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Corrupção: troque um José por outro

Em vez de Serra, Dirceu.

Imagine agora: um homem de Dirceu – um daqueles que acompanham alguém por toda parte, de Brasília a São Paulo – ignora uma denúncia de corrupção que pode chegar a meio bilhão de reais.

São cinco Mensalões, para você ter uma ideia da magnitude da ladroeira.

Continuemos. O homem de Dirceu confirma que recebeu a denúncia. E afirma que desistiu de levar adiante qualquer investigação depois que os acusados disseram que não estavam roubando nada.

Diz que ficou surpreso ao saber que estavam sim roubando. Pausa para rir. Surpresa mesmo seria se sujeitos acusados de roubar admitissem.

Enfim.

Você faz conta do que aconteceria o José fosse Dirceu: capas sobre capas da Veja pontificando sobre o mar de lama. Reportagens histéricas do Jornal Nacional repercutindo cada 'descoberta' nova da Veja. Editoriais do Estadão dando lições de decência. Colunistas como Jabor, Merval e derivados disputando quem usa mais vezes a palavra corrupção.

Mas como o José é Serra não acontece nada. O homem de Serra – Mauro Ricardo – é apresentado como 'secretário de Kassab'.

Até quando Serra vai escapar da obrigação de prestar contas em casos de corrupção como o do Metrô e, agora, o das propinas na prefeitura de São Paulo para liberar prédios?

Para saber quanto são ligados Serra e Ricardo pego uma reportagem de 2010 do Valor Econômico e reproduzo algumas palavras. O título era: "O implacável braço direito de Serra".

Ricardo trabalhava então fazia 15 anos com Serra. E era "um nome certo para compor um eventual ministério do candidato tucano à Presidência".

Mauro Ricardo é um dos raros elos entre Serra e Aécio. Em janeiro de 2003, então governador de Minas, Aécio pediu a Serra alguém para a presidência da Copasa, a estatal mineira de saneamento. Serra indicou Mauro Ricardo.

Mais recentemente, ele foi contratado para ser secretário das Finanças do prefeito de Salvador ACM Neto. O site Bahia Notícias, em março passado, publicou uma reportagem que trazia documentos com problemas judiciais que Ricardo vem enfrentando.

O título: "Secretário 'importado' de SP por ACM Neto já foi condenado e responde por supostos desvios". Um dos casos listados pelo site se refere ao tempo em que Ricardo, por indicação de Serra, comandava a Suframa, Superintendência da Zona Franca de Manaus.

Disse o site Bahia Notícias:

"O Ministério Público Federal o responsabilizou pelo superfaturamento de uma obra de melhoramento e pavimentação de um trecho de 34 km da BR-319, entre o Amazonas e o Acre. Para a Procuradoria da República, a obra, que custou R$ 11,3 milhões aos cofres da União, era "superfaturada" e "desnecessária", pois a conservação da rodovia estava sob supervisão do Exército."

Mais uma vez. Troque de José. Imagine se Mauro Ricardo fosse ligado a Dirceu, e não a Serra.

As manchetes, as colunas, as denúncias.

Mas, em vez disso, um silêncio camarada, como se nada estivesse ocorrendo.

Palmas para a mídia brasileira, aspas, e seu cinicamente seletivo conceito de moralidade.

Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira, baseado em Londres, é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Quem fala o que quer, escuta o que não quer

Mensagem do dia para a vida toda

Se você perde bens materiais, perde pouco.

Se você perde bens espirituais, perde muito.

Se você perde a esperança, perde tudo.

Moderninho e colonização

A crítica ao esforço do governo brasileiro para monitorar a ação de espiões norte-americanos e de outros países em nosso país é um típico exemplo de mentalidade colonizada.

Dizer que é uma medida equivalente ao esquema de espionagem da NSA no país é puro absurdo.

A descoberta de que a NSA grampeava nossas autoridades, a começar pela presidente Dilma Rousseff, revelou um país que mantém uma diplomacia imperial.

É uma atitude preocupante, numa época em que se assiste a uma retomada de uma política intervencionista por parte de Washington, com apoio e sustentação a golpes de Estado contra governos eleitos, como ocorreu em Honduras e no Paraguai.

Neste caso, Washington não demonstrou lealdade ao agir com os brasileiros e precisava ser denunciado por isso. Não por essa razão, países em outra posição na diplomacia internacional, como a Alemanha, aliaram-se ao Brasil diante do mesmo problema. A ação da NSA deixou claro que a Casa Branca pratica uma diplomacia de hegemonia e domínio. Pode até ser útil para os interesses que dominam o governo americano mas não oferece benefícios aos países atingidos.

No outro caso, temos medidas – parciais, limitadas, atabalhoadas, muitas vezes pouco eficazes – do governo brasileiro para defender a soberania de um país, ameaçada por uma ação de força por parte uma potência externa. Todo esforço para proteger o território brasileiro neste caso não só é inteiramente legítimo, como deveria ser estimulado e ampliado.

Apenas uma visão moderninha em excesso, de quem desconhece um dado básico do fim dos impérios coloniais – a emergência dos interesses nacionais –, poderia imaginar que estamos diante de medidas equivalentes e igualmente condenáveis.

Implica em acreditar numa utopia juvenil segundo a qual com a abertura intensa do comercio internacional ocorrida nas últimas décadas o planeta teria entrado numa etapa madura de respeito e igualdade entre as nações.

A consequência dessa visão é aquele tipo de pós-modernidade de quem não se reconhece como brasileiro e procura ser neutro em conflitos internacionais.
É como se fosse feio ter nacionalidade e provinciano exibir prioridade nas questões em que o próprio país está envolvido. O passo seguinte, claro, é pensar o mundo de forma politicamente polivalente, como se todos os interesses fossem neutros e equivalentes.

Na realidade, este pensamento é parte de uma visão que considera conveniente a um país como o Brasil abrir mão de direitos e prerrogativas como nação na esperança de obter uma integração vantajosa com Washington. Essa visão deu base, por exemplo, a uma política externa que no passado levou o país a apoiar a proposta da ALCA, o esforço do governo dos Estados Unidos para criar uma zona de livre comercio no continente – sob sua hegemonia.

Em anos recentes, este ponto de vista raras vezes encontrou porta-vozes tão claros como André Lara Rezende, um dos principais conselheiros de Marina Silva, para quem "a questão do Estado-Nação ficou ultrapassada," conforme ele admitiu no livro O que os Economistas pensam sobre Sustentabilidade (página 37).

Isso está errado, meus amigos. Se até a postura do craque Diego Costa, ora brasileiro, ora espanhol, causou estranheza em muita gente, não custa lembrar que ali estávamos falando de futebol e Copa do Mundo, certo?

Fingir que na vida real não existem conflitos e diferenças entre países diferentes, e que é legítimo a um governo assumir prioridades de seu país, é o caminho mais curto para se aliar a política do mais forte. O nome disso é raciocínio colonizado.

PAULO MOREIRA LEITE

Dez truques para deixar seu Face mais bacana

Nem todos esses recursos estão escondidos, mas podem não ter sido notados, então segue a lista:

Lista de interesses
No quesito produtividade, uma das grandes funcionalidades do Facebook. Com isso você pode criar listas co páginas ou pessoas que te interessem. Por exemplo: uma chamada "notícias" em que constam páginas de sites como o Olhar Digital; ou outra "acompanhar" com pessoas que você queira seguir de perto.
Basta clicar aqui para criar uma lista. Ela pode ser pública ou privada.

Ver o histórico de amizade
Veja as interações entre você e um amigo clicando na aba "ver amizade" que fica abaixo da foto de capa de cada pessoa. Ali aparecem postagens, fotos, eventos, entre outras coisas. E, caso você esteja em um relacionamento com alguém, clique aqui para ver a página do casal.

"Outras" mensagens
Pode haver um monte de mensagens não lidas no seu Facebook, porque tudo o que a rede social julga como não tão interessante vai para a pasta "Outros". Ela fica aqui, guardando conversas talvez nunca respondidas.

Veja fotos do jeito antigo
Nem todo mundo gostou da visualização de fotos e vídeos em formato pop-up do Facebook, mas você pode voltar ao modo antigo apenas recarregando a página da foto/vídeo. Também dá para fazer isso abrindo a foto/vídeo em uma nova aba do navegador.

Não seja surpreendido com a marcação de fotos
Ao invés de deixar que qualquer um te marque em uma foto, o que por vezes causa constrangimento, você pode escolher aprovar todas as marcações. Para fazer isso, clique aqui e deixe a opção "Analisar marcações que as pessoas adicionam às suas publicações antes de serem exibidas no Facebook?" ativada.

Altere o idioma para algo mais divertido
Há bastante tempo o Facebook incluiu a opção "inglês de piratas" entre os idiomas, e também há o "upside down" que deixa tudo escrito da direita para a esquerda e o "Leet Speak", uma espécie linguagem de internet. Mas atenção: pode ser bem complicado entender o que está escrito. Se quiser mudar, vá aqui e divirta-se.

Baixe seus dados
Também nesta página você encontrará um link para baixar todas as informações sobre si próprio que estão armazenadas na rede social. Ele fica abaixo da opção de idioma, escrito em azul.

Registro de atividades
Tudo o que você faz no Facebook fica guardado. Pelo registro de atividades dá para ver o que foi curtido, os comentários feitos e recebidos, fotos marcadas, grupos que você entrou, eventos… tudo. O recurso fica abaixo de sua foto de capa, do lado direito.

Envie mensagem privada pelo e-mail
Todo usuário do Facebook possui um e-mail na rede social, isso significa que é possível receber mensagens de Gmail, Hotmail, Yahoo etc. lá dentro. Se quiser enviar uma mensagem assim, basta colocar o nome de usuário do destinatário seguido por @facebook.com e enviar da sua conta tradicional.

Desligue notificações móveis
Não quer mais receber notificações no celular ou tablet sobre qualquer coisa que ocorre no Facebook? Siga estes passos: pelo app do aparelho, visite Configurações da conta > Notificações > Push de celular. Então é só desmarcar o que incomoda.
Com: Telegraph.

Biografia autorizada - já deu o que tinha que dar

Fui cobrado por ter escrito há 15 dias que a polêmica sobre as biografias “já deu o que tinha que dar” e que ninguém mais iria convencer ninguém que já não estivesse convencido. Como, parodiando Machado de Assis, “sofro de tédio à controvérsia”, quando elas viram bate-boca, propunha que se aguardasse então a decisão da Justiça.
Estava enganado, as discussões continuaram e ficaram ainda mais acirradas. Esqueci que no Brasil polêmica acaba em polêmica, isto é, não acaba, uma dá início a outra, como agora, com a aparente mudança de posição do Procure Saber e o real racha entre seus integrantes.
A novidade é a transferência das divergências para o âmbito dos próprios membros do grupo, a julgar pelo que tem vazado para a imprensa. Zózimo Barroso do Amaral noticiaria assim: “Não convidem para a mesma mesa Roberto Carlos e Caetano Veloso”.
Essa parceria foi responsável por um dos momentos mais emocionantes da música brasileira, quando o Rei foi visitar Caetano no exílio de Londres, em 1970, e de lá saiu com inspiração para a bela canção-homenagem “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”.
Porém, em termos de ação política conjunta, é difícil a dupla ter futuro. De um lado, o Rei, um moita, cheio de segredos, mistérios e cismas. De outro, Caetano, transparente, franco, expansivo, exibido e sem papas na língua.
O desacordo interno surgiu com a destituição de Paula Lavigne como porta-voz do grupo e sua substituição por um hábil advogado da confiança de Roberto, junto com um “gerenciador de crises” para orientar o “vídeo do recuo”.
A partir de uma experiência pessoal, acho que foi uma injustiça. A culpa pelo ruído entre os dois e pela desunião da turma não deve ser atribuída a Paula, que, apesar da fama, é mais conciliadora do que briguenta (peço licença para uma revelação: Caetano ficou 15 anos sem falar comigo por causa do “1968”. Um dia, ela pegou os dois pelas mãos, disse “Vamos deixar de viadagem” e jogou um nos braços do outro).
Discute-se agora para descobrir se a nova posição do Procure Saber é uma disfarçada confissão de derrota, um recuo estratégico em face da desaprovação da sociedade (também a Academia Brasileira de Letras decidiu apoiar no STF a ação dos editores de livros) ou se, como advertiu Merval Pereira, é uma proposta mais perigosa do que a anterior porque contém um maquiavélico “efeito colateral”, capaz de amordaçar por extensão a imprensa.
Rompendo um demorado silêncio, Roberto Carlos criticou publicamente a “posição mais radical” adotada até então. Poderia então, já que se mostra menos radical, aceitar a sugestão do editor Roberto Feith e retirar a proibição ao livro sobre ele. O que pensam os colegas sobre o discurso do novo porta-voz?
Até agora, essa aliança de artistas deixou como saldo imagens arranhadas e relações estremecidas, sem falar no estigma de ter trazido à cena o fantasma da censura prévia. Terá valido a pena tanto desgaste, inclusive para as biografias dos envolvidos? O objetivo não era preservá-las?
Zuenir Ventura

Carta de uma atriz pornô ao seu filho que ainda não nasceu

Meu filho, 
Enquanto escrevo, você ainda não chegou ao mundo e não deve nascer até a metade de dezembro. No momento em que ler esta carta, terá idade o suficiente para usar a internet e será velho o bastante para conhecer o nome “Aurora Snow”. Agora, eu já terei temido esse dia por muitos anos e a minha esperança é que você encontre este artigo antes de acidentalmente esbarrar em qualquer foto ou vídeo que mostre sua mãe de um jeito que ela nunca desejou que você visse. Deixe-me explicar.
Sua mãe cresceu muito, muito pobre. No começo da década de 2000, eu frequentava a Universidade da Califórnia, em Irvine, e embora eu fosse uma aluna de honra, com pontuações altas nos testes e tenha gasto semanas após semanas preenchendo dados em formulários, continuava mergulhando em empréstimos. Frustrada e sentindo minhas chances de ter uma educação superior escapando, respondi a um anúncio no jornal Orange County Register.
A impressão grande, em negrito, fisgou meus olhos: Modelos para Nudez Feminina – ganhe $2.000 por dia.
Eu não tinha vergonha e precisava do dinheiro. Eu tinha certeza que nunca ia querer ter uma família. Foi em uma idade anterior a todos e tudo estarem online e eu realmente achava que podia esconder isso da minha mãe, pai e irmãos. O que eu tinha a perder? Planejei entrar nessa por um ano, pagar minhas dívidas estudantis e cair fora sem olhar pra trás. Não aconteceu bem desse jeito.
A atenção me fez sentir bem. O dinheiro era incrível. Mas mesmo com a atenção, nunca me senti bonita. Eu achava que a qualquer momento eles perceberiam que cometeram um erro e me pediriam para ir pra casa e trariam alguma garota bonita para o set. Eles nunca fizeram isso. E aquele trabalho de modelo logo levou alguém a me perguntar se eu faria sexo na frente da câmera por dinheiro. Ainda mais dinheiro. Eu disse sim e aquela escolha me levou ao agitado e colorido mundo dos filmes adultos.
Por razões além da minha compreensão, eles continuaram me pedindo para fazer filmes. Logo eu estava em capas, pôsteres e até mesmo alguns programas de televisão mainstream. Sua bisavó foi a primeira a descobrir a profissão secreta da sua mãe (ela me viu em uma fita VHS na casa de um amigo dela) e rapidamente informou sua avó e tios. Apesar de terem ficado desapontados com minhas escolhas, eles nunca deixaram de me amar.
Sua avó achou que eu deveria fazer algo com a minha mente, não com meu corpo. Ela se preocupou bastante comigo e sempre teve esperança de que eu encontrasse um jeito de sair. Acho que eu nunca falei sobre o assunto diretamente com seus tios, mas isso sempre foi o elefante na sala. Seu avô estava vivendo em um outro estado e descobriu o que eu estava fazendo quando me viu no programa de TV do Howard Stern. Lembrando, eu era bastante agradecida por ter sido uma das poucas garotas no programa do Stern a manter as roupas no corpo. Sempre mantive um senso de modéstia quando não estava filmando.
Neste ponto da sua vida, espero que eu tenha falado sobre a importância da honestidade, então, serei honesta com você. Eu fiz tudo o que é imaginável na minha carreira adulta e, se você procurar o suficiente, vai encontrar coisas que deve achar bastante terríveis. Posso dizer honestamente que eu encarei fazer filmes adultos como um trabalho e, como em qualquer trabalho que já tive, achei importante fazer o meu melhor. Algumas vezes, fazer meu trabalho bem, significava fazer coisas bastante grosseiras. Espero que você nunca veja isso.
Uma coisa realmente transformadora aconteceu em 20 de fevereiro de 2009. Seu tio Keith sofreu um acidente de moto terrível, quebrou o pescoço e seus dois filhos vieram aos meus cuidados. Eu não tinha a menor ideia do que fazer com crianças, mas fui forçada a aprender quando tomava conta dos seus primos por dois anos, enquanto Keith se recuperava. Durante esse tempo, alguma coisa mudou. Eu sentia que algo poderoso estava acontecendo dentro de mim, quando um dos meus sobrinhos colocava seus braços ao meu redor, confiando a mim sua vida e me dando seu amor incondicional. De repente eu percebi: “merda, eu quero minha própria família.”
Nunca acreditei no amor e morria de medo de qualquer coisa ou qualquer um que pudesse me prender. Eu era um espírito livre que podia ir e vir a qualquer momento, mas esse sentimento desapareceu quando percebi o que estava perdendo.
Minhas prioridades mudaram. Eu não era mais a garota que queria fazer qualquer coisa, ao invés disso, me tornei uma mulher com um objetivo. Eu queria uma família, mas primeiro tinha que encontrar alguém com quem pudesse criar essa família. Não era uma tarefa fácil. Um amigo querido me apresentou a um cara do campo. Ele era caloroso, charmoso e muito ligado à família.
Mesmo que eu quisesse bastante, é difícil mudar depois de dedicar uma década da sua vida a uma carreira, não importa qual seja essa carreira. Seu pai reconheceu o ciclo no qual eu estava presa e disse: “Só aperte o botão de ejetar.” Era um conselho que eu finalmente estava pronta para ouvir. Pela primeira vez eu tinha tanto a coragem quanto a motivação para deixar o emprego.
Filho, eu espero que esse artigo ajude-o a compreender e impeça-o de clicar nos links dos meus vídeos de sexo. As escolhas que nós fazemos podem mudar nosso caminho para sempre de um jeito que talvez não compreendamos no momento. Eu fiz escolhas que me levaram a um caminho que muitos desaprovam. Apesar do que pensava na época, estas são escolhas que eu agora estou explicando ao meu próprio filho. Tudo se resume a escolhas. Se eu soubesse que um dia mudaria de ideia e desejaria ter minha própria família, teria feito escolhas completamente diferentes. Eu não posso dizer que elas seriam melhores, porque cada escolha que fiz me trouxe a este ponto e eu não voltaria atrás. Quando você tem 18 anos, é fácil ver o futuro e saber exatamente o que você quer e não quer, mas apenas dez anos depois, essa clareza toda desaparece.
Então, lembre-se quando você estiver fazendo grandes escolhas na vida, pense longe no futuro e pergunte a si mesmo: “Posso viver com isso?” Minha resposta a essa pergunta é esta carta, que eu espero que fale por si própria.
Com amor,
Mamãe

Luciano Ribeiro

Editor do PapodeHomem, ex-designer de produtos, apaixonado por ilustração, fotografia e música. Ex-vocalista da banda Tranze (rock’n roll). Volta e meia grava músicas pelo Na Casa de Ana. Escreve, canta, compõe e twitta pelo @lucianoandolini.

Outros artigos escritos por 

Qual será o cheiro de Jesus?


A bispa da Igreja "Renascer em Cristo", Sônia Hernandez - fundadora -, diz que sabe e lançou um conjunto: 

Perfume, creme hidratante e sabonete líquido.

O kit "de bem com a vida", exala o bom Cheiro de Cristo".

Preço: R$ 79,00

Para mim que já vi propaganda de "suco evangélico", não me surpreende. A cara de pau desse gente não tem limites. E a babaquice dos seus seguidores também não.

Mensagem do dia

  • Os sonhos sem dúvida representam o primeiro passo das nossas conquistas,pés no chão é claro,coragem e força fé em Deus sempre.O importante é acreditar em você e teus sonhos,mesmo que os pessimistas falem ao contrário,você é vencedor sim.Não pare,mesmo um pequeno avanço na direção certa é um grande progresso.O que parecia fora do alcance hoje,com um pequeno avanço vai estar mais próximo amanhã.
    Não pare,pois será mais difícil começar tudo de novo. Vá rápido quando puder,devagar quando for obrigado.Queridos seja lá qual for teu sonho,Deus é contigo acredite sempre em você.Não se subestime você não está em segundo plano,tua luz brilha mesmo quando não a vês. Deus te abençoa e te sorri,não pare conquiste!!!! Você nasceu para ser vencedor!!!!!
    Os sonhos precisam ganhar força,isso somente ocorre quando ele sai da imaginação a um formato mais concreto.Sempre divido com os meus amigos esta frase: "Deus enviará sempre alguém segundo seu coração para você não desistir".O diferencial dos vencedores e das pessoas de sucesso é o sonho que tiveram.
    Tentar sempre,desistir jamais,creia você é capaz! DEUS JÁ TE FEZ UM VENCEDOR!!!!!!!!!!!!!!bjs

A oposição partidária brasileira carece totalmente das características que permitiram ao PT crescer sem ser poder. PSDB, DEM e PPS são exemplos disso.

Por miopia ou má-fé, virou hábito atribuir ao Partido dos Trabalhadores todas as mazelas do sistema político. Marina Silva não teve dúvidas ao acusar o PT de "chavismo" porque seu partido, a Rede, não conseguiu o registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a tempo de disputar as eleições presidenciais do próximo ano. A falha apontada pela Justiça eleitoral no processo de formação da nova legenda foi a ausência de mais de 50 mil assinaturas, no total de um milhão exigidos por lei para o seu registro – e, convenhamos, a lei não atribui ao PT a obrigação de colher as assinaturas necessárias para a formação de um partido para Marina. Da mesma forma, a debilidade de partidos já constituídos não decorre de uma ação do PT, mas de uma inação dos próprias legendas.

No atual quadro partidário, apenas o PT mostrou capacidade de existir e se desenvolver fora do poder. Desde a sua fundação, em 1980, até 2003, quando assumiu a Presidência da República pelo voto direto, o partido teve um crescimento contínuo. Foi criado e floresceu na oposição a sucessivos governos.

Tomando por base o aumento da bancada federal petista, nota-se que o partido da presidenta Dilma Rousseff teve um crescimento atípico em relação aos demais partidos: em 1982, primeira eleição que concorreu, elegeu oito deputados federais; em 1986, 16; em 1990, 38; em 1994, 49; em 1998, 59. Em nenhuma dessas eleições era ou apoiou um governo.

Em 2002, quando elegeu Luiz Inácio Lula da Silva pela primeira vez para presidente, sua bancada deu um salto, como ocorreu com os demais partidos que chegaram à Presidência no pós-ditadura (PMDB, com José Sarney, em 1985; Collor e seu PRN em 1989 e FHC nos mandatos 1995-1998 e 1999-2002). O PT, no ano em que Lula venceu, pulou de 59 para 91 deputados federais. Mas, ao contrário do que ocorreu com os demais, a única eleição em que reduziu a sua bancada foi em 2006, quando estava no poder: elegeu Lula para o segundo mandato, mas pagou a conta do escândalo do escândalo do chamado Mensalão, ao obter menos votos para a sua bancada na Câmara dos Deputados. Nas eleições de 2010, que levaram Dilma Rousseff ao poder, aumentou ligeiramente sua bancada federal – para 86 deputados -, embora ainda não tenha recuperado o que obteve no boom eleitoral de 2002.

Salvo se errar muito a mão no processo de institucionalização partidária, o PT tende a se manter importante na política brasileira independentemente de ser governo e oposição: tem eleitorado próprio e ainda mantém uma certa organicidade com setores sociais. Essas variáveis garantem que a legenda não se tornará desimportante se descer da ribalta para a arena política, como aconteceu com o PSDB e seu fiel escudeiro, o DEM, ex-PFL. Se aprofundar a dependência que hoje já tem de políticos que dominam clientelas políticas e têm perfil muito próximo ao dos partidos tradicionais, essa vantagem comparativa que possui em relação aos demais tende a desaparecer.

A oposição partidária brasileira carece totalmente das características que permitiram ao PT crescer sem ser poder. Quanto mais fica longe do governo federal, mais dificuldades as lendas que são de oposição têm de sobreviver. O PSDB, o DEM e o PPS são a expressão recente mais acabada das fragilidades de um sistema que tende a concentrar apoios políticos nos partidos de governo e condenar os partidos de oposição à autodestruição.

O PSDB e o DEM (ex-PFL), aliados desde a primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1994, e separados apenas por um breve momento, nas eleições de 2002, vivem esse fenômeno. Ambos incharam nos governos tucanos, quer por aumento de votos, quer pela liberalidade da lei, que permitia aos eleitos mudarem de partido quanto bem entendessem. Em 1990, na primeira eleição para a  Câmara dos Deputados enfrentada pelo PSDB, criado de um racha do PMDB em 1987,  o partido fez 38 deputados, mesmo na oposição – mostrava alguma musculatura na origem, portanto. Em 1994, junto com o presidente Fernando Henrique, elegeu uma bancada de 62 parlamentares. A partir da eleição, exerceu todo o poder de atração que um partido governista pode ter sobre as bancadas de partidos derrotados. Agregou votos obtidos por amplas alianças eleitorais, puxadas pelo fato de estar no poder, e adesões pós-eleitorais de parlamentares que não queriam ficar na oposição.

De 1995 a 1997, logo depois das eleições que deram o primeiro mandato a FHC, migraram para o PSDB um governador, três senadores, 34 deputados federais, 79 deputados estaduais e 124 prefeitos, segundo levantamento feito pelo cientista político Celso Roma. Em 1998, eleição que deu o segundo mandato a FHC em primeiro turno, o PSDB elegeu uma bancada de 99 deputados.

O poder de atração governista quase levou os dois partidos que dividiam a chapa presidencial, o PSDB e o PFL, a um processo de autofagia. Em 1994, o PFL, que nunca tinha estado fora do poder, elegeu uma bancada de 89 deputados (contra 83 em 1990). Em 1998, fez 105 deputados. Ambos disputaram, ao longo dos dois anos de mandato, parlamentares que desejavam migrar para partidos melhor considerados no trato com a máquina administrativa do governo.

A glória vivida pelos dois partidos nos oito anos de governo de FHC começou a se mostrar que efêmera já no primeiro turno de 2002, quando a bancada federal dos partidos foi definida junto com os dois candidatos presidenciais que foram para o segundo turno, Luiz Inácio Lula a Silva (PT) e José Serra (PSDB). Dos 99 deputados tucanos eleitos em 1998, sobraram 70; o PFL viu despencar sua bancada de 105 para 84 deputados. Em 2006, quando Lula se reelegeu, o PSDB fez apenas 66 deputados; o PFL, 65. Nas eleições de 2010, quando Dilma Rousseff foi eleita para exercer um terceiro mandato pela legenda petista, os dois principais partidos de oposição tinham 54 deputados (PSDB) e 43 deputados (o ex-PFL, já DEM na época). Com a formação do PSD, no final de 2011, e a dos recentes PROS e Solidariedade, o PSDB perdeu mais oito deputados e tem, hoje, uma bancada de 46 parlamentares na Câmara dos Deputados. O DEM ficou com uma bancada inexpressiva, de 25 parlamentares. E o PPS, fiel escudeiro tucano mas muito pequeno, tornou-se nada além do que um partido nanico: elegeu 12 deputados e hoje tem 7.

Esse encolhimento tem mais consequências do que a mera capacidade de atuação da oposição no Legislativo. A análise sobre o canto do cisne do PSDB e do DEM continuará na próxima coluna.
Inês Nassif

Briguilinks

O plenário da Câmara aprovou por acordo, a primeira parte do novo Código de Processo Civil.

Ao todo, o texto tem 1.085 artigos e os deputados aprovaram parte inicial do código até 318º. O novo texto estabelece ordem cronológica de julgamento de processo que esteja em fase de conclusão, pronto para sentença do juiz. O projeto também institui a tutela antecipada, expediente no qual o juiz assegura pagamento do pedido do autor da ação mesmo antes do término do processo.

O relator dessa primeira parte do código, o deputado Efraim Filho (DEM-PB), destacou também a previsão do processo eletrônico, que garantirá, por exemplo, realização de audiências e tomadas de depoimentos por meio de videoconferência e o fortalecimento da mediação e conciliação de conflitos.

Evandro Ébole

O bem que o mal faz

Certas personalidades não combinam com a monotonia da mesmice, por mais tranquilidade que essa mesmice proporcione ao espírito e ao corpo e, muito menos, com a serenidade de hábitos arraigados ou comprometidos com as restrições impostas pela periferia que patrulha o comportamento alheio.

Enfim, aquelas personalidades que não estão nem aí para as línguas bipartidas das cobras de plantão, cujo veneno escorre sem pressa pelo canto da boca, geralmente envelhecida, rachada como lodo seco em parede mofada, mais ou menos assim.

Quem aplaude, quem ri junto, quem se diverte em grupo ou na alcateia dos lobos moleques ou quem espreita feito hiena de riso histérico, esperando pelo banquete das sobras da carcaça do tigre guerreiro e predador, mas ferido de morte, pode-se dizer que estão do mesmo lado... Sim, porque do outro lado sempre está o objeto de suas atenções.

Dificilmente, existe quem tenha a coragem ou a solidariedade desinteressada de atravessar a sutil linha que separa um lado do outro para cuidar do animal ferido ou amenizar seu sofrimento, diminuir a sua dor por detrás da máscara que tenta escondê-la por dignidade de princípios. Devo pouco e tenho quase nada, mas quando me for não deixarei contas a pagar, com toda certeza e, portanto posso caminhar contra o vento, sem lenço e apenas com o passaporte, olhando para bem além do horizonte onde o sol nasce mais cedo e mais adiante.

Não tenho mais compromissos com nenhum lugar nem qualquer porto será o definitivo para atracar de vez a minha vontade aventureira de caçar imagens únicas, nem que sejam para meu banquete pessoal e para que possa admirá-las em paz e depois deixá-las como legado da passagem pelas estradas que enfrentei vida afora. Dia haverá de chegar onde farei meu derradeiro clique, mas não tenho mais pressa. Perdi o medo de vez. E algum medo tive? Claro, quando fraquejei ante o pequeno fantasma arvorado de forte que fustigou a parte frágil do impávido, corri para as montanhas mais distantes, para o frio cercado de silêncio quase absoluto e me rendi de pé, sem abaixar os olhos, mas no final tudo não passou de um vento besta, de uma nuvem nem tão ameaçadora assim. Era mais uma sombra e que se desfez com as luzes das minhas estrelas e de uma Lua que se encheu toda e me abraçou quando mais precisei.

O mal de toda uma agonia que chegou a se prenunciar duradoura transformou-se em consequência passageira, sim porque as rotinas e a contumácia da mesmice tendem perder suas forças quando são interrompidas de vez pela lucidez que se impõe quando se acerta no rumo da reflexão.

E foi assim, exatamente assim... Desde o começo, lá atrás, há muito tempo, todos os prenúncios eram de que havia toda uma aura de coisa ruim no entorno do anjo e demônio a um só tempo, que foi capaz de seduzir o demônio que se transformou em anjo para ser seduzido na complexidade do todo que atrai a curiosidade dos afoitos, aventureiros irresponsáveis que se esquecem, por um momento que seja, de que os circunstantes podem se transformar em feridos como efeitos colaterais dessas explosões de paixão avassaladora que eclodem com o olhar catalisador que faz tudo ir pelos ares entre risos, gargalhadas, gemidos e gritos histéricos das festas pagãs dos amantes enlouquecidos.

Depois, somente muito depois, o consolo é olhar para trás e dizer que valeu a pena, que foi um mal que conseguiu se transformar em um bem para não ter passado pela vida sem viver e descobrir o verdadeiro sentido de pecado e saber o tamanho do perdão a ser pedido de joelhos...

A. Capibaribe Neto