por Alon Feuerwerker

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, vai bem na comunicação.

A última boa tacada do ministro foi dizer, em entrevista ao Valor Econômico, que o governo precisa melhorar a gestão dos recursos existentes antes de pedir mais. 

Ou seja, o ministro disse que a saúde precisa de mais dinheiro, mas não forçou a mão. Disse com jeito. 

Por enquanto, a única ideia prática para mais recursos na saúde é a volta do imposto/contribuição sobre movimentação financeira, herdeira da finada CPMF. 

Na entrevista o ministro levanta um ponto interessante. 

Segundo ele, os países que resolveram bem o problema gastam com saúde mais de 10 vezes do que nós, por habitante. 

Na saúde suplementar (privada) brasileira o multiplicador é de três vezes. 

Ou seja, o orçamento do SUS precisaria pelo menos triplicar para ficar razoável. 

A nova CPMF garantiria esse montante? Impensável. E se não garantir será legítimo desconfiar de uma armadilha no debate. 

Desconfiar de que o governo usa a saúde para levantar recursos que não vão resolver o problema da saúde, mas vão garantir alguma folga de caixa ao governo. 

Seria cruel.

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