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Mensagem para vida inteira

O mestre colocou, em cima da mesa, um vaso de vidro. Em seguida, retirou de um saco uma dezena de pedras do tamanho de uma laranja, e começou a enfiá-las, uma a uma dentro do jarro. Quando o jarro já estava com pedras até a borda, perguntou aos seus alunos:
- Está cheio?
Todos disseram que sim. O mestre, porém, retirou de outro saco um cascalho, e sacudindo as pedras grandes dentro do jarro, conseguiu colocar bastante cascalho ali dentro.
- Está cheio? – perguntou de novo.
Os alunos disseram que, desta vez, estava cheio. Foi quando o mestre abriu um terceiro saco, cheio de areia fina, e começou a derramá-la no jarro.
A areia foi preenchendo o espaço vazio entre as pedras e o cascalho, até que chegou ao topo.
- Muito bem – disse o mestre – agora o jarro está cheio. Qual o ensinamento que eu quis demonstrar?
- Que, não importa o quanto você esteja ocupado, sempre há espaço para fazer alguma coisa a mais – disse um aluno.
- Nada disso.  Na verdade, esta pequena demonstração nos faz ver o seguinte: se não colocamos as pedras grandes antes, não poderemos colocá-las depois.

"Então, quais são as coisas importantes na nossa vida?
Quais os projetos que adiamos, as aventuras que não vivemos, os amores pelo qual não lutamos? Perguntem quais são pedras grandes, sólidas, que mantém acesa em vocês a chama de Deus. E coloquem rápido no vaso de suas decisões, ou em pouco tempo já não encontrarão lugar para elas."

Grafite protesto

CartaCapital faz aniversário depois de duas décadas a nadar contra a corrente diante de caluniadores dados à concorrência desleal

por Mino Carta

Esta é a edição do 20º aniversário de CartaCapital. A ocasião oferece óbvios motivos de satisfação a quem a publica e aos seus leitores. Mas a fatalidade interfere com indiferença feroz na vida do País e lança uma sombra de profunda tristeza sobre nossa celebração.

Estamos envolvidos no pesar da nação, golpeada pelo desaparecimento de Eduardo Campos, o jovem líder pernambucano herdeiro de notáveis tradições, candidato à Presidência da República nas próximas eleições, já intérprete de um papel importante e certamente destinado a um futuro decisivo na política brasileira.

Tratava-se de um amigo verdadeiro de CartaCapital, de cujos debates capitais participou mais de uma vez, a última em março passado, ao lado de Paul Krugman e Delfim Netto, entre outros. Saiu-se com brilho. Falava com fluência e clareza, tinha ideias e ideais. Almoçamos lado a lado no intervalo do evento, como se dera, anos atrás, no Recife, no encantador Leite no centro da cidade. Grande e forte, cavalheiro cortês, os olhos o traíam, de certa forma, mostravam energia irresistível, impulso avassalador. Assim dele me lembrarei.

Entristeceu-me, no começo oficial da campanha eleitoral, quando CartaCapital definiu seu apoio à reeleição de Dilma Rousseff, o dissabor que Eduardo fez chegar aos meus ouvidos, na crença de ter sido apontado como candidato da direita. Entendera mal. Entre os motivos de nossa escolha estava a percepção de que ele, a despeito de suas crenças sinceras, acabaria tragado pela virulenta campanha anti-Dilma, anti-Lula, anti-PT, desfechada desde sempre pela mídia nativa, de sorte a trazer para o lado da reação quem se opusesse aos alvos do seu ódio. Não tive a oportunidade, infelizmente, de explicar as nossas razões.

A vida, bem sabemos, é um átimo imensurável, a não ser, talvez, pelos pés alados de Hermes. Sobra a memória, caminhada para trás nem sempre feliz. Mesmo as boas lembranças carregam a saudade de nós mesmos. E então me vem à mente uma reunião de junho de 1994 na sala de estar da minha casa. Lá estavam Nelson Letaif, George Duque Estrada, Bob Fernandes, Wagner Carelli. Falava-se do projeto de uma revista ainda sem nome. Tomávamos vinho branco.

Vínhamos de experiências comuns em épocas diversas, sedimentadas por Bob, Nelson e Wagner na redação de IstoÉ, da qual havíamos saído em turvas circunstânciais. Outra figura da turma, a minha fiel secretária Mara Lúcia da Silva, para quem telefonei no dia seguinte. "Mantenha-se de prontidão – avisei –, a revista vai sair." Telefonei também para os eternos amigos fraternos, Luiz Gonzaga Bel­luzzo e Raymundo Faoro para comunicar o que me parecia ser boa-nova. Por mais de duas décadas, contávamos com eles como conselheiros e colaboradores.

Mensal, a publicação, que os recursos não permitiam voos mais amplos. Nascia de uma ideia inicial de Andrea Carta, meu sobrinho, então diretor da Carta Editorial, fundada por meu irmão em agosto de 1976. Andrea imaginava uma revista de Economia e Negócios, disse a ele que esta eu não saberia fazer. Propus uma publicação para fiscalizar o poder onde quer que se manifestasse, na política, na economia e na cultura. Concordou. Muitas mudanças se deram ao longo do caminho, porque a revista ganhou corpo e fôlego. O que nunca mudou foi a linha editorial.

Mensal, de meados de agosto de 1994 a março de 1996. Quinzenal até agosto de 2001. Enfim semanal de uma nova editora batizada Confiança, ousada aventura, estranhamente confiante, conduzida por dois cidadãos desprovidos de qualquer vocação empresarial. Felizmente, contamos com a competência comercial e administrativa da equipe comandada por Manuela Carta e, anos depois, também por Luís Moraes. E, enfim, com a entrada em cena de um novo sócio sabedor das coisas, Eduardo da Rocha Azevedo.

Nem todos os fundadores estão aqui hoje. Outros jornalistas vieram, afinados com o projeto capaz de se opor ao pensamento único para defender o seu, insólito no panorama. Ou, por outra, a denunciar a permanência insuportável, a resistência implacável da casa-grande e da senzala, a precipitar um desequilíbrio social monstruoso. Se houve melhoras com os governos Lula e Dilma, e as houve, não foram suficientes. E, como a mídia nativa se empenha em demonstrar diariamente, a mentalidade dos senhores fica intocada, infensa ao mais tímido exame de consciência.

De todo modo, mantenho viva a convicção de que a atual CartaCapital é a melhor entre as publicações que tive a honra e o prazer de dirigir. Obra coletiva de uma redação impecável, encabeçada pe­­lo redator-chefe Sergio Lirio.

O tempo é invenção do homem, e se sujeita a adquirir dimensões diferentes. Quanto valem 20 anos de vida de uma revista que nada contra a corrente, obviamente incompreendida por muitos leitores dos jornalões e dos semanalões, constantemente alvejada pelos escribas dos donos da casa-grande e hostilizada pelos sabujos que chamam o patrão de colega? Creio que valham mais do que quantos foram vividos por escribas e sabujos, e seus patrões.

Este é um dia feliz. Mas é também muito triste, Eduardo Campos vai fazer falta. Ao acima assinado, por exemplo. E ao Brasil.

O desesperado Jarbas Vasconcelos tratora o PSB

Dissidente do PMDB federal e aliado de Eduardo Campos, de quem se reaproximou em 2012, o senador pernambucano Jarbas Vasconcelos está incomodado com a demora do PSB e da Rede Sustentabilidade em converter Marina Silva em cabeça de chapa da coligação. "O prazo legal é de dez dias, já se passaram dois. Mas o nosso prazo é outro: dia 19, terça-feira, quando vai ao ar a propaganda eleitoral."

"Política tem lógica", disse Jarbas ao blog. "Marina precisa ser formalizada como candidata rapidamente, com a maior brevidade. O ideal é que ela já esteja gravando os programas e as inserções para televisão na segunda-feira. Temos razões para chorar. A tragédia foi grande. Morreu um dos políticos mais talentosos da sua geração. Mas a gente tem que compatibilizar o choro com o trabalho. Não é hora de remoer divergências. Há coisas maiores em jogo. Estamos lutando contra o destino e o tempo."

Para Jarbas, a agilidade política não é incompatível com as reverências litúrgicas. "A política tem o seu tempo. E às vezes ela cobra agilidade. Não é horar de ficar esperando que o corpo de Eduardo chegue. Isso já está sendo providenciado, com a ajuda do governador de São Paulo. Havia 15 peritos cuidando da liberação dos corpos. O Geraldo Alckmin elevou para 30. Vamos ter o velório e o sepultamento. Mas nada impede que as coisas sejam concomitantes. Não vejo mal nenhum nisso."

Já conversou com Marina? "Ainda vou falar, mas estou esperando o momento oportuno. Não quero parecer intrometido. Participo da coligação do PSB em Pernambuco. Mas, formalmente, não pertenço à coligação nacional. Por isso, não quero me imiscuir nos problemas do PSB."

Vai apoiar a provável candidatura de Marina Silva? "Assumi compromissos com o Eduardo. Transfiro esses compromissos integralmente para Marina, sem nenhuma dúvida. Vou me colocar à disposição dela." Qual seria a sua participação na campanha de Eduardo Campos? "Ele tinha pedido a mim e ao Pedro Simon para acompanhá-lo, no período eleitoral, em compromissos nos grandes centros metropolitanos como Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e outros."

Por quê? "O Eduardo queria mostrar que o PMDB que eu e o Pedro Simon representamos é o PMDB que estava com ele, não o partido do Renan Calheiros e do José Sarney. Esse era o sentido. Recentemente, ele me perguntou se o compromisso estava de pé. Respondi que sim. Ele contava comigo e com o Pedro."

Quais serão os efeitos políticos de uma candidatura presidencial de Marina? Primeiro, não tenho a menor dúvida de que ela terá uma votação expressiva. Haverá um segundo turno. A Marina precisa resolver o problema do Agronegócio. Até os pequenos produtores têm medo dela. Há muito preconceito nisso. Ela precisa deixar claro que não é contra o agronegócio."

A entrada de Marina em cena, agora como cabeça de chapa, prejudica Aécio Neves, o outro candidato da oposição? "Acho que o Aécio pode até se consolidar. Ele vai herdar eleitores de classe média, de classe média alta, que estavam votando em Eduardo. Uma parte desse eleitorado vai para ele. O Aécio tem se conduzido na campanha de maneira bastante razoável."

A comoção provocada pela morte de Eduardo Campos pode ajudar Marina? "É preciso saber tratar desse assunto adequadamente. Não se pode ter a mão pesada nesse negócio de emoção e comoção. Aqui mesmo, na campanha de Pernambuco, se houver abuso será ruim."

Papo de homem

Jovens, lindos, sortudos e fodidos
Bem aventurados são os jovens e suas tardes. Depois do episódio que aconteceu comigo e com o amigo Fred Fagundes, meus olhos nunca mais foram os mesmos para esse período do dia da molecada.

Juntos, estávamos indo ver um apartamento que ele — ainda residente em São Paulo — queria ver para alugar. O cara que ia mostrar o imóvel se demorou e então ficamos esperando na portaria do edifício. Do outro lado da rua, um prédio bonito, cheio dos vidros e dos luxos, porteiro na porta, sacadas enormes, pastilhas brancas e limpas. Lindo, assim, asséptico.

Lá, em uma das varandas, um casal de idade universitária apareceu. Era mais um menos duas da tarde, pouco mais que isso quando eles despontaram em um dos balcões rindo e conversando. Sentaram-se em umas cadeiras de madeira e trocavam ideias. Lá embaixo, debaixo de sol, com trabalho atrasado e esperando o cara que iria mostrar o apartamento pro amigo Fred Fagundes, estávamos nós só a observar.

Aquele pedaço de área construída sobressalente à estrutura da construção era que nem um oásis que nunca alcançaríamos. Dava para escutar uma música tocando lá dentro, o casal batendo papo despretensiosamente lá fora, a garota entrou e voltou com dois copos na mão, sentados em cadeiras e completamente despreocupados. Um gole de bebida aqui, uma risadinha acolá e eles se aproximaram. E quem poderia impedir?

Um beijo, mais um aconchego, outras bitocas, bebericadas nos copos e acenderam um cigarrinho de artista.




BUM! Estouraram. O cheiro tardava, mas chegava até nossas narinas. O bálsamo da vagabundice. Era uma delícia de ver, assistíamos com olhos prósperos. As risadas aumentavam, os toques também e os beijos idem. Duas e meia da tarde. Já em pé, entraram. Foi só depois de alguns segundos de certeza de que não haveria retorno e muito menos um bis, eu olhei pro Fred e ele olhou pra mim. Conjecturamos:

– Bah — esse era o Fred falando, por supuesto — olha isso. Agora eles entraram, vão ver Quero ser Grande na Sessão da Tarde, dar umazinha, comer um lanche que a mãe dela vai fazer enquanto assistem Malhação. E daí ele ou ela vai embora e tudo mais.

uma-tarde-qualquer

Criamos, nesse dia, um padrão.

De lá para cá — isso já faz uns três anos — pessoas relataram-me ter visto a mesma cena em outras circunstâncias, o mesmo paradigma envolvendo outros lugares, pessoas diferentes, contextos apartados. Mas, no final das contas, o script se repetia: jovens, situações gostosas em horários em que muita gente está voltando do almoço e entrando em alguma reunião de arrancar cabelos e a inveja latente.

Ai, como a inveja bate.

Minha invídia pela meninada livre para voar me intriga até os dias de hoje. Como eles podem ir e vir, sentar no quintal e estourar um baseado sem pressa alguma, ter como meta se manter acordado até o final do dia, receber a namoradinha com a casa vazia e a despensa cheia.

Dia desses, o Eduardo Amuri veio ter comigo. Queria uma conversa mais intimista, me chamou num canto:

– Cara, ontem eu estava trabalhando em um Starbucks, cheio de coisas para resolver, queria um lugar que não me atrapalhassem, e-mails caindo pelas tabelas com caráter de urgência distintos, uma loucura. Na mesa ao lado da minha, tinha um casal — desses de cursinho — fazendo exercícios juntos.

O Amuri é um cara muito concentrado e lúcido.

– Eles ficavam ali, rabiscavam metade de um exercício e se pegavam. “Não, não, a gente tem que fazer esse exercício”, ela dizia e rabiscavam mais um pouco. Riam e se atracavam. Aquele barulho de beijo, aquela coisa apetitosa e ridícula.

Eu sei bem qual é a ambientação da cena. E você também.

– E, sabe, eu tava lá e esses dois estavam lá. Cara, eu fiquei com uma inveja danada.

Claro que ficou. Todos ficamos.

Bem aventuradas as cabeças presentes juvenis. Não há real preocupação como as que temos, não há planos complexos como os que costuramos com o nosso cotidiano atribulado. Eles não são, só estão. E, por essa mazela da língua portuguesa, eles apenas aproveitam o estar com amassos e maconha e as tramas rocambolescas da Malhação.

Eu tenho uma inveja genuína de vocês, jovens despreocupados. Aproveitem bem por vocês e por mim, antes que venha a próxima página. A vida despreocupada do jovem começa a acabar quando chega em casa a primeira conta de celular em seu nome. Ora, em algum instante, por alguma cagada, o pai dessa galera vai mandar tudo às favas e trocar o nomezinho que vem na conta do plano de celular. Com isso, o jovem vai ter de começar a se virar e rebolar para bancar os minutos que perdura convidando a menininha pra fumar unzinho ou pra ver qual bróder tá afim de fazer aquele rolê no começo da noite.

Celular, a gasolina do carro, o primeiro emprego, pegar busão para chegar de terno mal cortado no estágio, tomar esporro do chefe, molhar os sapatos na chuva, não conseguir bancar a viagem com os amigos no feriado, a namoradinha vai com a molecada pra praia e, lá, pega outro cara, aluguel do apartamento, a diarista pra limpar a lambança que os amigos escrotos fazem quando vão lá encher a cara e jogar videogame, planejamento financeiro, brochar diversas vezes, comprar os presentes de dia das mães e de dia dos pais, pagar a fiança do amigo bêbado cagado, chorar sozinho em casa que é, de fato, lugar quente.

Cacete, se essa molecada conseguisse imaginar o quão fodidas elas estarão em breve, a quantidade de sofrimento que elas enfrentarão e que moldarão seus próximos atos, a descida vertiginosa de suas expectativas…

Aproveitem a liberdade. Aproveitem a mamata.

JADER PIRES
É escritor e editor do Papo de Homem. Lançou, nesse ano, seu primeiro livro de contos, o Ela Prefere as Uvas Verdes e outras histórias de perdas e encontros.



Rodrigo Vianna: Marina pode atropelar os tucanos?

O sonho dos tucanos (leia aqui) é que Marina Silva apareça forte na próxima pesquisa, mas que depois seja desidratada para abrir passagem a Aécio Neves. Falta combinar com os eleitores.
Com o olhar compungido, Marina Silva surge numa sala apertada, para o primeiro pronunciamento depois da morte de Eduardo Campos. Não fala de temas eleitorais, oferece "apenas" conforto à família do candidato morto. Não tem pompa nem pose, não quer parecer uma "estadista"…
Assisto à cena na Redação. Uma colega, menos afeita aos temas da política, pergunta: "quando será que ela começa a campanha pra valer? Precisa esperar uns dias, né?".
Outro jornalista, mais experiente, responde rápido: "a campanha dela já começou; isso aí que você tá assistindo é o primeiro pronunciamento de campanha".
Poucas horas depois, converso com outro colega – raposa velha em coberturas eleitorais: "o que você achou da fala da Marina?". E ele: "importa pouco o que ela disse; importa muito mais a maneira como aquilo foi dito".  
Marina Silva não precisa falar de política pra fazer política. Essa é a grande força da candidatura dela. Não sei se Marina surgirá na faixa dos 15%, ou acima dos 20% na próxima pesquisa DataFolha (que será divulgada entre domingo e segunda-feira). Mas sei que ela tem uma boa chance de encampar o discurso da "não-política". Um discurso que é – claro – tudo menos "não-político".
Eduardo Campos enfrentava enorme dificuldade para conquistar esse eleitor desesperado por algo "novo". Aécio, então, nem se diga…
Esse era o grande nó da campanha em 2014. Um terço dos eleitores está fechado com Dilma; outra parcela (bastante barulhenta, mas que reúne pouco menos de um terço do total) se dispõe a votar em qualquer um contra o PT; só que há ainda 30% dos eleitores que não querem PT mas também não topam PSDB. Esse é o eleitor desiludido "com tudo que está aí".
Em 1960, esse clima de "mar de lama" terminou em Janio. Em 1989, a desilusão terminou em Collor.
Em 2014, Eduardo achou que poderia ser a terceira via, com um discurso moderado, a meio caminho entre PT e PSDB. Não entendeu, talvez, que esse terço "desiludido" dos eleitores não quer meio-termo, não quer meio do caminho. Quer alguém que seja (ou pareça) outro caminho.
Até duas semanas atrás, estava claro que a sorte de Dilma era ter uma oposição que não representava a "mudança". Aécio é um político jovem, mas tem uma imagem precocemente "envelhecida", até pelas companhias de palanque (Serra, FHC etc). Eduardo era uma liderança nova, mas também pesava contra ele a imagem de "político engravatado".
Marina, não.
Comentaristas atucanados nem esperaram o corpo de Eduardo ser recolhido. Começaram a  espalhar que Marina é a candidata perfeita "para garantir o segundo turno". Acham que ela repetirá 2010, quando os votos marineiros levaram de fato Serra ao segundo turno.
Só que no meio do caminho houve junho de 2013. A sociedade, ali, pareceu pedir mudanças mais profundas no sistema político. Dilma fez a leitura correta: propôs a Reforma Política e a Constituinte; estratégia barrada pelo PMDB. O mal estar se aprofundou desde 2013…
A oposição (com seus comentaristas gagos nas rádios e seus acadêmicos de segunda linha) não compreende por que o eleitor que pede mudança não vota no Aécio. Ora, a maioria do Brasil não quer andar pra trás… Um terço vai com Dilma. Outro terço quer mudança sem tucano nem liberalismo velho dos anos 90.
Marina pode ocupar esse espaço.
O sonho dos tucanos é que ela apareça forte na próxima pesquisa, mas que depois seja desidratada para abrir passagem a Aécio Neves. Falta combinar com os eleitores.
O mais provável é que, se a opção Marina prosperar no PSB (e tudo indica que vai prosperar), a eleição se decida entre Dilma e a ex-ministra do Meio Ambiente.
O que pode barrar Marina? O veto do empresariado, dos ruralistas e das empreiteiras preocupados com o discurso "anti-desenvolvimento" dela. Francamente, esse não é um obstáculo relevante do ponto de vista eleitoral…
Marina pode virar a candidata da "anti-política" (mesmo com apoio da Natura, Itaú, e de economistas liberais – que teriam o papel, justamente, de chancelar os compromissos dela com o chamado "mercado"). Até porque, isso é inegável, Marina carrega – legitimamente – as bandeiras de um novo ambientalismo e de uma juventude que esperam mais do que acordos com o PMDB para mudar o Brasil.
Mais que isso: ela vai carregar a imagem de Eduardo Campos Brasil afora. O jovem que queria "mudar o Brasil". O apelo é forte.
Marina pode ser uma espécie de Jânio de 2014? Ela é mais que isso, certamente.
Evangélica, verde, messiânica. Será que é nesse "novo" que o Brasil vai apostar?
Do outro lado, há Lula e um projeto em parte desgastado. Há uma militância que defende Dilma (sem empolgação) contra os tucanos. Mas terá a mesma disposição para enfrentar Marina? Com qual discurso?
Minha impressão é de que a candidatura Marina Silva tem boas chances de prosperar, e de tirar os tucanos do segundo turno.
Marina – se for de fato confirmada como candidata – pode ganhar de Dilma? Sim. Tem chances mais que razoáveis. Mas gostaria de ouvir a opinião dos internautas. Porque nesse tema não há certezas…



Eu tenho um sonho

Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração de Indepêndencia, estavam assinando uma nota promissória de que todo norte americano seria herdeiro. Esta nota foi a promessa de que todos os homens, sim, homens negros assim como homens brancos, teriam garantidos os inalienáveis direitos à vida, liberdade e busca de felicidade. Mas existe algo que preciso dizer à minha gente, que se encontra no cálido limiar que leva ao templo da Justiça. No processo de consecução de nosso legítimo lugar, precisamos não ser culpados de atos errados. Não procuremos satisfazer a nossa sede de liberdade bebendo na taça da amargura e do ódio. Precisamos conduzir nossa luta, para sempre, no alto plano da dignidade e da disciplina. Precisamos não permitir que nosso protesto criativo gere violência físicas. Muitas vezes, precisamos elevar-nos às majestosas alturas do encontro da força física com a força da alma; e a maravilhosa e nova combatividade que engolfou a comunidade negra não deve levar-nos à desconfiança de todas as pessoas brancas. Isto porque muitos de nosssos irmãos brancos, como está evidenciado em sua presença hoje aqui, vieram a compreender que seu destino está ligado a nosso destino. E vieram a compreender que sua liberdade está inextricavelmente unida a nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. E quando caminhamos, precisamos assumir o compromisso de que sempre iremos adiante. Não podemos voltar. Digo-lhes hoje, meus amigos, embora nos defrontemos com as dificuldades de hoje e de amnhã, que eu ainda tenho um sonho. E um sonho profundamente enraizado no sonho norte americano. Eu tenho um sonho de que um dia, esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de seus princípios: "Achamos que estas verdades são evidentes por elas mesmas, que todos os homens são criados iguais". Eu tenho um sonho de que, um dia, nas rubras colinas da Geórgia, os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos senhores de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade. Eu tenho um sonho de que, um dia, até mesmo o estado de Mississipi, um estado sufocado pelo calor da injustiça, será transformado num oásis de liberdade e justiça. Eu tenho um sonho de que meus quatro filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele e sim pelo conteúdo de seu caráter. Quando deixarmos soar a liberdade, quando a deixarmos soar em cada povoação e em cada lugarejo, em cada estado e em cada cidade, poderemos acelerar o advento daquele dia em que todos os filhos de Deus, homens negros e homens brancos, judeus e cristãos, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar com as palavras do antigo spiritual negro: " Livres, enfim. Livres, enfim. Agradecemos a Deus, todo poderoso, somos livres, enfim. 28 de agosto de 1963 Washington, D.C. Martin Luther King Jr.

A direita carpideira

E a mórbida, indecente e desumana exploração de um cadáver

(...)
Dilma Rousseff e Aécio Neves, tremei. No rastro da comoção nacional pela morte estúpida de Eduardo Campos, apoios da família dele à sua vice serão avassaladores. O irmão, Antônio, já se manifestou publicamente. E quando a mulher, Renata, ladeada pelos cinco filhos, inclusive o bebê Miguel, lançar Marina? E quando a mãe, Ana Arraes, apadrinhar a candidatura aos prantos?”
Eliene Catanhêde


Brasileiros criam sistema que transforma caixa d’água em miniusina hidrelétrica

Enquanto cientistas em todo o mundo tentam aumentar a eficiência dos grandes sistemas de produção energética, dois empreendedores brasileiros desenvolveram uma solução simples para gerar energia limpa em casa. Apelidada de UGES, a tecnologia transforma as caixas d’água em miniusinas hidrelétricas.

O nome é uma abreviação de Unidade Geradora de Energia Sustentável e a criação é fruto do trabalho dos engenheiros Mauro Serra e Jorgea Marangon. A tecnologia é simples e pode ser utilizada em qualquer caixa d’água, independente de seu tamanho. “A UGES transforma a passagem da água que abastece os reservatórios em um sistema gerador de energia. Vale destacar que o consumo diário de água no país é, em média, de 250 litros por pessoa, consumo que é totalmente desperdiçado como forma de energia. Ao desenvolver um sistema que reaproveita essa energia, podemos gerar eletricidade, sem emissão de gases e totalmente limpa”, destacou Mauro Serra, em entrevista à Faperj.
Foto: Divulgação

A ideia já foi patenteada e logo deve estar disponível no mercado. Além de contar com um sistema instalado dentro do próprio reservatório de água, o UGES também precisa de uma unidade móvel para que seja possível transformar toda a energia captada em eletricidade e assim distribuí-la para o uso doméstico. No entanto, ele não precisa de uma fonte externa de energia para funcionar.
Foto: Divulgação

“Ao entrar pela tubulação para abastecer a caixa, a água que vem da rua é pressurizada pelo sistema gerador de energia, passando pela miniusina fixada e angulada na saída de água do reservatório”, explica Serra. Depois disso, a pressão gera energia, que é transformada em eletricidade. O empreendedor explica que a produção é ideal para abastecer lâmpadas, geladeiras, rádios, computadores, ventiladores, entre outros aparelhos domésticos. A energia só não é ideal para ser usada em equipamentos de alto consumo, como chuveiros e secadores de cabelo.
Não é possível quantificar com exatidão a produção, pois a variação depende do tamanho da caixa d’água e da quantidade de água consumida. “Se ela for instalada em um sistema de abastecimento de água municipal, poderá, por exemplo, ser dimensionada para gerar energia suficiente para abastecer a iluminação pública. Imagine então esse benefício em certos locais como restaurantes, lavanderias ou mesmo indústrias, onde o consumo de água é grande”, exemplifica o inventor. Outro ponto positivo do sistema é o armazenamento do excedente para uso posterior e a independência – ao menos, parcial – das redes de distribuição.

Redação CicloVivo




Marina Silva não é "Terceira Via"

Eduardo Campos era considerado por analistas políticos o candidato a presidente da “Terceira Via”. Com o seu recentemente falecimento num trágico acidente aéreo, ainda se discute quem assumirá o seu lugar na chapa, mas enquanto...Leia mais>>>


Esta história é sobre um soldado que finalmente estava voltando pra casa , após terrível guerra no Vietnã

De são Francisco ele ligou pra seus pais e lhes disse : 
- Mãe , pai eu estou voltando pra casa , mas , quero pedir - lhes um favor. 
- Claro meu filho peça o que quiser! 
- Tenho um amigo que gostaria de levar comigo . 
- Nós adoraríamos conhece-lo! 
- Entretanto há algo que vocês precisam saber; ele foi ferido na ultima batalha na qual participamos .Pisou em uma mina e perdeu um braço e uma perna . 0 pior é que ele não tem nenhum lugar pra ir ,por isso , eu quero que ele venha morar conosco . 
- Sinto muito em ouvir isto filho , nós talvez possamos ajuda-lo a encontrar um lugar onde ele possa morar e viver tranquilamente ! 
- Não, eu quero que ele vá morar conosco! 
- Filho , disse o pai , você não sabe oque está nos pedindo. Alguém com tantas dificuldades seria um grande fardo pra nós .Temos nossas próprias vidas, não podemos permitir que uma coisa como esta interfira no nosso modo de viver... acho que você deveria voltar pra casa e esquecer este rapaz. Ele encontrará uma maneira de viver por si mesmo. Neste momento o filho desligou o telefone. 0 pai não ouviu mais nenhuma palavra dele . 

Alguns dias depois , no entanto eles receberam um telefonema da polícia de São Francisco. 0 filho havia morrido depois de ter caído de um prédio . A polícia acreditava em um suicídio . Os pais angustiados voaram para são Francisco, a fim de identificar o corpo. Eles o reconheceram, mas para surpresa deles, descobriram que o "amigo" do filho que tinha só um braço e uma perna, era o próprio. 

Moral da história:
Esses pais talvez não teriam perdido seu amado filho se falasse com amor e não com egoismo. 
0 egoismo pode nos proporcionar algum ganho superficial e transitório , mas na realidade gera perda mais profundas que a matemática não pode contabilizar . Ao falar e agir da forma egocêntrica , os pais pensaram que estavam sendo razoáveis, e assim causaram um péssimo testemunho ao ponto do filho desistir da vida por entender que não valeria apena viver ao lado de pais como estes. 
Meus amados vocês podem contabilizar quantas perdas já sofreu em sua vida pessoal , por não agir movidos pelo amor a Deus e as pessoas ? 
Todas as vezes que falamos ou agimos egoisticamente causamos mau testemunhos. Por outro lado quando agimos com amor nosso testemunho fazem a diferença na vida e nas pessoas para melhor. 
Ao tocarmos outras vidas com palavras, atos e gestos de amor revelamos ao mundo o maior testemunho que um ser humano pode manifestar da presença de Deus. Somente assim veremos verdadeiros milagres acontecer no coração dos nossos semelhantes . 

ANFAVEA - investimento de 77 bi é Confiança no País

Do blog O Mundo em Movimento

Retração de vendas é resultado de “terrorismo” do mercado
Mantendo o tom otimista com que enxerga a economia, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, disse no Congresso da Fenabrave, em Curitiba, que as dificuldades que o setor automobilístico está vivendo são pontuais e conjunturais. “Se não fosse assim a indústria não estaria investindo R$ 77 bilhões (de 2012 a 2018)'' , lembrou, argumentando que ninguém investe tanto dinheiro se não tiver certeza que o futuro do País será muito promissor.

O dirigente disse que a preocupação exagerada com eventuais problemas que poderiam ser provocados com a realização da Copa do Mundo acabou criando medo no mercado e levou muita gente a reduzir as atividades, enfraquecendo a economia. Culpou o que chamou de “terrorismo'' de mercado pela retração verificada no País durante o evento.

“O País viveu um efeito dominó. A expectativa pessimista contaminou os indicadores de confiança, que, na verdade são apenas uma percepção (e não realidade). Esse pessimismo levou a uma restrição de investimento, funcionou como freio da economia.

“Grande parte da queda de vendas no primeiro semestre foi resultado dessa postura de parte do mercado'', disse Moan, lembrando que, a visão de longo prazo mostra que estamos em franco crescimento, com aumento de 100% nas vendas de 2005 (quando foram vendidos 1,7 milhões de carros) para 2013 (3,8 milhões).

Segundo Moan, o baixo índice de carro por habitante indica que o Brasil tem tudo para crescer. Destacou que, apenas para chegar à mesma relação carro-habitante da Argentina precisaria aumentar a frota em 30 mil unidades de uma vez. Para ele, o desafio do setor é traçar políticas de médio e de longo prazo. Moan acha que é papel da indústria ajudar as autoridades do País a resolver o problema da mobilidade, caso contrário o setor será responsabilizado por gerar um produto que será o inimigo de grande parte da população, referindo-se ao caos que o grande número de carros provoca nos grandes centros urbanos.

A médio e a longo prazos temos que resolver o problema da mobilidade, disse, Moan, destacando que nenhum país que apostou no transporte coletivo teve queda nas vendas de carros. “O aumento dos transportes coletivos não atrapalha o transporte individual; o que é preciso é fazer um uso mais racional do carro'', definiu.



Fast-food saudável

Salad Creations

De coadjuvantes a personagens principais nos pratos, as saladas são o foco da franquia Salada Creations. Em nova fase, a marca planeja expansão na capital cearense

O ambiente é bastante conhecido por muitos: a praça de alimentação de um shopping. Entre os estabelecimentos já famosos de “fast food”, um chama atenção por dar destaque a algo que os outros escolhem preterir: as saladas. Na franquia de origem norte-americana Salad Creations, no Pátio Dom Luís, o bem estar dos clientes é prioridade.
“Pode fazer a minha saladinha?”. Foi assim que um frequentador assíduo pediu seu prato. É notável a inda e vinda de pessoas que, visivelmente, estão saindo da academia ou apenas felizes por terem encontrado um local que atenda seus desejos por uma refeição rápida e balanceada, no almoço ou jantar.

Para atender cada cliente de forma única, a franquia oferece serviço em que é possível montar a salada de maneira personalizada, dividida em etapas. Assim, se um vegetal ou cereal não é de seu agrado, é possível excluí-lo do prato. Para completar, o cliente pode finalizar colocando uma das 13 variedades de molhos. A empresa também oferece carnes, como forma de incluir proteína no prato, e o cliente paga entre R$ 4,90 e R$ 12,90 a mais por essa opção. É possível acrescentar peito de frango, peito de peru, atum, camarão, rosbife e filé de salmão grelhado.

Pratos

Para os indecisos, as saladas prontas são um caminho, trazendo mix de folhas, sementes, carnes e molhos harmonizados. Uma das opções mais populares da casa, a “Sol da Flórida”, leva alface americana, tomate, cenoura, ovo de codorna, azeitona preta, queijo minas, tiras de frango, croutons e bacons bits, com molho de framboesa.

A mistura entre o crocante das folhas de alface fresca, molho e outros ingredientes constrói um resultado que pode agradar até aqueles que não são chegados em uma salada. Custa R$ 20,90. Outra boa opção é a “Favorita do Chef” (R$ 21,90), com alface, batata, ovo de codorna, cebola roxa, mussarela de búfala, peito de frango, rosbife e croutons.

Um combinação diferente é a salada de grãos, com três tipos de composição. A dica é a Capri com quinoa (R$ 27,90), que leva ainda mussarela de búfala, alface crespa roxa, alface americana, repolho roxo, rúcula, tomate seco, peito de peru e ervilhas.

Se você acha que uma salada não é o suficiente para saciar a fome, a Salad Creations prova o contrário. Embora sejam porções individuais, os pratos servem facilmente duas pessoas, em uma refeição prazerosa.

Para quem não mora ou trabalha nas redondezas, boa notícia: a empresa faz delivery. No Pátio Dom Luís há cerca de dois anos, a franquia mudou de gerência há pouco mais de um mês. As novas proprietárias já planejam expandir os negócios. A expectativa é de que seja aberta outra loja em outubro na Av. Santos Dummont.

Leonardo Bezerra
Repórter

Salad Creations
Av. Dom Luís, 1200, Aldeota – Shopping Pátio Dom Luís.
De segunda a domingo, das 10h às 22h.
Tel.: (85) 3281.6717


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Até ontem eu nem sabia que Eduardo Campos tinha irmão...Hoje ele é capa de todos os jornais
@_el_conde 


Pânico da direita por baixo dos panos


As três postagens acima resumem o dilema, desespero e pânico da nossa direita, ora carpideira no velório de Eduardo Campos.

Merval Pereira confirma minhas palavras no artigo abaixo: 
Por baixo dos panos
Ao sentir que existe o perigo de o PSB tomar um rumo diametralmente oposto ao traçado por Eduardo Campos em sua campanha, apoiando oficialmente ou em uma aliança branca a reeleição da presidente Dilma Rousseff, sua família não se furtou a definir uma posição a favor da candidatura da ex-senadora Marina Silva à Presidência da República.

Seu irmão, também membro do diretório nacional do partido, disse que a vontade de Campos seria que Marina o sucedesse. O filho mais velho, João, postou no Facebook uma mensagem direta: as bandeiras de meu pai precisam ser levadas adiante.

Quem as representará melhor? Marina, que era sua vice, ou Dilma, que era seu alvo preferencial?

Enquanto a direção nacional do partido, tendo o novo presidente Roberto Amaral à frente, se escudava no luto oficial para adiar a discussão da sucessão, por baixo dos panos as negociações já começaram, especialmente através do ex-presidente Lula, para que o PSB não lance candidato próprio, ou lance um nome de sua base política que não seja Marina, a pretexto de preservar a estrutura partidária.

Na verdade, além do interesse político de recolocar o PSB na base aliada governista, há a preocupação de ala importante da direção nacional da legenda de não perder o controle sobre a máquina partidária. Com a assunção de Marina Silva à condição de candidata oficial do condomínio PSB-Rede, o controle da campanha passará naturalmente para os seus aliados. É Marina, e não qualquer outro político do PSB, que detém hoje uma expectativa de poder altamente avaliada, e por isso os candidatos pelo país afora devem também pressionar a direção nacional para que ela seja a escolhida.

Marina não dará nenhum passo para ser indicada, e terá que ser convidada pela direção nacional dos partidos aliados, na sua maioria já dispostos a apoiá-la. Ela sem dúvida começa a campanha com alto potencial de crescimento, e deverá atrair boa parte dos eleitores que hoje se declaram indecisos, ou dispostos a anular o voto, especialmente os jovens, que já começaram nas redes sociais campanha pela sua candidatura.

Embora se apresente como alternativa ainda mais viável à polarização PT/PSDB, num primeiro momento Marina deve tirar mais votos de Dilma do que de Aécio Neves, mas pode retardar o crescimento dos tucanos. Uma perspectiva radicalmente oposta ao quadro atual, que Eduardo Campos gostava de lançar nas conversas, era a possibilidade de ele ir para o segundo turno contra Aécio Neves, com a presidente Dilma ficando de fora.

Essa hipótese se torna mais possível, embora improvável, com a candidatura de Marina, que acrescenta elementos novos à disputa. A ex-senadora terá, no entanto, mais dificuldades em sua campanha do que teria Eduardo Campos, já que ela não contará com um partido unido a apoiá-la.




O PSB entrará em disputa interna, e também com a Rede, o que é perigoso para uma campanha majoritária. Além do mais, acordos feitos por Eduardo Campos em vários estados poderão desaparecer com uma candidatura Marina. O PMDB do Mato Grosso do Sul, por exemplo, com a candidatura de Nelsinho Trad, de uma família do agronegócio, já anunciou que reverá a aliança.

Em Pernambuco, o PSDB acha que agora tem espaço para polarizar com a presidente Dilma porque Marina não terá um terço dos votos que Eduardo teria, e um eleitorado de oposição ficará em busca de um candidato. Em São Paulo desaparece a campanha para o PSB, pois Marina foi contra a aliança.

Os apoios estruturais, montados com candidatos a deputados, ela não terá em São Paulo, onde foi muito bem votada em 2010. Pode repetir a boa votação na capital, mas no interior a falta de estrutura a prejudicará. Em Santa Catarina, o grupo político dos Bornhausen, que lançou Paulo Bornhausen ao Senado, não tem ligações com Marina e tende a apoiar o candidato tucano à Presidência.

Em Alagoas, Marina se recusava a subir no palanque de Benedito de Lira, do PP, candidato ao governo apoiado por Campos. Em Mato Grosso, o senador Pedro Taques, do PDT, que apoiava Campos, já anunciou que mudará para apoiar a candidatura de Aécio Neves.

Com Marina em campo, como se vê, são muitas as alternativas abertas com a saída de cena de Eduardo Campos, e é impossível prever o que acontecerá. Quem disser, a esta altura, que sabe o que vai acontecer, estará errando.


Rafael Corrêa: Equador vende para quem quer




O presidente equatoriano, Rafael Correa, afirmou nesta quarta-feira (13) que seu país não pedirá permissão a ninguém para vender alimentos à Rússia, em referência à possibilidade de que a União Europeia (UE) tente impedir o comércio de Moscou com a América Latina.
Durante entrevista com meios de comunicação, o presidente garantiu não ter registro de queixas das instituições europeias sobre este tema. Acrescentou que "a América Latina não é parte da UE".

Recentemente, a publicação The Financial Times informou que a UE está preocupada ante a possibilidade de que a América Latina ocupe seu lugar no comércio russo, depois que Moscou anunciou medidas para proibir importações desse bloco regional.

Em resposta às sanções unilaterais contra a Rússia tomadas pelo Ocidente, o governo de Vladimir Putin decidiu vetar a entrada de produtos agrícolas procedentes dos Estados Unidos, UE, Noruega, Austrália e Canadá.

Segundo os relatórios, Bruxelas teme que a ocasião seja aproveitada pelos países latino-americanos para ocupar seu lugar e levar ofertas a Moscou.

Fonte: Prensa Latina



Poesia do dia

"Eu já fui de vários jeitos
Jeitos que não eram eu
Demorei a encontrar meu caminho
Trilhando caminhos que não eram o meu
Mas ao longo dos caminhos
Encontrei muitas flores
E também muitos espinhos
Descobri vários amores
Enfrentei vários temores
Pelas beiras dos caminhos
E eles foram se fundindo
Todos em uma coisa só
Os caminhos, os amores
E os temores
Tudo o que encontrei
Tentando ser o que não era eu
Transformou-me no que eu sou
E formou o caminho
Que finalmente era o meu..."

Raul Seixas 

São Paulo - 20 anos de competência tucana deu nisso




A briga que São Paulo trava com o Rio de Janeiro por água terá de ser mediada pelo STF. A causa subirá à Suprema Corte graças a uma decisão tomada pelo juiz Gilson David Campos, da 2ª Vara Federal no município de Campos dos Goytacazes (RJ). Deu-se numa ação movida pela Procuradoria da República contra o plano do governo de São Paulo de transpor águas do rio Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira.
O magistrado entendeu que o projeto do governo tucano de Geraldo Alckmin pode afetar o abastecimento de água às populações de municípios do Rio e de Minas Gerais. De resto, há o risco de prejudicar o provimento de energia elétrica à região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro. Por tudo isso, ficou caracterizado um conflito entre Estados. E apenas o Supremo tem competência para julgar encrencas federativas.
Autor da ação, o procurador da República Eduardo Santos de Oliveira informou que o Ministério Público Federal não recorrerá contra a decisão. Ele protocolou a ação em maio. Alega que, desde então, o problema só aumentou. Afirma que novas e recentes decisões tomadas pelo governo Alckmin põem em risco a produção de energia elétrica no Rio. E não resolvem a crise hídrica de São Paulo.
“No inicio da ação, acreditávamos que o conflito federativo era apenas iminente”, disse o procurador Eduardo Oliveira. Hoje, segundo ele, há um claro conflito “envolvendo os sistemas de abastecimento de água e produção de energia hidrelétrica de três importantes Estados da Federação e mais de 40 milhões de brasileiros.” Por isso, o procurador concordou com o despacho do juiz. E o caso vai ao Supremo.
por Josias de Souza