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Lula - Energia Nuclear


“Vou perguntar ao presidente Obama qual o significado do recente acordo que assinou com Medvedev sobre a desativação de ogivas nucleares. Desativação de quê? Porque se estamos falando do que já tinha caducado não tem sentido. Eu tenho em minha casa uma caixa com medicamentos e vou jogando fora os que perdem a validade. Ou falamos seriamente em desarmamento ou não podemos admitir que haja um grupo de países armados até os dentes e outros desarmados”.
“O Paquistão tem a bomba atômica, Israel também. É compreensível que quem se sente pressionado pense em construir a sua”.
Sobre o programa nuclear iraniano, Lula afirmou:
“Eu expliquei a Obama, a Sarkozy e a Merkel que temos que conversar com o Irã. É um grande país, com uma cultura própria, que criou uma civilização. É preciso assegurar aos iranianos o direito de enriquecer urânio para fins pacíficos e que os demais países tenham a tranquilidade de que é apenas para fins pacíficos”.

Todos querem ser Lula

O ano de 2009 marcou o protagonismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não só no Brasil, mas também no exterior. Aqui, dados recentes da pesquisa Ibope revelam que o presidente é aprovado por 83% da população brasileira, um dos maiores patamares já alcançados desde o início do Governo. No cenário internacional não foi diferente. A presença de Lula foi marcante em importantes eventos e alvo de reverência entre os grandes líderes mundiais.

O exemplo de Lula fez com que ele se tornasse o líder latino-americano mais bem avaliado no continente. A pesquisa da organização chilena Latinobarómetro revela que, na América Latina, a popularidade do brasileiro só perde para a do presidente norte-americano, Barack Obama. A imagem do Brasil potência, que conseguiu atravessar bem a crise financeira internacional, e o posicionamento de Lula como guia do continente fizeram com que ele se tornasse espelho para vários políticos.

São frequentes as declarações positivas de presidentes de países ricos e pobres acerca da política econômica, dos programas sociais e do carisma do presidente do Brasil. Além de ganhar a simpatia dos colegas, Cristina Kirchner, da Argentina, Evo Morales, da Bolívia, e Hugo Chávez, da Venezuela, por meio da assinatura de vários acordos de cooperação, Lula é exemplo para candidatos recém eleitos e presidenciáveis.

Eleito em junho, o presidente de El Salvador, Mauricio Funes, disse que, durante a campanha, buscou "os exemplos vigorosos" de Lula como prova de que "um líder renovador, em vez de ser uma ameaça, significa um caminho novo e seguro para seu povo". Segundo Funes, as políticas adotadas no Brasil por Lula representam modelos e experiências diferentes de gestão e oferecem ideias para o seu mandato.

Já o candidato da direita chilena, Sebastian Piñera, disse querer para seu país um modelo de governo mais próximo do aplicado no Brasil. De acordo com o chileno, ele tem muita coisa em comum com o presidente Lula e se eleito, quer ampliar a colaboração econômica com o Brasil na economia e em outras frentes. Piñera declarou-se, ainda, a favor do pleito brasileiro de obter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Para o professor de Direito Internacional e coordenador do Núcleo de Estudos Internacionais da Universidade de Fortaleza (Unifor), Walber Muniz, Lula e a política externa brasileira são exemplos para os países da América Latina. "Nosso presidente lidera o país economicamente mais influente do continente. Ele demonstra robusto interesse na integração brasileira com os demais países via Mercosul e Unasul,visando aproximar,cada vez mais, os países latino-americanos", avaliou.

Na atualidade, nenhum tema importante pode ser debatido sem a participação de Lula. A posição do Brasil em discussões sobre as mudanças climáticas, como ocorreu em Copenhague; o programa nuclear do Irã e a intervenção na crise de Honduras foram algumas questões que ganharam destaque no mundo e firmaram a imagem de Lula como um dos principais líderes emergentes.

"O Brasil tem se prontificado a mudar a si mesmo. Estamos nos livrando do complexo de colônia e construindo nossa própria história", avaliou Muniz.

PERSONAGEM HISTÓRICO
A construção de um mito

Após sete anos de mandato, Luiz Inácio Lula da Silva se tornou unanimidade na alta cúpula do poder mundial e garantiu, no País, um prestígio sem precedentes na história recente dos inquilinos do Planalto. De acordo com os historiadores, a origem de Lula, nascido no Nordeste brasileiro e com raízes na esquerda sindicalista, foi papel fundamental para construir o mito de um presidente que venceu as barreiras sociais e conquistou espaço no disputado território da geopolítica mundial.

Pesquisadores dizem que a popularidade de Lula só se compara, na História do Brasil, a de Getúlio Vargas e Juscelino Kubistchek. Os dois estadistas desempenharam papel importante na defesa da classe trabalhadora e projetaram o País internacionalmente.

Parte desse sucesso está ligado à informalidade do presidente brasileiro e à maneira como ele dialoga com a população mais carente. "A admiração manifestada a Lula deve-se, além de sua coragem, a sua autenticidade e capacidade de articulação, somando-se à sensibilidade do presidente quanto à percepção de oportunidades", avaliou o coordenador do NEI, Walber Muniz.

De acordo com o professor, o lado mítico do presidente brasileiro está no fato de ele inspirar esperança e conseguir trazer para o tabuleiro político parcelas do eleitorado que não tinham voz no País.

O mérito de Lula é tanto que, em meio a sérios problemas de desigualdade e corrupção ainda não resolvidos no Brasil, o presidente conseguiu atravessar investigações e críticas da mídia com sua imagem incólume.

A boa fase do presidente é aproveitada para preparar sua sucessora na presidência da República. Mesmo acusado de propaganda eleitoral antecipada, Lula deixa claro sua intenção de ter a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como candidata ao Planalto em 2010.

Se o presidente estiver em alta até as eleições, Dilma será fortemente favorecida com a transferência de votos. Segundo dados do Ibope, quase 20% dos eleitores votam no candidato do presidente, independentemente de quem seja.

A s bandeiras de Dilma deverão seguir os mesmos programas sociais e a política externa, prometendo um avanço no Brasil nos próximos cinco anos.

"Só o tempo poderá nos deixar claro onde poderemos chegar. O crescimento do Brasil superará o dos países ricos, que terão fortes dificuldades para se recompor da recente crise", disse Muniz.

O mais popular

"Ele é o cara. É o político mais popular do mundo"

BARACK OBAMA
Presidente dos Estados Unidos

"O Brasil já não é o que era, uma espécie de subimpério, até que o companheiro Lula chegou"

HUGO CHÁVEZ
Presidente da Venezuela

"Homem íntegro, uma referência para a esquerda do continente sul-americano"

José Luiz Zapatero
Presidente da Espanha

"O companheiro Lula é o melhor presidente da América Latina no momento"

EVO MORALES
Presidente da Bolívia

"Eu sou sincero quando digo que precisamos de Lula no Conselho de Segurança"

NICOLAS SARKOZY
Presidente da França

"O presidente Lula demonstrou que é possível fazer um governo popular"

Maurício Funes
Presidente de El Salvador

OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Ao presidente Lula o que é de Lula

A atuação do presidente Lula no cenário internacional tem sido motivo de surpresa e satisfação dos seus muitos admiradores. Tal fato está relacionado à sua contribuição à mudança da imagem do Brasil no exterior, e tem como pedra angular a recuperação e consolidação da economia do País e o desempenho desta diante dos grandes desafios porque passou e passa a economia. Neste mesmo sentido, os programas sociais desenvolvidos durante o seu governo têm chamado a atenção do mundo diante de um quadro de desigualdades extremas. Um segundo aspecto a ser ressaltado está no papel que Lula exerce na América Latina. Mesmo com todas as adversidades externas e as incompreensões internas ele soube superar e firmar sua liderança, suplantando, em parte, a desconfiança dos nossos hermanos e ultrapassando os desafios colocados pelos diferentes interesses em jogo.

Francisco Moreira
Professor de Direito da Unifor
JULIANNA SAMPAIO

França, Nudez pode. Burca não pode!!!


O Parlamento francês criou uma comissão para analisar se proibirá o uso de burcas e niqabs - tradicionais trajes islâmicos - no país. O grupo foi formado um dia após o presidente Nicolas Sarkozy ter afirmado que as vestimentas eram "humilhantes" e transformavam as mulheres em prisioneiras. Formada por 32 deputados de diferentes partidos, a comissão estudará por seis meses o possível banimento da burca e do niqab em locais públicos. Ambos cobrem todo o corpo da mulher - com a diferença de que o niqab deixa os olhos de fora e na burca, eles são cobertos por uma tela. Críticos alertaram para o fato de que a discussão pode estigmatizar os muçulmanos que vivem na França. "Banir a burca não dará liberdade às mulheres", disse Jean-Marie Fardeau, diretor da Human Rights Watch em Paris. "A medida vai apenas marginalizá-las." Em um discurso na segunda-feira, Sarkozy disse que as burcas não eram bem-vindas no território francês: "Não podemos aceitar que mulheres sejam aprisionadas atrás de uma tela, privadas de vida social e qualquer tipo de identidade" Em 2004, o governo criou uma comissão semelhante à formada ontem, que baniu o uso de burcas em escolas públicas, assim como quipás, usado pelos judeus, e crucifixos grandes.