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Sistema e esquema


A presidente Dilma afirma apoiar a democracia das ruas. Pede um pacto social. O povo exige ações e transparências. As empresas têm CNPJ e as pessoas, CPF.

Eles nos desnudam para bancos, governos, empresas, imprensa etc. Há muito a ser revelado nas artes e manhas da administração pública.

Muitos indagam por que um sindicato nos representa, sejamos nós pedreiro, engenheiro, administrador ou gráfico? Os sindicatos, patronais ou de empregados, são dirigidos por grupos que deles se apoderam e não os largam. Arrecadam, sem pena. Vejamos o Sistema "S", criado pela ditadura Vargas, há 70 anos.

Cada Estado tem ricas federações com o grosso dinheiro das contribuições sociais de lutadores e patrões. Elas encastelam afilhados, realizam viagens para o nada, dão festas, prêmios e até prestam serviços sociais com cursos que, quase nunca, são gratuitos. Olhemos o caso da Federação das Indústrias de SP, a Fiesp, cujo grande prédio está iluminado de verde-amarelo, neste junho. Pois bem, o seu presidente usa o prestígio e os recursos da entidade para autopromoção a uma possível candidatura à Prefeitura de SP. Do lado dos trabalhadores, é o mesmo e ainda elegem deputados que apenas lutam pela manutenção de privilégios. E proliferam.

Não esqueça, por fim, que os governos sempre contratam as mesmas empresas para todos os serviços e obras. Elas recebem financiamentos do BNDES e até são associadas de órgãos estatais. O modelo se reproduz em alguns estados e municípios. É hora de abrir essa caixa preta. O povo quer e deve saber.
João Soares Neto
Escritor 

Com o BC e os juros vamos de mal a pior

Contra todas as evidências, o chamado mercado quer uma taxa Selic maior e tudo indica que o Banco Central (BC) vai mesmo aumentá-la de novo em 0,75% na reunião do Comitê de Política Monetária (COP0M) em meados deste mês. Está tudo dominado.

Vão elevar a Selic, apesar do recuo das taxas de juros a longo prazo; dos riscos de deflação na Europa; dos fracos sinais de retomada do crescimento nos Estados Unidos;  e da queda da inflação no Brasil. Além do fato de que a alta inflacionária anterior era sazonal, gerada pelos preços dos alimentos em decorrência de fatores climáticos na agricultura. A pergunta que se faz é: até quando vamos persistir nessa política equivocada?

Basta abrir os jornais para constatar: ainda que fosse verdade o superaquecimento da economia brasileira, o que temos em todos os segmentos são novos investimentos e fábricas. Todas as empresas européias anunciam novas aplicações de capital no Brasil. É acompanhar a mídia, repito, para ver que o governo mantém o ritmo de investimentos; o BNDES aumenta a oferta de crédito e os bancos privados também; como crescem as exportações e o investimento direto estrangeiro (IDE).

Até mesmo a questão explorada recentemente da falta mão de obra qualificada, está sendo equacionada pelo governo. Há ampliação e implantação de novas universidades e escolas técnicas (240 só no governo Lula, com meio milhão de vagas), e parcerias propostas pelas próprias empresas e pelo sistema S (SENAI, SENAC, SESC, SESI).

Assim não dá para entender. Ou dá? Para que aumentar a Selic em até 3% (índice sonhado pela voracidade do mercado) até o final do ano, pagando mais R$ 45 bi de serviço da dívida interna e agravando a situação fiscal? Para que, se o país pode reduzir a taxa e crescer mais e melhor, com ampliação dos investimentos em inovação, educação, e na infraestrutura, e com custos financeiros e tributários menores?