a Castelo de Areia ser detonada.

A Castelo de Areia conta também com a notável colaboração do irmão do Tony Palocci.

Adhemar Palocci, diretor de Engenharia da Eletronorte, aparece lá numa planilha logo abaixo de “50%”.


50%, amigo navegante ! Não parece muito, até para os padrões brasileiros ? 50% ?


Adhemar Palocci, Paulo Preto – assim não dá !

Tem que esconder a Castelo de Areia debaixo do tapete.

Pegar a dupla Padim e Palocci numa Operação só – já imaginou, amigo navegante ?

E ainda por cima expor, assim, de barriga para cima, ventre à mostra, instituição tão paquianamente respeitável como a Camargo Corrêa ?

Aquela que trata tão bem os funcionários em Jirau ?

Deixar a castelo de Areia viva é quase como abrir os discos rígidos do passador de bola apanhado no ato de passar bola e que se encontravam sob o peso do Ministro Eros Grau.

A República balança !

O sepultamento da Castelo de Areia agora depende da celeridade e da eficiência do Procurador Geral da República – clique aqui para ler “Procurador Geral ignora petição sobre Dantas”.

Ou seja, bye-bye Castelo de Areia. Pobre Dr De Sanctis !

Por falar nele.

Sobre o câncer numero dois, esse que já virou metástase.

A Operação Satiagraha deve ser sepultada sem choro vela esta semana, sob a batuta do Ministro Adilson Vieira Macabu.

Conseguirá o Dr Macabu enterrar a Satiagraha na semana em que a revista Época incrimina o Daniel Dantas ?Claro que conseguirá.


Sepultar a Satiagraha interessa a quem, amigo navegante ?

A todo o sistema político brasileiro, do PSDB ao PT. De novo.

A turma da Castelo de Areia se repete, com outros nomes, na Satiagraha.

Se numa – a Castelo – o agente é o Kurt, noutra é o Mirza.

Veja o post sobre o indiciamento da irmã de Dantas e do notável jurisconsulto Wilson Mirza.

Quem mais quer enterrar Satiagraha ?

O sistema político.

O Eduardo Azeredo, pai de todos os mensalões.


Ao Fernando Henrique, que chama o Dantas de “brilhante” e entregou a ele  a telefonia brasileira – “se der m… “.

Ao Cerra, à filha do Cerra, sócia da irmã do Dantas.

Ricardo Sergio de Oliveira, eterno diretor financeiro da família Cerra – não se iludam: o livro do Amaury vem aí. 

E tem o PT. O PT do Delubio que chamava o braço direito do Dantas de “Dr Carlinhos”.


O PT do Dirceu.

Se o amigo navegante for a uma reunião do PT e falar em voz alta “Daniel Dantas” sai todo mundo pela janela. Não fica nem o gato.

Qual é o papel do STJ e do STF, das instâncias maiores – aqueles onde o Dantas disse dispor de “facilidades” ?


É o papel de proteger o Sistema.

Não deixar a casa cair.


Não “balançar o coreto das autoridades“, como dizia o Sarney, quando era da ARENA.

No Brasil, o STJ ontem firmou jurisprudência.

No Brasil é proibido INVESTIGAR rico.

Não se trata sequer de prender rico.

Não se trata de algemar rico. Isso está fora de questão.

Aqui é proibido INVESTIGAR rico.

É por isso que o amigo navegante verá no post sobre o indiciamento da irmã de Dantas que uma das estratégias de Dantas é ganhar tempo, adiar, procrastinar.

Esperar que a IMPUNIDADE se estabeleça.

A impunidade é central no “business plan” do passador de bola apanhado no ato de passar bola.

E a Justiça, no momento de materializar as “facilidades”, nada mais faz do que manter o coreto das autoridades no lugar.

Viva o Brasil !
Paulo Henrique Amorim

Operação Castelo de Areia

NOTA À IMPRENSA


O Ministério Público Federal, ciente da suspensão liminar da Operação Castelo de Areia, por decisão do Superior Tribunal de Justiça, esclarece que sua atuação, durante toda a investigação e processamento dos feitos em curso contra o Grupo Camargo Correa, doleiros e autoridades públicas envolvidas, foi inteiramente pautada na legalidade, fornecendo à Justiça Federal todos os elementos necessários à concessão de medidas constritivas, como a interceptação telefônica, que acabou sendo deferida, pelo juízo de forma legal e fundamentada.

Com efeito, tal medida judicial teve origem em informações fidedignas produzidas por réu-colaborador em outro feito judicial, não em denúncia anônima simplesmente. A interceptação igualmente se sustentou em fortes elementos de prova colhidos no âmbito da Operação Downtown, em curso na 2ª Vara Criminal Federal, onde se revelava a forte atuação de doleiro co-réu na Operação Castelo de Areia, que realizava câmbio paralelo com diretores do grupo, viabilizando a remessa clandestina de fortunas ao exterior.

Em suma, a medida judicial não decorreu de qualquer arbitrariedade, mas sustentou-se em forte respaldo fático, amplamente corroborado pelo Ministério Público Federal, e, posteriormente, reconhecida como lícita pelo próprio TRF da 3ª Região, quanto à sua legalidade para a deflagração da ação policial, que resultou no ajuizamento de ações penais e novas representações criminais para todo o Brasil, visando à abertura de outras investigações criminais e cíveis contra os envolvidos.

De outro lado, mesmo que verdadeira fosse a tese da denúncia anônima, levantada e rebatida pela defesa, como insuficiente para instruir o deferimento de uma interceptaçao telefônica, é certo que tal meio de comunicação anônimo de notícia crime às autoridades de investigação tem tido papel fundamental na apuração de crimes graves, como tráfico de drogas, homicídios, quadrilhas de sonegadores, de contrabandistas, dentre outros, viabilizando a prisão de suspeitos e a instrução de inúmeras interceptações telefônicas que resultam em exemplares condenações e prisões, por parte da Justiça Federal de primeiro grau, em especial. Do contrário, inútil seria todo o esforço do poder público e os gastos com a implementação de sistemas de disque-denúncia, de proteção a testemunhas e de delação premiada, e que hoje, pelo que se vê, vem sendo francamente desprestigiado, com amplo desestímulo à colaboração dos cidadãos para com a Justiça.
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