Jeferson não quis seguir carreira com Aécio
por Rodrigo Vianna
No mesmo dia, duas revelações: a campanha do PSDB assediou dois comunicadores, tentando atraí-los para a candidatura de Aécio Neves.
Jeferson Monteiro, responsável pelo perfil @dilmabr (o famoso “Dilma bolada”), disse não aos tucanos. Ofereceram dinheiro para que ele se bandeasse pro outro lado. É o que diz o Jeferson (leia abaixo a carta boladíssima, em que ele esculhamba a campanha do PSDB).
Aécio e Veja: aliança agora explícita
Otavio Cabral, jornalista da revista “Veja” disse “sim” aos tucanos. Cabral é o mesmo que escreveu uma biografia de péssima qualidade sobre o ex-ministro José Dirceu. Mario Sergio Conti (que de petista não tem nada, mas mantem o hábito de escrever em português intelígível, e de desprezar jornalistas que pisoteiam a verdade factual) esculhambou o Cabral. Disse que a biografia é “invencionice delirante”.
Aécio não se importou com isso. O sujeito é ruim de apuração, escreve mal? Não tem problema nenhum. Importante para o PSDB é consolidar as alianças formais com a mídia velhaca. Assim como tenta fechar com o Meirelles do PSD para vice, Aécio propõe aliança formal com a Abril. São partidos políticos: Abril, PSDB, Folha, Globo, DEM. E jogam juntos. Os cabrais fazem o serviço sujo enquanto os patrões se acertam pelo alto.
Jeferson não foi para a campanha de Aécio, ok. Mas Cabral, a rigor, também não “foi”. Ele sempre esteve nela. Jamais deixou de estar. Agora formalizou tudo. Outro fato: Cabral é casado com a editora da coluna ”Painel” da “Folha” – dedicada a temas da Política. A tal editora (Vera Magalhães) vai-se declarar impedida para publicar qualquer nota sobre a eleição presidencial? Bobagem. A mulher de Ali Kamel (Patricia Kogut) assina a coluna de TV de “O Globo”. E não há qualquer impedimento. Tudo se resolve em casa. Mirem-se no exemplo daquelas mulheres…
A mídia velhaca brasileira é um grande acerto familiar. A Revolução de 30 não chegou à imprensa – que vive como se ainda estivéssemos na República Velha.
Jeferson é o ponto fora da curva nessa história de acertos familiares. Não é à toa que os cabrais, mervais, kamels e koguts sejam filhos da … (ops, calma) velha imprensa. Enquanto os jefersons, cloacas e outros detestados pelos kamels e mervais são resultado da revolução digital.
O Aécio está errado? Não. Claro que não. Ele se cerca de gente da mais absoluta confiança. Já o PT faz o que? Contrata para SECOM, para campanha e tudo mais, jornalistas ligados ao tucanato.
Cabral segue firme, construindo uma gloriosa biografia no jornalismo familiar, cujo subproduto é o tucanato.
Jeferson fez uma opção diferente. O que posso dizer é que, ao recusar o convite do PSDB, o criador de “Dilma bolada” perdeu a chance de construir – ao lado de Aécio – uma longa e brilhante carreira.
A Carta de Jeferson no Facebok