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BKF: No Ceará Evento terá luta entre mulheres


O MMA feminino vem ganhando cada vez mais espaço entre os fãs das artes marciais e até Dana White, presidente do UFC, já começa a cogitar abrir o evento para a modalidade.

O BKF, por sua vez, vai realizar sua primeira luta entre mulheres em sua segunda edição. 

O combate será travado entre a cearense Leide Daiana e a potiguar Antônia Silvaneide.

Aos 25 anos, Daiana possui duas derrotas e duas vitórias. A atleta é frentista e tem o MMA como um rendimento à parte. "Treino toda tarde para poder lutar. O MMA vem como um renda extra para mim".

A cearense aposta que um confronto feminino em um evento grande no Estado pode alavancar esse tipo de luta. "Isso vai abrir as portas para outras mulheres", diz.

Solidariedade

Outro papel das mulheres na noite de hoje será o de doar alimentos para a Sociedade de Assistência aos Cegos. Segundo a organização do BKF, devido às mulheres pagarem um ingresso mais barato, é pedido que doem 2 kg de alimento, o que não impede dos homens também doarem.
do Diário do Nordeste

O vale-tudo mundial


É do conhecimento até do mundo mineral que a crise mundial é o efeito anunciado de uma nova religião de origem anglo-americana fiel do deus mercado, chamada neoliberalismo, responsável pelo surgimento de uma oligarquia financeira internacional à qual se sujeitam os governos nacionais. Epicentro do sismo Wall Street, com a inegável participação de outras praças satelitares. Mesmo assim, Obama, imperturbável enquanto o resto dos crentes ainda não abjurou, diz que culpada é a Grécia.
Excluída a possibilidade de que o presidente dos Estados Unidos se refira à inestimável contribuição da antiga Hélade à cultura do mundo, permito-me imaginar Obama dedicado à prática do pôquer. Tão logo lhe seja possível, deveria rumar para Monte Carlo, que de longe prefiro a Las Vegas, de sorte a explorar convenientemente seu talento, tão bem representado por suas faces pétreas. Cito Obama como a enésima prova de que o vale-tudo político não é exclusivo do Brasil.
Diante de uma declaração que esticaria o nariz de Pinóquio até o horizonte, prefiro a última fala de Paulo Maluf: “Perto do PT, hoje eu sou comunista”. Bem mais esperto, ou menos ingênuo, que o presidente americano. A respeito da surtida malufista, leiam Mauricio Dias em sua Rosa dos Ventos. Muitos petistas, aliás, para justificar o acordo Lula-Maluf a favor da candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo, apressaram-se a lembrar que Fernando Henrique Cardoso já fez algo similar. Não menos que José Serra contra Marta Suplicy. Ora, ora, não seria lógico que os petistas pretendessem diferenciar-se dos tucanos?
Recordo tempos de patrulhamento feroz organizado pelo PT na oposição, ao defender uma pureza que faltava a todos os demais. A questão discutida na semana passada refere-se ao ritual encenado para sacramentar o entendimento. Assim como faz parte do jogo da política nacional a presença do PP de Maluf na base de sustentação do governo Dilma, o apoio a Haddad cabe na norma, por mais indigesta que pareça. A chamada realpolitik admite concessões, resta ver quais são seus limites.
É da norma, digamos, que os governos chamados a combater a crise tomem medidas que antes de mais nada aproveitam à oligarquia financeira? Até o momento, tudo que se fez não passou disso, e no caso a norma prejudica o mundo. Estamos à espera dos resultados da cúpula da União Europeia, onde se desenha o confronto entre Angela Merkel e François Hollande na esperança da mediação de Mario Monti, singular figura a representar com insólita dignidade uma Itália à deriva, até ontem entregue ao vale-tudo comandado por Berlusconi.
A resistência do euro e o abrandamento sensível de uma política toda voltada para a austeridade teriam efeitos benéficos globais. Contra o vale-tudo dominado pela prepotência e pela hipocrisia. O mesmo vale-tudo que no Paraguai pretende apresentar um golpe de Estado como ato legítimo absolutamente constitucional. Aos meus desolados botões pergunto: qual é a norma? Leio as reações da mídia nativa e lá vou com outra pergunta: e qual é, especificamente, a norma do jornalismo pátrio? Se a norma é a do vale-tudo sem limites, então, meu caro, sossegue seu coração, respondem os botões, entre a melancolia e a irritação.
Derrubar um presidente constitucionalmente eleito em nome da Constituição é o que é, e fica dentro da norma de uma América Latina que permanece bananeira. Quanto aos editoriais dos nossos jornalões, vivem uma norma duradoura há um lustro. Quem estiver em idade adequada e conservar a boa memória, haverá de pensar ter voltado atrás no tempo 48 anos exatos ao tropeçar nas análises da mídia nativa sobre a situação paraguaia. Esforço brutal fiz eu, depois de enfrentar alguns destes textos, para ter certeza de que a data não era um dia de março de 1964. Pois é, pasmem os homens de boa vontade, mas por aqui, pelas redações, a norma ainda é aquela. E só Deus sabe, como diria Armando Falcão, amigão e partícipe da tigrada, aonde seriam capazes de chegar.
De muitos pontos de vista continuamos ancorados no passado. Refiro-me, por exemplo, à chamada, absurda lei da anistia. Um torturador emérito como o coronel Brilhante Ustra tem de ser processado no Cível para ser levado a ressarcir a família do jornalista Luiz Eduardo Merlino, torturado e assassinado nas masmorras da ditadura. Lembrei-me de um episódio marcante que remonta a 1977, em plena ditadura, quando os advogados Marco Antonio Barbosa e Samuel McDowell com rara coragem e competência processaram o próprio Estado ditatorial e conseguiram para a família o ressarcimento pela morte de Vlado Herzog em ação cível. Lei imposta pela ditadura não tem valor algum se vigora a democracia, mas ainda há quem discuta se a paradoxal lei da anistia permite demandas no Cível. Pois esta dita lei teria de ser letra morta, mesmo que tenha havido quem a aceitou naqueles tempos em nome de um justificável vale tudo. Ou a democracia, no caso, foi aposentada?

por Mino Carta