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O tom?

\o/ Tá bem.


Revista Fórum - Na saída de uma reunião realizada com movimentos sociais e sindicatos na noite desta quinta-feira (10), em São Paulo, o presidente do PT, Rui Falcão, depois de conversar com lideranças e com a mídia independente, foi abordado por jornalistas da chamada imprensa tradicional. Repórteres do jornal O Globo e da rádio CBN o aguardavam na porta da sede do Sindicato dos Professores de São Paulo (Apeoesp), onde o encontro foi feito.

Na primeira pergunta, a repórter do jornal O Globo questiona Falcão: "Acha que vão conseguir segurar a militância na questão da violência para domingo?". O diálogo entre os dois você confere a seguir.

Falcão: Quem é violento são os que chamam a gente de petralha, ofendem presidente da República, fazem detenção coercitiva. Isso é violência. Nunca ninguém do PT agrediu pessoas em restaurante, xingou ministro... A violência vem de lá. Não vamos devolver na mesma moeda.

Repórter: Mas eu já fui agredida por militante do PT em manifestação quando estava com crachá da Globo.

Falcão: Mas quem te agrediu? É um erro atacar jornalistas, mas O Globo é um lixo. A Veja é um lixo. Não são vocês.

Repórter: Ah, então eu mereço apanhar por isso?

Falcão: Não. Eu fui muito claro. Os trabalhadores não devem ser agredidos. Também não deve se depredar. Mas que O Globo conspira contra a democracia e que a Veja é um lixo, todos sabemos.

Blablarinagem do dia

A blablarina não cansa de falar asneira
E não falta babaca para concordar
O esgoto para essa gentalha não é o limite!

Fernando Brito: Marina quase foi o tudo. E pode virar o nada

É muito curioso o que ocorre quando a política, em lugar de se dar como emanação de um processo social, passa a viver à base de jogadas, truques de esperteza e arranjos de marketing.

Não que eles não possam ser bem sucedidos, como foram, por exemplo, na eleição de Fernando Collor, em 89, quando se tratava, antes e acima de tudo, de não permitir a eleição de um favorito de esquerda, primeiro Leonel Brizola e, a seguir, Luís Inácio Lula da Silva, separados por ínfimo meio por cento no primeiro turno.

Antes que digam que estou comparando Marina Silva a Collor, digo que não vejo a menor semelhança entre ambos, exceto a arrogância.

Interessa-me é o que se une em torno e o que, depois do seu desmanche, o que resta nas forças políticas que representam como “salvadores da pátria” que se proclamam fora da política.

E o que pode, surpreendentemente, fazer com que parte da direita brasileira, diante da inviabilidade de uma vitória de Marina Silva, prefira que a eleição se encerre no primeiro turno, o que é menos improvável do que muita gente pensa.

Vejam: o crescimento de Marina Silva veio, essencialmente, de três vertentes.

A primeira, a não-política, espécie de hipocrisia alimentada pela mídia e seu falso moralismo nas classes médias urbanas. É algo que não tem voto, mas tem “estampa”. É um espaço eleitoralmente minúsculo, mas barulhento, onde se aninham “udenistas de esquerda”, de direita e psolistas em geral, abrigados antes no PT “pré-poder”.

A segunda, deformação politiqueira de confissões evangélicas que pretendem se comportar, espalhadas pelos partidos, como um partido político e uma ferramenta de poder.

E, por último, a mais importante: a falta de um candidato da direita orgânica, tradicional, que, diante da rejeição e repetidas derrotas de seu general José Serra e da inutilidade pomposa do Marechal Fernando Henrique, teve de adotar um candidato pífio, sem luz própria e cuja carreira foi o arranjo de um “filhinho do vovô”.

A fatalidade da queda do avião de Eduardo Campos reciclou Marina Silva e a transformou na “grande esperança verde” para dar fim ao ciclo trabalhista-desenvolvimentista que começou com Lula ( e, ainda assim, depois que ele percebeu que a direita não o aceitaria como solução intermediária a um regime entreguista e excludente, porque a direita brasileira não aceita – e nunca aceitou – qualquer regime que não fosse o da espoliação selvagem deste país).

Marina tinha o “physique du rôle” para isso: de origem pobre, aparência frágil, evangélica e de personalidade arrogante, em tudo servia para apresentar-se como capaz de capturar os votos da pobreza, o que de fato fez em certa classe média baixa, em parte e durante algum tempo.

Além disso, caprichou em sua conversão à uma imagem de “selvagem domesticada”, cuidando de exibir suas companhias “confiáveis” – a senhora do Itaú e os economistas neoliberais – como penhor de sua docilidade ao stablishment.

Marina, porém, esbarrou em alguns limites.

O primeiro, a fantástica lucidez do povo mais pobre deste país que, embora vivendo os maiores sacrifícios e carências, soube, quase que instintivamente, proteger suas conquistas.

O segundo, também um instinto de sobrevivência, este de Dilma Rousseff, que abandonou a despolitização que marcou seu governo e assumiu, de frente e sem covardias, o combate político, inclusive e sobretudo no horário político.

O terceiro – e este foi fatal a Marina – o tempo de exposição de suas próprias fraquezas. A necessidade de atender a tantos senhores quanto os que necessitada em seu inorgânico ajuntamento – de Malafaia a Setúbal, de tudo um pouco – foi-lhe expondo as contradições, as companhias e, sobretudo, a inevitabilidade de um governo de concessão aos ricos e arrocho aos pobres.




Agora, chegamos a um possível – para mim, provável – paradoxo.

A direita paulista – e direita paulista é um pleonasmo e uma definição – prefere agora a morte rápida, com uma decisão de primeiro turno.

A vitória de Alckmin já na primeira rodada parece assegurada e o mesmo ocorre com algo que irá definir seu futuro nos próximos anos: a eleição de José Serra para o Senado.

Este é o eixo de poder real que irá se agrupar na oposição a Dilma, com Aécio reduzido a expectativas no máximo estaduais e Marina Silva, enfim descartada do cenário político, como bananeira que já deu – e na segunda vez não o pôde dar – cacho.

Não estou dizendo que a eleição se encerrará no primeiro turno, até porque os movimentos eleitorais tem um quê de insondável.

Estou registrando, agora com mais clareza, aquilo que já vinha afirmando desde o dia 3: “se a direita convencer-se que Marina não será o seu “cavalo” nesta disputa presidencial, poderá “sacrificá-la” antes da hora. E juntar os cacos do PSDB.”

Para que levar Marina a um segundo turno e deixá-la como “player” em 2018?

A política, não me canso de repetir a frase do velho Brizola, ama a traição, mas logo acaba por abominar o traidor.
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A política tem sua linguagem e é hora de uma palavra nova. Eu prefiro o “marinês castiço” do que o “repetês castiço”.
Para quem não sabe - eu não sabia - o significado de Castiço é:

1. de boa casta ou raça; de qualidade superior

2. próprio para reproduzir a raça ou a casta; escolhido, selecionado

Gente, eu já disse: A sorte de quem convive com essa louca é porque ela não é violenta.

A doida tomou o apelido de Ofélia da política brasileira que eu tinha dado a FHC - vê como o dito sujo é incompetente, até alcunha ele perde -.

Aff, assim não pode, assim não dá!

Miguel do Rosário: Globo descobre que Tijolaço publica...fatos

Autor: Miguel do Rosário
paulo_roberto
Essa é para morrer de rir.
Ou chorar, não sei bem.
O jornalismo brasileiro entrou no terreno da comédia absurda. Ou seria tragédia bufa?
O Globo publica hoje, com chamada na capa do site, uma matéria bizarra.
ScreenHunter_4860 Sep. 14 08.57
O surrealismo não é a publicação da matéria em si, mas o seu tom conspiratório e venenoso.
O jornal descobriu que houve alteração no perfil de wikipédia de Paulo Roberto Costa, feita por alguém usando a rede da Petrobrás.
Eu já mostrei, aqui no Tijolaço e no Cafezinho, que as redes de todas as estatais, e de todas as corporações, inclusive da Globo, alteram perfis de wikipédia.
(Confira aqui como alguém usando a internet da Globo alterou perfis no Wikipédia de jornalistas como Fausto Wolff, Rui Castro e Fernando Morais. E aqui para ver como alguém usando a rede do governo de SP inseriu uma difamação grosseira contra Raul Seixas, em seu verbete no Wikipédia; essa história foi incluída, ó ironia, no verbete da Miriam Leitão!)
Criminalizar isso seria como criminalizar o uso de whatsupp por um funcionário público. Ou, para falar de algo mais antigo, condenar alguém porque mandou um email para um jornal, usando a internet de uma corporação, pública ou privada.
O problema na alteração dos verbetes no wikipédia dos jornalistas Sardenberg e Miriam Leitão foi a deselegância e a estupidez de usar a rede do Planalto para inserir informações negativas sobre jornalistas críticos ao Planalto.
Mas não há crime algum.
A Globo quer impor, ao serviço público brasileiro, o mesmo ambiente de falta de liberdade individual que impõe a seus funcionários, que são proibidos até mesmo de externarem posições políticas em redes sociais? 
A Globo quer mandar no Brasil? Quer ser o juiz do que é certo e errado?
Estatais de São Paulo, Minas, do país inteiro, fazem, regularmente, centenas de alterações em perfis do wikipédia, que é um sistema aberto e livre, onde qualquer um pode incluir ou alterar o que quiser.
Como que confirmando esse clima pesado, o próprio Globo publica hojematéria em que menciona o “medo” de servidores da Petrobrás de assinarem qualquer contrato.
O medo de assinar um contrato irregular é saudável, e todos os servidores devem ter mesmo, mas o que a matéria sugere é algo pior: o medo dos servidores de, mesmo não fazendo nada de errado, serem expostos na mídia.
A falta de regulamentação da mídia brasileira, e a ausência do direito de resposta, nos transformou numa sociedade em estado de chantagem permanente.
Está começando a afetar até mesmo a produtividade econômica das empresas, conforme admite, cinicamente, a reportagem do Globo.
A mídia pode destruir a reputação de qualquer um, mesmo que não se tenha feito nada de errado.
Entretanto, o mais surreal vem a seguir.
A “alteração” no verbete de Paulo Roberto Costa na Wikipédia foi a inclusão de um capítulo, apagado em seguida, intitulado “Ex-diretor começou no primeiro governo de FHC”
A matéria da Globo admite que as informações contidas nesse capítulo são verdadeiras. O próprio Paulo Roberto Costa teria afirmado, segundo a matéria, que trabalha na Petrobrás desde o final da década de 70, e recebeu suas primeiras indicações políticas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
O Globo, então, reproduz o trecho “incluído” (e retirado minutos depois):
“Tem sido divulgado à opinião pública que Paulo Roberto Costa, agora no epicentro de um escândalo de corrupção, teria começado sua carreira na Petrobras em 2004 – portanto, no governo Lula –, quando foi nomeado diretor de Abastecimento. Isso não é verdade. Ele entrou na Petrobras muito antes, em 1979, quando participou da instalação das primeiras plataformas de petróleo na Bacia de Campos (RJ). Suas primeiras indicações políticas dentro da estatal ocorreram quando o PSDB ganhou a presidência da República.”, afirma o perfil modificado.
As informações sobre as posições que Costa assumiu na estatal desde que entrou em 1979 até seu desligamento correspondem ao que o próprio declarou em junho deste ano durante sessão na CPI da Petrobras no Senado, antes de ser preso.
“Em 1995, logo no primeiro ano da presidência de FHC, ele foi indicado como gerente geral do poderoso Departamento de Exploração e Produção do Sul, responsável pelas Bacias de Santos e Pelotas.Nos anos seguintes, sempre sob gestão dos tucanos, Paulo Roberto Costa foi beneficiado por várias indicações políticas internas da Petrobras. Em 1996 foi gerente geral de Logística. De 1997 a 1999 respondeu pela Gerência de Gás. De maio de 1997 a dezembro de 2000 foi diretor da Petrobras Gás – Gaspetro. De 2001 a 2003 foi gerente geral de Logística de Gás Natural da Petrobras. E de abril de 2003 a maio de 2004 (agora, sim, no início do governo Lula), foi diretor-superintendente do Gasoduto Brasil-Bolívia”.
Qual o problema em introduzir uma informação autêntica num site da wikipédia?
Nenhum.
Quer dizer, há um problema sim. A pessoa que a introduziu copiou o texto do Tijolaço!
E aí o Globo dá o nome do autor do artigo que a pessoa usando a rede da Petrobrás usou.
Parte das modificações foram retiradas de um outro texto publicado pelo blogueiro Miguel do Rosário no site “Tijolaço”. Miguel foi um dos nove entrevistadores escolhidos para conversar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em abril deste ano. A escolha dos blogueiros foi feita pelo instituto do petista. No texto inserido no perfil do Wikipedia, a escolha de Paulo Roberto da Costa é justificada como “caminho natural”.
Outro problema, e agora falo sem ironia, é que, o autor da alteração chupou o texto do Tijolaço sem citar a fonte. Eu deveria me chatear com isso, mas tenha em mente que o autor retirou o texto em seguida, deixando apenas a informação bruta de que Costa obteve nomeações políticas dentro da Petrobrás durante o governo FHC.
A tentativa do Globo de envenenar o texto é evidente.
Ou será que eu é que estou ficando paranoico? Talvez.
Blog + Lula + Paulo Roberto Costa. Tudo bandido, é isso que o Globo quer dizer?
Diz a matéria que: ”Miguel foi um dos nove entrevistadores escolhidos para conversar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em abril deste ano. A escolha dos blogueiros foi feita pelo instituto do petista.”
No meio da matéria sobre Paulo Roberto Costa, do nada, eu viro um personagem!
Lula, um cidadão sem nenhum cargo público, mas uma personalidade com enorme projeção nacional e internacional, decidiu dar uma entrevista para a blogosfera.  Como ele deveria  escolher os blogueiros? Tinha que pedir autorização à Globo? Abrir um edital? 
Já que a Globo quer falar de mim, bem que podia mencionar alguns furos que eu dei, como a sonegação bilionária da Globo e o uso ilegal, por Joaquim Barbosa, de um apartamento funcional do Judiciário como sede da empresa que criou nos Estados Unidos, a Assas JB Corporation.
Bem, de qualquer forma, estou muito satisfeito.
Com ou sem veneno, os trechos reproduzidos pela reportagem trazem fatos. E diferentemente da Veja (e dos jornais que a reproduzem acriticamente), meus textos vem sempre lastreados em documentos, cuja íntegra eu costumo disponibilizar aos leitores.
É o que fiz no caso da sonegação da Globo.
É o que faço novamente agora.
O documento abaixo é um  documento público da Petrobrás.  A Globo vive obtendo documentos “sigilosos” da estatal, mas frequentemente ignora seus documentos não-sigilosos.
Você poderá ler, na página 13, a biografia profissional de Paulo Roberto Costa dentro da estatal. A imagem no início do post traz uma parte do texto.
Verá também que Costa obteve as primeiras indicações políticas a partir de 1995, primeiro ano do governo FHC.
Eu considero essa informação importante porque a mídia está tentando pintar Paulo Roberto Costa quase como um “petista”. Ou como se ele tivesse entrado na Petrobrás pelas mãos de Lula.
Não é verdade. Ele assumiu seus primeiros cargos importantes de direção sob a gestão FHC.
Se roubava naquela época, se roubou na era Lula, não sei. Quem pode dizer isso são os investigadores, a Justiça e sobretudo e acima de tudo, os autos do processo.
O fato é que Paulo Roberto Costa tinha cargos de direção na Petrobrás, por indicação política, desde 1995, e somente foi demitido, investigado e preso no governo Dilma.
O governo FHC não investigava ninguém. A Polícia Federal era inoperante e desestruturada. Era uma zorra total.
Se houve investigação séria e se haverá punição exemplar contra Paulo Roberto Costa, então o mérito é da presidente Dilma, que, antes de qualquer matéria na imprensa, o demitiu e o prendeu.
De qualquer forma, obrigado Globo pela menção ao Tijolaço e à minha pessoa, e, sobretudo, por publicarem trechos de meu artigo. Modéstia à parte, é a única coisa que se salva da matéria.
Aqui os documentos mencionados.

#Palancório

Pig enterrou Aécio, sem choro nem vela. Por enquanto. Quando precisar ele será ressuscitado.
A hora é da viúva de Eduardo Campos 
Link permanente da imagem incorporada

O futuro de Marina

Quem imagina que ao final da eleição em Outubro
a foto acima não seja o retrato fiel da candidatura de Marina Silva
Com certeza é colunista, jornalista ou especialista político do pig.

Campos e as raposas na TV

"Vazou" para internet uma das peças da propaganda eleitoral que Eduardo Campos tinha gravado e iria - ainda pode ir - ao ar. Nela, Campos liga a presidente Dilma a: José Sarney, Renan Calheiros e Fernando Collor. Associa o número de ministérios a necessidade da presidente atender os aliados políticos.
Dilma “deu um ministério a um afilhado de Sarney, a um afilhado de Renan Calheiros, outro pra lá, outro pra cá”, diz Campos no vídeo. Os aliados não votavam nada do que Dilma queria. “Eles queriam mais! Ia pra quantos ministérios, 80, 90 100?” No centro de um cenário em forma de arena, observado por um grupo que incluía Marina Silva, Campos realça que o Legislativo só trabalhou quando as ruas roncaram.

Campos capricha na ironia:
“A gente tem que botar a sociedade pra cumprir o seu papel. Eu e a Marina somos os únicos candidatos que estão dizendo agora, mandando avisar pela imprensa: avisa aí ao Sarney, ao Renan e ao Collor (o apoio dos Bourhausens ele não diz que tem) que a gente vai chegar, e conosco eles vão para a oposição. No nosso governo, conosco eles não vão trabalhar. O Sarney já desistiu de ser candidato, já partiu.”

O destino caprichou na ironia, quem já partiu definitivamente foi ele.

A propaganda é boa. Tem palavreado fácil. A atmosfera é informal. Mas só funciona com as plateias domesticadas dos comerciais. Em ambientes normais, alguém talvez se levantasse na plateia para recordar: o PSB usufruía de dois dos 39 ministérios até setembro do ano passado. Num deles, o da Integração Nacional, o ministro era Fernando Bezerra Coelho, cupincha de Campos.

parceria com Josias de Souza


Rodrigo Vianna: Marina pode atropelar os tucanos?

O sonho dos tucanos (leia aqui) é que Marina Silva apareça forte na próxima pesquisa, mas que depois seja desidratada para abrir passagem a Aécio Neves. Falta combinar com os eleitores.
Com o olhar compungido, Marina Silva surge numa sala apertada, para o primeiro pronunciamento depois da morte de Eduardo Campos. Não fala de temas eleitorais, oferece "apenas" conforto à família do candidato morto. Não tem pompa nem pose, não quer parecer uma "estadista"…
Assisto à cena na Redação. Uma colega, menos afeita aos temas da política, pergunta: "quando será que ela começa a campanha pra valer? Precisa esperar uns dias, né?".
Outro jornalista, mais experiente, responde rápido: "a campanha dela já começou; isso aí que você tá assistindo é o primeiro pronunciamento de campanha".
Poucas horas depois, converso com outro colega – raposa velha em coberturas eleitorais: "o que você achou da fala da Marina?". E ele: "importa pouco o que ela disse; importa muito mais a maneira como aquilo foi dito".  
Marina Silva não precisa falar de política pra fazer política. Essa é a grande força da candidatura dela. Não sei se Marina surgirá na faixa dos 15%, ou acima dos 20% na próxima pesquisa DataFolha (que será divulgada entre domingo e segunda-feira). Mas sei que ela tem uma boa chance de encampar o discurso da "não-política". Um discurso que é – claro – tudo menos "não-político".
Eduardo Campos enfrentava enorme dificuldade para conquistar esse eleitor desesperado por algo "novo". Aécio, então, nem se diga…
Esse era o grande nó da campanha em 2014. Um terço dos eleitores está fechado com Dilma; outra parcela (bastante barulhenta, mas que reúne pouco menos de um terço do total) se dispõe a votar em qualquer um contra o PT; só que há ainda 30% dos eleitores que não querem PT mas também não topam PSDB. Esse é o eleitor desiludido "com tudo que está aí".
Em 1960, esse clima de "mar de lama" terminou em Janio. Em 1989, a desilusão terminou em Collor.
Em 2014, Eduardo achou que poderia ser a terceira via, com um discurso moderado, a meio caminho entre PT e PSDB. Não entendeu, talvez, que esse terço "desiludido" dos eleitores não quer meio-termo, não quer meio do caminho. Quer alguém que seja (ou pareça) outro caminho.
Até duas semanas atrás, estava claro que a sorte de Dilma era ter uma oposição que não representava a "mudança". Aécio é um político jovem, mas tem uma imagem precocemente "envelhecida", até pelas companhias de palanque (Serra, FHC etc). Eduardo era uma liderança nova, mas também pesava contra ele a imagem de "político engravatado".
Marina, não.
Comentaristas atucanados nem esperaram o corpo de Eduardo ser recolhido. Começaram a  espalhar que Marina é a candidata perfeita "para garantir o segundo turno". Acham que ela repetirá 2010, quando os votos marineiros levaram de fato Serra ao segundo turno.
Só que no meio do caminho houve junho de 2013. A sociedade, ali, pareceu pedir mudanças mais profundas no sistema político. Dilma fez a leitura correta: propôs a Reforma Política e a Constituinte; estratégia barrada pelo PMDB. O mal estar se aprofundou desde 2013…
A oposição (com seus comentaristas gagos nas rádios e seus acadêmicos de segunda linha) não compreende por que o eleitor que pede mudança não vota no Aécio. Ora, a maioria do Brasil não quer andar pra trás… Um terço vai com Dilma. Outro terço quer mudança sem tucano nem liberalismo velho dos anos 90.
Marina pode ocupar esse espaço.
O sonho dos tucanos é que ela apareça forte na próxima pesquisa, mas que depois seja desidratada para abrir passagem a Aécio Neves. Falta combinar com os eleitores.
O mais provável é que, se a opção Marina prosperar no PSB (e tudo indica que vai prosperar), a eleição se decida entre Dilma e a ex-ministra do Meio Ambiente.
O que pode barrar Marina? O veto do empresariado, dos ruralistas e das empreiteiras preocupados com o discurso "anti-desenvolvimento" dela. Francamente, esse não é um obstáculo relevante do ponto de vista eleitoral…
Marina pode virar a candidata da "anti-política" (mesmo com apoio da Natura, Itaú, e de economistas liberais – que teriam o papel, justamente, de chancelar os compromissos dela com o chamado "mercado"). Até porque, isso é inegável, Marina carrega – legitimamente – as bandeiras de um novo ambientalismo e de uma juventude que esperam mais do que acordos com o PMDB para mudar o Brasil.
Mais que isso: ela vai carregar a imagem de Eduardo Campos Brasil afora. O jovem que queria "mudar o Brasil". O apelo é forte.
Marina pode ser uma espécie de Jânio de 2014? Ela é mais que isso, certamente.
Evangélica, verde, messiânica. Será que é nesse "novo" que o Brasil vai apostar?
Do outro lado, há Lula e um projeto em parte desgastado. Há uma militância que defende Dilma (sem empolgação) contra os tucanos. Mas terá a mesma disposição para enfrentar Marina? Com qual discurso?
Minha impressão é de que a candidatura Marina Silva tem boas chances de prosperar, e de tirar os tucanos do segundo turno.
Marina – se for de fato confirmada como candidata – pode ganhar de Dilma? Sim. Tem chances mais que razoáveis. Mas gostaria de ouvir a opinião dos internautas. Porque nesse tema não há certezas…



A direita carpideira

E a mórbida, indecente e desumana exploração de um cadáver

(...)
Dilma Rousseff e Aécio Neves, tremei. No rastro da comoção nacional pela morte estúpida de Eduardo Campos, apoios da família dele à sua vice serão avassaladores. O irmão, Antônio, já se manifestou publicamente. E quando a mulher, Renata, ladeada pelos cinco filhos, inclusive o bebê Miguel, lançar Marina? E quando a mãe, Ana Arraes, apadrinhar a candidatura aos prantos?”
Eliene Catanhêde


Marina Silva não é "Terceira Via"

Eduardo Campos era considerado por analistas políticos o candidato a presidente da “Terceira Via”. Com o seu recentemente falecimento num trágico acidente aéreo, ainda se discute quem assumirá o seu lugar na chapa, mas enquanto...Leia mais>>>


Pânico da direita por baixo dos panos


As três postagens acima resumem o dilema, desespero e pânico da nossa direita, ora carpideira no velório de Eduardo Campos.

Merval Pereira confirma minhas palavras no artigo abaixo: 
Por baixo dos panos
Ao sentir que existe o perigo de o PSB tomar um rumo diametralmente oposto ao traçado por Eduardo Campos em sua campanha, apoiando oficialmente ou em uma aliança branca a reeleição da presidente Dilma Rousseff, sua família não se furtou a definir uma posição a favor da candidatura da ex-senadora Marina Silva à Presidência da República.

Seu irmão, também membro do diretório nacional do partido, disse que a vontade de Campos seria que Marina o sucedesse. O filho mais velho, João, postou no Facebook uma mensagem direta: as bandeiras de meu pai precisam ser levadas adiante.

Quem as representará melhor? Marina, que era sua vice, ou Dilma, que era seu alvo preferencial?

Enquanto a direção nacional do partido, tendo o novo presidente Roberto Amaral à frente, se escudava no luto oficial para adiar a discussão da sucessão, por baixo dos panos as negociações já começaram, especialmente através do ex-presidente Lula, para que o PSB não lance candidato próprio, ou lance um nome de sua base política que não seja Marina, a pretexto de preservar a estrutura partidária.

Na verdade, além do interesse político de recolocar o PSB na base aliada governista, há a preocupação de ala importante da direção nacional da legenda de não perder o controle sobre a máquina partidária. Com a assunção de Marina Silva à condição de candidata oficial do condomínio PSB-Rede, o controle da campanha passará naturalmente para os seus aliados. É Marina, e não qualquer outro político do PSB, que detém hoje uma expectativa de poder altamente avaliada, e por isso os candidatos pelo país afora devem também pressionar a direção nacional para que ela seja a escolhida.

Marina não dará nenhum passo para ser indicada, e terá que ser convidada pela direção nacional dos partidos aliados, na sua maioria já dispostos a apoiá-la. Ela sem dúvida começa a campanha com alto potencial de crescimento, e deverá atrair boa parte dos eleitores que hoje se declaram indecisos, ou dispostos a anular o voto, especialmente os jovens, que já começaram nas redes sociais campanha pela sua candidatura.

Embora se apresente como alternativa ainda mais viável à polarização PT/PSDB, num primeiro momento Marina deve tirar mais votos de Dilma do que de Aécio Neves, mas pode retardar o crescimento dos tucanos. Uma perspectiva radicalmente oposta ao quadro atual, que Eduardo Campos gostava de lançar nas conversas, era a possibilidade de ele ir para o segundo turno contra Aécio Neves, com a presidente Dilma ficando de fora.

Essa hipótese se torna mais possível, embora improvável, com a candidatura de Marina, que acrescenta elementos novos à disputa. A ex-senadora terá, no entanto, mais dificuldades em sua campanha do que teria Eduardo Campos, já que ela não contará com um partido unido a apoiá-la.




O PSB entrará em disputa interna, e também com a Rede, o que é perigoso para uma campanha majoritária. Além do mais, acordos feitos por Eduardo Campos em vários estados poderão desaparecer com uma candidatura Marina. O PMDB do Mato Grosso do Sul, por exemplo, com a candidatura de Nelsinho Trad, de uma família do agronegócio, já anunciou que reverá a aliança.

Em Pernambuco, o PSDB acha que agora tem espaço para polarizar com a presidente Dilma porque Marina não terá um terço dos votos que Eduardo teria, e um eleitorado de oposição ficará em busca de um candidato. Em São Paulo desaparece a campanha para o PSB, pois Marina foi contra a aliança.

Os apoios estruturais, montados com candidatos a deputados, ela não terá em São Paulo, onde foi muito bem votada em 2010. Pode repetir a boa votação na capital, mas no interior a falta de estrutura a prejudicará. Em Santa Catarina, o grupo político dos Bornhausen, que lançou Paulo Bornhausen ao Senado, não tem ligações com Marina e tende a apoiar o candidato tucano à Presidência.

Em Alagoas, Marina se recusava a subir no palanque de Benedito de Lira, do PP, candidato ao governo apoiado por Campos. Em Mato Grosso, o senador Pedro Taques, do PDT, que apoiava Campos, já anunciou que mudará para apoiar a candidatura de Aécio Neves.

Com Marina em campo, como se vê, são muitas as alternativas abertas com a saída de cena de Eduardo Campos, e é impossível prever o que acontecerá. Quem disser, a esta altura, que sabe o que vai acontecer, estará errando.


PSB impõe condição a Marina




Nos bastidores político ferve a decisão que o PSB tem de tomar em relação a lançar ou não Marina Silva como candidata a presidente.

Opiniões e interesses honestos e escusos se misturam.

A cúpula do partido tem duas opções:

Algumas opiniões:

Simples?...
Não, os desdobramentos é que complicam. 

Para os que são contrário a Marina como candidata o argumento é que o PSB cometerá autofagia se tomar essa decisão.

Os a favor afirmam que acontecerá exatamente o contrário.

Um  dos caciques e histórico do partido fez uma pergunta/sugestão:

E se Marina anunciasse publicamente que renuncia a criação da Rede?...

Essa é a questão.

O mais é especulação.



Bastidores da política

No PSDB ganha força o "Volta Serra" e no PSB o "Marina na cabeça". 

Depois da penúltima pesquisa do Datafolha está difícil segurar esses movimentos nos dois partidos.

No PSDB, correligionários, simpatizantes, financiadores e aliados de José Serra já não escondem a decepção com Aécio Neves. A boca miúda corre solto a tibieza do candidato. Dizem que com ele, o partido será humilhado nessa campanha. E para recuperar a credibilidade é muito difícil. Mas, fácil será criar outro.

No PSB, o problema é ainda maior. A Rede Sustentabilidade de Marina Silva, e seus financiadores - Itáu e Natura -, já avisaram a Eduardo Campos que não abasteceram a campanha, se ele for o cabeça de chapa.

A questão é: Qual desculpa inventar para desistência de Campos?

É, para oposição a cantiga da perua incomoda demais...pió, pió, pió