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Funkeira, negra e gorda é símbolo de beleza

“Sofri um pouquinho na escola. Mas nada de chorar, de ficar deprimida… eu saía na porrada, apanhava e batia. Fui criada assim. Chegava em casa toda marcada e falava: não, não aconteceu nada”, resume.

Criada pelos avós, foi morar sozinha aos 14 anos, quando o avô faleceu. Logo desistiu de brigar – e da própria escola, antes mesmo de iniciar o Ensino Médio.

“Eu queria ser juíza, mas, quando meu avô morreu, percebi que era só sonho de criança. Que o pobre, o negro, pra chegar até juiz é um mar sem barco.”

Os anos passaram e Carolina virou MC Carol Bandida, ou simplesmente MC Carol, uma funkeira famosa que tem cerca de 300 mil seguidores só no Facebook. Mesmo assim, as ofensas que ouve desde pequena continuam.

Eu não vou lavar a louça. Sou mulher independente, não aceito opressão. Abaixa sua voz, abaixa sua mão.

Às vezes, surgem até em forma de ataque coletivo em suas páginas nas redes sociais, como aconteceu neste ano, quando ela registrou queixa na Delegacia de Crimes de Informática.

O papel do judiciário no golpe, por Guilherme Scalzilli

A esquerda erra quando alinha o Poder Judiciário entre as forças responsáveis pelo impeachment. Essa aproximação obscurece a natureza parlamentar que define o golpe, dando-lhe um viés jurídico e meritório que ele não possuiu.

Dois episódios cruciais do impeachment nasceram de gravações telefônicas a cargo da operação Lava Jato: a de Romero Jucá e a conversa entre Dilma Rousseff e Lula. A primeira mobilizou as tropas que viabilizariam o golpe; a segunda anulou a última possibilidade que o governo tinha de barrá-lo.

Mas ambos os casos envolveram atos clandestinos, anexos à ilegalidade, próprios do terrorismo policial desses tempos "excepcionais". Não tiveram o caráter institucional da perseguição a Lula, por exemplo, que segue uma agenda clara, sistemática e oficiosa. E foram ações auxiliares para um processo restrito ao âmbito legislativo.

É discutível se o STF conseguiria barrar o golpe, mas não que poderia denunciá-lo. Preferiu a covardia, repetindo o aval à eleição indireta de Castelo Branco em 1964. Omissão maliciosa, já que nenhum ministro ignorava o que aconteceria no Congresso, além de preservar uma autonomia institucional que a corte contrariara havia pouco.

O STF escorou-se no fato de jamais ter abordado o mérito da deposição de Dilma, apenas estabelecendo os ritos do julgamento. A corte legitimou os meios formais do impeachment, sem negar, para todos os efeitos, a injustiça (o golpe) que ele cometeria. Escolheu, portanto, preservar a própria imagem diante do fato consumado.

A participação de Ricardo Lewandowski na polêmica peça condenatória de Dilma guarda simbologias desconfortáveis para a memória do golpismo. Manter os direitos políticos da presidenta deposta esvaziou o conteúdo jurídico do processo, escancarando o que ele possuiu de fisiológico, arbitrário e oportunista.

Apesar do escandaloso viés antipetista da sua cúpula, o Judiciário teve papel adjacente no golpe. O julgamento do "mensalão" demonstrou os limites do ânimo interventor das cortes, às quais sempre falta o poder decisivo dos agentes políticos. No impeachment eles já estavam mobilizados, prontos para receber toda a ajuda externa disponível.

http://guilhermescalzilli.blogspot.com.br/2016/10/balanco-do-golpe-iv.html

A série "Balanço do golpe":

A seletividade das investigações da Lava Jato ganhou mais um elemento.

Enquanto as "investigações" tratavam de pessoas ligadas ao PT, o vazamento de informações era quase que diário. Segundo o próprio ex-presidente Lula, as "denúncias" rederam mais de 14 horas de noticiário no Jornal Nacional para para falar dele. Agora, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, guarda a sete chaves as informações obtidas pela lista da Odebrecht.

Moro negou o compartilhamento de provas com o Ministério Público do Rio de Janeiro das informações relacionadas ao suposto departamento de propina da Odebrecht. Na decisão proferida em 28 de outubro, o magistrado disse que a Polícia Federal (PF), em Curitiba, ainda examina o material.

A solicitação do Ministério Público do Rio de Janeiro foi para utilizar as provas para instruir 16 procedimentos, entre as quais investigações relacionadas ao Parque Olímpico, Maracanã, Linha 4 do metrô e rede de esgoto.

A tais provas, segundo vazamentos a conta-gotas, tem o envolvimento de nomes como do senador e atual ministro das Relações Exteriores de Michel Temer, o tucano José Serra, que teria recebido a bagatela de R$ 23 milhões em contas secretas de caixa 2.

Os documentos foram apreendidos durante as 23ª e 26ª fases da Operação Lava Jato, que identificou um suposto departamento da empresa que seria responsável pelo pagamento de propina a agentes políticos e servidores.

Moro, que já disse que o país não sobreviverá com a delação da Odecrecht, também destacou ao negar o pedido do MP do Rio de Janeiro que há discussão sobre acordo de colaboração entre executivos da Odebrecht com a Procuradoria-Geral da República.

Ele ainda aproveitou para fazer juízo de valor do pedido feito pelos procuradores cariocas. Disse que falta detalhamento na delimitação do objeto dos inquéritos sobre a necessidade e utilidade das provas.

Carlos Lupi - candidatura de Ciro é irreversível

Presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, classificou como "irreversível" a decisão do partido em lançar a candidatura do ex-governador do Ceará Ciro Gomes para a Presidência em 2018. Para Lupi, o ex-ministro dos governos Lula e Itamar Franco é o que "sobrou" do espectro de centro-esquerda no país, diz reportagem de O Estado de S.Paulo

 "No quadro político do centro-esquerda no Brasil só sobrou o Ciro. Eu acho que isso vai nos favorecer muito em 2018. O partido não aceitará outra condição, a candidatura do Ciro é irreversível", afirmou Lupi ao Estado.

Segundo ele, entre os partidos que deverão ser procurados para a montagem de uma futura chapa presidencial estão o PT, PTB, PPS e o Solidariedade. "Temos de buscar aliança e aliados que façam um governo popular com compromissos de centro-esquerda", ressaltou o dirigente.

A defesa de Lupi pela candidatura presidencial ocorre em meio às movimentações de Ciro para atrair alguns governadores do PT, após a derrocada dos petistas nesta eleição municipal. 

"O Brasil precisa de um projeto nacional de desenvolvimento, com começo, meio e fim, e que, audaciosamente, busque construir um grande entendimento entre quem produz e trabalha. Esse é o projeto que estou montando", afirmou Ciro logo após vitória de seu candidato Roberto Cláudio (PDT) à prefeitura de Fortaleza, ocorrida no domingo."