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Telebras, Serpro e Dataprev uma empresa só?




Ações da Telebras sobem mais de 239% após rumores de fusão com outras duas estatais

As ações preferenciais da Telebras na Bovespa subiram 239,29% no pregão de hoje (11). As ações ordinárias tiveram uma alta de 96,79%. A alta das ações reflete a notícia publicada nesta segunda-feira no jornal Folha de São Paulo, informando que o governo federal estuda a fusão da Telebras com o Serpro e a Dataprev, de modo a criar uma única empresa estatal de tecnologia da informação e comunicação.

Por volta das 16h, as ações preferenciais da Telebras, a única das três empresas com ações no mercado financeiro, estavam com alta de 300%. A assessoria de imprensa do Serpro não confirmou a notícia da fusão. Segundo o órgão, responsável por desenvolver programas como o ReceitaNet e o eSocial, o Serpro tem se reunido com a Telebras e a Dataprev para discutir integração e otimização dos serviços do governo, mas não foi procurado por nenhum órgão governamental para tratar de fusão.

Os dólares velozes e os bits-tartaruga


A ANATEL acaba de colocar no ar um “portal” especialmente voltado para os consumidores. Na verdade, uma página com alguns links e uma pesquisa.
Como o consumidor terá, ao que parece, acesso à legislação, quem sabe ele venha a perceber que sem uma mudança na Lei Geral de Telecomunicações, promulgada quando da privatização do setor, nos anos 1990, não haverá melhora nem nos serviços que recebe, nem nos preços que está pagando por eles.
A Fundação Procon, de São Paulo, divulgou ontem, que o setor de telecomunicações ultrapassou o sistema financeiro no ranking de reclamações, no ano passado, com mais de 75.000 demandas, apenas na maior cidade do país.
A campeã geral de insatisfação dos consumidores foi a Telefônica/Vivo, espanhola, para quem o governo emprestou bilhões de reais, via BNDES, nos últimos anos, para “expansão de infra-estrutura”.
E, mais grave – na última semana, a empresa norte-americana de telecomunicações Akamai, informou, também, que o Brasil caiu pela terceira vez consecutiva no ranking mundial de velocidade média de conexões de internet.
Ficamos com o posto 84 entre 140 países, apesar de, segundo a União Geral de Telecomunicações, estarmos pagando das tarifas mais altas do mundo.
Com uma velocidade de 2,7 megabits por segundo, estamos atrás de nações como a Turquia, o Cazaquistão, o Iraque, e, na América do Sul, Argentina, Chile, Colômbia e Equador.
Nos expressamos em megabits e não megabytes, porque as operadoras falam em dez megas em sua propaganda, mas não dizem que se trata de megabits, e não megabytes, o que confunde o consumidor.
Um bit é a menor medida de informação, zero ou um. Um byte equivale a oito bits, logo, seria muito mais.
A título de curiosidade, os mercados mais rápidos do mundo em velocidade de conexão de internet são Coréia do Sul, Japão, Hong Kong e Holanda.
Não deve ser por acaso que na Coréia do Sul as maiores empresas de telefonia celular e internet, South Korea, Korea Telecom e LG (que aqui conhecemos pela marca de eletrônicos), são todas coreanas.
O mesmo acontece no Japão, com a NHK, originada de companhias telegráficas fundadas pelo governo japonês ainda no seculo XIX, e em Hong Kong, com a PCCW.
Nenhuma surpresa.
Os países mais avançados do mundo sabem que as telecomunicações – como ficou provado com a espionagem dos EUA e do Canadá contra o Brasil – são um fator estratégico para a segurança e o desenvolvimento nacional. E que seu controle não pode ser entregue exclusivamente à iniciativa privada, e, em hipótese alguma, ao capital estrangeiro.
Por aqui, fez-se exatamente o contrário.
Nos anos 90, entregou-se o filé das telecomunicações – telefonia celular e banda larga – a empresas estrangeiras de nações especializadas – do ponto de vista de telecomunicações – em tacos, spaghetti, e azeitonas, e essas empresas enviam, hoje, bilhões de dólares, todos os anos, em remessa de lucro, para fora do país.
Falar em Telebrás virou palavrão e pensar em usar uma estatal de telecomunicações para concorrer com empresas estrangeiras para melhorar a vida do consumidor é tabu.
A Angola Telecom queria fazer uma parceria com a Telebras para instalar e operar um cabo submarino entre a Àfrica e a América do Sul e teve que procurar outro parceiro.
O eufemismo usado para inviabilizar o acordo foram “entraves burocráticos”, um eufemismo para a permanente sabotagem sofrida por aquela que foi, durante anos, a maior empresa de telecomunicações do Brasil.
Enquanto isso, nossa internet continua rápida como uma tartaruga, e o dinheiro do cidadão brasileiro voa, para o exterior, na velocidade da luz.

por Zé Dirceu

PNBL chega às primeiras cidades em julho

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Até julho, inclusão digital terá dado um passo decisivo no Centro-Oeste. As seis primeiras cidades do Plano Nacional da Banda Larga (PNBL) deverão contar com seus acessos à rede de fibras ópticas. A Telebrás informa que conclusão do primeiro trecho da rede nacional de telecomunicações (backbone), no Anel Sudeste, que ligará Brasília a Itumbiara (GO), deverá ocorrer nas próximas duas semanas. O trecho de 377 km de rede de fibras ópticas abrange Samambaia, no Distrito Federal, e cidades goianas como Pirineus, Bandeirantes e Morrinhos.  
 
A Telebrás também informou que já teve início a construção de 18 Pontos de Presença no Anel Nordeste utilizando a rede fibras ópticas da Chesf e de Furnas. A medida permitirá a conexão de Paraíso do Tocantins (TO), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB) e Recife (PE), entre outras cidades.

O governo quer aprovar o quanto antes os projetos de instalação dos 28 Pontos de Presença na rede da Petrobras no Anel Sudeste. A estatal informa que as obras do PNBL em cinco municípios - Brasília (DF), Alexânia (GO), Senador Canedo (GO), Morrinhos (GO) e Araporã (MG) – estão prestes a começar.

R$ 1 bi por ano à Telebrás

Banda larga de qualidade e maior velocidade é a base da inclusão digital. Não é a toa que a presidenta Dilma Rousseff, anunciou a disposição de investir R$ 1 bilhão por ano na Telebrás, entre 2011 e 2014, para dotar o país de uma infraestrutura de banda larga de maior velocidade e qualidade.

É preciso correr com o PNBL. Não podemos perder o bonde em relação aos países desenvolvidos. Os Estados Unidos, por exemplo, querem chegar a 2020 com 100 milhões de domicílios conectados a velocidades de 100 Mbps.

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Celular

[...] TIM + Correios + Telebrás

O presidente mundial da Telecom Italia (dona da TIM), Franco Bernabè, apresentou ao governo federal duas propostas bilionárias: uma parceria com a Telebrás no plano de banda larga e outra com os Correios em uma empresa de telefonia móvel com a bandeira da estatal. Ambas com a infraestrutura da TIM.


A oferta da empresa italiana para banda larga prevê um preço ao consumidor inferior aos R$ 35 estipulados pelo governo para o seu projeto de inclusão digital, o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga).


“Tudo o que a Oi ofertar nós fazemos pela metade”, disse Bernabè à Folha, provocando a concorrente, que no ano passado apresentou proposta para comandar o projeto por R$ 27 bilhões.


A diferença é que a Oi se coloca como gestora, enquanto a TIM oferece parceria com a Telebrás.


Segundo o presidente da TIM, o também italiano Luca Luciani, o custo da telefonia móvel é muito menor que o da fixa: “A gente oferece por R$ 0,50 diário acesso a smartphone, o que dá R$ 15 mensais. Temos 8 milhões de usuários. Dá para fazer isso em escala global? Dá.”


Já a parceria com os Correios seria com base na decisão do governo de que a estatal deverá oferecer um celular próprio pelo sistema MVNO, que significa um operador virtual. A TIM entraria com a infraestrutura.


Em entrevista na embaixada da Itália, Bernabè disse que a sua empresa fez uma guinada estratégica em seus investimentos internacionais nos últimos anos. Depois de se desfazer de ativos na América Latina e Europa, concentrou-se no eixo Itália/Brasil/Argentina.


A empresa saiu de Chile, Venezuela, Bolívia, Peru e Cuba. Na Europa, da Alemanha, Espanha e Turquia. Hoje, o mercado brasileiro corresponde a 22% do faturamento global da Telecom Italia, de € 27 bilhões.


Segundo Bernabè, o Brasil deverá continuar recebendo investimentos estimados em R$ 8,5 bilhões até 2013.


“Há uma “brasilianização” forte da nossa empresa. Temos um plano ambicioso e um compromisso de longo prazo com o Brasil”, declarou, acrescentando que cerca de 40% dos novos investimentos da TIM estão indo para Norte e também Nordeste, onde já é líder.


Diz também que um diferencial brasileiro em relação a outros emergentes, como Índia e China, são as afinidades culturais e históricas entre Brasil e Itália. Citou até a forte comunidade italiana.


O executivo só foi reticente em relação à qualidade da mão de obra. “Pode ser realmente um problema, mas o Brasil tem uma população muito jovem, e a presidente Dilma Rousseff está cuidando disso.”

por LEILA COIMBRA

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por Luis Nassif

A nova Telebrás e o PNBL


A universalização da banda larga exigiu um esforço intenso para recuperar a Telebras.
Antiga holding do setor, com a privatização acabou quase sem função. Para dar conta das novas atribuições, decidiu-se montar um corpo técnico competente e trabalhar fundamentalmente com parceiros privados.
Segundo o presidente da Telebras, Rogério Santana, a empresa conseguiu bons técnicos junto à Anatel, e engenheiros do mercado, liberados pela fusão Telemar-Brasil Telecom. Mas também engenheiros de outras companhias privadas, que se interessaram pelo desafio de construir uma nova rede.
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Constituído o corpo técnico, outro grande desafio foi a de preparar um planejamento meticuloso de compras, visando reduções de preço, principalmente devido ao emaranhado de regulamentos das licitações públicas.
A primeira contratação, através da MP 495, deu preferência para indústria nacional. Foram adquiridos equipamentos que geram o laser que vai para a fibra ótica, switches, roteadores menores – para transportar o sinal do backbone para as cidades.
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Antes da privatização, o setor tinha 60 fornecedores nacionais; depois da privatização, restaram 13. A crise dos últimos anos apertou mais ainda o setor. As multinacionais remeteram muito recurso para fora, para atender às matrizes; e a fusão da Oi limitou sua capacidade de investimento.
Segundo Santana, quem sobreviveu foi devido ao diferencial tecnológico. Agora, com as novas demandas, essas empresas terão espaço para crescer.
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Ainda hoje, depois de anos de privatização, a Telebras ainda é a 9o empresa brasileira com maior número de patentes registradas.
As vantagens são evidentes, diz Santana. Se quiser mudanças no software de equipamentos chineses ou americanos, levará anos. Com o desenvolvedor nacional, a resposta é instantânea.
E as características brasileiras são diferentes, por exemplo, da Europa. Lá existem distâncias pequenas entre as cidades. Aqui, distâncias continentais, grandes vazios e populações dispersas, obrigando a equipamentos com características fundamentalmente distintas.
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A nova rede permitirá avanços tecnológicos relevantes. Um deles será a tecnologia radiocognitiva. São sistemas de software que permitem ao rádio descobrir a frequência mais adequada para a transmissão do sinal. Essa tecnologia está sendo trabalhada pelo CPqD e será bastante útil em um espectro poluído por muitas ondas sonoras.
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Será ampla a capacidade da nova rede. Os oito roteadores permitiriam em tese o acesso simultâneo de toda a população da China, com 1 mb de capacidade per capita.
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Hoje em dia, diz ele, a velocidade da banda larga não é assegurada pela Anatel. Um serviço oferece determinada banda. Mas, dependendo do número de usuários conectados, a banda efetiva entregue termina sendo muito mais baixa.
No caso do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), a velocidade entregue terá que ser efetiva, provavelmente 1 mb para cada usuário.
Juros para pessoa física e empresas avançam em março
As taxas de juros das linhas de crédito voltadas para pessoa física subiram 0,05 ponto percentual, passando de 6,73% em fevereiro para 6,78% ao mês em março, de acordo com a Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Para as empresas, a média da taxa de juros geral subiu 0,06 ponto percentual no mês, o equivalente a uma elevação mensal de 1,55%, passando de 3,86% ao mês em fevereiro para 3,92% ao mês em março.
Dilma pede velocidade maior nas conexões do PNBL
A presidenta Dilma Roussef pediu o adiamento do Plano Geral de Metas da Universalização (PGMU) para aumentar a velocidade de conexão da internet prevista no Plano Nacional de Banda Larga. As negociações iniciais consideravam a oferta de internet de 600 quilobits por segundo (kbps) por R$ 35 ao mês, podendo chegar a R$ 29,90 com a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Contudo, a presidenta orientou que a velocidade mínima oferecida seja de 1 megabit por segundo.
Petrobras é a segunda empresa mais lucrativa das Américas
A Petrobras é considerada a segunda empresa mais lucrativa entre as companhias de capital aberto da América Latina e Estados Unidos, segundo a consultoria Economática. A companhia mais lucrativa em 2010 é a norte-americana Exxon Mobil, com US$ 30,4 bilhões. A Petrobras aparece logo em seguida, com US$ 21,1 bilhões, enquanto a Vale do Rio Doce pulou para a sexta colocação em 2010, com um lucro de US$ 18 bilhões. Entre as 20 empresas mais lucrativas, apenas Petro e Vale são latinas.
Balança do agronegócio bate recorde em março
O saldo da balança comercial do agronegócio brasileiro durante o primeiro trimestre atingiu um superávit de US$ 65,5 bilhões, afirma o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). As exportações apuradas no período subiram 19,7% em relação ao período de abril de 2009 a março de 2010, chegando a US$ 79,8 bilhões. Já as importações do setor foram de US$ 14,3 bilhões, um aumento de 35,7% em relação ao período imediatamente anterior.
Brics exigem reforma monetária global
Os cinco principais países emergentes (Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul — Brics) cobraram uma renovação do sistema monetário global. O grupo defende um sistema menos dependente do dólar norte-americano e que dê mais poder às instituições financeiras internacionais, além de uma regulação mais forte dos derivativos de commodities para reduzir a volatilidade dos preços de alimentos e energia que, segundo eles, impõem novos riscos à recuperação da economia mundial.
Chineses investiram US$ 17 bilhões no Brasil em 2010
As empresas chinesas investiram mais de US$ 17,17 bilhões no Brasil ao longo de 2010, segundo o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Desse total, US$ 4,08 bilhões foram destinados a novos negócios no País e os US$ 13,09 bilhões restantes foram para aquisições de companhias. A avaliação setorial mostra que US$ 14,34 bilhões do total está empregado nas áreas de petróleo, gás e metais, o que evidencia a estratégia de garantir autofornecimento de matérias-primas.
Blog: www.luisnassif.com.br
E-mail: luisnassif@advivo.com.br

Provedores

PNBL - plano nacional de banda larga - abre oportunidades para os pequenos

 barateando o acesso à internet por todo o País
Dos cerca de um terço de brasileiros que têm um computador em casa, apenas 24% dispõem de uma conexão com a internet, segundo o Centro de Estudos sobre a Tecnologia da Informação e da Comunicação (Cetic). Entre os fatores que levam o país a essa grande exclusão está o desinteresse das grandes operadoras de telecomunicações em oferecer o acesso à rede aos consumidores da classe C nas periferias das grandes cidades e em municípios pequenos e remotos. Mas esse cenário pode mudar a partir do próximo mês, quando entra em operação o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), iniciativa do governo federal que tem o objetivo de massificar os serviços de internet rápida no país.
O instrumento dessa mudança, que pretende oferecer o acesso em banda larga por preços inferiores a R$ 35 mensais, é a Telebrás, empresa estatal desativada no final da década de 90 e que foi ressuscitada para cuidar da infraestrutura da rede do PNBL. Com a estatal presente no mercado - ela deve passar a operar agora em abril -, os pequenos provedores presentes na periferia e em municípios longínquos veem a oportunidade de levar a internet a esses locais onde hoje há uma grande demanda reprimida, sem depender das operadoras. Como não têm rede própria, os pequenos provedores querem aproveitar a rede da Telebrás para não mais depender dos preços cobrados para utilizar a rede das grandes operadoras, que privilegiam as regiões de maior potencial econômico.

"O PNBL vai estimular o crescimento e o aparecimento de novos provedores", diz João José Ranzani, presidente da Unotel, empresa que oferece soluções de acesso à internet a esse segmento. Para Ranzani, o fato de a Telebrás priorizar o atendimento ao provedor, e não à ponta consumidora final, pode beneficiar bastante essas pequenas empresas.

O modelo de negócio oferecido pela estatal aos provedores é baseado na contratação do link de acesso com preço de R$ 230 por cada megabit (Mb) comercializado, sendo distribuído a até 10 usuários, com o preço da mensalidade de até R$ 35 por uma conexão de 512 Kbps (Kilobits por segundo). Já os valores cobrados pelas grandes operadoras por megabit varia de R$ 200 a R$ 400 em grandes cidades do país. Mas, em Manaus, na região Norte, o valor cobrado dos provedores chega a até R$ 4 mil por megabit.

A Unotel - que, segundo seu presidente, já trabalha com um modelo parecido com o da Telebrás no atendimento aos provedores -, oferece a possibilidade de contratação a partir de 4 Mb, a preços diferenciados por região do país. O presidente da empresa explica que, por conta da maior dificuldade em levar a infraestrutura até o destino final, o usuário doméstico, os valores para o Nordeste também são mais altos do que os do Sudeste.

Para reduzir os custos, a empresa pretende investir em Fortaleza como um ponto de presença de onde fará a distribuição de seus links de acesso para clientes em outros estados do Nordeste. "Queremos crescer 60% até o fim do ano nessas áreas porque é onde queremos aumentar a presença de nossos produtos e serviços, principalmente através de canais que repassarão a pequenos provedores de regiões com pouca oferta de banda larga para usuário final", afirma Ranzani.

Contrato230 reais é o valor que deverá ser cobrado pela Telebrás dos pequenos provedores por cada megabit comercializado, com a obrigação destes oferecerem acesso por menos de R$ 35 mensais.

Telebrás quer banda larga barata

Conversa rápida com Rogério Santana, presidente da Telebrás:

- O senhor gostou da entrada dos portugueses (PT) na banda larga ?
- Se eles ofertarem com um preço competitivo, vai ser ótimo, respondeu Santana.
- Eles substituiriam a Telebrás ?
- Não, eles entram na última milha.
- A chegada de um novo player não o entusiasmou ?
- Sim ! Um novo concorrente com mais dinheiro aumenta a concorrência e baixa o preço.
- Então, o senhor está dando um recado para os espanhóis, também ?
- Para todas as empresas, respondeu Santana.

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Principal objetivo do PNBL é aumentar a concorrência

Estimular a concorrência, eis o principal objetivo da Telebrás, empresa estatal escolhida como gestora do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que pretende executar um ambicioso programa para elevar o número de residências atendidas pela banda larga de 12 milhões para 40 milhões em 2014. “Nosso papel será utilizar a fibra óptica do governo brasileiro para gerar uma nova rede de transporte de comunicação de dados, que concorrerá com as redes privadas existentes, no sentido de oferecer aos pequenos provedores um meio mais barato, neutro, incentivando a concorrência”, diz Rogério Santanna, presidente da Telebrás.
Segundo a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, o PNBL receberá cerca de R$ 13 bilhões até 2014. Desse total, R$ 7,5 bilhões correspondem a linhas de crédito do BNDES, sendo R$ 6,5 bilhões para a compra de equipamentos de telecomunicações de tecnologia nacional e o restante para micro, pequenas e médias empresas. O objetivo é atingir cem cidades em 2010, levando a esses municípios o que se chama tecnicamente de “backhaul” (a infraestrutura básica que permite acesso à internet). Nessa primeira etapa, serão usados 11.357 km da rede de fibras ópticas do governo. Em 2014, serão 25 capitais com 30.803 km de fibras.
Segundo o plano, o acesso será oferecido por pequenos provedores privados, usando, principalmente, a tecnologia sem fio de terceira geração (3G). “A Telebrás não pretende vender serviços no varejo, a não ser que ninguém queira fazer isso”, explica Santanna. “O que queremos é estimular a concorrência, sobretudo nas cidades do interior, nas periferias das grandes cidades e nas regiões condenadas à desconexão eterna.”
O presidente da Telebrás diz que a concorrência se dá em apenas 174 cidades. “Em outras 2.135 cidades há um operador monopolista e nas demais cidades ninguém tem interesse em oferecer o serviço, porque são muito pequenas. A saída, portanto, é introduzir a concorrência, dando um papel à Telebrás de utilizar as fibras ópticas do governo, que estão em maior parte ociosas, para criar uma nova rede de transporte de dados em alta velocidade para ser explorada comercialmente por pequenos provedores privados.”
Santana afirma que a meta é reduzir também o custo de acesso da banda larga no Brasil. No PNBL há dois preços: R$ 35 para o plano comum, com velocidade entre 512 e 784 kbps (quilobits por segundo) e R$ 15 para o plano com incentivos, com velocidade de até 512 kbps e com limitação de downloads. “Com isso, as operadoras vão sair da zona de conforto onde vivem atualmente. O Brasil tem o mais caro serviço telefônico do mundo. Mesmo se tirarmos as pesadas taxas de impostos, algumas delas anacrônicas, como o ICMS de 44%, ainda assim teremos uma conta telefônica muito cara.”
Para as operadoras de serviços de telecomunicações, a entrada de novos competidores no mercado brasileiro é sempre um instrumento positivo. Mas as regras atuais do mercado de telecom, estabelecidas desde 1998 quando o setor foi privatizado, não devem ser desobedecidas e qualquer alteração no modelo atual precisa ser discutida no Congresso Nacional.
“Qualquer novo competidor pode adquirir licença na Anatel e prestar serviços em qualquer ponto do território nacional. Mas é preciso seguir as regras existentes”, diz Eduardo Levy, presidente-executivo do Sindicato das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil). Segundo a entidade, “a entrada de competidores com eventual tratamento privilegiado para a obtenção de licenças, espectro radioelétrico, financiamento e tratamento tributário diferenciado distorce as práticas saudáveis de funcionamento de um mercado competitivo.”
Em 2009, as operadoras investiram R$ 17 bilhões. “A perspectiva é que os investimentos continuem crescendo este ano, havendo ou não desoneração tributária ou uso dos fundos setoriais que acumulam recursos de mais de R$ 36 bilhões e não são utilizados em qualquer programa de incentivo às empresas do setor.” (G.C.)

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PNBL - Universalização exige participação do Estado

Anamárcia Vainsencher

A discussão se o Estado deve ou não entrar como ator em um plano nacional de banda larga não é invenção brasileira. O Estado tem desempenhado papel de peso em iniciativas do gênero na Austrália e, mais recentemente, nos Estados Unidos. Do mesmo modo, não é invenção brasileira a dúvida sobre a participação das operadoras móveis em um tal plano. É o que reconhecem tanto executivos de operadoras como especialistas.
Para Christian Wickert, diretor de planejamento de assuntos corporativos da Claro, a cobertura 3G – e com ela, a oferta de acesso à internet em alta velocidade – terá de chegar aos rincões remotos do país e às áreas urbanas desassistidas. Porque isso foi o acordado entre as empresas e o órgão regulador, Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), quando do leilão e compra de frequências, em 2007.
O diretor de assuntos regulatórios da TIM Brasil, Mario Girasole, não reclama da presença do Estado. Em junho, durante o 1º Fórum Íbero-Americano para o Desenvolvimento da Banda Larga, organizado pela Associação Íbero-Americana de Centros de Investigação e Empresas de Telecomunicações (Ahciet), em São Paulo, passou ao largo das críticas feitas por vários executivos. Ao falar sobre o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), além de mencionar o baixo poder aquisitivo da população, frisou que a implementação do plano deve considerar como têm sido conduzidos projetos similares em vários países do mundo. “Vemos que há intervenção do Estado. A privatização das telecomunicações ocorreu num momento de euforia do capitalismo e isso já passou. Há um novo momento que abre espaço para a presença do Estado.”
Dá para existir um modelo em que os três protagonistas – Estado, empresas e consumidores – ganhem, emenda Rogério Takayanagi, diretor de marketing da TIM. Cada um com sua função: ao governo cabe reduzir impostos sobre serviços e equipamentos, às operadoras diminuir custos com o compartilhamento de infraestrutura, o que permitirá a expansão do 3G até as localidades mais distantes.
Segundo Girasole, quatro pontos são essenciais para alavancar o PNBL: intervenção do governo que leve ao compartilhamento de meios entre as operadoras, imprescindível para a redução de custos mas que não está acontecendo; criação de uma estrutura tarifária que promova a disseminação do serviço; estabelecimento de nova política para melhor utilização do espectro; ação do Estado para utilização de fundos setoriais e desoneração de produtos e serviços.
Para Francisco Soares, diretor de relações governamentais da Qualcomm, sem iniciativa do governo, via subsídios, a banda larga móvel não chegará a áreas urbanas subatendidas na periferia das grandes cidades, nem à rural. No próximo leilão da faixa de 450 MHz, propõe, que o item preço não seja o mais importante, mas a cobertura e a qualidade do atendimento.

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DEM contra a banda larga

O DEM, partido do vice de Serra, vai entrar hoje na justiça contra a reativação da telebras, responsável pela implementação do Plano Nacional de Banda Larga, que pretende dar acesso rápido e barato á internet a 40 milhões de usuários.


O líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen, disse nesta terça-feira que o partido apresentará uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), utilizada para contestar atos do poder público que tenham causado lesão a preceito fundamental. A intenção é impedir que a Telebrás volte a atuar como empresa e passe a controlar o mercado de banda larga.
- Queremos suspender a possibilidade de a Telebrás voltar a ser empresa – explicou Bornhausen.
Sem a Telebras, as teles ficam com o monopólio das redes de internet e, para implementar o plano, o Governo terá de subsidiá-las em impostos e entregar a rede de 16 mil quilômetros de fibras opticas que já  montadas nas torres de transmissão de energia do sistema Eletrobras (Furnas, Chesf) e da rede mantida pela Petrobras. E elas vão continuar nos impingindo o serviço caro e ruim que fornecem.
Ontem mesmo tinha pedido a um colaborador para melhorar a conexão de meu escritório. A Virtua, da Net, cobrava 270 reais por seis Mb, mas não instalava – centro do Rio, viu? – e a Oi mandava primeiro comprar outra linha de telefone para, depois, “ver o que podia fazer”.
Se depender do partido do Indio do Serra, nossa internet vai continuar a ser por tambores ou por sinais de fumaça. E os lucros das teles vão continuar crescendo a jato.

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Teles e bancos são as ações prediletas das pessoas físicas

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Levantamento feito pelo Valor com base em informações inéditas divulgadas por 84 companhias abertas que integram o Ibovespa ou o IBrX-100 mostra que a Petrobras, maior e mais importante empresa do mercado de capitais brasileiro, não é a empresa com maior número de investidores pessoas físicas no país, como se poderia imaginar. Seus 326 mil investidores são superados no ranking pelo batalhão de acionistas das empresas de telefonia e por dois dos maiores bancos brasileiros, o Bradesco (344 mil) e o Banco do Brasil (331 mil).

O crescimento vigoroso na quantidade de investidores individuais com ações na bolsa, que supera 550% desde o fim de 2003 e atinge 556 mil pessoas, não foi suficiente ainda para alterar o peso do passado na lista das empresas com maior número de pessoas físicas na sua base acionária. 

O posto continua sendo das empresas de telecomunicações, herança dos antigos planos de expansão, quando a compra de uma linha telefônica dava direito ao recebimento de ações das companhias. 

A Telebrás tem 2,1 milhões de acionistas, a maior parte deles inativos. Telesp, Tele Norte Leste, Vivo e Brasil Telecom vêm em seguida no grupo até agora imbatível na preferência dos investidores.

Governo e Oi negociam parceria em satélite

Estimado em R$ 710 mi, projeto da tele desperta interesse de militares

Depois de ressuscitar a Telebrás para gerir o Plano Nacional de Banda Larga, o governo Lula estuda parceria com a Oi para lançar um satélite brasileiro de uso militar e comercial. O custo do projeto é estimado em R$ 710 milhões, informam Elvira Lobato e Valdo Cruz. 

A proposta foi apresentada a Lula pelos acionistas controladores da tele, e o presidente gostou da ideia. 

Segundo assessores presidenciais, a parceria é vantajosa diante do custo elevado. Além disso, dizem eles, um satélite de uso exclusivo da União ficaria ocioso, e a Oi tem a simpatia do Planalto por ser brasileira. 

O país não tem satélite de controle totalmente nacional. Sua construção é defendida por militares e órgãos que cuidam de dados sigilosos, como a Receita.

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Telebrás, Banda larga e as verdadeiras razões das teles

A Folha traz matéria hoje dizendo que as teles vão perder R$ 20 bi com a Telebrás. É a manchete. Só que abaixo afirma que, segundo o presidente da Telebrás, com a intra-gov do governo elas vão deixar de faturar entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões. É que a estatal vai passar a ser a rede de telecom das grandes redes de administração direta.

Vamos por partes. As teles não estão contra o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Estão contra a Telebrás porque ela será uma das peças de regulação do mercado. E elas não querem que o mercado de venda de capacidade de rede no atacado, para outros provedores de telecom, seja regulado. Se a Telebrás entra nele, hoje monopólio delas, vai mudar a política de preços. Já anunciou isso.

E tanto isso é verdade que entraram na Justiça contra regulamento da Anatel que trata do preço da venda de capacidade do backhaul, o trecho da rede que liga o backbone à entrada da cidade. Aí está o verdadeiro motivo de conflito. A perda do mercado dos serviços de governo, como o atendimento à rede do Datasus e do Serpro, é mais cortina de fumaça, porque os valores cairam muito nos últimos anos, graças à concorrência. Ainda bem. Continua>>>

Delação premiada


Jorge da Mota e Silva, no Correio Brasiliense
Preliminarmente, registro que, durante cinco anos, cinco meses e cinco dias, me impus silêncio total sobre as críticas infundadas que a mídia nacional publicou e ainda publica contra a Telebrás. Período em que tive a honra e o privilégio de presidi-la. Não ocuparei espaço para relatar o que foi feito durante a minha gestão. Tenho certeza de que serei lembrado pelo que não deixei que fizessem: fechá-la. Lutei quase solitariamente, tive apenas o apoio da diretoria, dos conselhos de Administração, Fiscal e de empregados dedicados.
Só agora, quando deixo a presidência, dou esse grito sufocado por tanto tempo, para repor o verdadeiro papel que teve a empresa ao longo desses 38 anos de existência. A grande transformação das telecomunicações brasileiras deu-se após a sua criação em 1972. As redes de fibras óticas, a criação da Embratel, o uso dos satélites, as transmissões a cores pelas televisões, a modernização do sistema, integrando o Brasil de norte a sul, de leste a oeste, foram conquistas, sim, do monopólio estatal. Muitos de boa ou má fé teimam em dar como exemplo de anacronismo a estagnação da telefonia fixa, fruto de políticas adotadas pelos governos, que para manter o famigerado superávit primário impôs restrições aos investimentos, mesmo que houvesse recursos próprios das empresas estatais.
Mas eis que surgem novamente, com as garras aguçadas, os cavaleiros do apocalipse. Os gênios que criaram o atual modelo das telecomunicações, que um brilhante jornalista classifica de privataria. Não a privatização em si, mas o formato. Quem não se lembra da célebre frase estamos no limite da irresponsabilidade, em conversa gravada entre o então presidente do BNDES e um diretor do Fundo Previ (naquela época já se grampeavam as conversas telefônicas)?
O grande argumento da privataria era a busca da livre concorrência para o setor. A abertura para o capital privado, o melhor para o Estado, os exemplos de outros países etc. Hoje, os arautos do modelo da privatização, quase todos a serviço das teles, como lobistas, consultores ou empregados diretos, ganhando polpudos pro labores, querem mais incentivos do governo para levar aos brasileiros o que já deveriam ter feito ao longo desses 12 anos de gordas tarifas e perdão de obrigações assumidas nos contratos de concessão que não cumpriram. Querem sempre mais. Não bastou a distribuição que receberam, em 1998, de ativos da Telebrás da ordem de R$ 31 bilhões e, mais adiante, quase R$ 8 bilhões em compensações tributárias. Agora querem também ditar as políticas públicas de telecomunicações.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está apenas corrigindo distorções que são flagrantes no atual modelo das telecomunicações, estendendo o braço do Estado a milhões de brasileiros ávidos em participar das conquistas da tecnologia, através do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), a preços compatíveis com as suas condições econômicas.
Não é possível falar de modernização das telecomunicações no Brasil sem desfraldar a bandeira da Telebrás. Tanto é assim que, até hoje, após 12 anos, a Anatel acha imprescindível ao seu funcionamento a permanência de técnicos cedidos pela Telebrás, de reconhecida competência, que prestam relevantes serviços àquela agência reguladora.
É importante destacar que todo o arcabouço jurídico e legal que criou a Telebrás permanece inalterado. A lei que a criou, em 1972, continua em vigor. Obedece também à legislação que regula as sociedades anônimas, seu estatuto e regimento, possuindo mais de 2 milhões de acionistas, com papéis negociados na Bovespa. Não está incluída no Programa de Desestatização, sob a responsabilidade do Ministério do Planejamento. Ficou todos esses anos sem operacionalidade, fruto do modelo que deixou para a viúva apenas os ossos da privatização, representados pelo passivo judicial das ações nas áreas dos direitos civil, tributário e trabalhista.
Não seria justo terminar sem prestar a minha homenagem ao melhor dirigente que, durante 12 anos, presidiu a empresa e fez o seu logotipo ser reconhecido e respeitado internacionalmente, nas bolsas de valores de Nova York e Frankfurt. José Antônio de Alencastro e Silva será sempre lembrado pelos que reverenciam a honradez e o cumprimento do dever. Prestou grandes serviços ao Brasil, exemplo de dedicação e competência deixado na história das telecomunicações brasileiras.
Começa agora um novo tempo com o Programa Nacional de Banda Larga. A palavra chave é concorrência. Não ao monopólio privado. Essa, a minha delação. O prêmio é a volta da Telebrás.