Sou antiraças

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Efeito Orloff

Argentina, o Brasil será você amanhã
"Com o fracasso da política neoliberal implementada na Argentina, que resultou em uma inflação de 54% no acumulado dos últimos 12 meses, o presidente Mauricio Macri deve anunciar nesta quarta-feira (17) um "plano de contenção" que deve congelar o preço de 60 produtos por um período de seis meses; inflação argentina, que corroeu quase um terço do poder aquisitivo das famílias ao longo do ano passado, chegou a 4,7% em março, e registra alta de 11,8% no primeiro trimestre deste ano."
Seguindo a receita neoliberal posta em prática no país vizinho, não há outro resultado a esperar que não seja a pobreza aumentar a índices jamais registrados no Brasil. Infelizmente, estamos caminhando a passos largos nessa trilha. Triste!
Vida que segue

Argentina, nós seremos ela amanhã

Los irmanos neoliberais argentinos anunciam tarifaço:
Gás, energia e transporte vão as alturas.
Efeito Orloff vem aqui...



Vida que segue...

A volta do efeito Orloff, por Renato Rovai


- Em seis meses a Argentina foi demolida - 
Em Maio, estive em Buenos Aires acompanhando, a convite da Clacso, uma agenda de advogados e juristas que foram a Argentina denunciar o golpe contra Dilma e o lawfare no processo de Lula. Dilma também estava presente.

Naquele momento, há exatos seis meses, o governo Macri começava a fazer água. Foi exatamente ali que o país teve que ir ao FMI.

As ruas já davam sinais de que a algo não ia bem, mas a sensação era de que no Brasil a situação estava pior.

Hoje, volto pra São Paulo após 10 dias intensos na capital argentina. Assustado e impressionado com o tamanho da derrocada do país em tão pouco tempo.

As ruas de Buenos Aires se tornaram favelas a céu aberto, com muitas famílias dormindo ao relento.

Percebe-se que a coleta de lixo já não é a mesma e as obras que estavam sendo realizadas ou estão paradas ou andando em ritmo muito lento.

O país está desmoronando e o projeto neoliberal de Macri que ia conduzir os hermanos ao primeiro mundo está levando-os a viver dias muito piores do que nos tempos dos Kirchners.

Neste ano a inflação da Argentina deve fechar próxima a 50%, sem que os trabalhadores tenham tido reposição salarial. Em dólar, o salário mínimo caiu pela metade nesses últimos seis meses.

Enquanto isso, seguem as perseguições aos líderes peronistas, Cristina incluída, para que mesmo com popularidade baixa Macri e sua turma tenham condições políticas de continuar no poder, já que no ano que vem o país terá eleições presidenciais.

O que está acontecendo na Argentina do ponto de vista econômico deve se repetir no Brasil de Bolsonaro. Até porque a receita ultraliberal de Paulo Guedes é ainda mais forte e amarga do que a de Macri.

Nas décadas de 80 e 90 usava-se o termo efeito Orlloff, cuja frase ícone de uma propaganda era “Eu sou você amanhã”, para explicar que o FMI, Banco Mundial e outras instituições usavam sempre nossos vizinhos como laboratório pra implementar a mesma política econômica por aqui. Alfonsin fez o Austral, Sarney o Cruzado. Menem derrubou a inflação e privatizou tudo o que pode. FHC fez o mesmo.

Observar o que Macri está fazendo na Argentina e ver o que isso está significando para o seu povo é hoje o maior desafio de economistas, sociólogos e líderes sociais brasileiros. Porque o “Eu sou você amanhã” voltou com tudo.

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Renato Rovai