O Brasil atingiu em junho a capacidade instalada total de 129 mil MW em geração de energia elétrica. Em entrevista ao Blog do Planalto, o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ildo Grüdtner, falou sobre aumento de capacidade do parque gerador brasileiro. De acordo com ele, esse potencial foi aumentado em 4 mil MW. A meta é ultrapassar os 6 mil MW até o fim de 2014.
Para essa expansão estão em construção grandes usinas. Na região Norte, por exemplo, com usinas de Girau e de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, contribuirão com aumento de capacidade em 6,9 MW e mais de R$ 35 bilhões em investimentos; a usina de Belo Monte, no Pará, contribuirá com mais 11,2 MW e está orçada em R$ 28,9 bilhões. Além de gerar milhares de empregos e ampliar a renda das populações locais, também garante abastecimento de energia limpa a estados da Região, em substituição à produção de energia elétrica gerada por usinas térmicas à diesel, mais poluentes.
Há também em construção usinas menores, hidráulicas, térmicas, de biomassa e eólicas. Apenas de energia eólica há obras para aumentar a capacidade em mais de 10 mil MW. Em 2006 ocorreram os primeiros leilões desta matriz energética e a capacidade geradora é, atualmente, cerca de 3.000 MW. Obras em execução aumentarão esta capacidade em mais de 10.000 MW. Ainda para 2014, estão previstos dois leilões, um deles de energia reserva, abrangendo fontes eólica, de biomassa e solar.
“É claro que isso não representa um percentual muito elevado dentro da matriz energética, mas já começa ter uma significância. Se busca uma diversificação da matriz, não concentrar somente numa determinada fonte. Além do que tem a própria variação de custos dessa energia, mas principalmente buscando energias renováveis. À medida em que você diversifica suas fontes, você tem uma maior segurança no suprimento da energia elétrica”, avalia o secretário.
Linhas de transmissão
Assim como o aumento da capacidade de geração de energia, a expansão do sistema de linhas de transmissão faz parte do objetivo de atender o crescimento de carga e continuar atendendo a demanda crescente do país. Ildo Grüdtner também falou sobre a expansão das linhas de transmissão no país. O Sistema Interligado Nacional (SIN), cuja função é permitir a transferência entre subsistemas nas diferentes regiões do país, tem hoje de 118 mil km de linhas de transmissão; já estão definidos e leiloados novos 30 mil km. Apenas em 2014 devem ser concluídos mais 6 mil km de linhas de transmissão.
O Sistema Interligado Nacional contempla quase todas as capitais, faltando somente Macapá, que será integrada ainda em 2014 e Boa Vista, em 2016.
“Está sendo concluída a interligação Manaus-Tucuruí em que nós fizemos a travessia do Rio Amazonas. É uma obra de engenharia fantástica em que as duas torres para fazer essa travessia têm uma altura equivalente à Torre Eiffel. Está em implantação, deve ser concluída ainda nesse ano o sistema de transmissão em corrente contínua das usinas do Rio Madeira. Uma linha de transmissão já está em operação e a segunda linha vai ser concluída ainda em 2014. Essas são as maiores obras em transmissão”, explicou.