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Quadrilha de Curitiba (TRF-4) afasta juiz titular da Lava jato

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) atendeu a uma representação do desembargador Marcelo Malucelli e afastou o juiz Eduardo Appio, novo juiz da Lava Jato, da 13ª Vara de Curitiba. A decisão determina “a devolução e acautelamento do desktop, notebook e celular funcionais utilizados pelo referido Juiz Federal”.

Malucelli é da 8ª Turma e, segundo Luis Nassif, do GGN, o desembargador é “pai de um sócio do escritório do ex-juiz Sérgio Moro”. Recentemente, Malucelli tentou impedir o depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran à 13ª Vara Federal e que tentou retomar a ordem de prisão contra o advogado, que acusa Moro e Dallagnol de integrarem um esquema de extorsão de investigados da Lava Jato.

“Depois de reveladas as ligações familiares, ele se afastou das decisões envolvendo a Lava Jato. Mas continuou atuando em defesa da operação”, disse Nassif. “A alegação é bisonha. O motivo alegado é que Appio teria ligado para o filho de Malucelli, fora do horário de expediente — meio-dia — para saber se era mesmo filho do desembargador”.

Nas redes sociais, o ex-procurador da Lava Jato e deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos) comemorou a decisão. “URGENTE: TRF4 acaba de afastar o juiz militante “LUL22” da Lava Jato. O Tribunal descobriu que a ligação com ameaças feita ao filho do desembargador Marcelo Malucelli foi feita por Appio – conduta absolutamente inacreditável por parte de um juiz federal, capaz de gerar demissão”, publicou. 

Pitaco do Briguilino: vergonhoso o judiciário brasileiro ainda permitir que uma quadrilha instalada num Estado do país (PR) continue impedindo ser investigada. Por isso que digo e não canso de repetir: O judiciário é o mais corrupto dos poderes!

DCM - Diário do Centro do Mundo -

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Farsa jato faz buscas nas casas de André Esteves e Graça Foster

Bolsonaro faz de Sérgio Moro gato-e-cachorro. Que faz o bandido e ex-togado? Apela para quadrilha de Curitiba para mudar o foco do noticiário. Simples assim. Corja!
Jornal GGN O ex-presidente do BTG Pactual, André Esteves, e a ex-presidente da Petrobras, Graça Foster, sofreram mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (23). A força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, diz se basear em informações da delação de Antônio Palocci.
A ação faz parte da 64ª fase da operação Lava Jato, envolvendo investigações sobre supostas propinas pagas pela empreiteira Odebrecht. Segundo informações da Folha de S.Paulo, as buscas estão relacionadas a diferentes inquéritos policiais.
Além das residências de Foster e Esteves, a PF cumpre outros 10 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. O Ministério Público Federal e PF querem identificar outros possíveis beneficiários do dinheiro de uma planilha da Odebrecht chamada de “Programa Especial Italiano”. “Italiano”, é como Palocci foi apelidado pela empreiteira.
Na quarta-feira (21), o cunhado de Marcelo Odebrecht e ex-diretor jurídico da empreiteira, Mauricio Ferro, foi preso. A PF diz ter encontrado na casa dele quatro chaves de criptografia que podem levar ao acesso de novas informações ligadas ao pagamento de propinas da empresa.

[O GGN prepara uma série no YouTube que vai mostrar a interferência dos EUA na Lava Jato. Quer apoiar o projeto pelo interesse público? Clique aqui]

Em nota, o MPF diz que as buscas “objetivam obter evidências sobre possíveis ilícitos na venda de repasses de propinas em espécie” e explica que uma das linhas investigativas diz respeito a possíveis ilícitos envolvendo a venda pela Petrobras ao BTG de ativos na África.
“A partir de análise de documentos apreendidos em fase anterior da Operação Lava Jato, identificaram-se indícios de que os ativos foram comercializados em valor substancialmente inferior àquele que havia sido avaliado por instituições financeiras de renome no início do processo de venda”, diz o MPF.
Segundo os procuradores, os ativos eram avaliados entre 5,6 e 8,4 bilhões de dólares. Mas, ao final do processo de venda para o BTG, o preço pago por 50% dos ativos foi 1,5 bilhão em 2013, “valor esse em flagrante desproporção com aquele inicialmente avaliado”, acusam.
O MPF alega ainda como indícios de irregularidades no processo “a possível restrição de concorrência”, em favor do BTG, e o acesso do banco ligado à Andre Esteves a informações sigilosas. A força-tarefa também afirma que a venda dos ativos da Petrobras na África foi aprovado pela “Diretoria Executiva em um dia e do Conselho de Administração no dia seguinte, sem que tenha havido tempo suficiente para discussão ampla de operação de valor tão elevado”.
A outra frente da fase deflagrada nesta sexta-feira (23) está ligada ao relato feito pelo ex-ministro Antonio Palocci de que Esteves teria acertado com Guido Mantega o repasse de R$ 15 milhões no final da campanha de 2010, para garantir privilégios ao banco no projeto das sondas do pré-sal da Petrobras.
“Segundo informado por Antonio Palocci, parte desse valor teria sido entregue em espécie a Branislav Kontic na sede do Banco”.
Por fim, a Lava Jato diz que as buscas e apreensões de hoje tem como objetivo apurar informações encontradas em e-mails de Marcelo Odebrecht e prestadas por Antonio Palocci de que a ex-presidente da Petrobras, Graças Foster, “teria conhecimento do esquema de corrupção existente à época na estatal”, mas acabou não adotando medidas contra o suposto esquema.

Curitiba não aceitou delação de Palocci

Nesta quinta-feira, novas revelações do Intercept em parceria com o El País mostraram que, em 2016, a força-tarefa da Lava Jato rejeitou o pedido de acordo e delação de Palocci porque trazia informações sobre grandes bancos e o grupo liderado pelo procurador Deltan Dallagnol não queria correr o risco de “quebrar o sistema financeiro”.
O ex-ministro procurou então a Polícia Federal que aceitou fechar o acordo de delação premiada, homologada pelo Supremo Tribunal Federal. No despacho dos 23 depoimentos feitos por Palocci, entretanto, não há citação de grandes banqueiros.
Já nos chats do Telegram entre a força-tarefa, os procuradores contam que o ex-ministro apresentou uma “narrativa complexa sobre sua relação com poderosos, como Joseph Safra (Banco Safra), Pedro Moreira Salles (na época, do Unibanco), Lázaro Brandão e Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), dentre outros.”

#Vazajato: Moro sabe o que fez. E sabe que vamos contar



Em entrevista ao El País, na edição de hoje, Gleen Greenwald assume, de novo, a postura desafiadora que mostrou, ontem, em sua entrevista ao The Washington Post, quando disse que tudo o que tinha seria publicado, ainda que fosse preso por isto.

Diz que há desespero em Sérgio Moro e que sua única saída tem sido a tentativa de desqualificar o jornalismo feito peloThe Intercept.

“Moro sabe que eu sei tudo o que ele disse e fez. E que vamos contar tudo”.

De fato, nem mesmo os mais empedernidos direitistas acreditam na fantasia de que as mensagens foram “inventadas”. O próprio El País, que recebeu parte dos arquivos, confirmou sua veracidade ao cotejá-los com outro participante dos grupos e com as mensagens de seus próprios repórteres a Deltan Dallagnol.

É, ao que parece, a adoção pelo jornalista de uma linha de proteção agora que se aproximam as mais graves e diretas revelações da “Vaza Jato”.

Penso que é uma atitude que vem da fraca reação da imprensa brasileira contra a notícia de que Moro teria mandado a Polícia Federal e o Coaf investigarem a vida pessoal do jornalista.

A frase de Greenwald deixa poucas dúvidas de a que ponte ele imagina que o ex-juiz, agora ministro, possa chegar:

Acredito que este Governo é repressor e autoritário, e acredito que Moro demonstrou que está disposto a violar todas as leis. Mas o que os torna perigosos é que agora eles se sentem desesperados.

A demolição dos “heróis da Lava Jato” é lenta. Mas já se viu que não sobrará pedra sobre pedra.

Sobre a banalidade do mal, por Eduardo Ramos

Nassif, a expressão consagrada por Hannah Arendt, (“A banalidade do mal”) absolutamente apropriada em seu artigo, traz de modo subliminar um outro conceito, que Lula, de modo brilhante intuiu, no dia em que disse a Sérgio Moro:

“Doutor, o senhor tem que me condenar de qualquer jeito, o senhor não tem saída… Porque o senhor CRIOU UM ENREDO DO QUAL NÃO PODE FUGIR! O senhor começou contando uma mentira, que precisa sempre de mais mentiras para tornar coerente o seu script”…
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Mais ou menos essas foram as palavras de Lula ditas ao seu carrasco. Lula já sabia àquela altura, que não lidava com um juiz em seu estado normal, que as leis, a Constituição, as provas (ou sua ausência…) de nada valiam! Uma vez criado o enredo, totalmente endossado pela mídia, que outro final, de fato, Moro poderia dar à sua novela, mesmo que não fosse o ser psicótico que se revelou ao longo dos anos? Nem um outro fim seria aceito pela sociedade, causaria perplexidade e até revolta contra o ex-juiz, tornado herói JUSTAMENTE POR INFLIGIR AO “SATANÁS BRASILEIRO”, todo o massacre que, a essa altura, boa parte da sociedade (bestializada em último grau!) ansiava que acontecesse…
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A banalidade do mal (e confesso que não sei se Hannah Arendt estudou esse aspecto ou não…) traz em si essa NECESSIDADE de se JUSTIFICAR PELA “COERÊNCIA”, ou seja, pela repetição das maldades, pelos “elos da novela criada” pelos agentes inventores e causadores daquele processo social pervertido, transmutado em “coisa boa” para ser aceito e digerido pela sociedade manipulada.
NÃO SE INVENTA UMA LAVA JATO, para absolver Lula, “o chefe da quadrilha”, ao final.
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De que vale esse exemplo para o caso INACREDITÁVEL do reitor Cancellier e agora, o seu filho, do mesmo modo canalha, covarde, acusado sem provas…? A mesma necessidade perversa da tal “coerência do mal” – não basta ter se tornado BANAL, odioso, farsesco: há de se criar outras pantomimas, visando especificamente, “dar uma aura de justiça” à toda a selvageria e barbárie cometidas contra o reitor. Que o filho pague pela ousadia do pai em confrontar com seu suicídio, a “pureza de intenções” do procurador André Bertuol, da delegada Érika Marena, enfim, de todos esses “homens e mulheres de bem” que, afinal, “combatem o flagelo da corrupção”…
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A Lava Jato apenas começou a ser desmantelada, desnudada, envergonhada em todas as suas obscenidades imundas. Ainda é forte o suficiente para PRECISAR dessa coerência sórdida que o mal tornado banal necessita como ÁLIBI MORAL.
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Como os nazistas, depois de matarem as primeiras centenas de judeus, se interrompessem ali o processo (o mal…) teriam que se olhar no espelho e enxergarem ali os assassinos que eram.
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O mal jamais buscará o espelho da verdade. A ele interessa a banalidade, esse “tornar-se normal, natural…”.
Daí a sua necessidade de se retroalimentar continuamente.
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Lula intuiu todas essas coisas, por isso se sabia de antemão, condenado.
É exatamente o que acontece agora, com o Mikhail Cancellier. Ele é o álibi da vez, dos néo-nazistas da Lava Jato.

Quem perde com a anulação das condenações criminosas de Sérgio Moro?

O ex-juiz (?) Sérgio Moro usa a Operação Lava Jato para se defender pelos crimes cometidos sob o manto da toga, mas de fato quem se beneficia e quem será prejudicado com a anulação da Operação?

Beneficiados: todos os réus que estão presos. Com a anulação eles serão libertados e todo o processo será reiniciado.

Prejudicados: todos os réus confesso que receberam benefícios de redução da pena e porcentagem do que roubou - que foram milhões -. Anulada a Operação eles devolvem o dinheiro e também vão ter o processo reiniciado. Poderão novamente fazer delação premiada, mas com certeza o MPF e o Juiz do caso exigirão provas - o que muitos não fizeram -.

Resumo: hoje apoiar a Lava Jato é apoiar os ladrões assumidos. Simples assim.

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Judiciário é o mais corrupto dos poderes. Corrompe a ideia, o ideal de Justiça

Luis Nassif: xadrez da grande armação da delação da OAS


- Apagão jornalístico do período, impediu a Folha de São Paulo  e The Intercept Brasil de contextualizar os diálogos capturados sobre a delação do premiado Léo Pinheiro - 
A Folha colocou repórteres experientes para se juntar à jovem equipe do The Intercept na cobertura do dossiê sobre a Lava Jato. A dificuldade que enfrentam é a ausência de acompanhamento anterior sobre tema, tanto por parte da Folha como do The Intercept, o que impede de contextualizar devidamente os diálogos (aqui).
Essa é uma das grandes dificuldades do dossiê. Cada capítulo expõe, ainda que de forma indireta, o grande apagão da mídia no período.
Tome-se o episódio de hoje, publicado pela Folha, sobre a delação de Léo Pinheiro, da OAS (aqui) As implicações são bem maiores do que foi sugerido pela reportagem. Foi a primeira evidência efetiva de que o Procurador Geral da República Rodrigo Janot havia entrado de cabeça nas armações da Lava Jato.
Expliquei o jogo no artigo “Xadrez de Toffoli e o fruto da árvore envenenada” (aqui), de 22 de agosto de 2016, em plena efervescência do episódio.  
  1. Havia evidências de que Léo Pinheiro, presidente da OAS, entregaria tucanos, especificamente o governador José Serra, em sua delação.
  2. De repente, há o vazamento de um falso escândalo para a revista Veja.
  3. Com base nesse factoide, o Procurador Geral da República Rodrigo Janot ordena a interrupção das negociações com Pinheiro.
Vamos entender esse jogo em detalhes.

Peça 1 – Leo Pinheiro e o buraco do Metrô

Antes da delação de Leo Pinheiro, circularam informações, entre advogados de São Paulo, que ele seria decisivo nas denúncias contra políticos do PSDB, especialmente José Serra.
Em duas operações que, de alguma forma, envolviam Serra, a Justiça acatou a tese do “fruto da árvore envenenado” para anular o inquérito. Foi assim na Satiagraha e na Castelo de Areia – na qual há acusações graves contra o Ministro do Superior Tribunal de Justiça que anulou o inquérito. Ou seja, pegava-se qualquer irregularidade (no caso da Castelo de Areia não havia) e se recorria ao conceito do fruto envenenado para anular toda a operação.
A Castelo de Areia, por sua vez, permitiria comprovar uma das grandes suspeitas de crime do então governador José Serra, no episódio do buraco do Metrô, que deixou 7 mortos.
O trabalho era executado por um consórcio formado pela Norberto Odebrecht, CBPO, Construtora Camargo Correia, OAS Construção, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão.
Quando houve o acidente, as empreiteiras foram colocadas no corner por duas ações simultâneas. A primeira, as declarações do Secretários dos Transportes José Luiz Portella, de que eles sabiam do problema (aqui), portanto, haveria dolo. E o Ministério Público Estadual pretendia indiciar os próprios presidentes das empreiteiras.
Houve uma dura negociação, com participação direta de Serra, ao cabo da qual o MPE teria concordado em indiciar engenheiros indicados pelas próprias empreiteiras. Na época, havia suspeita de pagamento de R$ 15 milhões. A Castelo de Areias identificou pagamentos de R$ 5 milhões, da parte da Camargo Correia, que poderiam estar ligados ao acerto. Mas o caso acabou anulado.
Aliás, uma das figuras-chave para a anulação da Castelo de Areias foi o intimorato Ministro Luis Roberto Barroso (aqui).
Tudo indicava que, sem ter como atender a Lava Jato, no caso do tríplex, Pinheiro ofereceria as provas contra o PSDB no episódio do Metrô.
Há uma conversa de Deltan Dallagnol comprovando essa suspeita.

Peça 2 – a jogada do falso vazamento

Aí veio a grande jogada, que consistiu em um vazamento de um episódio anódino para a Veja, envolvendo o Ministro Dias Tofolli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Era uma denúncia falsa, conforme descrevi na época:

Fato 1 – já era conhecido o impacto das delações de Léo Pinheiro sobre Serra e Aécio (http://migre.me/uJKsj). Tendo acesso à delação mais aguardada do momento, a revista abre mão de denúncias explosivas contra Serra e Aécio por uma anódina, contra Toffoli.
Fato 2 – a matéria de Veja se autodestrói em 30 segundos. Além de não revelar nenhum fato criminoso de Toffoli, a própria revista o absolve ao admitir que os fatos narrados nada significam. Na mesma edição há uma crítica inédita ao chanceler José Serra, pelo episódio da tentativa de compra do voto do Uruguai. É conhecida a aliança histórica de Veja com Serra. A reportagem em questão poderia ser um sinal de independência adquirida. Ou poderia ser despiste.
Era em tudo similar ao famoso grampo de Demóstenes Torres, que serviu para afastar o delegado Paulo Lacerda da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência). Era um grampo a favor, no qual o Ministro Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres trocavam elogios entre si. Havia em tudo o mesmo estilo, uma versão tupiniquim do mesmo padrão do incêndio do Reichstag, recurso utilizado desde tempo imemoriais.
No mesmo domingo, Janot acusa os advogados da OAS de terem vazado o episódio e ordena a anulação das negociações com ele. Não tinha pé nem cabeça. Como observei na ocasião
A alegação dos procuradores, de que o vazamento teria partido dos advogados de Léo Pinheiro, visando forçar a aceitação da delação não têm o menor sentido. Para a delação ser aceita, os advogados adotariam uma medida que, na prática, anula a delação? Contem outra.
Não havia nenhum indício de autoria do vazamento. Mais ainda: em nenhum momento a delação mencionava o episódio narrado por Veja, como se comprova, agora, nos próprios diálogos dos procuradores. Mas havia uma estratégia nítida por trás.
“Sem comprometer Toffoli, o vazamento estimula o sentimento de corpo do Supremo, pela injustiça cometida contra um dos seus. Ao mesmo tempo, infunde temor nos Ministros, já que qualquer um poderia ser alvo de baixaria similar”.
Era evidente a armação. Só não se conheciam os autores intelectuais.
De qualquer modo, trata-se de um ponto de não retorno, que ou consagra a PGR e o Ministério Público Federal, ou o desmoraliza definitivamente.
Afinal, quem toca a Lava Jato é uma força tarefa que, nas eleições presidenciais, fez campanha entusiasmada em favor do candidato Aécio Neves. Bastaria um delegado ligado a Serra e Aécio vazar uma informação anódina contra um Ministro do STF para anular uma delação decisiva. Desde que o PGR aceitasse o jogo, obviamente.
Era esse o contexto central, onde deveriam entrar os diálogos revelados pela Folha e pelo The Intercept.

Peça 3 – o fator Janot

Janot sempre foi uma figura menor no MPF, que se destacava apenas na política interna menor, tratando dos micro temas da corporação. Enquanto o PT era poder, aproximou-se de lideranças do partido, como José Genoíno, em um esquema bajulatório que incluía jantares em sua casa, regados a vinhos caros, nos quais atuava como cozinheiro e garçom. Seu principal padrinho para a PGR, e melhor amigo, procurador Eugênio Aragão, narrou em detalhes a atuação bajulatória de Janot, depois que ele mudou de lado.

No artigo em que analisamos o episódio, levantamos as suspeitas sobre a armação
Afinal, quem toca a Lava Jato é uma força tarefa que, nas eleições presidenciais, fez campanha entusiasmada em favor do candidato Aécio Neves. Bastaria um delegado ligado a Serra e Aécio vazar uma informação anódina contra um Ministro do STF para anular uma delação decisiva. Desde que o PGR aceitasse o jogo, obviamente.
Será curioso apreciar a pregação dos apóstolos das dez medidas, se se consumar a anulação da delação. E colocava foco em Janot:
A incógnita é o PGR Rodrigo Janot. Até agora fez vistas largas para todos os vazamentos da operação mais vazada da história. E agora?
Se ele insiste na anulação da delação, a Hipótese 1 é que está aliado a Gilmar na obstrução das investigações contra Aécio e Serra. A Hipótese 2 é que está intimidado, depois do tiro de festim no pedido das prisões de Renan, Sarney e Jucá. A Hipótese 3 é que estaria seguindo a lei. Mas esta hipótese é anulada pelo fato de até agora não ter sido tomada nenhuma providência contra o oceano de vazamentos da Lava Jato.
Os diálogos revelados pela Folha servem para comprovar que a armação, nesse caso, não partiu da força tarefa.
Peça 4 – o apagão do jornalismo
Na época, toda a imprensa se calou ante uma manobra escandalosa. Aliás, seria um bom tema para ser abordado no evento da ABRAJI (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). A própria Veja, que, agora, se esmera em retomar os caminhos do jornalismo, poderia esclarecer melhor o episódio.
A reportagem de hoje, na Folha, esclarece muito mais pelo que não revela.
  1. A Lava Jato estava empenhada, sim, em anular a delação de Pinheiro, por não trazer elementos que incriminassem Lula.
Isso já era nítido na época:
Na semana passada o procurador Carlos Fernando dos Santos lima já mostrava desconforto com a delação da OAS, ao afirmar que a Lava Jato só aceitaria uma delação a mais de empreiteiras. Não fazia sentido. A delação depende do conteúdo a ser oferecido. O próprio juiz Sérgio Moro ordenou a suspensão do processo, sabe-se lá por que. E nem havia ainda o álibi do vazamento irrelevante. 
  1. A Lava Jato sabia que a delação de Pinheiro incriminaria os tucanos, como revelou a fala de Dallagnol.
  2. Mesmo assim, foram apanhados de surpresa pelo vazamento, indicando que a estratégia partiu de Brasília, mas especificamente de Rodrigo Janot.
A extraordinária incompetência política do PT, e de Dilma Rousseff, orientada pelo arguto Ministro da Justiça José Eduardo Cardoso, levou à recondução de Janot ao cargo de PGR, preterindo Ella Wiecko. Seguramente ali selou o destino do seu governo. Janot foi elemento central para o impeachment.
Os episódios narrados ocorreram em pleno apagão jornalístico. E é essencial para desnudar de vez as armações e comprovar que não se limitavam aos provincianos de Curitiba, mas ao próprio centro de poder.
De qualquer modo, Folha e The Intercept poderão retomar o tema em futuras reportagens.
"As vezes caio, mas me levanto e sigo em frente, nunca desisto, porque a mão que me ampara não é a do cão, é a de Cristo" 
Vida que segue...

Frase da semana

"Não pode parecer prêmio pela condenação do Lula", afirmou o canalha Deltan Dallagnol, sobre a delação combinada e premiada feita com Léo Pinheiro (OAS) para incriminar Lula, sem apresentar uma única prova. 
Bandido!

"As vezes caio, mas me levanto e sigo em frente, nunca desisto, porque a mão que me ampara não é a do cão, é a de Cristo"
Vida que segue...

Twitter da manhã


O que vem hoje do The Intercept deve ser artilharia pesada, será que veremos Sérgio Moro e Dallagnol combinado o resultado do "jogo" ou também ouviremos eles tramando as trapaças desse jogo imoral e criminoso que a quadrilha de Curitiba fraudou? 

"As vezes caio, mas me levanto e sigo em frente, nunca desisto, porque a mão que me ampara não é a do cão, é a de Cristo"
Vida que segue...

Artigo do dia


Como um bandido mequetrefe Moro negou tudo no programa do Ratinho, por Armando Rodrigues Coelho Neto
Nos presídios do Brasil é muito comum que criminosos usem telefones baratos (de poucos ‘baites’), mudem de número ou de aparelho com frequência. As mulas flagradas com droga, no Aeroporto de Guarulhos/SP, costumam negar saber que estão traficando. É comum criminosos negarem seus crimes, mesmo diante de evidências. Aconteceu com os irmãos Cravinhos (caso Richthofen), com os Nardones e com Fernandinho Beira-Mar. Todos negaram seus crimes. É comum raposas negarem que comeram as galinhas, mesmo com a boca cheia de penas. Afinal, vale a máxima do Latim: “Nemo tenetur se detegere”(o direito de não produzir prova contra si mesmo).
O marreco de Maringá nunca me enganou. Realizou a prisão ilegal de quase 300 pessoas, vazou informações sigilosas para a imprensa, permitiu que audiência fosse transmitida por celular para blogueiro simpatizante, exerceu ato de ofício em férias. Mandou prender “suspeitos” dentro de hospital, condenou pessoas fora da lei e sem prova – não raro os contrários ao seu ideário político. Leia-se, desafetos políticos. Com sensacionalismo, aconteceu e brilhou encantando pessoas sob a bandeira de combate à corrupção. Na leva, até corruptos ficaram contra a corrupção (Aécio, Cunha, família Bozo).  Mas, com a farsa político-policialesca, acabou conseguindo selo de probidade, e ai de quem criticasse seus atos.
Desse modo, o marreco virou um “Grande Homem”, de quem se espera o óbvio: grandeza. Na década de 1990, na Suécia, a então vice-primeira ministra, Mona Sahlin, renunciou quando descobriram que ela comprou uma barra de chocolates Toblerone com cartão corporativo. Sem meandros ideológicos, grandes nomes quando flagrados até se matam – seja por vergonha, vaidade, como resposta a uma grande injustiça, medo da Justiça. Há quem queira preservar qualquer coisa num último gesto… Foi assim com Hitler (Alemanha), Getúlio Vargas (Brasil), Pierre Bérégovoy (França) e mais recentemente com Alan Garcia (Peru).
Que a Farsa Jato era farsa sempre se soube, e não é hora de inventariar as provas anteriores. Os holofotes da grande mídia projetavam na parede a figura de um pássaro gigante. Veio um certo Glenn, jogou a luz por cima e revelou o tamanho real do marreco. Eis que ele surge nanico e mentindo para o Brasil, dando nós em senadores mal preparados, que com discursos longos, confusos abrem espaço para evasivas do marreco. O ex-juiz prevaricou, sim, agiu por interesses pessoais/políticos, tramou contra a defesa e condenou sem provas o ex-presidente Lula.
Cadê os grandes homens da Farsa Jato? O que se esperaria? Ah, estão pondo em dúvida nosso trabalho? Aqui estão nossos celulares, nossas contas, nosso trabalho, investiguem e apontem onde erramos. Da associação de procuradores da República e da representação dos juízes se esperaria o óbvio: primeiro, apoio aos seus pares. Segundo, pedir que se investigue. Fizeram só a primeira parte, ignorando o conteúdo criminoso das revelações. Reafirmando em síntese a infâmia: é normal o conluio de acusadores com juízes.
Bom lembrar que a TV Globo não é exemplo de ética jornalística. Filmagens e gravações clandestinas, as edições criminosas contra o ex-presidente Lula falam por si. Mas, ao constatar falha na postura de um de seus repórteres, no Caso Neymar, o afastou e emitiu nota: “Há evidências de que as atitudes dele neste caso contrariaram a expectativa da empresa sobre a conduta de seus jornalistas”. Na Operação Satiagraha, a Globo teve atitude semelhante, dando sinais de querer preservar sua imagem, mesmo suja.
Toda podridão está lançada. Em novos áudios revelados, o marreco chama de tontos os tontos do MBL. Nega gravações, mas pede desculpas pelo que supostamente “não disse”. O afastamento de uma procuradora “fraquinha”, a proteção a FHC, o “In Fux we trust”, o controle de mídia são sinais inequívocos de ação manipulada. O que falta? Mais revelações?
Durante a audiência no Senado, o marreco revelou traços psicopatas que só a Psiquiatria Forense explica.
Enquanto isso, os oficiantes da Farsa Jato se encolhem e, com embustes, fabricam álibis e teorias conspiratórias. Um dos jornalistas mais premiados do mundo é preconceituosamente desqualificado, como se estando a serviço de uma ORCRIM.
A farsa processual está mais do que nunca revelada e só mesmo um STF conivente ou sob chantagem pode mantê-la. O Supremo pode e deve resgatar sua imagem. A confissão do marreco quanto aos seus próprios crimes não está nem nos autos nem nas gravações do Telegram, mas sim na defesa pública que ele faz das provas obtidas por meios ilegais. O marreco é réu confesso. Num “pronto falei”, é de se concluir que ele e demais envolvidos na fraude processual agem, não com grandeza, mas com a pequenez moral de muitos bandidos mequetrefes em programas sensacionalistas como Ratinho. Negam tudo.
Armando Rodrigues Coelho Neto – jornalista e advogado, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-integrante da Interpol em São Paulo.

"As vezes caio, mas me levanto e sigo em frente, nunca desisto, porque a mão que me ampara não é a do cão, é a de Cristo" 
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Ato falho


Ironizando as mais novas revelações dos crimes da quadrilha de Curitiba publicadas no jornal Folha de São Paulo, o quadrilheiro Sérgio Moro, twittou: "a montanha pariu um rato".
Faz sentido, o rato é ele.
E não é que está fugindo dos deputados federais? Anunciou que não irá a Câmara Federal esta semana. 
Rato é um bicho covarde, se esconde e foge ao menor sinal de perigo.

"As vezes caio, mas me levanto e sigo em frente, nunca desisto, porque a mão que me ampara não é a do cão, é a de Cristo" 
Vida que segue...

Prevalecerá o "com supremo com tudo" ou a democracia?

Enquanto o país aguardava mais um capítulo da série “The Intercept Brasil – As Mensagens Secretas da Lava Jato”, o Diário Oficial da União informou que o ex-juiz implicado nas denúncias estava indo para os Estados Unidos, como Ministro da Justiça e Segurança Pública, “fazer visitas técnicas a instituições”. E, claro, nós acreditamos no motivo. Parece muito lógico e inquestionável que viaje para fora do Brasil, diante da crise em que está envolvido, sobremaneira para os EUA, já que existem, desde sempre, acusações e suspeitas do comprometimento de autoridades americanas na Lava Jato, incluindo a NSA e a CIA, denunciadas por Edward Snowden de espionagem internacional, por meio do mesmo jornalista responsável pelo The Intercept, Glenn Greenwald. Sim, somos crédulos das “visitas técnicas a instituições”, assim como acreditamos na versão do “não lembro se disse, mas se disse não tem problema”.


Ironias à parte, a verdade é que, a considerar a repercussão fora do Brasil, se a Polícia Federal tentar bancar a tese de Sérgio Moro, seremos uma piada internacional.

Vejamos bem como é peculiar a narrativa desenvolvida.

A segurança de um aplicativo usado no mundo inteiro foi quebrada pela primeira vez na história. E um hackero fez para alterar conversas de um juiz com procuradores de uma operação de investigação no Brasil, e criar diálogos “que não tem nada de mais”. Para roubar descaradamente a metáfora do Gregório Duvivier, no seu programa “GregNews”, seria como um ladrão roubar seu cartão de crédito e adulterar sua senha, apenas para pagar suas contas. Parece piada? E é. Mas é sério.

Leia também:  O contraditório e a produção de acordos no processo penal, por Izabel Nuñez

A nova divulgação veio na manhã deste domingo (23/06), desta vez pelo Jornal Folha de S. Paulo, em parceria com o portal The Intercept Brasil. São muitas implicações, que vão desde a menção a barrar qualquer tentativa de abertura de investigação no Conselho Nacional de Justiça – CNJ, por intermédio da Associação Nacional de Procuradores da República – ANPR, com menção de futuro diálogo com o representante do MPF no CNJ, até o fato de que a PF efetivamente vazava informações para a imprensa.

Todo o conteúdo é muito grave. Porém, duas coisas, no meu entender, se apresentam mais impactantes. Em primeiro lugar a afirmação de que o parecer da PGR ao STF no caso da Reclamação sobre os grampos ilegais envolvendo a Presidenta da República seria enviado à Lava Jato, para “revisão”. Em segundo, a evidência que Moro e os coordenadores da força-tarefa jogavam com o STF, escondiam ou revelavam informações, de acordo com suas intenções

“Deltan (15:37:55) – Manifestação protocolada. Antes de protocolar, passou pelo ok da PGR.

Deltan (16:04:57) – Os autos da reclamação do grampo estão indo para a PGR. Falei com pessoas de lá para trazer a bola pro chão e pra razão. A decisão do Teori ontem foi absurda. Na parte em que ele fala de responsabilização, foi teratológica. Qq decisão judicial pode ser revista para o sentido oposto em recurso. Trata-se de questão de entendimento jurídico no caso concreto. Acho provável que eles coloquem algo nesse sentido no parecer, que passará pela nossa revisão.” (grifei)

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“Moro (13:06:32) – Coloquei sigilo 4 no processo, embora já tenha sido publicizado. Tremenda bola nas costas da PF. Não vejo alternativa senão remeter o processo do Santana ao STF”.

Parece tranquilo supor que um parecer da PGR ao STF possa ser submetido aos membros da força-tarefa da Lava Jato para “revisão”, haja vista serem todos membros do Ministério Público? Não, não é! É uma ilegalidade! É preciso entender que o Ministério Público Federal representado pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba é PARTE no processo, enquanto a PGR, quando oferece parecer ao STF em qualquer ação, atua como “custos legis” (fiscal da lei), não podendo, por isso, ter qualquer interferência das partes envolvidas.

De outro lado, a revelação de que Moro escondia informações do STF é dramática. Ele afirma que só enviou alguns processos ao STF quando – por uma “bola nas costas da PF” – vieram a público.

O que nos dizem as duas instituições – STF e PGR – a respeito? Permanecerão “aguardando averiguações”? Que, a propósito, seriam quais, já que nenhuma teve a iniciativa de ambos os órgãos? As que Moro pediu para a PF abrir para investigar “ataque hacker”?

A Procuradoria-Geral da República recebeu, desde o primeiro momento das divulgações, representações solicitando a investigação sobre o conteúdo dos diálogos. Até o momento a única manifestação da Procuradora-Geral Raquel Dodge, no entanto, ocorreu nos autos do HC apresentado pela defesa do ex-presidente Lula no STF, afirmando que “não é possível atestar a veracidade de conversas que teriam sido realizadas entre Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol”. O que, a propósito, foi muito estranho, já que o HC foi ajuizado em dezembro de 2018, não tendo, portanto, como objeto as revelações do The Intercept Brasil. Nenhuma resposta ou posição sobre as representações.

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O STF não pode se calar diante da obviedade, corroborada com os fatos que se sucedem aos diálogos, de que Sérgio Moro ocultava criminosamente informações ao relator naquela Corte, ministro Teori Zavascki.

Não se pode descuidar de que as violações cometidas redundaram na prisão de pessoas. A liberdade é um bem maior que qualquer outro levado em consideração para relativizar os conteúdos que ora vêm a público. É preciso que se esclareça se as leis do nosso país ainda governam os homens ou há, de fato, homens do Estado acima das leis, que as manipulam e as governam. Nesse ponto, o silêncio dos dois órgãos pode ser ensurdecedor.

Tânia Maria de Oliveira – da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia

Lava Jato: As voltas que o mundo dá


Hoje, depois das revelações feitas pelo Intercept Brasil não anular a Operação Lava Jato [Farsa Jato] é confirmar que o crime compensa, explico:

A operação sendo anulada nenhum acusado deixará de prestar contas ao poder judiciário. As condenações serão anuladas e as delações premiadas também, o que significa isso na prática? Significa que os prêmios que os delatores [ladrões assumidos] receberam por delatar voltará para o Tesouro ou uma Conta Judicial. Dessa forma Yousseff, Barusco, Cerveró, Sérgio Machado, Antonio Palocci etecetera perderão os milhões que Moro e Dallagnol deram a eles. Entenderam ou preciso desenhar?

"As vezes caio, mas me levanto e sigo em frente, nunca desisto, porque a mão que me ampara não é a do cão, é a de Cristo"
Vida que segue...

Kennedy Alencar: Brasil precisa optar entre ser democracia plena ou república de bananas


STF - Supremo Tribunal Federal - deveria anular sentença de Sérgio Moro contra Lula

Brasília - O Brasil está numa encruzilhada. Pode seguir o caminho de uma democracia plena ou a trilha de uma república de bananas. As conversas reveladas pelo “Intercept Brasil” não podem ser ignoradas, sob pena de o país tomar o segundo rumo.
A exposição de conversas dos principais atores da Lava Jato tem interesse público. O “Intercept Brasil” está fazendo jornalismo ao expor o modus operandi de Sergio Moro, Deltan Dallagnol e cia.
Se a lei vale mesmo para todos, o STF (Supremo Tribunal Federal) deve anular a condenação de Lula decidida por Moro no caso do apartamento no Guarujá.
Foi errada a forma como o hoje ministro da Justiça conduziu o processo do petista. O então juiz agiu de modo parcial. Moro não poderia ter atuado assim em relação a nenhum réu.
Após audiência para ouvir Lula, o então juiz pediu nota pública ao Ministério Público Federal para rebater o que chamou de “showzinho da defesa”, segundo reportagem do “Intercept Brasil”. De acordo com revelação do site, Moro já havia orientado a acusação a buscar uma testemunha. Diante do fracasso, aceitou que fosse formalizada uma denúncia anônima. Esse atitude contraria a lei brasileira. Não pode no direito processual penal.
Não dá para fechar os olhos diante da gravidade dos fatos. Se o país fizer isso, seguirá o caminho da república de bananas. Se não fechar, optará por ser uma democracia plena. Criminosos não precisam seguir a lei. Mas um juiz, um procurador e um jornalista devem obedecê-la.
Não se quebra a lei em nome do combate à corrupção. Isso enfraquece a Lava Jato, que não está em xeque. A operação descobriu um escândalo gigantesco. Não se deve jogar o bebê fora junto com a água do banho. Confundir condutas individuais com o saldo da operação de combate à corrupção atrapalha a Lava Jato.
Lula sofreu um processo sem juiz. É óbvio que o Supremo tem de anular a condenação no caso do apartamento. Moro teve atitudes que um juiz não pode ter. Tampouco um procurador da República, porque o Ministério Público é fiscal da lei.
Dallagnol também está errado nos episódios até agora revelados pelo “Intercept Brasil”. Integrantes da Lava Jato não podem estar acima da lei, a não ser que o Brasil seja mesmo uma república de bananas.

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Luis Nassif: a Operação PF-Intercept e cenas do puteiro Brasil


No auge do clima de terror implantado pela República de Curitiba, em conluio com a mídia, bastava uma crítica contra a operação para, no dia seguinte, algum jornalista-policial publicar nota zangada por policial-jornalista informando sobre supostas futuras denúncias contra o recalcitrante.
Desde 1964, não se viu jornalismo tão infame, tão covarde, ajudando a espalhar o medo, o terror. Bastava uma nota plantada, para intimidar qualquer crítico. Principalmente porque o Supremo Tribunal Federal havia liberado tudo, permitindo criminalizar qualquer conduta, ainda que sem nenhum respaldo nas leis e nos códigos.
Era o próprio Robespierre encarnado na figura de provincianos, sem nenhum brilho, nenhum compromisso, mas autorizados a matar com as armas emprestadas pela mídia.
No puteiro Brasil, celebrou-se a grande festa pagã, entre parças jornalistas, donos de puteiro, saudando puteiros mais elevados, todos enrolados na mesma bandeira, celebrando a selvageria, a vingança, a destruição dos direitos e das leis.
A tentativa de Sérgio Moro, através da previsível IstoÉ, de espalhar o terror sobre o The Intercept apenas consolida a suspeita que se formou, quando fez questão de tratar o dossiê como crime continuado. As sementes das ameaças atuais foram plantadas pouco tempo atrás, pela mesma parceria com a mídia.
Provavelmente, desta vez não terá sucesso. A grande noite do terror começa a ficar para trás. Os tíbios permanecerão mudos e quedos, as Carmens Lucias, Barrosos, Fux e Fachins continuarão seu jogo cúmplice.
Mas a opinião pública já os enxerga sem o manto diáfano da fantasia jurídica.
***
Comparar o Brazil da quadrilha de Curitiba, "com supremo com tudo" é um insulto com o mais fuleiro dos puteiros do país. Profissionais do sexo não merecem serem comparados a Moro, Dallagnol, Fux e cia...

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Artigo do dia


Moro, o anti-herói sem caráter, por *AFD
Macunaíma está a reclamar largamente o seu epíteto. Não sem razão.
Temos assistido a formação de heróis em nosso cotidiano. E não vemos nenhum problema na construção mitológica de heróis. Mas a sua constituição heroica se vê impedida quando a caracterização daquele que pudesse atuar em seu lugar, na aventura que é a vida, seja a antítese de sua atuação heroica. Neste sentido, um herói que se constrói contra a virtude, contra os valores que se quer afirmar, só pode ser dito o anti-herói.

Quem atua como juiz e pretende atualizar o arquétipo do juízo imparcial,  não se vale de notas à imprensa, não vive a falar fora dos autos, não combina estratégias com o órgão de acusação, não faz juízo negativo da defesa pretendendo desqualificar o seu trabalho frente à opinião pública. Não há como dizer que a atuação contrária a tudo aquilo que se espera de um juízo imparcial possa ser tomada como modelo e enaltecida  como heroica. Ao contrário, uma atuação pautada pelo excesso de exposição, por pronunciamentos fora dos autos, por solicitação de que a acusação se pronuncie  na imprensa contra o discurso da defesa e explore as suas supostas contradições, somente  pode chamar-se de anti-heroica.
E quando um tal anti-herói vem a público negar tudo aquilo que fez e dizer que houve o máximo respeito ao devido processo legal e a lídima aplicação imparcial da lei, só nos resta dizer que a ausência de caráter marca a presença do anti-herói. Aquele que procura naturalizar o malfeito não tem o menor apreço à Justiça.
Sua fala soa como uma sentença : somos todos parciais  e, portanto, a parcialidade, a inequidistância do juízo em relação às partes, a realização de juízos políticos são práticas corriqueiras em nossa tradição jurídica. É como afirmar que a proibição de que se faça uso de procedimentos judiciais para atingir inimigos políticos não existe em nosso sistema. O que o anti-herói diz é que o judiciário brasileiro é inexistente enquanto poder que procura realizar o valor Justiça. Que o Judiciário brasileiro é, tradicionalmente, bandido como ele é.
Ao defender o anti-herói que atribui as suas faltas ao suposto costume do judiciário faltoso, o que fazem os “cidadãos de bem” é dizer que todos os atores judiciais são inimigos do justo.  Que não há dores na consciência de quem erra na prática judicial, pois a naturalização do erro torna desnecessário o seu reconhecimento e, portanto, impede a sua correção. O Poder Judiciário, para o anti-herói, é a canalha.
É por isso que, hoje,  Macunaíma reclama largamente o seu epíteto, pois, tal e qual um dia sumiu a Muiraquitã, agora roubaram o que o qualifica, o que o faz ser “o herói sem nenhum caráter”. Ao menos já não se pode dizer que seja “o” herói sem nenhum caráter. Um forte concorrente roubou-lhe a caracterização. A sua definição, antes  contida no original, abriu-se indefinidamente pela inovadora intervenção de um anti-herói a serviço da desmoralização da justiça.
Vimos a deambular sob os holofotes televisivos, em uma das mais importantes Comissões do Senado da República, a presença da mais colossal ausência de caráter.  Vai ver que também foi o hacker que, criminosamente, invadindo a alma do anti-herói, retirou-lhe todo o caráter.
É uma infelicidade que o nosso Batman seja  uma invenção Tabajara. O Batman dos quadrinhos atuava a noite, no escuro, para que o Comissário Gordon e o Promotor Dent pudessem, sob a luz do Sol, fazer com que as pessoas permanecessem acreditando na Justiça.
O nosso Batman, o concorrente macunaímico, a presença da ausência de caráter em toda a sua plenitude, obnubila as consciências (e até mesmo a sua própria, há muito deixada para trás) e quer brilhar… E quer ver atingidas as visões, quer todos comprando ouro de tolo, pois vende como justiça a injustiça formal e substancial.
Resta-nos rezar aos deuses para que, antes de desacreditarmos em qualquer possibilidade de que se faça o justo, Macunaíma encontre o anti-herói, primeiro tome aquilo que é seu e de que sempre fez bom uso, e depois o transforme em um bicho preguiça de pedra exemplar…
*Celso José Ferreira de Oliveira /*Wilson Luiz Müller 
*Auditores Fiscais pela Democracia
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