Um feliz dia dos pais. Com muito carinho, fraternidade, amor e esperança de dias melhores para o Brasil.
— Lula (@LulaOficial) August 14, 2022
🎥: @ricardostuckert pic.twitter.com/9FoOlyYsMS
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Lula: Feliz Dia dos Pais
Dia dos pais
Eu não sou pai de pobre. Eu sou igual ao Justo Veríssimo "quero é que pobre se exploda". O pai dos pobres é Lula.
Dia dos Pais
Lembre:
Hoje é um dia para homenagear quem é Pais
Não para quem fez filhos
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Qual o Pai que não chora com uma homenagem dessa?
A única coisa mais triste que perder um pai, é o fato de nunca ter tido um PAI de verdade!
Graças à Deus, eu tive!
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A charge em homenagem aos Pais
Que todo filho tenha certeza:
Não há presente mais valioso para um pai que receber um beijo, um abraço dos seus filhos.
Essa charge é da série "Gênio Total".
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Feliz dia dos Pais
Como bem lembro o senhor me disse naquele sonho (?) em 73, "Não chorem por mim, eu estou num lugar melhor que aqui, e cuidando sempre de vocês...".
Beijos, Pai
Te Amo!
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Dia dos Pais
Izaura Maria Novaes Darioli Vita: Feliz dia a este que tem sido o melhor "Pai do pobres" que poderíamos ter!
Parabéns Lula querido pelo teu dia!
#Lula2018
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Homenagem ao dias dos Pais
Havia um homem - Deus dá um jeito -
Havia um homem que para mim era o maior e mais importante entre todos os homens.
Um homem cuja fé que devotava removia todas as minhas montanhas.
Não havia obstáculos na vida que aquele grande homem não me ensinasse a superá-los.
Ele carregou até enquanto pode o meu fardo.
E caminho ao meu lado até o fim na viagem que fizemos juntos.
Na sua e na nossa passagem por um mundo que já não lhe pertence.
Com ele eu transpus barreiras e escalei as íngremes ladeiras da vida.
E subi degrau após degrau até ver o Sol se abrindo no meu horizonte.
Havia um homem que me ensinou a viver.
Havia um homem que me mostrou a vida.
Um homem que me deu a vida.
Um homem que viveu em mim e por mim.
Lúcido e forte e invencível.
Objetivo e capaz e imbatível.
Como um herói.
Um verdadeiro herói.
Havia um homem que refletia luz no olhar e nele e por ele eu podia enxergar o caminho.
Havia um homem cuja voz me dizia lições.
Um homem que me ensinou a não perder a esperança.
A acreditar sempre na Vida e em Deus - seu autor.
Nem mesmo nas horas extremas aquele homem perdia a calma dos que tem fé.
E quando eu imaginava que não havia uma saída.
E que a curva da estrada se fechara em seu final.
Ele me fazia avistar um mundo verdejante entrecortado de caminhos que levavam ao futuro.
Havia um homem que me dizia coisas simples e nem por isso menos bonitas e verdadeiras.
Havia um homem que passou a vida me ensinando que “Deus não dorme”.
- Para me dizer que Ele vê, dia e noite, as minhas dificuldades.
Um homem que afirmava que “Deus dá o frio conforme a roupa”.
- Para que eu soubesse que Ele sabe das minhas limitações humanas físicas e espirituais.
Havia um homem que me ensinou isso tudo e que me deu mais do que eu merecia. Formou-me, me informou e me fez gente.
Até que um dia ele se foi.
Foi para perto do seu Pai... lá aonde oscila o brilho das estrelas e as nuvens passeiam tangidas pelas correntes de vento.
Lá aonde a paz se faz silêncio sob o soar dos hinos em vozes angelicais.
Até hoje – e, sobretudo no dia de hoje – eu sinto a sua falta.
Vejo o seu olhar e escuto a sua voz.
Porém, me conforta saber que ele estará comigo, sempre.
Por isso direi convictamente que receberá sorrindo esta homenagem.
E é nesse misto de alegria e de saudade que lhe digo:
O motivo de eu sobrevir a sua ausência e superar a lancinante dor da separação... é porque, como você me falou tantas e tantas vezes, “DEUS DÁ UM JEITO.”
É do meu jeito, e graças ao jeito que Deus foi me dando que eu vou vivendo aqui sem você.
Porque é inarredável a certeza de que haveremos de nos encontrar novamente – e, para isso, Deus dará um jeito.
Feliz Dia dos Pais!
Te amarei para sempre!
por Orlando Souza
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Dia dos Pais
O que aprendi com a paternidade
Se eu tivesse que descrever, pra alguém, o que aprendi desde que soube que ia ser pai, sairia algo mais ou menos assim:
Ser pai não é uma meta ou um prêmio. É uma oportunidade que o destino está oferecendo. Quando descobri que ia ser pai, logo pensei nos meus. Comecei a vê-los de uma forma que nunca tinha visto antes. Percebi o quanto são humanos e como se esforçaram e suaram para dar uma boa educação e uma infância gostosa para mim e meus irmãos. Enxerguei como eu criei expectativas absurdas e cobrei coerências inatingíveis achando que eu já sabia tudo o que precisava saber no primário. Entendi que meus pais também tiveram medo e alegrias quando engravidaram e que, se eu fiquei nervoso e sem chão, o mesmo deve ter acontecido com eles.
Entendi que meu pai não recebeu um manual de instruções e minha mãe não fez um curso de culinária pra fazer a melhor comida do mundo. Eles tiveram uma vida antes de mim, que eu nem sequer imagino, e foram aprendendo e errando no caminho. Um dia a nossa comida também será a referência de melhor gastronomia do mundo. Nossa casa também será a referência que meu filho usará pra descrever um lar. Ser pai talvez seja criar um ambiente onde isso possa acontecer pra que, quando nossos filhos crescerem, possam relembrar de tudo com alegria e certa nostalgia.
Percebi que a natureza é muito inteligente em dar 9 meses pra gente se acostumar com a ideia de ter um hóspede eterno em casa. A gente começa arrumando o quarto, depois a casa e quando vê já arrumou a vida inteira pra receber o ilustre desconhecido. Todo pai tem um momento em que percebe que o tempo corre demais nesses meses de gravidez. Alguns se empenham nos esportes, outros aproveitam pra fazer um ‘banco de sono’ e eu fui para um retiro cuidar da minha mente.
Ser pai é ver sua companheira mudar intensamente e ir mudando junto, aprendendo, lendo, acompanhando, perguntando e estabilizando sua energia, para poder dar um abraço apertado e acolhedor quando os medos e ansiedades dela aparecerem. É entender que as flutuações hormonais das TPMs são só um pequeno ensaio do que vem pela frente. É mudar para sempre a forma de enxergar uma mulher. É saber que sua vida nunca mais será a mesma e, ainda assim, seguir curioso sobre o que o futuro reserva.
Pai é parir junto quando chegar a hora, é nascer junto com o filho, é estar tão envolvido com o processo inteiro que o parto chega e explode em alegria e emoção e faz perder o sono na primeira noite, de tão intenso que foi. Ser pai é ir do êxtase do parto para o medo do futuro, em questão de minutos, quando você finalmente se vê sozinho tendo que cuidar de uma família. É prender a respiração quando segurar a criança pela primeira vez e, em menos de um mês, já saber trocar uma fralda com a habilidade de uma avó.
Ser pai é trabalhar nos bastidores. É se esforçar, como um contrarregra, para que a casa e o ambiente estejam em ordem e nada interfira na relação mãe-bebê. É deixar os problemas e picuinhas do lado de fora e trazer alegria e novidades para uma casa cansada de cuidar da criança o dia inteiro. É saber que o timing de um bebê é lento, monótono e muito repetitivo – ele não vai te dar nem um ‘obrigado’ depois de um dia cansativo –, e, por isso mesmo, saber que é precisosustentar a sua energia sem precisar ‘sugar’ isso de fora com baladas, viagens, esportes ou jantares.
Ser pai é ter seu auto-centramento escancarado de forma intensa e constante. Não dá pra pensar em si mesmo, agir com base nas suas próprias vontades, nojos, apegos e ansiedades, quando o bebê estiver chorando e precisar do pai ali, agora. Você precisa esquecer sua agenda, os seus compromissos, as suas vontades, a sua rotina, e fazer de tudo para que a rotina do bebê não mude. Rotina traz segurança e tranquilidade para um serzinho que ainda não entende bem este mundo.
Ser pai é descobrir a liberdade escondida entre os choros e as fraldas. É tirar de lá um ânimo e motivação para seguir melhorando como pessoa e exemplo. É ter suas certezas destruídas, uma por uma, porque criança não segue essas leis de gente grande. É perceber como um bebê é autêntico, se entregando inteiro quando gosta da situação e reclamando se ficar descontente – ao contrário de nós, adultos, que sempre ficamos preocupados com as opiniões alheias.
A paternidade, como qualquer mudança, é um turbilhão de receios e desafios, mas, se estivermos dispostos, atentos, alegres e olharmos o quadro de fora, vamos perceber que estamos presenciando algo incrível e que essa é uma ótima oportunidade de nos tornarmos leves e abertos pros detalhes escondidos nos cantinhos da vida.
Sobre a série colaborativa “Mundo interno”
Junto com as pessoas que participam do lugar e também com qualquer leitor ou leitora do PdH que quiser colaborar, vamos publicar alguns textos com essa motivação de mapear e ganhar clareza sobre nossos mundos internos.
A ideia é descrever em primeira pessoa, iluminando por dentro, processos que normalmente são abordados de modo exteriorizado. Será um exercício de introspecção e também de linguagens mais precisas, estimulado empatia e conversas mais profundas sobre qualidades, obstáculos e dinâmicas presentes na maioria de nossas experiências.
Em vez de testar mais um método de mudanças de hábitos e comportamentos, como posso trabalhar diretamente com os processos sutis de distração, torpor e ansiedade? Se lá fora vejo qualquer que seja o fenômeno, o que vejo quando olho para dentro? Qual o mundo interno de uma empresa, de uma música, de um show? De uma avenida congestionada? De um site como o Facebook ou o PapodeHomem? Quando aparentemente estamos aqui ou ali, onde estamos de verdade?
MARCOS BAUCH
Nascido na Bahia, criado pelo mundo e, atualmente, candango. Burocrata ambiental além de protótipo de atleta. Tem como meta conhecer o mundo inteiro e escreve de vez em quando no seu blog, o De muletas pelo mundo.
Este é meu Pai
Um homem forte, trabalhador, honesto e verdadeiro
Queria poder hoje abraça-lo e dizer o quanto o amo ,mais infelizmente não posso, pois ele está com Deus. Mas, você que tem seu pai ao seu lado, abrace, beije, diga pra ele que você o ama ,pois amanhã pode ser tarde. Porque depois que ele ser for não adiantará você levar flores chorar no se tumulo. Ele não vai mais poder te ouvir.
Ame o seu pai todos os dias. Todos os dias é dia dos pais.
Beijok a todos os pais.
Meu Papai...saudades!!!
Joira Albano
Feliz Dia dos Pais
Emilio @Poe Twiar
Antes de tudo, cabe aqui uma pequena introdução ou talvez até uma justificativa: a família do meu pai sempre foi famosa pela sua avareza. Nada de viver na miséria e esconder o dinheiro embaixo do colchão. Não, nada disso. Era, mais bem, uma família que fazia de tudo evitar o desperdiço e economizar nos pequenos detalhes, mantendo a mão fechada sempre que possível. Bom, agora vem a historinha:Como toda criança curiosa e exigente, queria porque queria que o meu Pai comprasse uma pandorga (uma pipa). O meu pai – fiel aos princípios familiares – falou que não. Nada de gastar desnecessariamente. Podemos montar uma, disse ele. Sairá muito mais barato! Pois bem, lá fomos nós comprar o material necessário. Papel de seda, varinhas de madeira ou cana, cola , tesoura, cordel, etc, etc. Montar uma pandorga não é – teoricamente – uma atividade do outro mundo. É só cortar o papel, colar as varinhas, dobra-las, juntá-las, quebrá-las e por fim cola-las de novo. Emendar a linha, a cauda colorida, o barbante e o resto do resto.Após algumas horas, a pandorga estava pronta. Bonita, com certeza, mas faltava o principal, o teste é claro. De que adiantava ter uma pandorga bonitinha se não voasse!Lá fomos nós. No meio de um descampado, num dia nublado, frio e com uma pequena mas incômoda garoa. Testamos o vento e fizemos os últimos preparativos. A pandorga parecia um lutador de boxe rodeado de preparadores, assistentes e do técnico, dando-lhe as últimas orientações. Corri com ela uns 15 a 20 metros e ergui os meus pequenos e magricelos braços. A pandorga estava pronta para decolar. O meu Pai puxou o cordel mas a Pandorga não levantou voo. Pesada demais , caiu no chão. Nova tentativa, corri e ergui os meus braços a mais não poder. Nada. Ela teimou, teimou e caiu , estatelando-se no chão de terra. Mudamos as posições, o meu Pai decidiu erguer a pandorga e eu me afastei para puxar o barbante com força e determinação. Mas a bendita pandorga, subiu, deu algumas piruetas, zunindo o vento e pum!!! Na lona de novo. O meu lutador de boxe tinha sido nocauteado pela terceira vez.Assim foi a tarde toda, novas tentativas, novas frustrações.Fizemos alguns remendos na pandorga machucada, corrigimos a cauda, refizemos e tampamos alguns buracos. Mas nada. A pandorga não durava mais do que alguns segundos ao vento.O meu Pai entre chateado e furioso, tentava me animar e incentivar em novas tentativas. Mas a cada queda, o tom de voz ficava cada vez mais nervoso e inseguro. Eu, desiludido, não sabia como reagir. Reclamar pelo fato do meu Pai não ter comparado uma pandorga pronta ou falar que tudo bem, o importante era ter ficado algumas horas junto com ele, montando a mal-agradecida. De longe, apareceu um moço que com certeza tinha visto nossas frustradas tentativas de erguer o meu brinquedo. Ele fez alguns comentários que não entendi mas percebi que compreendia mais do assunto do que o meu Pai. Começou a mexer na pandorga, cortou alguns excessos do corpo e da cauda, refez a aerodinâmica – se assim podemos disser – e sugeriu uma nova tentativa. O meu lutador de boxe, depois de vários KO estava pronto para o último assalto. Era bater ou correr. Era derrubar o adversário ou perder a luta. Lá fomos nós de novo. Levantei os braços, a pandorga estava pronta. O moço desconhecido puxou com firmeza o cordel e a pandorga levantou voo. Desta vez, durou uns 10 segundos antes de cair. Beijou a lona. Estatelou-se e quebrou-se em alguns pedaços. O juiz parou a luta, mandou o adversário pro canto dele e começou a contagem. 1, 2, 3...4, 5, 6.. 9, 10! O meu lutador não se levantou. A pandorga já era. O moço apertou a mão do meu Pai e meio que se justificando, explicou que a pandorga não tinha jeito. Era pesada demais ou algo assim (como se já não soubéssemos). O meu Pai assentiu com a cabeça e agradeceu.Virou-se pra mim e pediu desculpas com o olhar. Eu não sabia o quê disser. O meu lutador continuava no chão. O meu Pai – o meu herói, o meu ser indestrutível e perfeito, o meu modelo de conduta e sabedoria, tinha fracassado. E pela primeira vez, vi o meu Pai como um perdedor, um ser humano de carne e osso que fez a escolha errada, tentando economizar em ninharias, dando-se mal. Fui buscar a pandorga (o que sobrou dela). Talvez pudesse construir uma nova com os restos. Uma pequena, leve e solta. Afinal, pra quê gastar numa nova se poderíamos tê-la de volta.
O olhar do meu pai
Uma crônica de 2006, para o dia dos pais
Antes dos 13 anos, declarei guerra a meu pai. Eu passara para o terceiro ano do ginásio, mudou o irmão Marista titular da classe, e tive a oportunidade de tirar o primeiro lugar, algo que não conseguira nos dois anos anteriores.Fui para casa de boletim na mala e peito estufado, e o velho nem ligou. À noite, no encontro de pais e alunos no Marista, um pai chegou perto de nós, saudou o meu feito e indagou se manteria a colocação. Seu Oscar respondeu irritado: "Problema dele". Anos depois, Chafik, seu melhor amigo, me contou que ele não se conformara com minha decisão de, aos 12 anos, me tornar jornalista, e não seu sucessor na Farmácia Central.
Desde aquela noite de 1963 um muro ergueu-se entre nós. No mês seguinte caí para 7º da classe, no terceiro mês para 15º, do quarto mês em diante fui o último para o todo e sempre. Puni o seu Oscar a cada prova mal feita, a cada gazeta engendrada, a cada rebelião contra os irmãos. Mas nos momentos cruciais, consegui o seu apoio, especialmente no dia em que o reitor Lino Teódulo foi à minha casa com acusações falsas, em represália à minha militância estudantil. Disse-lhe na cara que ele estava mentindo, e meu pai me apoiou.
Nem isso quebrou as nossas barreiras. Eu chegava em casa antes de meu pai chegar, refugiava-me na tia Rosita na hora do jantar, depois, quando ele descia de novo para fechar a farmácia corria para casa, para dormir antes que ele voltasse de vez. Mas de manhã bebia cada som que ele emitia, cada gesto de ansiedade, andando para lá e para cá no corredor de casa, os gemidos de quem carrega os fardos do mundo. E me punia por não poder ajudá-lo.
Ao longo da vida, guardei em frascos de cristal os poucos momentos de emoção que consegui compartilhar com ele, como o garimpeiro que procura a pepita na bateia. Registrei seu choro na morte da tia Marta, as lágrimas na missa de sétimo dia do vô Issa, seu sogro, a última ida a Poços de Caldas, para ser comunicado da morte de seu melhor amigo, e seu olhar quando divisou a cidade ao longe. Mais tarde, acompanhei seu silêncio quando tia Rosita morreu. Não contamos nada para ele, e ele nunca mais perguntou dela, para não ouvir a resposta que temia.
E me lembrei para sempre do dia em que o critiquei na casa do vô Issa por ter comprado um bilhete de loteria enquanto estávamos acampados por lá, procurando casa para alugar em São Paulo. Ele saiu para a rua, fui atrás e pedi a Deus as palavras que me permitissem explicar o que sentia. Abracei-o, aquele homem alto, chorando, e falei, falei e falei, disse-lhe que ele continuava o centro da família e que minha preocupação era apenas para que não demonstrasse desespero indo atrás de miragens. E só serenei quando ele se acalmou e me olhou com olhar de pai agradecido.
O segundo derrame chegou doze anos depois do primeiro. Só depois de morto e enterrado comecei minha longa caminhada atrás de meu pai. Passei a buscá-lo em cada contemporâneo, em cada amigo. Com as velhas senhoras de Poços descobri o galanteador, com os fregueses mais humildes da farmácia, uma generosidade que nunca pressenti.
Com os amigos, a pessoa aberta e alegre que submergiu com a crise da farmácia, mas que continuou sendo o mais gentil dos poçoscaldenses.
E quanto mais o buscava passava a descobrir o inverso, a busca que ele fazia de mim. Diariamente meu pai levava minhas irmãs ao Colégio São Domingos, e, na volta, pegava um amigo meu para almoçar e saber notícias minhas de São Paulo. Antonio Cândido me falou do orgulho com que ele relatava minhas primeiras reportagens. O padre Trajano me contava das notas que levava ao "Diário de Poços" relatando cada vitória em festival, em concurso literário. E minha mãe me contou que, no auge da minha crise de adolescência, ela perdeu a fé no meu futuro, e ele acreditou.
Às vezes sinto o travo da última conversa que não houve, dos beijos que não lhe dei. Mas em algumas noites o sinto ao meu lado, daquele modo silencioso com que ficava com a tia Rosita, sem nada falar, porque palavras eram desnecessárias. Apenas me olhando com aquele olhar de quem finalmente se fez entender.
Meu melhor presente - ao Pai que nunca esqueci -
E tinha sempre uma chama
ainda que fulgente alongando o teu sorriso
interpondo-se à terrível dor que
lentamente entrelaçava teus dedos
Como quem seduz o vento a cessar
e deixá-lo fulgir a chama
tua alma calejada - como tuas mãos -
tingia o meu céu de esperança
Toda angústia e medo foram
travestidos em soçobrante alegria onde a lembrança
transcende a tristeza que me causa a tua ausência
Ah, pai! tu serás sempre o meu melhor presente!
Outra homenagem ao Dia dos Pais
Ainda lembro um dia quando eu era criança que meu Pai me disse:
- Eu te darei tudo que você pedir.
- Me dê o sol, pedi.
- Não te darei o sol porque teu calor é maior e melhor que o dele.
- Então me dá a lua.
- Não te darei a lua porque teu brilho é muito mais intenso do que o dela. Eu sorri e lhe dei um beijo e um abraço bem apertado.
Janis Joplin
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