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Para fechar o ano com Chave de Ouro

A mais bela e singela poesia de 2015

O meu abraço de Ano Novo aos que me dão o melhor: a sua atenção

obrigado
Aprendi a frase e o sentimento com Leonel Brizola, um homem a quem injustamente atribuem parcas emoções e minúscula gratidão. Mas concedo, sim, que é pouco crível que dúzias de vezes ele tenha repetido nas conversas privadas:
“Declaração de amor, Brito, nunca é demais”,
Sim, é sempre menor que o amor, mas é necessária. E é ato de humildade ainda mais necessário porque ser amado é mais fácil que amar.
Porque ser amado é fácil e vão, mas amar exige esforço, trabalho, cuidado, renúncia. Exige sair de sua autoconcedida grandeza e ser pequeno ao ponto de saber que toda ela é nada sem quem te oferece o tempo e os ouvidos ao que você diz e sente, o ombro às suas lutas, a tolerância com seus erros e asneiras, porque erros cometemos e  porque asneiras volta e meia dizemos, ainda mais quando falamos e escrevemos muito.
Não é o acerto permanente que une as pessoas, nem as palavras bem escolhidas,  nem a sabedoria luzidia, nem a proa erguida dos pretensiosos. O que une as pessoas é a confiança e a sensação de que desejamos o mesmo, que sentimos o mesmo – cada um na forma que isso toma em si – e a liberdade com que se dá nosso convívio.