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1º tijolaço de 2023


 O novo é o Povo de novo

  Dia 1º, nem precisava ser de janeiro, pleonasmo de começo que a gente nem sabe de quê, porque, mas sente.

Os analistas, especialistas, economistas, cientistas da política, economia e demais istas, todos eles tem razões muito objetivas para suas reservas e pessimismos, mas lhes - para maioria absoluta deles - falta a percepção do que é étereo e ao mesmo tempo real na vida humana, sentimentos que nos moldam, nos movem, aceleram ou freiam.

A vida é feita muito mais disto do que de objetividades, embora elas sejam indispensáveis ferramentas de materialização dos sonhos, como cinzel e talha são para quem esculpe.

Não é, portanto, só um novo presidente que assume a condução da República neste dia, nem mesmo um presidente que traz a saga de um martírio e do milagre em sua trajetória.

Somos nós que reacendemos esperanças depois de anos de treva, que retomamos o amor à civilização, após do horror da barbárie e que queremos reaprender a fé, depois dos tempos de ódio.

Talvez isto esteja além da compreensão da idiotia da objetividade, expressão genial de Nélson Rodrigues, daqueles tantos istas que mencionei. Talvez até em algo o percebam, mas não sejam capazes de dimensioná-lo.

Nada, é claro, é garantido, nada é seguro e fácil.

Mas viemos até aqui e reabrimos o ciclo da esperança, mais sábios do que antes e menos pretensiosos, como só o tempo nos sabe fazer.

A vida já nos deu muito e, por isso, deixou-nos a lembrança de que o impossível é vizinho de porta do necessário.

Nesta Brasília onde todos sempre nos sentimos pequenos, um dia grande se avizinha, o dia em que vamos rever a face da esperança, que andou eclipsada pelo medo.

É dia 1°, é janeiro, é começo, recomeço de um caminho que não vai parar nunca enquanto o Brasil não for o grande, justo e feliz país que tem tudo para ser.

por Fernando Brito

Depois dessa é capaz do Laguardia cortar os pulsos

[...] Lula é um herói. Porque Lula é um ex-operário e sempre será um ex-operário. 


Lula teve de se superar, teve de vencer o seu próprio passado de retirante do Nordeste para se tornar um vencedor na vida. Não interessa se você gosta ou não dele, se acha que ele é honesto ou desonesto, se conclui que ele fez um bom ou um mau governo. O que interessa é que Lula emergiu do pântano, da base da pirâmide, e se elegeu presidente do Brasil. Leia mais>>>

AP 470: Fui condenado, qual é minha pena?


TEOREMA DO MENSALÃO DO PT ou Brevíssima Lição de Lógica Política Elementar:
Tomando por base a teoria do domínio do fato:
Quem botou o ZÉ DIRCEU lá em cima? O LULA. E quem botou lá em cima o LULA, antes e depois de saber do escândalo do mensalão do PT? O POVO BRASILEIRO! Por conseguinte: 
O CHEFE DA QUADRILHA É O POVO BRASILEIRO!
E para que nenhuma dúvida permaneça, atentem a este fato: 
Quem foi O GRANDE BENEFICIÁRIO do terrível crime? De novo, O POVO BRASILEIRO!!! 
O POVO BRASILEIRO TEM QUE PAGAR!!! 
E não há nenhuma dúvida de que houve uma quadrilha, por todos os que votaram no mesmo cara em 2006, no mesmo cara que botou lá em cima o ZÉ DIRCEU!!! 
Como ficou demonstrado, então: 
O POVO BRASILEIRO É O GRANDE CULPADO!
CULPADO POR CORRUPÇÃO ATIVA, PASSIVA E FORMAÇÃO DE QUADRILHA. 
  • CORRUPÇÃO ATIVA, PELOS VOTOS QUE DEU
  • CORRUPÇÃO PASSIVA, POR TODOS OS BENEFÍCIOS QUE RECEBEU
  • FORMAÇÃO DE QUADRILHA, PELA ENORME QUADRILHA DOS ELEITORES DE LULA!!!
Se concordam, repassem esta gravíssima e urgente denúncia a todos que lutam contra a corrupção no Brasil e sobretudo para o nosso judiciário!!!

Os porquês da tucademopiganalhada não suportar Lula


Lula virou o diabo para a direita brasileira, comandada por seu partido – a mídia privada. Pelo que ele representa e por tê-los derrotado três vezes sucessivas nas eleições presidenciais, por se manter como o maior líder popular do Brasil, apesar dos ataques e manipulações de todo tipo que os donos da mídia – que não foram eleitos por ninguém para querer falar em nome do país – não param de maquinar contra ele.

Primeiro, ele causou medo quando surgiu como líder operário, que trazia para a luta política aos trabalhadores, reprimidos e super-explorados pela ditadura durante mais de uma década e o pânico que isso causava em um empresariado já acostumado ao arrocho salarial e à intervenção nos sindicatos.

Medo de que essa política que alimentava os superlucros das grandes empresas privadas nacionais e estrangeiras – o santo do chamado “milagre econômico” -, terminasse e, com ela, a possibilidade de seguirem lucrando tanto às custas da super-exploração dos trabalhadores.

Medo também de que isso tirasse as bases de sustentação da ditadura – além das outras bases, as baionetas e o terror – e eles tivessem que voltar às situações de incerteza relativa dos regimes eleitorais.

Medo que foi se acalmando conforme, na transição do fim do seu regime de ditadura militar para o restabelecimento da democracia liberal, triunfavam os conservadores. Derrotada a campanha das diretas, o Colégio Eleitoral consagrou um novo pacto de elite no Brasil, em que se misturavam o velho e o novo, promiscuamente na aliança PMDB-PFL, para dar nascimento a uma democracia que não estendia a democracia às profundas estruturas econômicas, sociais e midiáticas do país.

Sempre havia o medo de que Lula catalizasse os descontentamentos que não deixaram de existir com o fim da ditadura, porque a questão social continuava a arder no país mais desigual do continente mais desigual do mundo. Mas os processos eleitorais pareciam permitir que as elites tradicionais retomassem o controle da vida política brasileira.

Aí veio o novo medo, que chegou a pânico, quando Lula chegou ao segundo turno contra o seu novo queridinho, Collor, o filhote da ditadura. E foi necessário usar todo o peso da manipulação midiática para evitar que a força popular levasse Lula à presidencia do Brasil, da ameaça de debandada geral dos empresários se Lula ganhasse, à edição forjada de debate, para tentar evitar a vitória popular.

O fracasso do Collor levou a que Roberto Marinho confessasse que eles já não elegeriam um presidente deles, teriam que buscar alguém no outro campo, para fazê-lo seu representante. Se tratava de usar de tudo para evitar que o Lula ganhasse. Foram buscar ao FHC, que se prestou a esse papel e parecia se erigir em antidoto permanente contra o Lula, a quem derrotou duas vezes.

Como, porém, não conseguem resolver os problemas do país, mas apenas adiá-los – como fizeram com o Plano Real -, o fantasma voltou, com o governo FHC também fracassando. Tentaram alternativas – Roseana Sarney, Ciro Gomes, Serra -, mas não houve jeito.

Trataram de criar o pânico sobre a possibilidade da vitória do Lula, com ataque especulativo, com a transformação do chamado “risco Brasil” para “risco Lula”, mas não houve jeito.

Alivio, quando acreditaram que a postura moderada do Lula ao assumir a presidência significaria sua rendição à politica econômica de FHC, ao “pensamento único”, ao Consenso de Washington. Por um lado, saudavam essa postura do Lula, por outro incentivavam os setores que denunciavam uma “traição” do Lula, para buscar enfraquecer sua liderança popular. No fundo acreditavam que Lula demoraria pouco no governo, capitularia e perderia liderança popular ou colocaria suas propostas em prática e o país se tornaria ingovernável.

Quando se deram conta que Lula se consolidava, tentaram o golpe em 2005, valendo-se de acusações multiplicadas pela maior operação de marketing político que o pais ja conheceu – desde a ofensiva contra o Getúlio, em 1954 -, buscando derrubar o Lula e sepultar por muito tempo a possibilidade de um governo de esquerda no Brasil. Colocavam em prática o que um ministro da ditadura tinha dito: Um dia o PT vai ganhar, vai fracassar e aí vamos poder governar o país sem pressão.”

Chegaram a cogitar um impeachment, mas tiveram medo do Lula, da sua capacidade de mobilização popular contra eles. Recuaram e adotaram a tática de sangrar o governo, cercando-o no Parlamento e através da mídia, até que, inviabilizado, fosse derrotado nas eleições de 2006.

Fracassaram uma vez mais, quando o Lula convocou as mobilizações populares contra os esquemas golpistas, ao mesmo tempo que a centralidade das políticas sociais – eixo do governo Lula, que a direita não enxergava, ou subestimava e tratava de esconder – começava a dar seus frutos. Como resultado, Lula triunfou na eleições de 2006, ao contrário do que a direita programava, impondo uma nova derrota grave às elites tradicionais.

O medo passou a ser que o Brasil mudasse muito, tirando suas bases de apoio tradicionais – a começar por seus feudos políticos no nordeste -, permitindo que o Lula elegesse sua sucessora. Se refugiaram no “favoritismo” do Serra nas pesquisas – confiando, uma vez mais, na certeza do Ibope de que o Lula não elegeria sua sucessora.

Foram de novo derrotados. Acumulam derrota atrás de derrota e identificam no Lula seu grande inimigo. Ainda mais que nos últimos anos do seu segundo mandato e na campanha eleitoral, Lula identificou e apontou claramente o papel das elites tradicionais, com afirmações como a de que ele demonstrou “que se pode governar o Brasil, sem almoçar e jantar com os donos de jornal”. Quando disse que “não haverá democracia no Brasil, enquanto os políticos tiverem medo da mídia”, entre outras afirmações.

Quando, depois de seminário que trouxe experiências de regulações democráticas da mídia em varias partes insuspeitas do mundo, elaborou uma proposta de lei de marco regulatório para a mídia, que democratize a formação da opinião pública, tirando o monopólio do restrito número de famílias e empresas que controlam o setor de forma antidemocrática.

Além de tudo, Lula representa para eles o sucesso de um presidente que se tornou o líder político mais popular da história do Brasil, não proveniente dos setores tradicionais, mas um operário proveniente do nordeste, que se tornou líder sindical de base desafiando a ditadura, que perdeu um dedo na máquina – trazendo no próprio corpo inscrita a sua origem e as condições de trabalho dos operários brasileiros.

Enquanto o queridinho da direita partidária e midiática brasileira, FHC, fracassou, Lula teve êxito em todos os campos – econômico, social, cultural, de políticas internacional -, elevando a auto-estima dos brasileiros e do povo brasileiro. Lula resgatou o papel do Estado – reduzido à sua mínima expressão com Collor e FHC – para um instrumento de indução do crescimento econômico e de garantia das políticas sociais. Derrotou a proposta norteamericana da Alca – fazer a América Latina uma imensa área de livre comércio, subordinada ao interesses dos EUA -, para priorizar os projetos de integração regional e os intercâmbios com o Sul do mundo.

Lula passou a representar o Brasil, a América Latina e o Sul do mundo, na luta contra a fome, contra a guerra, contra o monopólio de poder das nações centrais do sistema. Lula mostrou que é possível diminuir a desigualdade e a pobreza, terminar com a miséria no Brasil, ao contrário do que era dito e feito pelos governos tradicionais.

Lula saiu do governo com praticamente toda a mídia tradicional contra ele, mas com mais de 80% de apoio e apenas 3% de rejeição. Elegeu sua sucessora contra o “favoritismo” do candidato da direita.

Aí acreditaram que poderiam neutralizá-lo, elogiando a Dilma como contraponto a ele, até que se rendem que não conseguem promover conflitos entre eles. Temem o retorno do Lula como presidente, mas principalmente o temem como líder político, como quem melhor vocaliza os grandes temas nacionais, apontando para a direita como obstáculo para a democratização do Brasil.

Lula representa a esquerda realmente existente no Brasil, com liderança nacional, latino-americana e mundial. Lula representa o resgate da questão social no Brasil, promovendo o acesso a bens fundamentais da maioria da população, incorporando definitivamente os pobres e o mercado interno de consumo popular à vida do país.

Lula representa o líder que não foi cooptado pela direita, pela mídia, pelas nações imperiais. Por tudo isso, eles tem medo do Lula. Por tudo isso querem tentam desgastar sua imagem. Por isso 80% das referências ao Lula na mídia são negativas. Mas 69,8% dos brasileiros dizem que gostariam que ele volte a ser presidente do Brasil. Por isso eles tem tanto medo do Lula. 
Emir Sader

A desfaçatez não tem limites. Querem governar sem povo

[...]  não admitem que o povo se pronuncie. Fala-se da França, Alemanha e demais países ricos que acabam de pressionar o 1º ministro grego para suspender a realização do referendo onde a população se manifestaria a respeito das medidas de arrocho impostas pela União Européia e pelo FMI. Quer dizer, nações que se dizem democráticas exigem banir do berço da democracia o seu instrumento mais essencial, o pronunciamento popular.
                                                       
Mas tem mais e pior. Por que pressionam a Grécia? Porque os gregos, em ampla maioria, repudiam a receita a eles enfiada goela abaixo, de combater a crise econômica com aumento de impostos, redução de salários e aposentadorias, demissões em massa e cortes nos investimentos sociais. Os ricos temem perder o referendo e, assim, pretendem suprimi-lo com ameaças da suspensão de sua ajuda financeira. Ajuda? Nem pensar. Empréstimos bancários que a Grécia precisará pagar a juros altos e em prazos restritos.
                                                       
Convenhamos, assim não dá. Porque a crise econômica alastra-se pelo continente europeu, já chegou aos Estados Unidos e ameaça o resto do mundo. Para proteger a especulação financeira despojam os povos já sacrificados, cuja reação já começou. Na Irlanda, em Portugal, na Espanha e até na França  as multidões ganham a rua, protestando. Impossível calar a sua voz.
de Carlos Chagas