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Governos do PT fizeram uma revolução silenciosa na Educação

por *Joana Saragoça

Doze anos de governos Lula e Dilma e o Brasil consolidou uma das mais expressivas revoluções registradas no mundo na área da Educação. Uma revolução silenciosa, capaz de conquistar avanços efetivos e mais que dobrar, ou até mesmo multiplicar em muitas áreas, números do setor registrados no último século.
É isto que levou o ex-presidente Lula a dizer uma vez, quando recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Coimbra (Portugal), que o Brasil, tantas vezes governado por bacharéis, doutores e intelectuais, precisou que um operário, um metalúrgico, chegasse à Presidência da República para investir e avançar na área da educação, a mais crucial e comprovadamente mais decisiva para o desenvolvimento nacional em qualquer parte do mundo.
Para quem, como eu, tem menos de 30 anos, ou para os que não se deram, ainda, ao exercício de fazer comparações, é difícil saber ou lembrar como era o país antes do governo do presidente Lula nas mais diversas áreas. Até porque há aquela triste história de que no Brasil, a cada 30 anos, o país esquece os últimos 30.
Pensando nisso, e nas eleições nacionais que se aproximam – o 1º turno é dia 5 de outubro -, estreio essa coluna com um balanço que mostra o que era a Educação brasileira antes dos governos do PT e o que é agora. Aqui, vocês poderão contar com uma série de balanços sobre como algumas áreas vitais à vida nacional foram tratadas durante os anos Lula/Dilma e durante os governos do tucanato comandado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Serão comparações sim. É tudo o que os nossos adversários não querem, porque julgam que têm o direito de reescrever a história, mas nós não temos o de restabelecer a verdade.
Brasil foi o país que mais investiu em educação nos últimos anos
Para começar, basta lembrar que, em seus dois mandatos (1995-2002), o governo FHC jamais aumentou os recursos da Educação, mantendo estagnado o orçamento da área em R$ 18 bi/ano. Ao assumir o governo, o presidente Lula negociou um aumento imediato no orçamento da Pasta, já para aquele ano de 2003. Em 12 anos de governo petista houve um crescimento de 223% no orçamento do Ministério da Educação (MEC), alçando o valor de mais de R$ 112 bi em 2013. Isso fez com que o Brasil se tornasse, em comparação com os demais integrantes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país que mais investiu nos últimos anos em Educação.
Para acentuar a diferença entre nós petistas e eles tucanos, precisa lembrar, também, que durante toda a história da universidade brasileira – desde o surgimento da 1ª com esse nome e estrutura a Universidade Federal do Amazonas, em Manaus, em 1909 – até 2002, fim do tucanato, o país tinha pouco mais de 30 universidades públicas entre federais e estaduais (estas em pequeníssimo número), à média de uma por Estado. Em 12 anos de governos do PT (2003- 2014), nada menos que 18 universidades federais foram fundadas, construídas e/ou reformadas – cerca de 50% a mais do que existia até então.
Além disso, grosso modo, diz-se que o governo FHC, por mais aberrante que seja, proibiu a construção de escolas técnicas no país. Não é bem assim, mas quase. No governo dele um “sábio” no MEC instituiu tal carga de restrições e exigências à cessão de terrenos por Estados e municípios, para o recebimento dessas áreas públicas pela União para a construção dessas escolas, que simplesmente inviabilizava que elas fossem construídas.
O número de universitários na escola superior pública saltou de 2 milhões ao final de 2002 para 7 milhões neste início de 2014. No ensino técnico, então, na comparação, a diferença é humilhante para eles. Mais do que acachapante. Em um século de existência desses cursos no Brasil, o número de escolas técnicas públicas totalizava 90. De 2002 para cá, especialmente com a instituição do PRONATEC nos últimos anos, este número mais que dobrou e, até o final deste ano, o Brasil contará com mais de 200 escolas técnicas.
Já o Ensino Fundamental foi praticamente universalizado no Brasil. Em 2011, aproximadamente 30.358 milhões de crianças foram matriculadas nas escolas de todo país.
A qualidade deste segmento do ensino também foi melhorada: a duração do fundamental foi ampliada para 9 anos, atendendo crianças de 6 a 14 anos; e o tempo de permanência da criança na escola vem sendo ampliado pelo programa Mais Educação em mais de 49 mil escolas em todo o Brasil. Além disso, o governo Dilma garantiu às crianças a alfabetização antes dos 8 anos através do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa.
Grandes passos da revolução se deram no ensino superior
Exceção dos milhões e milhões de beneficiados, talvez muitos outros milhões de brasileiros não saibam que até 2003 o Brasil não tinha o PRONATEC, o ProUni, o ENADE, o Sisu e o ENEM – este até foi criado no governo FHC, mas ainda sem a função de auxiliar no ingresso do estudante na universidade e de ir eliminando gradualmente o vestibular – o mais cruel funil que aguarda o estudante brasileiro em sua entrada no curso superior público.
Neste ano, o aluno que prestar o Enem poderá tentar vaga em uma das 21 universidades federais, quatro estaduais e 29 institutos federais que já adotaram o Sisu, sem passar pelo exame vestibular. Neste 2014, o PRONATEC já acumulou 5,8 milhões de alunos matriculados que buscam uma qualificação como mão de obra especializada para serem os futuros trabalhadores do Brasil. O ProUni, até 2014, possibilitou o ingresso na universidade de 1,27 milhão de alunos de baixa renda.
Desde sua reformulação em 2010, o FIES já financiou o ensino superior para 1,6 milhão de estudantes em faculdades particulares. E no ENEM se increveram, no último ano, nada menos que 7,17 milhões de alunos. O Sisu ofereceu mais de 129 mil vagas em 3.751 cursos de 101 instituições públicas de ensino superior em 2013.
Esses números são resultado de esforços que, há mais de uma década, vêm sendo promovidos pelos governos do PT em nosso país. É evidente que há muito a avançar, mas os passos fundamentais foram dados. Como isso foi possível nos últimos 12 anos? É o que vamos discutir no nosso próximo balanço.
Joana Saragoça é formada em Relações Internacionais.

O que aprendi com meu Pai

Impressões captadas pelo jornalista Paulo Nogueira em conversas com Joana Saragoça - filha de José Dirceu -.

Quase todas as quartas, uma mulher jovem, alta e loira se coloca na fila do presídio de Papuda, em Brasília, às nove da manhã para fazer uma visita.
A espera, num dia bom, dura uns 30 ou 40 minutos. Depois, ela fica ali até o final das visitas, por volta de 14h30.
O homem que ela visita tem aproveitado seu tempo livre, se assim podemos chamá-lo, para fazer algo que no dia a dia corrido é difícil: ler.
“Meu pai já leu 25 livros desde que foi preso”, diz ela.
Joana Saragoça é seu nome, e o de seu pai é Dirceu. José Dirceu. “O homem que mais amo no mundo”, como se pode ver em sua página no Facebook.
Na foto de perfil que escolheu no Facebook, Joana, 24 anos, aparece como bebê nos braços do pai barbudo, no final da década de 1980.
Joana diz que nas visitas chega com a intenção de confortar o pai, mas depois é ele que a conforta. “Acho que a coisa mais importante que aprendi com ele é manter a calma, e continuar a luta sempre”, diz.
Uma colunista escreveu que Dirceu está “visivelmente mais magro”. Joana confirma que o pai emagreceu, mas acrescenta que não está “abatido”.
Joana, na descrição de amigos, é uma mulher excepcionalmente bonita. As fotos reforçam essa opinião.
Com o pai e irmãos
Com o pai e irmãos
Alta (1m77)  a ponto de postar no Facebook um texto sobre as dificuldades das mulheres de exuberante estatura, loira, olhos verdes, traços delicados, você vê Joana e vê o pai, tamanha a semelhança. Mas ela diz que é uma mistura entre o pai e a mãe, Ângela Saragoça.
Joana se formou em Relações Internacionais pela Faap, no final de 2013. Pretendia passar um ano em Londres, mas as circunstâncias – a prisão do pai — a levaram a ficar no Brasil. Agora, ela vai fazer mestrado.
Na formatura, ela virou notícia ao replicar o gesto do pai de erguer o braço esquerdo em sinal de resistência ao receber “o canudo”, como ela chama o diploma.
“Não tinha planejado nada ”, diz ela. “Simplesmente me ocorreu. Meu pai não estava ali, mas era como se estivesse.”
Joana diz que seu pai está razoavelmente bem instalado na cena da Papuda. Em alguns momentos, eram oito os detentos que dividiam a cela. “Mas todos tinham a sua cama”, diz.
Agora são três, entre eles o recém-chegado João Paulo Cunha. Seu pai faz a limpeza da cela.
Selfie
Selfie
Muitas pessoas torcem para que Joana ingresse na política.  Com sua graça e coragem, ela e Miruna, a filha de Genoino, conquistaram corações e mentes de muitos simpatizantes do PT ao lutarem tenazmente pelos pais.
“Não tenho nenhuma intenção de entrar na política”, ela diz.
Seus planos são mais simples. Na virada de 2013, por exemplo, uma de suas resoluções expostas no Facebook era aprender a andar de bicicleta. Aprendeu, mas não a ponto de andar nas ruas da cidade. “Mas andar no parque eu já consigo”, diz.
Em sua página, ela expõe situações com leveza situações do cotidiano de uma mulher destes tempos. Uma vez perguntou o que fazer quando você coloca um cigarro aceso na bolsa, por exemplo.
Joana fala com gratidão vibrante da “militância petista”. “Vi que o pessoal quer arrecadar 1 milhão em um dia na vaquinha do meu pai”, diz ela. “Não sei, é muito dinheiro.”
Da direção do PT fala com menos entusiasmo. “O Lula tem as coisas dele para cuidar”, diz.
Até as 10 horas da manhã desta quinta, 300 pessoas tinham contribuído, e a soma arrecadada chegava a 60 000 reais. Serão feitas duas atualizações diárias no site da arrecadação.
“Cada pergunta difícil que você me faz” é a resposta quando lhe pergunto sobre o cerco movido a seu pai por Joaquim Barbosa.
“Meu pai é combatido por causa da sua luta por justiça social”, ela diz.
Joana acha que vai demorar algum tempo para seu pai conseguir trabalhar e assim desfrutar o regime semiaberto que fora previsto para ele.
Quanto a ela, uma frase que ela postou de Florence and The Machine conta muito.
“And I am ready to suffer, and I am ready to hope.”
Com o pai
Com o pai

Paulo Nogueira
Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.