A privataria tucana e as demais privatizações-doações

Já que tais crimes voltam à baila, por que não se faz uma AUDITORIA HONESTA e sem rabo preso?



"É preciso dizer sempre e em todo lugar que esse governo não retarda privatização, não é contra nenhuma privatização e VAI VENDER TUDO O QUE DER PARA VENDER".

Fernando Henrique Cardoso, presidente em 1995
 

 
Amanheci 2012 com o livro "A Privataria Tucana" sobre a mesa. No decorrer de dezembro, recebi muitas mensagens sobre essa obra. Mas, como temia tratar-se de um reles panfleto, estava disposto a ler outros livros antes, - a fila é grande e o tempo, incrivelmente, pequeno - não me motivei para esse levantamento do jornalista Amaury Ribeiro Jr.

Uma notícia divulgada pelo site "Comunique-se" e a informação de que a Executiva do PSDB pretende processar o autor me fizeram mudar de idéia. O site informou que a revista VEJA deliberou não incluir esse livro entre os mais vendidos, contrariando informações de várias redes livreiras. Dois dias depois, voltou ao assunto, dizendo que, depois de sua matéria, a mesma revista se viu obrigada a relacionar "A Privataria Tucana" entre as publicações mais procuradas.

Foi então que minha mulher adquiriu o livro por R$ 27,00 na FNAC, já na véspera do ano novo. Passara em outras livrarias, no mesmo shopping, e fora informada que já havia esgotado.

No próprio dia 31, comecei a ler e registrei algumas impressões:

1. Não se trata de uma "obra completa" sobre os danos causados pelas privatizações-doações que não começaram com FHC.

2. O que levou Amaury Ribeiro Jr ao assunto foi um conflito interno no PSDB, quando ele trabalhava no jornal ESTADO DE MINAS, ligado a Aécio Neves. Na ante-sala da campanha de 2010, pelo que se lê, José Serra produziu baixarias sob medida para garantir sua indicação à Presidência, sugerindo, inclusive, que o governador mineiro gostava de cheirar cocaína.
O material reunido pelo repórter tem origem nesse conflito de interesses. Com experiência em matérias policiais, ele acabou indo fundo na descoberta de uma lavanderia de propinas pagas no processo de privatização. Mas, até que a leitura do livro todo me prove o contrário, teve como alvo central o candidato José Serra, e não o processo de privatização que teve no governo tucano seu apogeu - com destaque para Ricardo Sérgio, ex-diretor do Banco do Brasil, que foi tesoureiro de sua campanha e operou pessoalmente algumas negociatas, especialmente nas empresas de telecomunicações. Isso me induz a acreditar no objetivo eleitoreiro de sua pesquisa.

É o caso da privatização da Companhia Siderúrgica Nacional, nascida da obstinação de Getúlio Vargas, contra os que, como hoje, preferiam exportar minério de ferro bruto. Ela foi privatizada em 1993 no governo de Itamar Franco. Essa identificação eu não vi no livro. Antes, em 1990, o governador de São Paulo, Orestes Quércia, privatizou a VASP num processo que gerou uma CPI e deu o primeiro passo para esfolar as empresas aéreas brasileiras da época até o cúmulo do leilão da VARIG, em 2006, entregue de mão beijada por uma ninharia a um fundo de investimentos norte-americano, representado por um chinês da pesada.

Vou continuar lendo para conhecer detalhes de suas denúncias. Mas lamento desde já que esteja diante de uma obra incompleta e direcionada. Porque as privatizações-doações têm de ser criticadas HONESTAMENTE, alvejando quem participou da dilapidação do patrimônio público, seja tucano ou não.
A publicação desse livro agora pode ter o mérito de trazer de volta o debate HONESTO sobre a desnacionalização das empresas brasileiras, que continua vogando, embora sob o manto da mais bem elaborada discrição. Hoje, é temerário dizer  que a Petrobrás é uma empresa estatal brasileira. Desde aquele agosto de 1997, quando Fernando Henrique Cardoso sancionou a Lei 9478/97, o monopólio estatal foi para os ares e a própria empresa envolveu-se num esquema de terceirização privatizante. A bem da verdade, os leilões que franquearam nosso petróleo a todo tipo de aventureiros, sem compromissos com nossa soberania – veja o caso da Chevron – tiveram maior incremento na era pós-tucana.

Agora mesmo, começam as privatizações dos aeroportos no mesmo ritual daqueles idos, enquanto o Código Brasileiro de Aeronáutica vai sendo violado, através da liberação por artifícios de espaços aéreos domésticos a empresas estrangeiras, as quais, aliás, já operam desproporcionalmente os vôos internacionais, contrariando as exigências de reciprocidade.

Já que os brasileiros estão mostrando interesse pelo livro sobre as peripécias do Sr. José Serra & Associados, creio ter chegado a hora de esgoelar reclamando a AUDITORIA das privatizações, tal como advogava quase solitariamente Leonel Brizola. É o caso mesmo de reclamar a reestatização de muitas empresas, principalmente as concessionárias que prestam péssimos serviços e só pensam no lucro, como aconteceu, em alguns casos, na Argentina.

Todo mundo sabe que empresas como a Vale do Rio Doce, a CSN e a Light passaram às mãos de grupos econômicos como descaradas doações. E que elas continuam se beneficiando de um guarda chuva oficial prejudicial sob todos os aspectos aos interesses nacionais.

No caso da Vale, como no "agro-negócio" o mal que se faz com a exportação de produtos sem valores agregados é um retrocesso perigosíssimo, influindo negativamente também no processo de DESINDUSTRIALIZAÇÃO DO PAÍS.

No comércio com a China, por exemplo, estamos importando o que precisamos e o que não precisamos para compensar as exportações de minérios e de soja: hoje, 25% do faturamento da Vale vem das vendas àquele país e é pago indiretamente pelos brasileiros, que assistem ao sucateamento da indústria nacional, aliás, por culpa também da miopia e ambição dos nossos empresários.

Bom, vou ficando por aqui: espero ter mais tempo para continuar lendo esse relato sobre A PRIVATARIA TUCANA. E para trocar idéias como você, cuja opinião me ajuda a compor o próprio raciocínio.
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Fortaleza: Eleição 2012

A chapa imbativel é?... 
Waldemir Catanho (PT) [ secretário de Articulação Política da Prefeitura de Fortaleza -,  e  Claúdio Lima (PSB) - Presidente da Assembléia Legislativa do Ceará -, de vice. E zéfirimfororó! 

A presidente Dilma sobre reforma ministerial

 Isso não vem nem do primeiro, nem do segundo, nem do terceiro escalão. Isso vem do ''rabogésimo'' escalão! O último! Aquele escalão que não tem informação nenhuma!


Votos para 2012

por Maria Claudia oliveira de Paiva

Analisando este ano que está indo embora, até os anteriores, poderia pedir muitas coisas para 2012 mas o que realmente a humanidade precisa é de amor. Amor em todos os sentidos. Entre casais, entre amigos, entre colegas de escola, entre vizinhos. E não é esse amor que todos acham que só é possível sentir pelos filhos, pelo marido, pela esposa, pelos pais. Não...é o amor que está dentro de nós e que podemos sentir por qualquer pessoa, seja ela quem for. Esse amor que nós nascemos com ele, mas que infelizmente, no decorrer da vida, acabamos por distorcê-lo em seu verdadeiro significado e acabamos por achar cafona. Fazer com que a humanidade sinta amor é difícil, mas é esse meu sonho. Quando as pessoas realmente deixarem desabrochar esse amor de dentro de seus corações, com certeza haverá menos injustiça social, menos corrupção, menos violência, entre outras coisas. Só quem sente amor de verdade é capaz de amar, inclusive nossos inimigos. 
Que possamos descobrir o verdadeiro significado dessa palavra mágica e possamos utilizá-la em todos os dias de nossa vida. Comecemos agora em 2012 e quem sabe construiremos um mundo melhor para nosso filhos, netos... 
Utopia...sim! 
Sonho...sim!
Eu não me canso!

Votos para 2012

por Luis NassiffAlgo me tocou fundo na morte de Daniel Piza. Frequentávamos o mesmo clube em São Paulo. Poucas vezes conversamos. Mas seu carinho com os filhos, novinhos ainda, demonstravam um sujeito sensível. A maneira como reagiu aos ataques de Mário Sabino, ignorando-o de forma superior, comprovavam ser uma pessoa voltada para o embate das ideias. Nunca fui um admirador de suas analises políticas e econômicas, mas de seu caráter e de seus comentários sobre temas culturais, sim.

Dia desses, recebi um belo email de meu amigo Ricardo Setti, blogueiro da Veja e caráter sem mancha, em uma profissão em que o oportunismo costuma ser frequente.

Os dois exemplos reforçaram minha convicção de que a melhor divisão para as pessoas não são suas convicções políticas, mas seu caráter. E o grande desafio para 2012 será criar territorios de boa vontade, onde as discussões possam ser abertas, o contraditório estimulado e toda forma de intolerância abolida.

De agora até amanhã, durante todo o dia, manterei este post no topo da página, para permitir a  todos os comentaristas de boa vontade expressar o que esperam de 2012 para si, sua família e para o país.