- Ciclicamente, ora Dilma, ora Lula, são os alvos da imprensa familiar, porta-voz da direita brasileira, representada pelo PSDB. Disse o ex-presidente no último encontro do PT, quinta-feira (29), que o PT é atacado 24 horas por dia no que chamou de maior bombardeio da história do país. A semana que se encerra foi dedicada à desconstrução do ex-presidente, conforme as capas de duas revistas semanais, por duas razões; a primeira, o arrefecimento do impeachment; a segunda (e mais importante), a pesquisa Ibope de 26 de outubro que coloca o petista máximo, hoje, mesmo com toda a desconstrução, como o nome que tem o voto mais fiel entre aqueles que se colocam para a corrida eleitoral para 2018.
O Ibope mostra sim um alto desgaste daquele que já foi o líder mais popular da história brasileira. Mas não só dele, e sim de toda a classe política e da própria política. É preciso considerar que o PSDB acaba por praticar um haraquiri ao insuflar a mídia na pauta única da corrupção e com isso, depenar muitos tucanos e inúmeros líderes de vários partidos, não apenas do PT.
A rejeição de Lula cresceu bastante, é fato. E compreensível, já que além da pancadaria habitual, ele colhe reflexos da crise econômica. O percentual dos que dizem que não votariam de jeito nenhum no petista saltou de 33% em maio de 2014 para 55% agora. De Aécio subiu de 42% para 47% em um ano; a de Marina, de 31% para 50%; de Serra, de 47% para 54% em dois anos. Não há comparativo, mas a rejeição a Alckmin e a Ciro Gomes é igualmente alta: 52% para ambos.
Ou seja, ninguém está imune.
Sobressalta, então, um dado alarmante para a direita, razão para a intensificação dos ataques a Lula: a taxa de eleitores que dizem que votariam com certeza em Lula é maior do que a de todos os seus rivais: 23%