Mostrando postagens com marcador sociologia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador sociologia. Mostrar todas as postagens

Reflexão e sociologia

Tem milhões de teorias para esta pergunta, mas essencialmente a resposta é muito simples. Vou responder, curto e grosso:  
A sociedade trocou Valores por preço!
Quem negar há de?

Clik no anúncio que te interessa, o resto não tem pressa... .

Sociologia & análise

Ano 2113 D.C
Não dá para saber se era branco, preto, amarelo ou pardo, de esquerda, centro ou direita, nativo ou estrangeiro, pobre, rico ou remediado, hétero, homo, trans, bisexual e qual time torcia...


Clik no Anúncio que te interessa. O blogueiro agradece!

O otimismo derrotista

Resultado de imagem para al margen
(...) O fato é que as esquerdas e os progressistas brasileiros inverteram a famosa máxima de Romain Rolland, popularizada por Gramsci: "Pessimismo da razão e otimismo da vontade". Aqui, vale o "o otimismo da razão e o pessimismo da vontade". A fórmula Rolland-Gramsci do pessimismo da razão (ou inteligência) é um chamamento para a necessidade do realismo na percepção das condições e conjunturas, da sobriedade analítica e da prudência perceptiva do sentido trágico da existência humana. O realismo prudente nos ensina que as estruturas sociais, políticas e econômicas existentes são resistentes, constituem, hábitos, culturas e mecanismos de sua reprodução e de sua perdurabilidade no tempo. O otimismo da vontade é uma aposta na capacidade criadora e inovativa dos lutadores pela transformação, um chamamento à coragem para lutar, um apelo às virtudes do combate. Somente a dialética desse paradoxo pessimismo/otimismo tem a potência da mudança e a possibilidade de vitórias.
A inversão do dístico Rolland-Gramsci, transformando em "otimismo da razão e pessimismo da vontade", constitui e fórmula para derrotas certas e fugas da realidade para o êxtase otimista da esquizofrenia. O caráter esquizofrênico da inversão se caracteriza na certeza das vitória e na nulidade da ação e, consequentemente, na negligência da organização de forças e meios para produzir as vitórias. O ufanismo do anúncio otimista é secundado com a covardia na ação. Ao contrário da fórmula rolland-gramscina, que conecta pensamento e ação, a sua inversão desconecta esses dois pares e remete os agentes para a fantasia bêbada do otimismo e da passividade.  
Não há nenhuma correspondência entre os alucinantes delírios de anúncio de vitórias certas e a realidade marcada por sucessivas derrotas. Os erros e as autocríticas são negligenciados pela força dos delírios. Não há rumos a corrigir, não há culpados pelos fracassos porque a culpa é sempre dos outros. A consequência dessa conduta é a fuga da necessidade de definir estratégias eficazes e de enraizar organizações, concepções e visões de mundo em amplas forças sociais. Prefere-se apanhar o fruto já amadurecido no cômodo pomar do Estado do que plantar as árvores inquebrantáveis no terreno rude da sociedade.
O delírio ufanista do otimismo da razão não consegue perceber que, na história, a dominação de  poucos sempre se impôs sobre os muitos, que o egoísmo prevaleceu sobre a solidariedade, a desigualdade sobre a igualdade, a riqueza sobre a pobreza, o capital sobre o trabalho, a injustiça sobre a justiça. Nas guerras, o sangue derramado foi o dos cidadãos, dos trabalhadores, dos pobres, para manter e/ou ampliar a riqueza dos ricos. Essa realidade, que é recorrente nas diferentes histórias, não nos permite o otimismo da razão. Ela requer que a advertência das dificuldades e a necessidade dos combates presida o anúncio das esperanças.
Acreditar que Lula triunfará em 2018, deixando-o caminhar só com sua equipe de advogados até as escadarias do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, significa contribuir para cavar uma nova sepultura para a esperança de mudanças. Pensar que a Reforma Trabalhista não reduzirá direitos sem cercar o Congresso com milhares de trabalhadores, ao mesmo tempo em que no dia da votação o presidente da CUT se esforça para entrar no Plenário do Senado ao invés de comandar protestos nas ruas, significa acreditar que palavras grandiloquentes secundadas por gestos medíocres podem salvar os trabalhadores, os pobres e o Brasil de novas e sucessivas derrotas.
por Aldo Fornazieri - Professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP)
***

Aqui tem de tudo, pesquise e clique no anúncio que te interessa
Custom Search

Sociólogo derruba teses golpistas da Rede Globo, ao Vivo


Num telejornal ao vivo na televisão o "debate" acontece com a participação de um convidado "especialista", as vezes da própria casa, que basicamente concorda com as todas as teorias que o entrevistador apresenta, acrescenta algum dado e sai de cena. Nas raras vezes que vemos um debate de ideias com possibilidade em ouvir o contraditório o resultado é como este exibido pelo programa Bom Dia ES, a sensação é: alguma coisa está fora da ordem.

Esse Doutor nunca mais será convidado pela Rede Golpe!

Papo de homem

Os filhos da Era
Até poucos anos não me via como um grande entusiasta de discussões políticas. Esse não era um assunto que me animava muito. Meu conhecimento sobre o tema não ia além do que acompanhava nos jornais em tom de novela com seus vilões, tramas, trapaças e armações.

Sabia o suficiente para sustentar uma conversa à espera do ônibus, cacoete da profissão. Política era algo distante, vago, que acontecia em algum lugar entre discursos e santinhos que costumava rabiscar em tempo de criança.

Como sociólogo e fotógrafo, meu interesse era pelo ritmo das ruas, pela confusão de sentidos, estilos e comportamentos que se apresenta diante de nós assim que pisamos fora de casa. Era ali onde a magia da vida cotidiana se apresentava. Era ali onde a política para mim se desajeitava justamente porque me parecia encastelada, descontextualizada, desconectada das vontades e anseios que frequentavam bares, esquinas e rodas de conversa de todo dia.

Richard Sennett, com seu “O declínio do homem público” (1977), explicou, em tom de catástrofe, o descompasso da política com as ruas que tanto me afastava e emudecia. Disse que minha falta de apetite para a coisa pública, cerrada em gabinetes por onde ecoam o baque seco dos carimbos, não era culpa minha, mas fruto de uma construção social que esvaziou de significado a vida pública e, com ela, nossa disposição para o debate.

Segundo o sociólogo, em meio ao rápido crescimento urbano do pós guerra, impulsionado pelo consumo e pautado por valores neoliberais, iniciamos um processo de desconstrução da esfera política e consequente isolamento social, uma vez que o Estado passou a ser regido por leis de mercado (PIB, Taxa de Juros, crescimento econômico) e as pessoas deixaram de se preocupar com o bem comum para se fecharem em vidas privadas em busca de sucesso profissional, financeiro e pessoal, que para muitos se tornaram sinônimos.




Ao nos voltarmos para questões particulares de nossas vidas, passamos a nos sentir mais confortáveis e seguros dentro de ambientes controlados, nos acostumamos a conviver apenas entre aqueles de mesmo status e começamos a ver no Outro (colegas de trabalho, vizinhos, pedintes no farol, essa gente diferenciada) concorrência ou ameaça. Fomos nos tornando autômatos, viciados na previsibilidade e linearidade que só abre espaço para o que é planejado, conhecido, esperado e mensurável, sem margem para risco, perda ou fracasso.

Deixamos as ruas, viramos as costas ao público e acabamos limitando nossa visão com muros, vidros escuros e ‘armários engravatados’ que nos dizem o que fazer em discurso carregado de gerúndios até quando andamos na calçada.

Adormecemos no “solitário confinamento de nosso ego,” como diria Bauman, enquanto a cidade era privatizada e o Estado inchava encharcado em negociatas. Declinamos como homens públicos.

Contudo, como não há inverno que não seja prelúdio de primavera, pouco mais de uma década depois do diagnóstico de Sennett que ainda explica muitas características socioeconômicas, culturais e políticas de hoje, nascia a “world wide web” e trazia consigo uma nova forma de pensar e perceber o mundo.

Diferente da “sociedade do espetáculo” que serviu de pano de fundo para nossa servidão e isolamento, os chamados Digital Natives nascem em um contexto onde ‘colaborar,’ ‘compartilhar,’ ‘mobilizar’ e ‘participar’ são tão importantes para definir suas identidades quanto ‘ter’ e ‘parecer’ eram para a geração retratada por Sennett.

Talvez não por coincidência, 21 anos após o surgimento da Web, a figura do manifestante tenha estampado a capa da Time magazine como personalidade do ano, ilustrando a ânsia dessa nova geração por romper com valores sociais pautados na competição, escassez e desigualdade que engendram crises sistêmicas e se mostram cada vez mais insustentáveis.

Clay Shirky (2008) resume bem o espírito de revolta que temos presenciado nos últimos anos quando afirma que “a revolução não acontece quando as pessoas adotam novas tecnologias, ela acontece quando as pessoas adotam novos comportamentos.” E são justamente estes novos comportamentos, essa nova maneira de agir no mundo que têm levado as pessoas de volta as ruas ao redor do globo na última década.

E foi assim, nas praças de Madri e Barcelona tomadas por jovens ‘Indignados’ que formavam grupos de trabalho para discutir aspectos políticos e sociais de uma Espanha em crise; em meio as barracas que ocupavam os arredores do centro financeiro de Londres e serviam de cenário para o discurso inflamado de intelectuais, como David Harvey e Manuel Castells, que criticavam a iniquidade parida por um sistema político que privilegia o capital em detrimento do humano; e nas ruas de São Paulo que viram a Ponte Estaiada ser cruzada por milhares de jovens cheios de causas, cartazes e faixas que traziam em uníssono apenas insatisfação, é que aprendi a me sentir político.

Não porque tinha bandeiras, cores e afiliações, mas porque comungava dos sonhos e anseios de uma geração que fez ressurgir nas ruas o conceito de cidadão, de coletivo, de maioria, tão desbotados nos discursos marqueteiros que moldam as políticas públicas e a corrida eleitoral.

É enroscado nas teias sociais que cobrem as ruas, suando do lado de fora de tantas prisões climatizadas, que posso afirmar que o que estamos presenciando hoje no Brasil não é algo pontual ou conjuntural, não tem só a ver com Copa, eleições ou vinte centavos. O grito que ecoa das ruas é a manifestação clara de um processo de mudança profunda dos valores sociais que forjarão as novas formas de fazer política, economia e cultura nas próximas décadas.

O que estamos vivenciando é o retorno do homem público, do homem coletivo, que chega para ocupar seu espaço, hackear o sistema, ser protagonista de sua própria vida. E não se enganem com equívocos, afobos ou embaraços porque errar para essa nova geração não é prejuízo, mas aprendizado.

Diante de tudo isso, não é de se espantar que o último livro de Richard Sennett se chame “Juntos, os rituais, os prazeres e a política da cooperação.” Mais uma vez ele se põe a retratar o espírito de uma época, e a época é política, como diz o poema de Wisława Szymborska, de quem empresto o título para este texto e que copio abaixo para não esquecermos que arte e política não são escolhas.

Fazem parte de nossa essência.

É sociólogo e fotógrafo especializado em etnografia visual e métodos de pesquisa multisensorial que trabalha com behaviour research e consumer insights. Foi um dos pesquisadores do projeto "Sonho Brasileiro da Política". Para mais informações acesse www.franklinlopes.com.


18 anos sem Florestan Fernandes

Hoje completamos 18 anos sem Florestan Fernandes. Professor, pensador, socialista, um dos maiores sociólogos do Brasil, deputado federal constituinte dos bons tempos de PT, campeão da defesa da educação pública, laica e de qualidade para todos. Sempre interpretando ricamente a realidade brasileira com seus escritos e obras referenciais. Sempre participante da luta dos de baixo.

Faz muita falta hoje sua presença e sua argúcia para nos auxiliar, sobretudo nestes momentos de ressurgimento com força da luta popular. Momento em que os bons lutadores necessitam de lucidez para avançar na luta socialista.

Amigo, companheiro de lutas e de utopias. Saudades.

Florestan vive.


FHC ganha prêmio no EUA


FHC ganhou o Prêmio John W. Kluge, da biblioteca do Congresso dos EUA. É uma premiação concedida a pessoas que se destacam em estudos de disciplinas não incluídas na premiação do Nobel. No caso do ex-presidente, a sociologia.
Além do reconhecimento acadêmico, ele engordará sua conta bancária em 1 milhão de dólares. 
O prêmio será entregue no dia 10 de julho, em Washington. 
A biblioteca do Congresso americano explicou a escolha do ex-presidente tucano desta forma:
“A análise acadêmica [de FHC] das estruturas sociais do governo, da economia e das relações raciais no Brasil estabeleceram a estrutura intelectual de sua liderança como presidente na transformação do Brasil de uma ditadura militar com alta inflação em uma democracia vibrante, mais democrática e com forte crescimento econômico.”
FHC afirmou ter recebido a notícia com surpresa e satisfação. “Surpresa porque o prêmio foi dado sem que eu o esperasse e sem ter a mais vaga ideia de que ele seria concedido a alguém cujas obras acadêmicas principais foram escritas há tanto tempo.”
“Satisfação por ver no prêmio o reconhecimento do esforço intelectual que fiz e, especialmente, como foi ressaltado no anúncio, porque o prêmio se deu também em função da coerência entre o que escrevi e minha ação política.”