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Um dos patrimônio da herança que FHC nos deixou


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São Paulo – Os três maiores bancos privados do Brasil [ Itaú, Bradesco e Santander ] distribuíram R$ 36,8 bilhões aos acionistas. O valor vem da distribuição de dividendos sobre os lucros do ano passado, juros sobre o capital próprio (JCP) e recompra de ações. Trata-se de rubricas dos balanços que não sofrem tributação do imposto de renda. Os três bancos somaram R$ 59,695 bilhões de lucro líquido em 2018. Se o governo aplicasse a esses quase R$ 37 bilhões distribuídos aos acionistas a mesma alíquota que aplica aos trabalhadores com salários acima de R$ 4.664,68, arrecadaria R$ 4,6 bilhões. As informações são da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
“Mas o governo quer fazer uma reforma da Previdência que vai prejudicar os trabalhadores, retirar o direito da população a aposentadoria, mas não quer cobrar impostos dos mais ricos, que estão recebendo todo esse dinheiro sem pagar nada”, disse a presidenta da entidade, Juvandia Moreira. A cobrança de imposto sobre dividendos é uma das propostas defendidas pelo movimento sindical para custear o financiamento da seguridade social e corrigir injustiças do sistema tributário – que prejudica mais quem ganha menos.
As ideias do governo Bolsonaro para a questão tributária não incluem, porém, corrigir as distorções do sistema tributário. Para se ter ideia, há duas semanas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou que o governo estuda a possibilidade de reduzir de 34% para algo em torno de 15% a alíquota de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) das empresas para compensar uma eventual tributação dos dividendos.
Na noite de segunda-feira (4), o Itaú Unibanco anunciou o pagamento de uma parcela adicional de R$ 16,4 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP) relativos a 2018 em relação aos R$ 6 bilhões previstos. Com isso, o volume distribuído aos acionistas alcançou R$ 22,9 bilhões, o equivalente a 89,2% do lucro líquido do ano passado. É um novo recorde para o próprio banco, que no ano anterior já havia devolvido aos investidores 83% de seu resultado – melhor marca até então.
O Bradesco distribuiu aos acionistas R$ 7,299 bilhões relativos aos números de 2018, o que equivale a um payout de 34,2%. O volume aumentou 1,32% em relação ao ano anterior, embora o lucro recorrente do banco tenha crescido 13,4%. Já o Santander pagou R$ 6,6 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio referentes ao ano passado, ou 53,2% do lucro recorrente.
Pitaco do Briguilino: Que eles os milionários defendam seus privilégios eu não me admiro, não estranho, é natural cada um defender seus interesses, puxar brasa para sua sardinha - no caso deles uma baleia -. O que me causa nojo é vê pobre fazendo isso. Imundo!
Vida que segue...


Presidentes do Itaú, Bradesco e Santander afirmam que reforma da previdência de Bolsonaro é muito boa


Itaú, Bradesco e Santander distribuíram 36,8 bilhões de reais na forma de dividendos, JCP - Juros sobre Capital Próprio - e recompra de ações. Este valor diz respeito a 61,7 do lucro líquido ajustado que os três bancos tiveram no ano passado.

Hoje de manhã fui fazer uma comprinhas no supermercado próximo aqui de casa. Comprei, paguei, recebi o troco e o cupom fiscal. Conferi. E vi que paguei 22,5% de impostos. Sinceramente, achei uma valor razoável, nenhum absurdo. Absurdo é saber que grandes banqueiros, rentistas e agiotas não pagam 1 centavo de imposto sobre os dividendos que recebem.
Ladrões!

Vida que segue...
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Colunista do dia - Fernando Horta


(...) Cegos, surdos e loucos
No primeiro semestre da faculdade de História, na saudosa UFRGS, tive a oportunidade de cursar uma disciplina que era geralmente direcionada aos alunos com mais bagagem: História da Cultura Ocidental. Por algum motivo, naquele ano ela não tinha pré-requisito e lá foi aquele rapaz recém-saído do segundo grau a assistir aulas sobre “cultura”, “ocidental” ... em forma de “história”. Logo de início, o falecido professor Luiz Roberto Lopez deixou clara sua preferência por uma disciplina “visual”. Haveria textos, claro e todos estavam já no “xerox”, mas em cada aula o professor iria despejar de 150 a 200 slides de sua monstruosa e belíssima coleção.

Lopez dissertava com uma verve e uma didáticas primorosas sobre História da Arte, contando detalhes estilísticos e partes da vida dos pintores e escultores. Enquanto a ideia de “arte” estava atrelada à ideia de “belo”, meus sentidos acharam as aulas maravilhosas. A arte grega e a romana me pareciam toscas, sem os conhecimentos sobre profundidade e o jogo de luz sombra. Chegava-se no trecento (primeira fase do Renascimento) e as pinturas tinham erros de proporção gravíssimos. Braços e pernas eram maiores que o corpo. Mas no quatrocento ficava tudo uma perfeição. O belo em condição primorosa. É Michelangelo ordenando que seu Moisés falasse. Era só o que faltava.

Briguilinas da manhã


Ministro da "Justiça" do Michê confirma mudanças na Polícia Federal e intenção de anular provas da JBS
Quanto isto a quadrilha de Curitiba não dá um pio e continua a perseguição a Lula com suas delações combinadas
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Santander e MBL censuram arte sobre a diversidade
Fascistas!
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Polícia Federal faz busca e apreensão nas casas de Joesley, Saud e Miller
Operação foi informada desde sexta-feira (09). Isso é busca e apreensão combinada
***

Santander quer dar calote de mais de quinhentos milhões

Como já foi dito: 
"O melhor negócio do mundo é um banco. E dando calote nos outros, melhor ainda" 

Do Brasil 247
Empresário pediu empréstimos para a construção do porto de Açu; banco espanhol no Brasil foi o fiador, mas não quis pagar Caixa Econômica Federal diante de inadimplência de Eike Batista; Santander obteve liminar, mas Caixa recorre para recebeu meio bilhão de reais
Em 2012, quando ainda desfrutava de prestígio no mercado, o empresário Eike Batista bateu às portas da Caixa Econômica Federal para obter um empréstimo para obras da construção do porto de Açu. Ele dava com garantia uma carta de fiança do banco Santander. A Caixa concedeu o empréstimo, mas quando Eike quebrou o Santander resolveu não honrar a fiança. A filial do banco espanhol no Brasil obteve uma liminar em que justifica o calote sobre a inadimplência de Eike por falta de cumprimento de obrigações da Caixa.
O banco estatal, é claro, discorda da interpretação dada na liminar e está recorrendo contra o calote sofrido do Santander. O total da conta espetada, segundo a Caixa, está em R$ 515 milhões. O caso deve ser julgado pelo Tribunal Regional Federal (TRF), em São Paulo, no mês de dezembro. Ao mesmo tempo acontecerá uma assembleia de credores da OGX.
O Santander tem até o dia 9 para se defender contra o pedido de liminar feito pela Caixa.


O episódio ilustra o modo confuso com que Eike administrava seus negócios. Ele apresentou a fiança do Santander para garantir um empréstimo ponte da Caixa, de R$ 400 milhões, para injetar nas obras do porto de Açu até a entrada de recursos advindos do FMM – Fundo da Marinha Mercante. Mas quando esse dinheiro foi liberado, no valor de R$ 627 milhões, Eike resolveu não quitar sua fatura com a Caixa. Ao acionar o Santander, a Caixa ouviu que também não haveria pagamento.
Nos termos de seu recurso ao TRF, a Caixa alega que o não recebimento do R$ 515 milhões, valor atualizado dos R$ 400 milhões efetivamente emprestados, poderá impactar os critérios de avaliação de risco estabelecidos pela instituição. Em razão dos critérios de governança de Basileia, o calote levaria a Caixa teria reduzida em R$ 4,6 bilhões sua própria capacidade de contrair empréstimos.
Em nota, o Santander registrou que "reafirma seu compromisso com a sociedade brasileira e acredita numa resposta positiva do Poder Judiciário ao seu pleito". A instituição acrescentou que segue com tratativas de resolver "amigavelmente" a diferença.

Psdb privatiza o lucro e socializa o prejuízo

A Sabesp distribuiu 3,5 bilhões de dividendos para seus acionistas.
Agora precisa de dinheiro para fazer o que não fez durante 20 anos de desgoverno tucano, recorre a bolsa federal da viúva.

A Cemig também administrada por outro bicudo também distribuiu mais de 3,3 bilhões para os acionistas.

Na hora que precisar - o que não demora nadica de nada - vai recorrer a quem?...

Ao Santander?
Ao Bradesco?
Ao Itaú?

Namnamnimnamnão, vai correr e miar para sugar nas tetas da mamãezinha federal.

Ser oposição no Brasil é uma beleza.

Posa de liberal mais vive às custas do Estado.

Corja!

Marina lança o PAJU

Avenida Paulista - Preocupada em melhorar o ambiente de negociatas no país, Marina Silva anunciou o PAJU - Programa de Aceleração dos Juros -.




"Quando apossada vou focar no amplo aceleramento do juros bancários. O nome do programático será: PAJU - Programa de Aceleração dos Juros -. Será o PAJU 45% Mais ou menos Praga, adiantou, enquanto obedecia mais uma ordem da Neca de Piribitiba

Em seguida, a candidata anunciou a criação de um novo banco.

"Meus filhos e minhas filhas, amigos e amigas Redáticas: num provável mandato, criaremos o Bafanabras. Um banco 100% mais independente que o nosso BC, que vai gerir todos os contratos e juros bancários, do Itaú, Bradesco e Cia. Para fiscalizar o aleijo, entregarei a presidência dessa anomalia ao mega especulador George Soros disse, arrumando o xale.

Um anteprojeto da REDE, considerado abestado pelo mercado, sugeriu que Marina deveria partir logo para o PAJU 100%.

"Os banqueiros, agiotas e rentistas brasileiros e estrangeiros precisam henriquecer ainda mais, é hora de ousar, basta de mixaria", alegou Roberto Setubal Tem, num aroubo.

"Até o salário mínimo deve pagar juro real maior do que agora", Carlos Trabuco - presidente do Bradesco -.

"A gente só negocia se o Santander conseguir ainda mais juros", arrematou Jezús Albaza - presidente do Santander Brasil.

Pressionada, Marina cedeu aos banqueiros, agiotas, rentistas e cia.

"Anuncio que entregaremos o pré-sal e a Petrobras as petroleiras estrangeiras. E que elas poderão aumentar os preços dos combustíveis o quanto que quiserem", disse, em nota.




É a crise

O Satannder - que enviou e-mail para clientes vips fazendo campanha contra a reeleição da presidente Dilma Roussef - cresce pelo terceiro semestre consecutivo e tem lucro líquido de 1,437 bilhão de real.

O Itaú - que também faz campanha contra a presidente (por baixo dos panos) e apóia, financia a oposição - teve lucro de apenas 4,9 bilhão de reais, um crescimento de 36,7.

É, motivos não falta para os banqueiros serem a favor da oposição. Quanto ainda mais Campos e Aécio prometeram a esses gatos, que quanto mais comem, mais miam? 



Parafraseando Millôr

Democracia é quando alguém critica o PT, autoritarismo é quando o PT critica alguém.
A frase acima tem tudo a ver com o texto abaixo, do jornalista (?) Recardo Simlat. 

Retratos do autoritarismo, por Ricardo Noblat

O que tem a ver o caso da analista do banco Santander demitida na semana passada por exercer direito o seu ofício, com o caso do correspondente do The New York Times ameaçado de expulsão do Brasil em maio de 2004?
Os dois aconteceram no começo e no que poderá ser o fim do período de 12 anos de governos do PT. Foram protagonizados por Lula. E são casos exemplares da prepotência dele e de sua turma.
De volta ao futuro... Na época, pensei: o cara pirou. Só pode ser. Ou está de porre. Compreensível que tenha se sentido ofendido pela reportagem do The New York Times sobre seu gosto por bebidas alcoólicas.
Mas daí a determinar a expulsão do país de Larry Rother, correspondente do jornal mais importante do mundo? Sinto muito, era um flagrante exagero. Uma escandalosa arbitrariedade.
Foi isso o que Lula ouviu dos poucos assessores com coragem para confrontá-lo.
Um deles, durante reunião no gabinete presidencial do terceiro andar do Palácio do Planalto, sacara de um exemplar da Constituição e apontara o artigo que garantia ao jornalista o direito de permanecer no Brasil.
Então Lula cometeu a frase que postei em meu blog às 15h16 do dia 12 de maio de 2004, poucas horas depois de ela ter sido pronunciada.
Ele disse: “Fod.... a Constituição”.
Foi mais ou menos isso que você leu. Um ministro que ouvira a frase reproduziu-a para um assessor. E o assessor, que trabalhara comigo durante vários anos, me telefonou contando.
Esperei durante o resto do dia o desmentido que não veio. Ainda espero. Prevaleceu a opinião sensata de Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça, que desaconselhou a expulsão por ilegal.
Impedido de consumar sua vontade, Lula tentou tirar proveito político do episódio se comportando como vítima. A presidência da República fora ultrajada por um irresponsável jornalista estrangeiro.
Mas, generoso e obediente à lei, o presidente desculpara o malfeitor depois que ele divulgou uma nota dizendo que não tivera a intenção de ofendê-lo. Quanto ao jornal... Recusou-se a desmentir o que publicara.
A coragem que sobrou à direção do jornal faltou à direção do Santander.
Em discurso para sindicalistas em São Paulo, Lula cobrou do banco a demissão imediata da analista, autora do boletim enviado para clientes de alta renda relacionando a queda de Dilma nas pesquisas de intenção de voto com a eventual melhoria do câmbio e valorização de ações de grandes companhias.
E a cabeça da analista foi oferecida de presente a Lula.
Um ato de subserviência. Que nem de longe parece ter envergonhado Emílio Botín, presidente mundial do Santander, amigo de Lula e admirador declarado de Dilma.
“O que aconteceu é proibido, pois não se pode fazer manifestações que interfiram na decisão de voto”, cobrou Rui Falcão, presidente do PT. Botín aquiesceu: “O boletim não representa a posição do banco”.
E se o boletim tivesse afirmado o contrário?
Se tivesse dito que a Bolsa de Valores subiria com o crescimento de Dilma nas pesquisas? Lula pediria a demissão do seu autor? Falcão recriminaria o banco por favorecer o voto em Dilma?
Lula e o PT aproveitaram a ocasião para fazer Dilma de coitadinha! De alvo preferencial dos poderosos. Perseguida como o fora durante a Copa do Mundo por uma elite preconceituosa que não respeita nem mesmo uma mulher. Imagine!
Esse tipo de jogada falsamente esperta e que aposta na ignorância coletiva, se repetirá à exaustão até que o país conheça em outubro seu futuro presidente.
Fiquem atentos para desmoralizá-la logo de saída.

Satander avançou o sinal

Estranho acontecimento
por Cláudio Lembo

Não é novidade para ninguém. O centro nevrálgico da política não se encontra nos partidos. Muito menos nos palácios governamentais. Sequer nos parlamentos.
 
Onde se apresenta o epicentro da política?
 
Claro, longe do cidadão comum. Do qualquer um. Fica, muitas vezes, distante dos estados nacionais. Lá, onde se encontram os bunkers do capital.
 
As decisões, que afetam grandes parcelas da população, são tomadas nos gabinetes fechados dos executivos financeiros e dos órgãos supranacionais da economia.
 
Nada vale a vontade política dos governos locais face às resoluções dos bancos centrais e das bolsas de valores dos grandes centros financeiros.
 
As decisões são tomadas em segredo. E, em segredo, impostas por toda a parte.
 
As agências internacionais de notícias, como boas porta-vozes, se incubem de difundir as diretrizes e as imposições do capital financeiro internacional.
 
Foi assim desde o surgimento do capitalismo industrial. Ampliou-se a prática com o capitalismo financeiro. Este não tem face nítida, mas domina todos os espaços das economias de cada país.
 
O cidadão – que pensa ter cidadania – não passa de um servidor dos grandes interesses. Toma atitudes. Vota. Imagina ser livre, mas está obedecendo aos ditames dos operadores financeiros.
 
Estes sempre se mantiveram em aparente silêncio. Abstém-se de falar em público. Não possuem opinião a respeito de nada. Apenas pensam nos lucros de suas operações.
 
Esta é uma realidade presente por toda a parte e não ausente em um país dependente, como o Brasil. Jamais na nossa longa História política recolheu-se uma opinião nítida de um banqueiro.
 
Quando no exercício da profissão, a regra é a preservação de seus interesses perante a opinião pública e os governantes. E a melhor maneira de preservar interesses é o silêncio aparente.
 
Causa surpresa, portanto, no início da atual campanha política o posicionamento de uma instituição financeira em assuntos eleitorais. É inusitado.
 
Muitas poderão ser as causas deste procedimento jamais visto. A origem da instituição? Não tem raízes nacionais. Talvez seus executivos estejam acostumados com outras realidades.
 
É, no entanto, impressionante o que aconteceu. Um banco querer influir na vontade do eleitorado. Quem lida com a moeda deve ser cuidadoso em suas assertivas.
 
Conhecem-se os poderosos lobbies que atuam, em cuidadoso silêncio, junto às autoridades financeiras e o Congresso Nacional. Faz parte do processo decisório democrático.
 
Mas, instituição financeira – ou qualquer outro agente econômico – imiscuir-se explicitamente em político é novidade sem qualquer traço no passado.
 
Certamente, os executivos superiores da instituição – que falou fora de hora – deverão em breve estar no Brasil e, aqui, pedirão audiência às autoridades do Executivo.
 
Serão recebidos e proferirão as mais elevadas loas.
 
Assim, a nave vai. Como mostrou Federico Fellini.

Comentário do blogueiro:
Novidade será se a presidente Dilma Roussef não conceder audiência a essa corja! 
Torço para que ela faça isso.

Terrorismo eleitoral: Os agiotas dão a corda, o pig dá o nó e o povo entra com o pescoço

O Santander e a lobotomia de uma Nação, por Saul Leblon

O banco Santander, informa a 'Folha', anexou aos extratos enviados a sua clientela de elite, o segmento 'Select', uma avaliação de natureza político eleitoral.
 
Caso Dilma se consolide na dianteira das intenções de voto, adverte o maior banco estrangeiro em operação no país, ações devem cair, os juros vão subir , o chão se esfarelar...
 
Em linguagem cifrada, ‘não deixe que isso aconteça: vote Aécio’.
 
Transformar extratos bancários em palanque da guerra das expectativas deve ser inclusive ilegal. O Ministério Público Eleitoral poderá dizê-lo.
 
O descabido, porém, não constitui anomalia no cenário brasileiro.
 
Os bancos são os grandes provedores de conteúdo da rede ’Brasil aos cacos’.
 
Eles dão a corda, o jornalismo econômico dá o nó, o país entra com o pescoço.
 
Gente treinada e bem remunerada, quadros de elite --não raro egressos do Banco Central no governo do PSDB, encontram-se disponíveis para somar forças com o bravo jornalismo de economia na missão de esgoelar o Brasil.
 
Um bunker tucano, como o Itaú, hoje uma espécie de Banco Central paralelo, figura como um dos grandes provedores de conteúdo do noticiário econômico.
 
O recado é sempre o mesmo: não há futuro para o Brasil se a urna sancionar um segundo ciclo do ‘intervencionismo’.
 
Quando as estatísticas teimam –como agora que a inflação desaba, o apagão se esvai, os juros futuros recuam e o pleno emprego resiste— recorre-se ao talento do jornalismo adversativo.
 
O varejo, por exemplo, quando cai é uma ‘tendência preocupante’; se sobe, ‘recuperou, mas é pontual’ .
 
Resultado bom ‘surpreende o mercado’. O inverso ‘veio em linha com as expectativas de deterioração do quadro econômico’.
 
É infernal.
 
A experiência brasileira sugere que não há ingrediente mais precioso na luta pelo desenvolvimento do que abrir espaço ao discernimento crítico da sociedade contra o monólogo da desinformação.
 
Sem isso, prevalecem interesses que se beneficiam do incentivo à amnésia histórica.
 
Um exemplo?
 
A origem da tão propalada crise de confiança atribuída ao ‘intervencionismo estatal’.
 
Aqui e em todo o planeta sua principal fonte, na verdade, foi a intermitente eclosão de colapsos financeiros, a partir dos anos 70, quando a mobilidade dos capitais ficou livre do controle estatal que a banca ainda acha excessivo no Brasil.
 
Uma a uma, foram desativadas as comportas erguidas a partir de 1929 para disciplinar a natureza intrinsecamente autofágica e desestabilizadora do capitalismo financeiro.
 
Bill Clinton, em 1999, consumou o arrombamento iniciado por Tatcher e Reagan nos anos 80.
 
Ao revogar a lei Glass Steagall, o democrata eliminou a distinção entre bancos comerciais e de investimento --estes últimos só podiam arriscar com capital próprio lastreado em reservas.
 
Isso acabou.
 
Rompida a barreira, as águas se misturaram –e o risco se diluiu.
 
O dinheiro fácil, barato, mas de curto prazo, jorrou no vertedouro da especulação engordando-a , ao mesmo tempo em que encurtava seus ciclos.
 
Como num cassino, o fastígio das primeiras rodadas parecia eterno.
 
Dessa crença brotaram os créditos ‘ninja’, concedidos a tomadores sem renda, sem emprego e sem garantias.
 
O chute no escuro empurrou todos os jogadores ao buraco negro das subprimes, em 2008.
 
O Santander foi, na Espanha, um dos titãs da ciranda que legou ao país o maior encalhe de imóveis do mundo e um desemprego só inferior ao grego.
 
Em 2011, atolado em hipotecas micadas, jogou a toalha: anunciou uma moratória de três anos sobre o principal, em troca de receber pelo menos o juro dos mutuários espanhóis empobrecidos.
 
Em 2012, quando a corda apertava seu pescoço na Europa, o presidente do banco, Emilio Botín, aterrissou no Brasil.
 
Disse que o país era a sua ‘maior prioridade no mundo’: daqui saíam 30% do lucro global do grupo.
 
Em setembro de 2013, estava de volta.
 
Depois de reunir-se com a Presidenta Dilma Rousseff, anunciou: ‘Queremos participar ativamente do milionário Plano de Aceleração do Crescimento e financiar uns US$ 10 bilhões em projetos de infraestrutura . O Brasil tem se consolidado como uma grande potencia
regional e global, com instituições sólidas e um sistema financeiro muito consolidado’ (EL País; 13/09/2013).
 
Dez meses depois resolveu lançar extratos bancários consorciados a panfletos eleitorais contra o ‘risco Dilma’.
 
A  memória curta do Santander em relação ao país está em linha com a memória curta da mídia conservadora em relação à origem ‘da crise de confiança’ cujo fato gerador não apenas persiste , como ensaia um novo pico explosivo.
 
Fatos.
 
Dos mais de US$ 25 trilhões despejados no sistema financeiro dos EUA desde 2009, para mitigar o caixa rentista, apenas 1% ou 2%, no máximo, chegaram aos lares assalariados, na forma de crédito e financiamento.
 
O que avulta, ao contrário, é uma explosão irracional dos preços da papelaria financeira sem lastro na riqueza real --a mesma doença pré-2008:
 
Na zona do euro, onde o Santander é a maior instituição bancária, a desproporção entre a valorização dos ativos (títulos, ações etc) e a curva do emprego e do consumo, replica a dança na boca do vulcão.
 
Estima-se que nos EUA grandes corporações tenham uns US$ 7 trilhões queimando em caixa. Liquidez ociosa à procura de fatias da riqueza real para uma transfusão de lastro.
 
Com a economia internacional flertando com a estagnação há seis anos, novas bolhas especulativas engordam no caldeirão.
 
A Facebook, por exemplo, acaba de pagar US$ 19 bilhões (8% de seu próprio valor) por uma startup, a WhatsApp.
 
Para que o negócio justifique o preço terá que duplicar sua base de usuários para 1 bilhão.
 
Com o dinheiro barato irrigado pelo Fed, grandes corporações norte-americanas tomam recursos a juro negativo para recomprar as próprias ações.
 
O artifício permite bombar balanços sem incrementar a produção.
 
Estima-se que mais de US$ 750 bilhões de dólares foram utilizados nessas operações em 2013.
 
Outra evidência da fuga para frente do capital fictício é a súbita procura por bônus de economias reconhecidamente cambaleantes.
 
Casos da Grécia, Espanha e Portugal, por exemplo.
 
Os lanterninhas do euro lançaram emissões no mercado financeiro este ano e conseguiram captar bilhões a juros baixíssimos.
 
Rincões cada vez mais improváveis faíscam aos olhos da sofreguidão especulativa.
 
A última ‘descoberta’, a África, vê pousar fundos primos dos abutres que acossam a Argentina. Tão aventureiros quanto, compram emissões de Estados acuados por guerras e conflitos étnicos.
 
A ideia é receber pelo menos uma parte da remuneração indexada a juros cinco a seis vezes acima do custo de captação nos EUA; depois cair fora.
 
É nesse ambiente camarada que o Santander resolveu reforçar a lobotomia em curso no imaginário brasileiro.
 
Fomentar a crise de confiança é a pedra basilar de um mutirão eleitoral para escancarar as comportas que permitam ao capital ocioso avançar por aqui, como se o país fosse um banco de sangue complacente à transfusão requerida pela especulação global.
 
Estamos falando de um alvo de cobiça com população equivalente a dos EUA nos anos 70. E uma renda pouco superior a 1/3 daquela dos norte-americanos nos anos 30.
 
Com uma distinção não negligenciável: a distribuição no caso brasileiro é melhor que a dos EUA então, atropelado por uma taxa de desemprego que chegou a 27% em 1937.
 
O Brasil vive perto do pleno emprego; tem população predominante em idade produtiva; um potencial de demanda ainda não atendida e recursos estratégicos abundantes, a exemplo do pré-sal.
 
Nada sugere que estamos diante dos ingredientes de um fracasso, como aquele vaticinado dia e noite pela rede ‘Brasil aos cacos’.
 
A curetagem conservadora, porém, pode anular a alma de uma nação -- se conseguir convencê-la a rastejar por debaixo de suas possibilidades históricas.

Banco Santander

Vou fechar todas minhas contas no Santander. 
Não Tenho nenhuma. 
Mas, vou encerrar essa também!
@FernandoCesar77
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