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Liberal é assim

O Goldman Sachs, um dos maiores banco dos Estados Unidos, informou nesta terça-feira o seu primeiro prejuízo trimestral desde quando lançou ações em Bolsa de Valores, em 1999. 

Afetada pela crise dos créditos "subprime", a instituição financeira reportou prejuízo líquido de US$ 2,12 bilhões no quarto trimestre do exercício fiscal de 2008.

Quer dizer, durante quase dez anos eles abocanharam os lucros.

A primeira vez que tiveram um prejuízo, correram para o colinho do Estado.

Liberal é isso.

Corja!!!

Lula deveria dedicar resultado de pesquisa ao Ali

A pesquisa divulgada ontem pela CNI, de autoria do Ibope, diz que 73% dos brasileiros consideram o governo Lula ótimo ou bom e 20% regular. E a aprovação pessoal do presidente está em 84%. Dois recordes.

Não vou entrar na análise dos resultados. Cada um tem lá sua própria interpretação. Acredito que, como eu, todos os leitores deste site têm um, dois, dez, cem ou mil críticas a fazer ao governo federal. Eu, por exemplo, acabo de sair de uma reserva indígena de Mato Grosso do Sul na qual os indígenas vivem em completo abandono. Deu pena de vê-los miseráveis, mendigando cestas básicas. Mas é inegável que o governo Lula se empenhou em aprovar a demarcação da TI Raposa/Serra do Sol em Roraima e que o resultado do julgamento no STF representará um grande avanço para os direitos indígenas no Brasil. Ou seja, nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

Como ouvi Mino Carta dizer há algumas semanas, tudo o que o governo Lula fez nos últimos anos, em termos de investimentos sociais, são migalhas que cairam da mesa da elite brasileira. E, ainda assim, a mídia representante desta elite moveu uma campanha aberta contra o governo Lula, através da formulação de "crises", "caos" e "apagões" desde ao menos 2004. Do "caos aéreo" à "epidemia de febre amarela" só aconteceram crises federais no Brasil. Não houve uma só crise tucana, especialmente em São Paulo. Em São Paulo os problemas são sempre isolados. Crises? Só federais. Não haveria um apagão elétrico no Brasil antes do final de 2008? Não foi essa a previsão que ouvimos no início do ano?

Outro dia eu ouvia na rádio CBN a reprodução do trecho de um discurso do presidente da República em que Lula falava uma de suas. Em seguida a rádio reproduziu um trecho de discurso do folclórico Odorico Paraguassu, o personagem da novela "Bem Amado". Fiquei pensando: e se o presidente fosse FHC? E se fosse o José Serra? Ah, nesse caso os "analistas" e "comentaristas" seriam escalados para tecer loas à sabedoria presidencial.

É nessa linha de humor que o presidente da República deveria dedicar o resultado das pesquisas mais recentes ao "estrategista" da Globo, Ali Kamel, o aprendiz de feiticeiro que assumiu a tarefa de articular o discurso de desgaste do governo através dos telejornais e programas da emissora.

Essa eu testemunhei de perto. Perguntem ao Marco Aurélio, ex-editor de Economia do Jornal Nacional, que recebeu a orientação para tirar o pé da cobertura de assuntos econômicos que pudessem beneficiar o governo em 2006, quando a economia estava bombando. Perguntem aos repórteres e editores -- alguns dos quais continuam na emissora -- que foram pedir ao editor regional de São Paulo uma cobertura equilibrada de escândalos petistas e tucanos. Perguntem ao repórter global -- me reservo o direito de resguardar o nome -- que procurou um ministro do governo Lula para denunciar as manobras de Kamel em 2006.

As digitais de Kamel estão por toda parte. É dele a escalação da tropa de choque encarregada da guerra diária para desgastar o governo, que milita da rádio CBN ao jornal "O Globo" à TV Globo. São os profetas do apocalipse na saúde, na energia, na economia. Pelas previsões catastróficas que fizeram ao longo dos últimos anos o Brasil já deveria ter afundado. Não, não estou exagerando. Basta você tentar responder a essa pergunta: quantas crises "tucanas" existem no mundo dessa gente? Quantos casos de corrupção "tucana"? Quantas reportagens sobre o "caos" envolvendo qualquer setor do governo de São Paulo?

Risível é o resultado da ação da tropa de choque kameliana: popularidade do Lula em 84%. É ainda mais cômico ver que tanto a Folha quanto o Estadão foram pescar no resultado da pesquisa aquilo que se enquadra na proposta de fim de mundo que eles se encarregaram de alardear nas últimas semanas: a preocupação das pessoas com a inflação e o desemprego.

Luiz Carlos Azenha


2008: o ano que todos ganhamos

Olho na folhinha e me dou conta de que faltam só 15 dias para acabar o ano. Antes que todo mundo comece a fazer seus balanços e retrospectivas, já antecipo aqui meu inventário de 2008, mesmo sabendo que posso quebrar a cara, claro, com alguma desgraça inesperada surgindo nestas duas semanas que faltam para o ano novo.

2008 foi o ano em que todos ganhamos _ dos grandes empresários aos pequenos beneficiários do Bolsa Família, passando pelas classes médias e por este repórter que vos escreve.

Não me lembro de outro ano tão bom para mim e a grande maioria do povo brasileiro, que teve mais mais empregos e maior renda, comprou mais comida, roupa, perfume, casas, carros e livros, viajou e se divertiu mais (mesmo os que não torcem para o São Paulo…).

Eu sei que alguns leitores vão dizer que é fácil falar estas coisas porque faço o que gosto, ganho pra isso, tenho plano de saúde, uma bela família e muitos amigos, e eles têm um primo desempregado, o trem chegou atrasado e o médico do posto de saúde não apareceu.

Fácil, para mim, não foi. Nunca tinha trabalhado tanto como este ano em que cheguei aos 60. Tive que cumprir vários compromissos ao mesmo tempo para dar conta das encomendas, além de abastecer este Balaio: as reportagens para a revista Brasileiros, que se consolidou no mercado e chegou ao número 17 (já nas bancas e aqui no iG) , mais frilas em geral e palestras, que me levaram aos quatro cantos do país.

O fato é que a vida melhorou. Tirando alguns líderes da oposição ( me vem à lembrança a imagem patética de Álvaro Dias, o senador tucano do Paraná, dando plantão toda noite nos telejornais, com aquela fala empolada de locutor de serviço de som no interior), que passaram o ano farejando novos escândalos, em parceria com seus pit-bulls da imprensa, meia dúzia de blogueiros histéricos, que agora ameaçam rasgar as pregas, e alguns colunistas cansados, os brasileiros terminam o ano mais felizes, como mostram todas as pesquisas.

Mais de 20 milhões de brasileiros ascenderam à classe média, que pela primeira vez é maioria na população brasileira. Os índices de popularidade do governo e do presidente Lula batem sucessivos recordes. Semana passada, foi o Datafolha; hoje, outros dois institutos confirmam o crescimento da aprovação a Lula ao completar seu sexto ano de governo.

No CNI/Ibope, o governo alcançou 73% de ótimo/bom, a avaliação pessoal de Lula bateu nos 84% e, agora, só 6% continuam achando tudo ruim e péssimo. No CNT/Sensus, a aprovação do governo Lula ultrapassou os 80% e chegou a 80,3%.

Mas, a minoria, que é cada vez mais minoria, com seus 6% de descontentes, ainda faz bastante barulho na mídia, dando a impressão de que nada funciona, nada presta, está tudo errado, o Brasil caminha para o abismo e a vida não vale a pena.

Basta pegar todos os índices econômicos e sociais do Brasil quando começou o primeiro governo de Lula, em 2003, e compará-los com os de hoje, para entender este estado de espírito dos brasileiros, que mantêm o otimismo, mesmo em meio à maior crise econômica que o mundo viveu no pós-guerra.

A grande crise anunciada aqui pelos profetas do apocalipse desde a primeira eleição de Lula, em 2002, finalmente chegou, mas foi nos Estados Unidos, e de lá exportada para o resto do mundo, como sabemos.

Por isso, tudo o que eu queria para 2009 era não sentir saudades de 2008, mas eu sei que vai ser difícil. A economia mundial está hoje de tal forma globalizada e embricada que nenhum país ficara a salvo desta crise, por mais sólidos que sejam os fundamentos da economia brasileira.

Uns vão perder mais, outros menos, mas dificilmente voltaremos a ter tão cedo um ano como este que está terminando. Vai depender de como cada um de nós reagir à crise: entregando-se ao noticiário catastrófico, que antecipa e amplifica problemas, ou indo à luta, buscando formas de superá-la ou ao menos minimizá-la, como tem feito o governo brasileiro. 

Vida que segue.