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A frase do dia é do jornalista Costa Pinto (Brasil247)


 Arthur Lira (ainda presidente da Câmara Federal) perdeu a compostura porque foi pego na descedente: não é Midas, é ouro de tolo (pirita). 

Disse mais: "A diatribe verborrágica de Arthur Lira galvanizou apoios e solidariedades ao ministro Alexandre Padilha para além do PT..."

Luis Costa Pinto - jornalista, editor especial do site Brasil247 e vice-presidente da ABMD - Associação Brasileira de Mídia Digital

Lula: PiG é linha auxiliar contra o PT

O Presidente Lula afirmou, nesta terça-feira (23), que a grande imprensa brasileira trabalha como uma linha auxiliar dos adversários do Partido dos Trabalhadores. “A imprensa aqui no Brasil, especialmente em São Paulo, age como linha auxiliar dos nossos adversários, trabalhando contra o PT 24 horas por dia”, discursou em comício na cidade de Guarulhos. “Não estou falando desses meninos e meninas que estão aqui escrevendo. Falo dos grandes. Há decisão editorial em falar mal do PT e não falar das coisas boas que o PT faz”, completou. 

Lula: Há decisão editorial em falar mal do PT e não falar das coisas boas que o PT faz

O Presidente Lula afirmou, nesta terça-feira (23), que a grande imprensa brasileira trabalha como uma linha auxiliar dos adversários do Partido dos Trabalhadores. “A imprensa aqui no Brasil, especialmente em São Paulo, age como linha auxiliar dos nossos adversários, trabalhando contra o PT 24 horas por dia”, discursou em comício na cidade de Guarulhos. “Não estou falando desses meninos e meninas que estão aqui escrevendo. Falo dos grandes. Há decisão editorial em falar mal do PT e não falar das coisas boas que o PT faz”, completou.

Ao lado do candidato a governador Alexandre Padilha (PT) e de Eduardo Suplicy (candidato ao Senado), o petista prosseguiu: “Em 2006, eu não fui ao debate e teve uma cadeira vazia. Em 1998, o FHC (ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) não foi e não tinha cadeira vazia. O Alckmin não vai e não tem cadeira vazia. Se fosse você, Padilha, teria cadeira vazia”, lembrou.

Lula citou o racionamento de água em São Paulo para atacar o governador Geraldo Alckmin (PSDB). “A última obra na Cantareira (reservatório que abastece o Estado) foi em 1982 e ele não foi capaz de colocar um copo a mais de água”, afirmou. “Daqui a pouco, a culpa da falta de água é dos prefeitos ou da Dilma. Imagine se o governador fosse do PT, mas como o governador é tucano, eles (a imprensa) fingem que não é com eles”, criticou.

O cabo eleitoral voltou a comparar as gestões petistas a frente do Governo Federal com a dos antecessores. “Nós resolvemos dizer pra eles: nós nascemos pobres, mas queremos estudar e queremos que nossos filhos estudem. Nós não queremos mais ser tratados como pessoas de segunda classe”, vociferou o Presidente ao pedir votos para os candidatos do PT. “Eles têm medo, Padilha, é que São Paulo possa fazer coisas melhores do que faz. Nesses 12 dias, 24 horas por dia, vamos eleger nossos candidatos, além de elegermos a Dilma para Presidenta”




Para Padilha, Alckmin foge do enfrentamento político. “Os técnicos da Sabesp foram mais sinceros que o governador e admitiram que já realizam o racionamento. Alckmin fingia que o problema de água não era com ele. Hoje, saiu mais uma notícia de que na prática existe racionamento em SP”, disse, para finalizar: “Não adianta fugir dos debates. No 2º turno não vai ter jeito, ele vai ter que debater comigo”.

Alisson Matos, editor do Conversa Afiada

Favas contadas

Dilma será reeleita.

Se no primeiro ou segundo turno, essa é a dúvida.

Essa questão são favas contadas - essa é minha opinião -.

Quanto a eleição para o governo dos Estados, aí que reside a esperança da parte mais rica e forte do Psdb - São Paulo -.

Se Alexandre Padilha for para o segundo turno, será eleito governador, então pode fechar a tampa do caixão, o Psdb morreu.




Que as pesquisas de opinião, até divulgadas, são a maior fraude eleitoral de todos os tempos - tenho certeza -, mas a partir do fim desta semana 19/20 de 09 os grandes institutos começaram a fazer seus "ajustes".

E "ajustadas" as intenções de votos de Padilha vão se multiplicar.

A disputa para ir ao segundo turno será apertada.

Mas, confio que o PT consegue.

Dito isso...é esperar para gente conferir.

A maior fraude de pesquisas eleitorais de todos os tempos

Estamos vivendo, presenciando a maior manipulação de pesquisas de opinião pública da nossa história.

Os números divulgados pelos grandes institutos é uma fraude grosseira e criminosa.

Alexandre Padilha (PT) tem hoje - divulgam eles - em média 8% de intenção de votos.

Mentira escandalosa - no mínimominimo tem 20%.

Afirmo e aposto, quem se habilita?

Mas, o que vai acontecer o Globope, o Datafraude serão desmoralizados?...




Eles farão o seguinte:

Quinze dias antes da eleição eles começam o "Ajuste".

Padilha cresce e disputa voto a voto a segunda colocação com Skaf.

Se ficar em segundo lugar e Alckmin não for reeleito no 1º turno...

Alexandre Padilha será o primeiro governador petista em São Paulo.




Pig passa recibo

A candidatura de Alexandre Padilha (PT) - ex Ministro da Saúde, pai do Mais Médicos - está vivíssima.
Ninguém chuta cachorro morto durante campanha eleitoral.

Que diz o candidato sobre o envolvimento do seu nome em conversas de terceiros?...
É um absurdo, um absurdo o envolvimento do meu nome através de troca de mensagens de terceiros e, a partir dessa troca de mensagens, fazer qualquer tipo de suposição de relação minha com essa pessoa", reclamou Padilha. "Desde o começo, eu tive a atitude de chamar a imprensa para esclarecer e falar toda a verdade, toda a verdade. Disse claramente que mente quem diz que tem contrato de empresa privada com o Ministério da Saúde, porque nunca teve na minha gestão. Mente quem diz que eu tenho qualquer envolvimento na indicação de qualquer pessoa (para o laboratório). Inclusive, já interpelei formalmente quem utilizou meu nome para querer qualquer tipo de benefício, e mente quem tenta estabelecer qualquer relação minha com esse doleiro e qualquer outra pessoa que está sendo investigada.

Passou dos limites. Isso foi na sexta-feira passada que surgiu, chamei a imprensa para convocar; na última segunda-feira, eu fui na TV do governo do estado de São Paulo para esclarecer, debater com os jornalistas, com todos os olhos. E continuam tentando buscar envolver o meu nome e difamar o absurdo, que eu repudio, estou indignado com isso.

Quando implantei o Mais Médicos chegou até a ter gente que falava que meu diploma era falso. Tenho couro duro, estou preparado para enfrentar e sei o que estou enfrentando. Ilações, injúrias e calúnias, também porque sou pré candidato a Governo do estado de São Paulo e estou incomodando muita gente, com o perfil dessa pré candidatura



Governador Geraldo Alckmin, onde estão os 74 milhões destinados a Santa Casa?

A pergunta acima, conforme insiste o ex-ministro da Saúde e candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, deve ser respondida pelo governador do Estado de São Paulo, dr. Geraldo Alckmin. “Se a Santa Casa fechou a porta é porque o dinheiro repassado pelo Ministério da Saúde está no governo do Estado. Não chegou ao hospital. O governador tem que explicar”, cobrou Padilha.
À frente do Ministério da Saúde até o ano passado, ele garante que as verbas foram direcionadas pelo governo federal à entidade. “Desde a minha gestão, em 2011, pagamos o dobro do valor da tabela SUS para a Santa Casa. Tem dinheiro que estava parado no governo do Estado e que não era repassado, recurso maior que a dívida de R$ 50 milhões”, complementou.
Como vocês sabem, com uma dívida de R$ 50 milhões com fornecedores e sem o básico remédios e seringas de injeção  para realizar os atendimentos, o provedor da Santa Casa, Kalil Rocha Abdalla, fechou por 30 horas o Pronto Socorro e suspendeu os exames e cirurgias não graves da entidade. A dívida total da entidade, diz seu provedor,  chega a R$ 300 milhões.
Falta de diálogo transparente do governo paulista dificulta solução
Felizmente, 30 horas após a decisão que prejudicaria 8 mil pessoas que passam diariamente pela Santa Casa, as portas do PS foram reabertas quando a Secretaria Estadual de Saúde anunciou o repasse de R$ 3 milhões, sob a condição de realizar uma auditoria na entidade.
O Ministério da Saúde (MS), por sua vez, pediu informações à Secretaria Estadual de Saúde, após verificar que R$ 74,7 milhões encaminhados pelo governo federal à entidade, entre 2013 e 2014, não chegaram ao hospital. “Até o momento, as informações não foram recebidas, dificultando um diálogo transparente sobre a situação”, diz nota do MS.
A Pasta também detalhou que “foram  R$ 291.390.567,11 transferidos (do governo federal para o de São Paulo) e R$ 237.265.012 recebidos pela Santa Casa, em 2013. Este ano, os valores são R$ 126.375.127 e (o repassado) R$ 105.761.932″. O Ministério rebateu, ainda, declarações do secretário estadual da Saúde de São Paulo, David Uip, que afirmou haver “erros grosseiros” na tabela de repasses divulgada pelo Ministério.
Recursos dobrados
O governo federal aponta que os recursos da Santa Casa foram dobrados após a criação da política de incentivo do Ministério da Saúde.  Como explica o ex-ministro da pasta, Alexandre Padilha, “isso fez com que o Ministério da Saúde repassasse o dobro da tabela SUS para a Santa Casa, porque ganhou esse incentivo pela qualidade do atendimento e por reduzir o tempo de espera”.
Segundo o ex-ministro, “o incentivo de qualidade funciona para a Santa Casa de São Paulo desde 2012, mas o Ministério não pode passar o dinheiro direto para o hospital. Ou vai para o Estado ou para o município. No caso aqui da capital, o contrato é com o governo do Estado.”

Eleição 2014 - São Paulo: A batalha

Apesar do que dizem as pesquisas sobre o momentâneo favoritismo do Alckmin – e dos números que elas dão sobre a disputa presidencial – é cedo demais para dar a eleição ganha para um lado ou para outro. Particularmente para Alckmin e no 1º turno. A campanha eleitoral, a propaganda no rádio e TV ainda nem começou e tudo indica que também no Estado de São Paulo haverá 2º turno.

Nas três ultimas eleições majoritárias estaduais (2010, 2006 e 2002) o PT obteve 32% de votos. Se Paulo Skaf e os outros candidatos a governador conseguirem 18% dos votos – o que não e impossível – vamos ter uma disputa dura no 2º turno. Claro, não se trata de um passe de mágica e, pronto, Alckmin cai.

Mas ele tem pela frente a descoberta pela população de que ela enfrenta a falta e um racionamento de água, à noite, desde maio (em alguns bairros da Grande São Paulo, desde janeiro e o dia todo, em dias alternados num sistema de rodízio); os índices de criminalidade que crescem em números devastadores há pelo menos 12 meses seguidos – quer dizer um apagão na segurança pública; apagão também na educação, na saúde, nos transportes públicos…enfim, o conjunto da obra do tucanato nesses 20 anos que eles estão no poder em São Paulo.

O governador nega tudo isto. Pelo silêncio

Tudo isso o governador nega ou escamoteia pelo silêncio. Mas a população vai saber e se conscientizar nos dois meses de campanha eleitoral. Apesar do voto conservador ser alto em São Paulo, já ganhamos três vezes a prefeitura da Capital nesses últimos 30 anos e as principais cidades do Estado já foram governadas pelo PT.

Para ganhar de novo tem que ter os pés no chão, tentar superar, reconhecer que há rejeição hoje ao PT, má avaliação dos governos Dilma e Haddad na cidade, parte pela rejeição ao próprio partido e ao ex-presidente Lula, ao que representamos como esquerda socialista e de luta, a nossa história e propostas sociais e políticas, parte pela força da mídia que aqui é potencializada pela concentração do noticiário.

Não é fácil, realmente, ganhar eleições na capital e no Estado. Mas vejam, além dos três prefeitos que já elegemos na capital – Fernando Haddad, Marta Suplicy e Luiza Erundina – dos prefeitos nas grandes, médias e pequenas cidades, temos dois dos três senadores (Eduardo e Marta Suplicy) e elegemos sempre as maiores bancadas de deputados estaduais, federais e de vereadores.

Podemos, sim, ganhar as eleições em São Paulo

Aos que desanimam, ou até se desesperam com números de pesquisas, convém lembrar mais uma vez que o PT é partido de chegada e que não eram muito diferentes os índices de seus candidatos, à essa altura da disputa, em eleições anteriores em São Paulo. Isso só demonstra que podemos, sim, vencer as eleições deste ano – a nacional e as estaduais.

Não há porque entrar em pânico ou desespero. Em vez de ficar centrado nas pesquisas, devemos ir à luta, criar fatos políticos, fazer a disputa política, expor ao máximo o balanço do tucanato, a herança maldita de seus oito anos em contraposição às realizações dos 12 anos de nossos governos. ganhamos, sim, se formos para a a rua, para o embate eleitoral e político.


Frase do dia

“Nenhum de nós que concorreu às eleições para o governo paulista tem a mesma competência que Padilha tem para cuidar do Estado de São Paulo. A sua campanha, junto com a da companheira Dilma, é prioridade na minha vida. Aquilo que eu puder fazer para eleger Padilha e reeleger Dilma, podem estar certos de que farei e irei me dedicar 24 horas por dia”. Lula



Entrevista com Alexandre Padilha

Aos 42 anos, o médico e ex-ministro da saúde Alexandre Padilha concorrerá ao governo do estado de São Paulo pelo PT. Quando recém formado, Padilha trabalhou na Amazônia coordenando um núcleo da USP no combate à malária e outras epidemias.
Ter vivenciado a importância do médico em comunidades isoladas foi, segundo o candidato, fundamental para poder ajudar Dilma Rousseff a implantar o programa Mais Médicos. Num café na rua Avanhandava, Padilha falou sobre suas propostas com exclusividade ao Diário do Centro do Mundo.
DCM: Vamos começar abordando a ausência de Dilma no ato de confirmação de sua candidatura no último domingo. A mídia andou disseminando boatos de falta de prestígio.
Padilha: O maior sinal de prestígio foi a presidenta ter cunhado o primeiro slogan dessa campanha que foi dizer que sou o ‘volume vivo’ para o estado de São Paulo. E eu na condição de médico infectologista sou o primeiro a entender o motivo pelo qual a presidenta não pode estar presente no domingo. Não esteve fisicamente mas esteve com sua mensagem muito forte que repercutiu o que nós esperávamos. E ela sabe que o maior palanque, o mais intenso na defesa da campanha da reeleição dela será o nosso.
Dilma fez essa menção com relação à crise hídrica do estado (“São Paulo não merece o volume morto e você é o volume vivo”). Como corrigir o tempo perdido do Sistema Cantareira?
Nós faremos em quatro anos as obras que eles não fizeram em dez. Minha mãe é alagoana e todos já ouvimos histórias da seca no nordeste. Todo mundo sabe que um açude no sertão não evapora em uma só temporada de seca. O Cantareira não é um açude. São seis represas interligadas, que começa na divisa de Minas Gerais e vai até a região metropolitana em Mairiporã. Novecentos mihões de metros cúbicos de água, mais de 3 vezes o que é a represa Billings, por exemplo. Ninguém pode dizer que o Cantareira secou porque faltou chuva de dezembro pra cá. O que faltaram foram as obras que desde 2004, quando houve a renovação da outorga do Cantareira, haviam sido apontadas como necessárias. Um conjunto de obras para reduzir a dependência da capital, para distribuir melhor, para fazer com que a capital tivesse outras formas de recebimento de água, para reduzir as perdas que chegam a 30% por vazamentos, para tratamento de esgoto. E nenhuma dessas obras estruturantes foi realizada.
O racionamento começou em dezembro em Campinas, em fevereiro em Guarulhos e a partir de março começou a faltar água em vários bairros da capital. Existe o racionamento na prática mas que não é assumido. Mas só essas obras não bastam. Nós iremos apostar em soluções inovadoras de gestão da água. Estimular a captação de água pluvial, estimular o reuso. Quando fui ministro da saúde coloquei como regra colocar nos hospitais públicos e privados que estavam sendo construídos, mecanismos de reuso da água e de tratamento de esgoto. Tudo para reduzir a dependência no abastecimento de água, para garantir uma gestão sustentável de um recurso que é finito. A Sabesp lucra 2 bilhões de reais e não investe em obras. É preciso que ela invista e é preciso captar recursos do governo federal. Guarulhos fez isso. Captou recursos do PAC. Tinha zero de tratamento de esgoto e hoje tem 50%.
Qual sua opinião sobre a regulamentação da mídia?
Sou defensor intransigente da liberdade de expressão, da divergência de opiniões, acho bom que se tenha uma variedade cada vez maior. E meu governo terá um papel de respeito permanente, independentemente da opinião. Conosco não terá essa coisa de coerção, de agredir jornalista. É muito importante o debate nacional sobre regulação econômica que o PT está levantando sobre isso e que será levado ao congresso nacional. É fundamental que se aprimore regras que defendam a liberdade de expressão e fortaleçam a democracia estimulando vozes discordantes.
Tanto quando fui ministro da coordenação política quanto ministro da saúde sempre alertei minha equipe de que a imprensa, os blogueiros, as redes sociais, os vários meios de comunicação e debate ajudam o governo a agir, a acelerar as opções dos programas. Essa vigilência constante é fundamental e defendo inclusive que governo de estado de São Paulo utilize seus instrumentos de financiamento, de apoio e infraestrutura para ajudar a multiplicar a produção regional de conteúdo. Sonho em ter um concurso de blogs nas escolas, por exemplo, para fomentar a diversidade de opiniões. Podemos pegar a fundação TV Cultura, a fundação Padre Anchieta e estimular isso da forma mais interativa possível, com parcerias com jornais locais para que nosso estado tenha diversidade de opiniões pelos mais variados meios de comunicação. Defendo que se use recursos do estado para instalar estudos de produção de conteúdo para internet, para o Youtube. São Paulo pode ser um grande polo de produção criativa.
No início do programa Mais Médicos, São Paulo liderou a demanda. Hoje o estado conta com 2.187 médicos da atenção básica que garantem atendimento para 7,5 milhões de paulistas resultando em uma redução de 70% no encaminhamento a hospitais. É possível melhorar?
O Mais Médicos é um grande sucesso mas ele é só um primeiro passo. Agora São Paulo precisa organizar sua rede e o governo do estado tem um papel decisivo nisso para que os exames, as cirurgias, os atendimentos médico-hospitalares aconteçam mais perto de onde as pessoas moram. A grande demanda hoje é exatamente nas filas para exames e cirurgias, e nosso programa de governo tem uma proposta muito ousada no sentido de reduzir essas filas em cada região do estado. Portanto o salto que daremos será, com a estrutura que tem o governo, chegar mais próximo das regiões mais desassistidas para reduzir essas filas. O que não pode é o governo do estado continuar com a postura que tem hoje que é de disputar com o município. O estado de São Paulo é o único da região sudeste que não coloca um real no SAMU, que fica totalmente custeado e gerenciado pelo governo federal e governos municipais. O governo atual não construiu nenhuma UPA vinte quatro horas, as únicas que temos foram construídas, equipadas e financiadas pelo governo federal.
Por falar em disputa entre governo e município, ela é muito evidente na região da Cracolândia. As operações Braços Abertos e Recomeço não estão em sintonia.
Essa cooperação entre governo do estado e município é fundamental para enfrentar o problema das drogas nas duas frentes: na do cuidado, do acolhimento para aliviar o sofrimento de quem faz uso abusivo, reconstruindo o projeto de vida da pessoa, reconstruir valores em cooperação com a sociedade civil, bem como nas ações de segurança pública, de enfrentamento ao tráfico. Eu passei pela experiência de estar com o prefeito Haddad, com o secretário de saúde, com o tenente coronel responsável pela área numa manhã participando de um seminário com todos os funcionários, num esforço de interação, e à tarde ocorreu uma ação desastrosa da polícia que nem o tenente da polícia militar sabia, deixando sitiados os profissionais, médicos, pacientes, todos sofrendo com bombas de gás lacrimogêneo, ou seja, a cooperação é fundamental.
O senhor tem dito que agirá com rigor contra o crime organizado e a impunidade, que irá sufocar o fluxo de caixa das facções, valorizar policiais e aumentar o efetivo nas ruas. O que pensa sobre a desmilitarização da PM?
Não gosto de generalizar nada. A PM tem cerca de 100 mil policiais no seu efetivo. Eu tenho tido contato e vejo policiais muito bem qualificados, bem formados e com grau grande de compromisso. O que não se pode permitir é o abuso. Quando ocorre, deve ser fortemente punido. Até hoje, qual a punicão daqueles que abusaram na ação de Pinheirinho? O que foi feito nas ações contra jornalistas ou manifestantes durante as manifestações. Todos nós sabemos que parte do estopim nas manifestações foi abuso na ação de alguns policiais. Isso não iremos deixar de averiguar, inclusive fortalecendo o papel da corregedoria que precisa ser decisiva. Hoje na periferia, pais têm medo de que seus filhos voltem a noite por conta de medo de abuso da polícia e isso precisa ser fortemente punido. Isso passa pela formação.
Eu não tenho uma proposta de acabar com as polícias do jeito que são hoje, nem unificar. A constituição estadual de São Paulo estabeleceu três perfis de polícia: militar, civil e científica. Não entendo que se deve unifica-las mas devemos ter maior integração. Integração já na formação, ou seja, na academia deve haver períodos comuns de formação, de conteúdos e igualmente no dia-a-dia do trabalho. Maior integração do banco de dados, por exemplo. O da polícia militar é um, da polícia civil é outro, do Detran é outro.
Integra-los irá tornar as polícias mais modernas, mais efetivas para combater os crimes. É preciso ter um comando por parte da secretaria de segurança pública e do próprio governador que trabalhe a integração das polícias e não a disputa que é estimulada hoje em dia. É preciso haver uma reorientação. Temos capacidade de fazer que isso funcione melhor. Hoje, 25% das ocorrências do 190 são de pequenos delitos que não necessitariam da atuação da polícia militar. Uma ação da defesa social, da guarda civil metropolitana liberariam o efetivo da PM para ações que cabem a ela fazer.
O senhor promete instituir a ‘aprendizagem continuada’ no lugar daquilo que hoje é conhecido como ‘aprovação automática’ praticada pelo governo tucano. O que é isso?
Os governos tucanos pegaram o conceito da progressão continuada em que se busca garantir que o jovem aprenda progredindo ano a ano e transformaram numa verdadeira aprovação automática, se o jovem aprendeu ou não independe de sua progressão. Não é oferecido condições para que ele dê esse salto. Então antes de mais nada iremos valorizar os professores.
De que maneira? Aumentar salário basta?
São Paulo não pode pagar o 16º salário do país. É preciso haver uma recuperação que sinalize atratividade para os professores. Uma outra ação é, junto às universidades, criar uma academia dos professores, de valorização, uma ação permanente, preparando para as realidades regionais. E também é preciso recuperar a infraestrutura das escolas. A maior parte não tem assesso à internet hoje, apenas 1% da rede pública estadual tem laboratórios de ciência e informática, acessibilidade para deficientes… enfim, na área de educação é mudar ou mudar. Ou mudamos agora ou iremos comprometer o futuro de milhões de jovens. O que me deixa mais triste nesses 20 anos de governos PSDB, foi que eles não tiveram políticas continuadas para a educação. Cada secretário que assumia criava seu próprio programa, suas metas, tudo errático. Com isso hoje você tem uma grande descrença em termos de mudança. Por isso estabeleceremos metas de curto, médio e longo prazo.
Em razão da grave crise financeira da gestão do reitor João Grandino Rodas, criou-se um debate sobre a necessidade de implantar o pagamento de mensalidade na USP. O que pensa sobre o assunto?
Considero isso um absurdo. Não podemos abrir mão de termos uma universidade pública gratuita como USP, UNICAMP, UNESP, pelo papel que elas já tiveram ao longo desses anos todos no desenvolvimento do estado de São Paulo. Inclusive quero estabelecer recursos vinculados ao crescimento do estado para as universidades. Agora, o dado concreto em relação a USP é que pela primeira vez na história democrática do estado de São Paulo, o governo tucano impôs um reitor que a comunidade acadêmica não tinha escolhido. Isso resultou nessa gestão desatrosa do ponto de vista financeiro, fiscal, institucional e político. Tanto é que ele não terminou sua gestão, teve que sair antes. Agora precisamos ser parceiros para reconstruir e podem contar com meu apoio. Para que as universidades possam descobrir novas vacinas, descobrir obtenção de energia através do bagaço da cana.
O senhor comprometeu-se a levar o metrô a vários locais: até Guarulhos, região do ABC, Taboão da Serra, Brasilândia, Osasco. Em quanto tempo?
Vamos. Em 4 anos faremos com que o metrô tenha ultrapassado os limites da capital. Hoje em dia a lentidão das obras está diretamente relacionada à sua gestão. Desde a elaboração dos projetos até o processo licitatório.
Tem que ter transparência. Não se pode permitir superfaturamento. Tanto no metrô quanto nos trens da CPTM ocorre um escândalo de corrupção de 15 anos que só passou a ser apurado depois que a polícia federal, o CADE, o governo federal, autoridades internacionais começaram a questionar. Temos que ser transparentes, fazer o que o PT faz. O PT criou a CGU no governo federal, faz apuração. Não sou contra parceria público-privada. Ela contribui muito para acelerar no conjunto de investimentos que o estado não consegue fazer sozinho. Infraestrutura, metrô, trens, hidrovias podem avançar muito com parcerias. Pegar as estradas concessionadas e ampliar os acessos das cidades pois algumas delas atravessam cidades ignorando-as. Limeira é um exemplo de cidade que não conseguiu ampliar seu parque industrial tecnológico porque não tinha acesso adequado.
Quais as medidas que endossarão a fala da presidente Dilma (no telão) de que sua candidatura tem a marca da mudança?
O PT está preparado para fazer aquilo que nunca foi feito no estado de São Paulo e que precisa ser feito hoje. As gestões municipais de Marta Suplicy e agora Fernando Haddad são um exemplo. Ambos mudaram o transporte coletivo na capital. Fernando Haddad acelerou as obras de execução de corredores de ônibus, em seu primeiro ano fez 36% do que havia se comprometido. Marta criou o bilhete único integrado e Haddad criou agora o bilhete único mensal. Nós vamos lançar o Bilhete Único Metropolitano. A pessoa que precisa usar a EMTU, a CPTM, metrô, pagará uma tarifa só. O cidadão economiza, a integração entre o meios de transporte fica mais rápida.
Já que falamos de transporte, moradia é tema correlato. Como fica seu programa de moradias perante o atual momento de forte pressão realizada pelo MTST?
Faremos parcerias com todos os movimentos de moradia. Sou um defensor desses movimentos. Quando aprovamos o FINIS (Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social) eu era do ministério da coordenação política do presidente Lula e foi a primeira lei de iniciativa popular aprovada pelo congresso nacional desde a nossa constituição. Dentro do escopo do FINIS tinha apoio a projetos junto a movimentos de moradia. O Minha Casa Minha Vida começou como parte disso e agora deu grande salto de parceria com esses movimentos. No estado de São Paulo já entregou ou contratou mais de 600 mil casas. Só para efeito de comparação, a CDHU que surgiu nos anos 80 desde então entregou 500 mil casas.Temos um grande projeto utilizando recursos já existentes do governo do estado que tem 1% do ICMS destinado para a moradia e não é executado na sua integridade.
O tema da mobilidade urbana faz com que precisemos repensar o centro das grandes cidades. Nós queremos, em parceria com as prefeituras, fazer um grande projeto de revitalização trazendo habitação para o centro das cidades. Eu sou morador do centro de São Paulo e sei que todas as grandes cidades só se revitalizaram quando se colocou programa habitacional no centro. E isso não é um problema só da cidade de São Paulo.
No próximo sábado (21), a Convenção Nacional da legenda irá confirmar Dilma na disputa à reeleição e também será formalizada a aliança com o PMDB. Como pretende reverter o quadro negativo de intenção de voto, hoje em 3% ?
Será uma campanha bastante disputada e muito rica para o estado de São Paulo porque depois de 20 anos de um partido governando, a população terá oportunidade de ter opiniões diversas. Confio muito na força e na maturidade do PT hoje, que governa mais cidades. Confio na nossa forte presença nos movimentos sindicais e sociais, mas o partido também aprendeu ao longo desses últimos anos a construir alianças muito sólidas nas cidades que governa hoje. Acredito também na força da militância, o PT nunca esteve tão unido. Não me preocupo com as pesquisas agora. Todo mundo já viu essa história que estamos vendo hoje. E, nesse ano, a população só vai começar a debater eleição depois que a Copa acabar. A população está mais exigente, apontando os problemas que precisamos enfrentar e isso é bom, é positivo. Estou tranquilo, a pesquisa que vale é aquela de outubro.
Sobre o Autor
Jornalista, escritor e fotógrafo nascido em São Paulo.
Mauro Maduro

Reeleição de Alckmin tá fazendo água

Pesquisas qualitativas do PSDB em São Paulo dão conta que a Cantareira - racionamento d'água -, está "escorrendo" intenções de votos em Geraldo Alckmim com uma velocidade e quantidade preocupante. 

Os números apontam para o governador - candidato a reeleição - chegar em segundo lugar na disputa do primeiro turno. 

Em privado especialistas já veem o candidato do PT, Alexandre Padilha - ex-ministro da saúde -, como franco favorito.

A ordem no tucanato é "ressuscitar" o Caso Celso Daniel, desde ontem.

Lula - "É importante sair na rua"

Roney Domingos,
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (4) que os governantes devem ir às ruas e ouvir as críticas, "que nem sempre são apenas da oposição". Lula participou nesta noite de evento em Osasco (SP) ao lado do ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha. O encontro reuniu cerca de 2 mil pessoas.

"Quando a gente é governo, se a gente não tomar cuidado, a gente passa a ouvir um tipo de gente que parece que o mundo não tem defeito. De vez em quando é importante sair na rua para saber o que as pessoas estão pensando. Às vezes a gente chega num lugar e as pessoas estão e xingando a gente e a gente pensa que é porque são da oposicão. Não, às  vezes aquelas pessoas até votaram na gente", afirmou.

Lula disse a Padilha para não se preocupar com resultados de pesquisas de opinião pública. "Não se preocupe porque não apareceu em primeiro lugar na pesquisa ainda. Esse é um processo. Nós temos tudo para falar. O outro lado tem tudo para calar", afirmou. Lula afirmou ao ex-ministro que terá de apresentar propostas novas.

As últimas pesquisas sugerem que as eleições mais interessantes, em 2014, serão as que definirão quem vai governar São Paulo.

Aparentemente, no plano nacional, a coisa está resolvida a favor de Dilma. As manifestações de junho chacoalharam – mas não derrubaram – o prestígio de Dilma. Marina teve um instante de brilho, então, mas este brilho vai se pondo. Isso se vê não apenas nas pesquisas mas na dificuldade dela em amealhar as assinaturas necessárias à criação de sua Rede.
Em São Paulo a disputa parece aberta. O PSDB domina há muitos anos a política paulista, mas o desgaste nacional trazido pela Era Serra pode cobrar seu preço regionalmente.
O PSDB não se renovou apenas em ideias, mas também em gente. Faz tempo que tudo gira em torno de FHC, Serra, Alckmin e Aécio.
Disse algumas vezes que o PSDB precisa de um Bergoglio para sair do atraso e da letargia, ou para simplesmente não morrer na irrelevância progressiva, mas é possível que qualquer Bergoglio acabe expelido do partido pela estrutura viciada que sobretudo Serra montou.
A sensação que os líderes tucanos transmitem é que não estão enxergando o problema, e muito menos a solução.
Padilha, diante de tudo isso, terá chance de desalojar Alckmin?

Frase do dia

Quero dizer pra vocês, sem ter falado de eleição, que nós precisamos eleger o Padilha para ele ajudar a Dilma. Se ela tiver por trás o Padilha, o Mais Médicos e o Estado de São Paulo, vai ficar muito mais fácil a gente fazer muito mais pelo Brasil, Lula em ato do PT em São Paulo

Os médicos sem revalida poderão dar plantões em urgência e emergência?

Alexandre Padilha - Ministro da Saúde - Responde:
O Programa Mais Médicos é um projeto de aperfeiçoamento na atenção básica, ou seja, esses médicos não atuaram na urgência e emergência, terão sua atuação restrita nas unidades básicas de saúde.
Neste projeto os médicos estrangeiros terão sua atuação delimitada pelo Ministério da Saúde e contarão com supervisão acadêmica, tutoria e realizarão curso de especialização. O Revalida se aplica para o trabalho médico de estrangeiro por período indeterminado, o que não é o caso do Projeto Mais Médicos para o Brasil.
Se o exame fosse realizado, não seria possível determinar onde esse profissional poderia atuar o que não resolveria o problema instalado de falta de médicos nas regiões mais carentes do país. E, ainda, o médico disputaria mercado.
No caso dos estrangeiros, é importante ressaltar que só serão selecionados médicos graduados em instituições reconhecidas por seus países e cuja formação é equivalente às diretrizes curriculares mundialmente reconhecidas e adotadas no Brasil. Após chegarem ao Brasil, passarão ainda pelo módulo de acolhimento e avaliação, com duração de três semanas com foco na organização e funcionamento do Sistema Único de Saúde e língua portuguesa.
Durante todo o período de estadia no país, o médico estrangeiro terá seu trabalho supervisionado por uma universidade pública e secretarias estaduais e municipais de saúde.

SUS: médicos especialistas em gente

Alexandre Padilha
Dos quase 15 mil formados em Medicina no ano passado, sabe qual a chance de uma parcela ter passado pela experiência de acompanhar uma mesma gestante durante nove meses, do início da gravidez até o seu parto? Praticamente zero.
Quantos acompanharam o crescimento e desenvolvimento de uma criança do seu nascimento até ela completar pelo menos um ano, suas interações com a mãe, com a família, com os medicamentos, com as possíveis internações e reações a vacinas? Praticamente nenhum.
Quantos acompanharam por pelo menos um ano um paciente que sobreviveu ao AVC, sua recuperação, fisioterapia, novos medicamentos, intercorrências?
Quantos acompanharam por pelo menos um ano um mesmo paciente diagnosticado por dois dos problemas mais comuns em saúde do nosso país, como diabetes ou depressão, observando a resposta aos medicamentos de primeira escolha, o impacto da mudança de hábitos, a resposta ao tratamento, a necessidade de troca de medicamento? Novamente a resposta é: praticamente nenhum.
Foi para formar médicos mais preparados, com mais experiência, seguros de como lidar com problemas cada vez mais comuns da saúde que o governo encaminhou ao Congresso, ao CNE (Conselho Nacional de Educação) e à Comissão Nacional de Residência a proposta de dois anos de treinamento, em serviço remunerado, na Atenção Básica e Urgência-Emergência ao final da conclusão da sua formação.
Serão pelo menos seis meses de debate. Depois mais sete anos de preparação, pois as regras só valem para quem entrar na Faculdade de Medicina em 2015. Ou seja: terão o treinamento em serviço em 2021.
A proposta não surgiu nos gabinetes do Ministério da Saúde ou do Ministério da Educação. Ela é inspirada em mudanças feitas em países europeus como Inglaterra, Suécia, Portugal e Espanha.
O objetivo é exatamente dar suporte para que os médicos estejam aptos a lidar com as doenças mais comuns entre nós, que são aquelas que exigem cuidado continuado, multiprofissional e com mudanças nos hábitos de vida. Este debate vem sendo travado repetidas vezes nos fóruns de Educação Médica.
Muitos alegam que os estudantes hoje atendem no SUS, principalmente durante os dois anos de internato. É verdade, pois ninguém se formaria médico no Brasil se não existisse o SUS, embora nem todos reconheçam. Mas por que hoje isso não é suficiente?
Porque o internato, na maioria das vezes, ocorre de forma fragmentada, por especialidades, sem o período de acompanhamento continuado de um paciente. A visão que prevalece atualmente é quase sempre pautada nas especialidades, majoritariamente em um ambiente hospitalar, muito diferente da realidade de vida de qualquer de um de nós. Mais ainda da grande maioria da população brasileira.
Quando acompanhava os dedicados estudantes da Faculdade de Medicina da USP nas enfermarias de Alta Complexidade do HC/FMUSP ou no estágio opcional no núcleo da USP no interior do Pará eram mais do que visíveis estes contrastes.
Não por culpa dos estudantes, pois são eles que sofrem cada vez mais a pressão da especialização precoce, que deveria na verdade ocorrer numa etapa posterior, da residência médica. O médico ainda em formação vê hoje o paciente aos pedaços, pelo corte da especialidade, e não integralmente, por um período continuado.
Os dois anos de treinamento em serviço da Atenção Básica e Urgência-Emergência acontecerão em unidades ligadas às faculdades, o que aproximará cada vez mais a escola formadora da rede de saúde. Na Atenção Básica serão supervisionados por médicos especialistas em Medicina da Família, reforçando a importância desta especialidade, bastante valorizada em outros países.
Como foi dito no lançamento do programa, o debate acontecerá livremente no Conselho Nacional de Educação e na Comissão Nacional de Residência Médica sobre como, por exemplo, este estágio poderá servir como o primeiro ano de um conjunto de especialidades médicas.
O que não se pode negar é que mudou muito o perfil de saúde da nossa população. Cada vez mais conviveremos com doenças do envelhecimento, do ambiente urbano, doenças crônicas que exigem cuidado continuado por um médico que seja, antes de tudo, especialista em gente.

Saúde

Nesta semana, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, o ministro da Saúde Alexandre Padilha tocou em dois pontos vitais que merecem destaque: a necessidade de urgente reformulação do SUS e a questão dos medicamentos distribuídos gratuitamente no país.

Padilha compareceu à Comissão para esclarecer questões relativas a fraudes e falta de fiscalização no setor levantadas pelo ministro Jorge Hage, da Controladoria-geral da União (CGU). Suas explicações, no entanto, foram um verdadeiro raio X da área da saúde no Brasil.

“Nosso principal problema, que é igual ao dos outros países que têm um sistema público de saúde, é o tempo de espera para o atendimento”, reconheceu o ministro.

Infelizmente, e o ministro Padilha sabe disso, esse é um problema que se alastra, também, para os detentores de planos e convênios médicos particulares. Estão precisando marcar com grande antecedência e estão esperando meses para serem atendidos.

O problema se alastra também para os convênios médicos

O ministro reconheceu que o Sistema Único de Saúde (SUS) - criado pela Constituição de 1988 - precisa ser reformulado porque a sociedade brasileira também mudou - e muito - neste período. “A mudança provocada pela redução da taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida modificam as prioridades (na saúde) com o crescente envelhecimento da população”, lembrou Padilha.

Hoje, segundo o ministro, são feitas 3,5 bilhões de consultas e procedimentos ambulatoriais e 11 milhões de internações por ano pelo sistema público. Ele citou, também, os dados de levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que aponta haver uma diferença grande de opinião entre os que são e os que não são atendidos pelo SUS, quanto à qualidade dos serviços.

Vocês se lembram deste levantamento: 58% dos pacientes do sistema entrevistados consideram o atendimento “bom”; 13%, “muito bom”; 22% ruim; e 7% “muito ruim” (leiam, mais  Aqui

por Alon Feuerwerker

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, vai bem na comunicação.

A última boa tacada do ministro foi dizer, em entrevista ao Valor Econômico, que o governo precisa melhorar a gestão dos recursos existentes antes de pedir mais. 

Ou seja, o ministro disse que a saúde precisa de mais dinheiro, mas não forçou a mão. Disse com jeito. 

Por enquanto, a única ideia prática para mais recursos na saúde é a volta do imposto/contribuição sobre movimentação financeira, herdeira da finada CPMF. 

Na entrevista o ministro levanta um ponto interessante. 

Segundo ele, os países que resolveram bem o problema gastam com saúde mais de 10 vezes do que nós, por habitante. 

Na saúde suplementar (privada) brasileira o multiplicador é de três vezes. 

Ou seja, o orçamento do SUS precisaria pelo menos triplicar para ficar razoável. 

A nova CPMF garantiria esse montante? Impensável. E se não garantir será legítimo desconfiar de uma armadilha no debate. 

Desconfiar de que o governo usa a saúde para levantar recursos que não vão resolver o problema da saúde, mas vão garantir alguma folga de caixa ao governo. 

Seria cruel.

Entrevista com o Ministro da Saúde

Ruy Baron/Valor
Padilha: “O ressarcimento dos planos de saúde ao SUS é uma prioridade que o cartão vai poder acelerar”
Fundações e CPMF não são prioridade 

Antes de pedir mais dinheiro para a saúde, o ministro Alexandre Padilha vai tentar gastar melhor o que tem. Só com isso – acredita – será possível convencer a sociedade a permitir novas formas de financiamento e levar a saúde a padrões de primeiro mundo. Segundo Padilha, o Brasil tem o programa – Sistema Unificado de Saúde (SUS) – que mais faz transplantes e hemodiálises do mundo, e, no entanto, gasta apenas R$ 660 per capita. Isso somados União, Estados e municípios. Só a União investe R$ 304 per capita. Inglaterra e Canadá gastam seis vezes mais. Há dois meses no Ministério da Saúde, Padilha diz que há uma revolução a caminho, que vai desde um novo modelo de construção de unidades de saúde, até a mudança da forma de remuneração dos hospitais. Ele quer regionalizar os atendimentos de saúde. Cobrar compensação dos planos por seus segurados atendidos na rede SUS é prioridade dele e da presidente. Não dá prazo, mas diz que já este mês concluirá a primeira etapa da implantação do Cartão SUS. A seguir, a entrevista concedida ao Valor:
Valor: O problema da saúde é mais de gestão ou de dinheiro?
Alexandre Padilha: Eu não tenho dúvidas de que a gente pode fazer muito mais com o que temos. A prioridade é dupla: investir melhor o que nós temos e ter mais para investir cada vez melhor. Agora eu tenho plena consciência de que no debate com a sociedade, neste momento, a prioridade do ministério é mostrar claramente que pode fazer mais com o que tem, aumentar os controles, ter pactos cada vez mais claros com o que tem e definir melhor suas prioridades, até para a sociedade ter segurança e a economia brasileira poder colocar mais recursos para a saúde para que a gente possa atingir os patamares de outros países. Porque há países em que o investimento no setor é de dez, 11, 12 vezes mais per capita.
Valor: Com atendimento universal?
Padilha: O dos EUA é o que mais investe, é 11, 12 mais, mas é muito privado. Canadá e Inglaterra, seis, sete vezes mais. No Brasil, a saúde suplementar é quase três vezes maior que a saúde pública per capita. Mas atende a 45 milhões de pessoas. O SUS, teoricamente, atende 190 milhões, mas, na prática, responde por 150 milhões. O investimento per capita da saúde suplementar é quase três vezes mais o per capita da saúde pública.
Valor: O senhor vai retomar o projeto das fundações estatais para gerenciar a saúde?
Padilha A prioridade é o aprimoramento da gestão do SUS. Acho um grande erro misturar aprimoramento das gestão, com modelo gerencial administrativo.
Valor: O que precisa para que os hospitais públicos tenham o padrão da rede Sarah Kubitschek?
Padilha: Temos alguns hospitais públicos do mesmo padrão. Alguns hospitais universitários. A rede Sarah Kubitschek é uma rede que nos orgulha a todos. É uma rede em parte é financiada com recursos públicos. Tem excelência na gestão.
Valor: É uma fundação. O senhor é contrário a esse modelo?
Padilha: Só não acho que essa seja a centralidade do debate do modelo de gestão. São alternativas gerenciais importantes. Nós precisamos compreender o SUS. O sistema brasileiro é formado por modelos gerenciais diversos. Isso é a riqueza do SUS. Eu sou favorável a qualquer modelo gerencial que cumpra suas diretrizes. No SUS você tem hospitais só estatais de altíssima qualidade, e hospitais só estatais que não são nada públicos, são quase privados. São tão privados quanto hospitais privados, com trabalhadores poucos valorizados. No SUS você tem fundações de altíssima qualidade que seguem as diretrizes do SUS e você tem fundações de baixíssima qualidade na execução. Você tem modelos novos de PPPs, de alta qualidade assim como de baixa qualidade. Precisamos é aprimorar a gestão do SUS na definição da prioridades para investimento.
Valor: Quais são essas prioridades?
Padilha: Às vezes há recurso, investimento, equipamento e estrutura, mas o processo de trabalho na unidade faz com que o atendimento seja de baixa qualidade.
Valor: Por que?
Padilha: A unidade precisa ter uma agenda aberta para o acesso. Há unidades de saúde que têm equipamento, estrutura e profissionais, mas funcionam com a agenda fechada, não acolhem quem chega. Quando acolhe, não faz análise de risco. Então, quem está em situação grave tem o mesmo cuidado e prioridade de quem não está, fica no mesmo lugar, não tem espaço de organização para cada um deles.
“Mais do que implantar fundações precisamos que as unidades estejam abertas a acolher quem chega”
Valor: Como será a mudança na gestão?
Padilha: A prioridade, em gestão, é ter instrumentos mais sólidos no contrato entre União, Estados e municípios. Que este contrato seja fruto do que nós estamos chamando de mapa sanitário regional.
Valor: O que é esse mapa?
Padilha: É preciso regionalizar a saúde no país. Esse mapa vai definir qual o território necessário para compor uma rede que vai da atenção básica até uma certa complexidade. Nesse território tem vários gestores. A gestão pura municipal, outro é um hospital estadual, outro, um hospital filantrópico credenciados do SUS. Então você tem vários modelos gerenciais no espaço regional. A nossa centralidade é a gestão das redes no espaço territorial, é isso que pode melhorar a qualidade de saúde do país.
Valor: Como centralizar a gestão?
Padilha: Fazendo os contratos entre Estados e municípios a partir da realidade regional com objetivos e metas claras a serem cumpridas e acompanhadas.
Valor: Fácil assim?
Padilha: Junto com isso pensamos em criar um indicador nacional de garantia de acesso que tenha expressão regional e, de certa forma, tenha o que o SUS oferta para as necessidades de saúde daquela região, o que consegue resolver naquela região. Em que medida o acesso é de qualidade e do nível de satisfação do usuário. Precisamos de um indicador de satisfação do usuário. Isso para compor um grande indicador nacional que pode ter a expressão regional, a expressão estadual e que seja um marcador para a melhoria da saúde para aquela região, para aquele Estado.
Valor: Para que serviria esse indicador?
Padilha: Por exemplo, uma região hoje é nota dois. Nós queremos que em quatro anos ela chegue a cinco. Por esse indicador, União, Estados e municípios definirão a estratégia para que essa região chegue aos cinco.
Valor: A presidente Dilma diz que antes é preciso saber “para quê” vai se pedir mais dinheiro para a Saúde. O senhor sabe?
Padilha: A prioridade são essas duas grandes portas de entrada do SUS: atenção básica e a porta da urgência e emergência. A atenção básica, para ser resolutiva, precisa ter o suporte permanente da atenção especializada.
Valor: Como assim?
Padilha: O médico que está no centro de saúde tem que analisar seu diagnóstico com um médico da atenção especializada fazendo uso da telemedicina. Isso significa reestruturar fisicamente a unidade básica de saúde. É preciso renovar o padrão construtivo das unidades de saúde do país. A vida média dos nossos hospitais é de 35, 40 anos. São construídos no padrão de uma medicina que não existe mais. Por exemplo: a realidade das urgências e emergências. A grande maioria foi construídas quando as urgências e emergências eram um espaço pequeno, a centralidade nos hospitais eram os leitos de internação crônica, de longa duração. Salvavam-se poucas vidas na urgência e emergência. Isso mudou nos últimos 15 anos. Então você tem de mudar todo o padrão construtivo das urgências e emergências do país, para garantir equipes estejam lá, quando forem demandadas, mas também assegurar a relação desta unidade com a atenção hospitalar de média complexidade.
Valor: Como seria esse espaço?
Padilha: A ideia é ter urgências e emergências amplas. Em rede. Na atenção básica tem uma sala de observação, é o primeiro atendimento. No meio do caminho tem uma Unidade de Pronto Atendimento e o transporte seguro, que é o Samu. É preciso ter uma unidade de urgência e emergência hospitalar em que a entrada seja ampla, faça classificação de risco, diga quem é de risco alto, vermelho, quem é de risco intermediário, amarelo, quem não é de risco. Haverá também o leito de retaguarda. Um dos problemas da urgência lotada não é que as pessoas não estejam sendo atendidas. Falta um leito de retaguarda para encaminhar essa pessoa.
Valor: Onde se poderia justificar novos recursos?
Padilha: O acesso ao que tem de mais alta complexidade. O Brasil hoje tem um déficit importante de cirurgia de ortopedia. Seja de cirurgia de urgência e emergência de trauma, que é decorrente de acidente, seja de reabilitação. Há também uma população cada vez maior de acesso a medicamentos de alto custo, quimioterápicos, radioterápicos, que impactam fortemente a realidade de saúde. Isso é de alto custo. O Brasil é o país que mais faz transplante público no mundo, o que tem a maior rede de hemodiálise totalmente pública no mundo. Gratuita, universal.
Valor: Com dois meses no cargo, já deu para identificar os principais gargalos da saúde?
Padilha: Um é esse: os mecanismos de contratualização entre União, Estados e municípios. É um gargalo importante, fundamental. Ou seja, os instrumentos que definem os repasses entre União, Estados e municípios, e que estabelecem metas de compromisso e que induz financeiramente e premia quem cumpre meta. Outra prioridade é a definição do que compõe uma rede de atenção à saúde.
Valor: Por quê?
Padilha: O processo de construção do SUS foi um processo de descentralização para os municípios. Se jogou muito peso no processo de descentralização e menos nas outras diretrizes fundamentais do SUS que são o acesso e a integralidade, ou seja, dar para a pessoa o cuidado integral.
Valor: A saúde suplementar atende mais de 45 milhões de pessoas, que também se servem da rede pública. Quando é que os planos de saúde vão começar a ressarcir o SUS? Isso também não é financiamento da saúde?
Padilha: Esse ressarcimento é prioridade nossa. Nós primeiro precisamos aprimorar as informações que o SUS tem dos atendimentos dos planos de saúde para que se possam estabelecer metas de ressarcimento. A ideia do Cartão Nacional de Saúde, conhecido como o cartão SUS, também é pra isso. Ele é fundamental para reorganizar o sistema. É nossa prioridade, é prioridade da presidenta.
Valor: Qual é a parcela dos usuários dos planos atendida pelo SUS?
Padilha: Há várias estimativas e aproximações. Algumas unidades hospitalares dizem que chega a 15%, 20%, mas hoje não se tem esse dado com precisão. O que se tem hoje é uma estimativa que varia de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão por ano, mas são estimativas. O que se sabe muito claramente é que em geral é muito comum quem tem plano de saúde se utilizar do SUS na urgência e emergência. É muito comum também para o uso do medicamento mais caro, quimioterápico, radioterapia que o plano não cobre, transplantes, cirurgias com alta tecnologia. Isso é muito comum. O ressarcimento é fundamental para compensar, e, mais do que isso, para identificar cada vez mais quais são os pontos de complementariedade. A partir da definição desses pontos é possível construir uma agenda comum de organização dos serviços.
Valor: Como o senhor pretende convencer os planos de saúde, que resistem a fazer ressarcimento?
Padilha: Há uma disputa, inclusive de questões legais. São questionamentos não sobre a lei, que estabelece limites para o mecanismo de ressarcimento. Mas há um interesse também da saúde suplementar de que essa complementariedade seja mais clara. Nós estamos conversando.
“Precisamos de um indicador de satisfação do usuário para compor um índice nacional que sirva às metas da saúde”
Valor: Já existe um cronograma para a implantação do cartão?
Padilha: Fechado não. Nós estamos fechando agora um diagnóstico de quais são os municípios que já usam hoje. Vários municípios já usam o número do cartão SUS para a organização e gestão de seus serviços. Esse diagnóstico fica pronto agora na metade de março. São cerca de 700 municípios. Não necessariamente têm um cartão. Às vezes usam só o número que está cadastrado. Há quase 100 milhões de pessoas cadastradas com o registro do número SUS. Tem 130 milhões de pessoas cadastradas e 100 milhões de cadastros limpos, higienizados de um número do cartão SUS. São Paulo usa o número do cartão SUS para toda a rede básica do Estado. Diadema (SP) usa para tudo: básica, média e alta complexidade e Belo Horizonte (MG) também.
Valor: Então o cartão sai este ano, depois de oito anos e dois governos de discussão?
Padilha: Não dou prazo. O Conselho Nacional de Saúde já discutiu o assunto ano passado.
Valor: O senhor vai primeiro tentar o acordo com a saúde suplementar para ter mais recursos ou o aumento do financiamento via CPMF ou CSS?
Padilha: Eu não vou discutir fonte de financiamento. Meu esforço é aprimorar a gestão para fazer mais com o que nós temos para que o crescimento da economia seja generoso com a saúde no país. Agora uma coisa não tem relação com a outra. O ressarcimento não resolve o problema do financiamento do SUS. O ressarcimento é muito mais que uma compensação pelo uso – ele permite identificar complementariedades entre o SUS e a saúde suplementar.
Valor: O senhor vai reajustar a tabela SUS como reclamam os hospitais?
Padilha: Estou convencido de que nós precisamos apostar num novo modelo de financiamento dos procedimentos da saúde. Todas as experiências mostram que se você puder fugir do modelo de remuneração por procedimento e passar para um modelo de remuneração por pacote – diagnóstico, tratamento e qualidade de serviço, sobretudo alta – você tem resultados e utilização melhor dos recursos. A grande demanda que os hospitais fazem em relação à tabela SUS não é só se vai ou não reajustar, mas discutir qual é o perfil assistencial de cada um desses hospitais. E você sai comprando procedimento pontual em cada hospital. Em vez de pagar procedimento, eu prefiro contratar 20, 30 leitos, blocos de leito, contratar as equipes desse hospital.
Valor: Pelo visto, logo vamos ter um Plano Nacional de Saúde.
Padilha: Ah, isso também!
Valor: Como está sua relação com os governadores da oposição?
Padilha: Ótima. Com todos os da oposição. Um grau de convergência grande tanto com os da base [de apoio ao governo] quanto com os da oposição. Todos sentem na pele a escassez da falta de médico onde se precisa, da distribuição de médicos, da necessidade de reestruturação física das unidades, de se pensar novos modelos da contratação e remuneração de serviços que são ofertados. Hoje há uma grande convergência em relação aos desafios da saúde, não só dos governadores quanto dos secretários dos partidos de oposição. Com alguns deles eu tenho identidade inclusive profissional anterior. Em São Paulo, além de ótima relação profissional com o governador Geraldo Alckmin [PSDB}, do ponto de vista político, o secretário de Saúde é professor da USP, instituição à qual eu estava ligado, então a relação é a melhor possível. Isso é bom porque acho que podemos construir um grande consenso entre a base do governo e a oposição sobre os desafios da saúde no país.