Mostrando postagens com marcador Tim Maia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Tim Maia. Mostrar todas as postagens

Parafraseando Tim Maia

O Brazil não pode dá certo. Aqui puta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia, pobre é de direita e autor de folhetim televisivo se julga intelectual.

Resultado de imagem para tim maia caricatura
***
A maneira de você contribuir para manter este blog é clicando no anúncio que te interessa. Obrigado!

Como Roberto Carlos, Chacrinha e outros capoeristas invisivéis deram uma rasteira em Ritchie

Enviado por Jns
A rasteira invisível do Rei e a sabotagem explícita do Velho Guerreiro ao autor de Menina Veneno
Em meio a esse bafafá sobre as mudanças que a Rede Globo fez no especial sobre Tim Maia, adicionando elogios ao “Rei”, ninguém lembrou uma das melhores histórias envolvendo os dois personagens.
O caso está em meu livro “Pavões Misteriosos – 1974-1983: A Explosão da Música Pop no Brasil” (Editora Três Estrelas) e me foi contado por Ritchie, personagem central do imbróglio.
Só para situar o leitor, o caso aconteceu no meio dos anos 1980. Em 1983, Ritchie havia lançado o LP “Vôo de Coração”, pela CBS.
Somando as vendas do LP e do compacto de “Menina Veneno”, Ritchie se tornara o artista de maior sucesso do Brasil entre 1983 e 1984. Até então, apenas um artista brasileiro vendera mais discos que Roberto Carlos: os Secos e Molhados, em 1974. Mas nenhum artista da gravadora de Roberto, a CBS, o tirara do topo do pódio, e isso, segundo Tim Maia, teria causado uma reação fulminante por parte do “Rei”.
Aqui vai o trecho de “Pavões” em que o “Síndico” explica a Ritchie como funcionam as coisas no mundo encantado de Roberto Carlos:
O futuro parecia promissor para Ritchie: rico, famoso, e com um contrato de mais três discos com a CBS. Mas uma série de desentendimentos e crises acabaria por prejudicar sua carreira. Depois do sucesso de “Vôo de Coração”, ele nunca mais teria um LP entre os 50 mais vendidos do ano no Brasil. Quando foi gravar o segundo disco, “E a Vida Continua”, o cantor sentiu certa má vontade por parte da CBS. “Eles não divulgaram o disco, não pareciam interessados.” A música de trabalho, “A Mulher Invisível”, outra parceria com Bernardo Vilhena, fez sucesso nas rádios, mas logo sumiu das paradas. O LP vendeu 100 mil cópias, uma boa marca, mas pálida em comparação ao 1,2 milhão de “Vôo de Coração”. O disco seguinte, “Circular”, vendeu menos ainda: 60 mil.
Ritchie ficou perplexo. Não entendia como havia passado, em tão pouco tempo, de prioridade a um estorvo na CBS. Até que leu uma entrevista de Tim Maia à revista “IstoÉ”, em que o “Síndico” afirmava que Roberto Carlos, o maior nome da gravadora, havia “puxado o tapete” de Ritchie. “Eu não podia acreditar. O Roberto sempre foi muito carinhoso comigo, sempre fez questão de me receber no camarim dele, sempre me tratou muito bem. Até hoje, não acredito que isso tenha partido do Roberto.”
Um dia, Ritchie foi cumprimentar Tim Maia depois de um show no Canecão. O camarim estava lotado. Assim que viu Ritchie, Tim gritou: “Agora todo mundo pra fora, que vou receber meu amigo Ritchie, o homem que foi derrubado da CBS pelo Roberto Carlos”. Claudio Condé, da CBS, nega: “Isso é viagem. O Roberto nunca teve esse tipo de ciúme”.
Para piorar a situação, Ritchie havia comprado briga com outro peso-pesado da indústria da música: Chacrinha. Por um bom tempo, o cantor havia participado dos playbacks que o Velho Guerreiro promovia em clubes do subúrbio do Rio de Janeiro, mas essas apresentações começaram, gradativamente, a atrapalhar a agenda de shows de Ritchie. “O filho do Chacrinha, Leleco, marcou um playback comigo, a Alcione e o Sidney Magal no estacionamento de um shopping, mas eu tinha um show de verdade em Belo Horizonte, e meu empresário disse que eu não poderia comparecer.”
Resultado: Ritchie passou a ter cada vez mais dificuldades em aparecer na TV e viu notinhas maliciosas plantadas em colunas musicais. Uma delas dizia: “O artista inglês Ritchie, tão bem acolhido pelos brasileiros, se recusa a trabalhar com artistas brasileiros”. “Fiquei puto da vida.” Em janeiro de 1985, Ritchie, o maior vendedor de discos do Brasil no ano anterior, foi ignorado pelo Rock in Rio. “Aquilo me deixou arrasado. Lembro que um dos organizadores do festival deu uma declaração de que eu ‘nem brasileiro era’. Como pode uma coisa dessas?”
Ritchie estava tão por baixo na CBS que a gravadora concordou em rescindir seu contrato, mesmo faltando um disco. O cantor assinou com a Polygram e lançou, em 1987, o compacto de “Transas”, tema da novela global “Roda de Fogo”. “Transas” vendeu muito bem, mas o primeiro LP pela Polygram, “Loucura e Mágica”, não passou de 25 mil cópias. Em três anos, Ritchie fora de maior astro do Brasil a fracasso de vendas, tornando-se um exemplo marcante da efemeridade dos fenômenos pop.
Anos depois, quando fazia um show em Angra dos Reis, o cantor foi procurado por um homem, que se apresentou como radialista e lhe disse: “Há anos quero te contar um caso: quando você lançou ‘A Mulher Invisível’, aconteceu algo que eu nunca tinha presenciado em mais de 30 anos trabalhando em rádio: eu ganhei um jabá da sua própria gravadora para não tocar sua música!”.
Informações de André Barcinski, publicadas no R7, com inserção de imagens e vídeos da Internet

Tim Maia: Preto, Gordo e Cafajeste

 : Roberto Carlos é um detalhe na falsificação da biografia de Tim Mais pela GloboEle
Ele
 Tim Maia era um gênio complexo e contraditório. “Preto, gordo e cafajeste”, como ele se definia. Mas o que estão fazendo com sua biografia é caso de polícia.
A Globo transformou um filme lançado no final de 2014 num docudrama — mistura de ficção e documentário — em dois capítulos. Desfigurou tudo. Incluiu depoimentos de artistas, cortou cenas, alterou a ordem de acontecimentos.
Aproveitou para limpar a barra de Roberto Carlos. No longa, que é inspirado no livro de Nelson Motta, Tim é esnobado por Roberto até conseguir uma reunião por insistência da mulher de RC, Nice, em que Roberto acaba topando gravar “Não Vou Ficar”.
Os dois eram amigos da Tijuca no fim dos anos 50 e fizeram parte de um grupo vocal chamado Sputniks. Quando a Jovem Guarda estourou, Tim havia voltado dos EUA quebrado. Procurou Roberto em busca de uma chance no programa. Foram meses de batalha, eventualmente humilhantes.
Nelson narra algumas dessas histórias no livro. Na biografia proibida de RC, Paulo César de Araújo ainda lembra uma ocasião em que Roberto, na saída do Teatro Record, manda seu empresário atirar dinheiro enrolado como uma bolinha para “Tião”. “Eu tive um acesso de choro na hora”, afirmou Tim.
Essa batalha está no cinema. Na TV, porém, Roberto surge dizendo que ajudou, sim, o cantor, e por vontade própria, não de Nice. Na pele do ator Babu Santana, Tim Maia dá um depoimento: “Foi assim que Roberto Carlos lançou o gordo mais querido do Brasil”. Você consegue imaginar essa frase idiota na boca de Xuxa, mas não de Tim Maia.
O diretor Mauro Lima criticou a adaptação no Instagram, sugerindo que ninguém assistisse o “subproduto”. A emissora declara ter realizado uma “recriação”. Nelson Motta, como era de se esperar, não falou nada e não vai falar.
Há muitas pontas que não fecham. Como um diretor permite que seu trabalho seja mutilado em nome de ficar mais “didático”? Estava no pacote da produtora Globofilmes uma versão televisiva tabajara? Quem está ganhando com toda essa falsificação? Se fosse o contrário — uma telebiografia de Roberto Carlos com um papel, digamos, controvertido de Tim Maia, Tim seria chamado para dar um tapa?
Agora, não é apenas a relação com Roberto que era complicada. Tim Maia vivia às turras com a Globo. Processou a emissora por direitos autorais algumas vezes. Deu uma longa e divertidíssima entrevista ao Jô sobre isso (no SBT, evidentemente).
Foram décadas de confusões legais. Não é nota de rodapé. Mesmo sendo muito cuidadoso, Nelson Motta incluiu diversas passagens sobre isso em seu best seller. Em 1993, numa trégua jurídica, Tim deu o cano no Faustão. “Na segunda-feira, a vice-presidência de operações da Rede Globo enviou um memorando a todas as centrais vetando a participação de Tim Maia em programas da emissora”, escreve.
Tim era louco, mas não era burro. Descontente com a capa de um disco, quebrou a sala do diretor artístico da Philips, avisando a secretária que deixou uma “lembrancinha”. Montou sua gravadora, a Seroma, para ter o controle sobre sua obra.
Foi um dos primeiros artistas independentes do país, numa época em que isso simplesmente não existia. As composições eram registradas na editora, a distribuição dos discos terceirizada. Ganhou dinheiro — gastou muito dinheiro.




Nunca escondeu suas excentricidades pessoais em entrevistas antológicas. Mas não era um inocente útil, um trouxa, um junkie burro. Suas brigas com a Globo são parte fundamental de sua vida. Morto, a emissora faz o que ele nunca permitiu: que se apropriasse de Tim Maia. Roberto Carlos é apenas mais um detalhe nesse vale tudo.

Cinema - Vale tudo

O filme de Mauro Lima, baseado no livro "Vale tudo - Som e fúria de Tim Maia", chega as salas de cinema no dia 30 deste mês, ele conta a história do desregrado cantor e músico.
O ator Babu Santana encarna o protagonista na fase adulta.
Cauã Reymond faz o papel de um amigo e a atriz Aline Moraes uma paixão do personagem principal.
É para anotar na agenda, vale a pena.





Que falta Tim Maia faz...

Ele foi muitos em um só: um fanático por soul, funk — do verdadeiro funk, é sempre bom lembrar! — e rock que mudou completamente a cara da música brasileira em geral; um trapaceiro que não pensava duas vezes na hora de se dar bem em cima das pessoas que o rodeavam; um sujeito dotado de uma inteligência acima da média para certas coisas e de uma burrice atroz para outras; um verdadeiro "sacerdote do politicamente incorreto" quando o termo sequer existia; engraçadíssimo e furioso em momentos certos e errados; um malandro típico dos subúrbios cariocas; um cara repleto de vícios e manias; um gigante de corpo com a alma carente de uma criança abandonada; uma voz reconhecida até mesmo nos mais longínquos confins da galáxia. Tudo isto foi Tim Maia. Isto e muito mais... Continua>>>