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A banca da distinta tucademopiganalhada

Recebo de um amigo um e-mail, provocado pelo post em que falei do Tiririca, a história desta música que abaixo. Ela vem do próprio Billy Blanco, registrada pela Sônia Palhares, de Brasilia, no site Samba e Choro:
“Conta o Billy Blanco que por volta de meados dos anos 50, no auge do Beco das Garrafas em Copacabana, Dolores Duran cantava numa daquelas boates… Tinha um cara que sempre ia aos shows da Dolores porque gostava muito da voz dela, porém odiava negro ou afro-descendente – que era o caso da Dolores Duran -. O cara ia ao show toda noite, sentava-se na primeira fileira de mesas, mas sempre de costas para o palco. Não dirigia um única palavra a ela porque não falava com negros. Sequer a olhava!
Quando queria pedir uma música, dirigia-se ao garçon – Alberico Campana, hoje dono da Plataforma no Rio de Janeiro – e dizia, acenando com um bilhetinho na mão: “Manda a neguinha cantar essa música aqui!”
Todo final da noite, pelo fato de ser solteiro, o tal sujeito sempre comprava o jantar e levava para casa, como não carregava embrulhos – que segundo ele era serviço de negro – pedia ao garçon que levasse até o seu automóvel.
Dolores, profissonal e pacientemente atendia os pedidos do “animal”. Nessa época, ela e Billy Blanco – segundo ele – mantinham um “affair”.
Um dia, muito aborrecida com a grossura do sujeitinho, Dolores contou a história ao Billy que, imediatamente compôs o samba “A Banca do Distinto”
“Não fala com pobre/Não dá mão a preto/Não carrega embrulho/Prá quê tanta pose, doutor
Prá quê esse orgulho
A bruxa que é cega/Que carrega a gente/E a vida estanca/O infarto lhe pega, doutor
E acaba essa banca
A vaidade é assim/Põe o homem no alto/E retira a escada/Mas fica por perto
Esperando sentada
Mais cedo ou mais tarde/Ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro/Maior é o tombo do côco/Afinal, tomo mundo é igual/Quando o tombo termina
Com terra por cima/ E na horizontal…
E aí…, na noite seguinte a Dolores cantou o samba prá ele… Fico pensando que, uma mensagem dessa tem mais força que mil discursos.”
Pois, tem muito distinto aí botando banca…Escute aí a música, executada pela superviolonista Badi Assad, um talento só.

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