Desigualdade de renda entre pobres e ricos é recorde, mostra IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
A disparidade entre o rendimento médio mensal dos mais ricos em relação aos brasileiros mais pobres nunca foi tão grande, mostra pesquisa do IBGE, divulgada pela Folha de S. Paulo nesta quarta (16).
De acordo com reportagem de Fernando Canzian, o 1% mais rico no Brasil recebeu, em 2018, 33 vezes mais do que metade dos pobres em todo o País.
O rendimento médio entre os mais abastados foi de R$ 27,7 mil por mês. Enquanto isso, 50% dos mais pobres recebem, por mês, R$ 820,00 em média.
É um recorde na série história da PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua), que começou em 2012.
Até então, o pior ano era o de 2014, mas os dados de 2018 mostram que a desigualdade hoje é muito maior do que em qualquer outro momento da série. Pelos cálculos do PNAD, o rendimento médio dos mais pobres caiu de R$ 2.279,00 em 2014 para R$ 2.234,00 em 2018.
O coeficiente de Gini está em 0,509, também um recorde. Quando mais próximo de 1, maior a desigualdade em um País.
Segundo a Folha, “a desigualdade aumentou porque o rendimento real da metade mais pobre caiu ou subiu bem menos do que o dos mais ricos, sobretudo nos últimos anos.”
Entre 2017 e 2018, os 10% mais pobres da população perderam 3,2% de sua renda. Já o 1% mais rico aumentou 8,4%.
De acordo com a reportagem, a queda na renda do mais pobre, que aumenta a disparidade social, coincide com os cortes e redução no atendimento do programa Bolsa Família. Em 2012, quase 16% dos domicílios do País participavam do programa. Em 2018, o número caiu para 13,4%.