O Bolsa Família é revolucionário

Mais respeitada publicação sobre relações internacionais, revista norte-americana define o programa Bolsa Família como "um esforço de combate à pobreza revolucionário em seu tamanho, ambição e desenho"; o artigo 'A Importante Descoberta Brasileira Antipobreza – O Sucesso Surpreendente do Bolsa Família' reconhece a iniciativa como exemplo a ser seguido por outros países: "Há não muito tempo, a ideia de que o Brasil pudesse ter algo a ensinar ao mundo sobre redução da desigualdade poderia soar como uma piada", afirma o editor Jonathan Tepperman; "O Bolsa Família foi a primeira vez que um presidente brasileiro [Lula] realmente colocou o combate à pobreza e à desigualdade no centro da sua agenda (no mínimo mais que na retórica)"

A diferença entre a Miss Colômbia e o Playboyzinho

Ela teve a classe que faltou a Aécio
A Miss Colômbia Ariadna Gutiérrez foi anunciada equivocadamente pelo apresentador Steve Harvey como a vencedora do Miss Universo 2015. O apresentador corrigiu a gafe e coroou a verdadeira Miss Universo, Pia Alonzo Wurtzbach, das Filipinas.

A colombiana comentou o incidente com a elegância de uma Lady: "Tudo acontece por algum motivo. Então eu estou feliz, estou feliz por tudo que eu fiz, por ter tornado o meu sonho de estar aqui uma realidade. Obrigado a todos que torceram por mim, que votaram em mim."


A despeito da posição crítica que mantenho em relação a concursos de beleza como este – que só reforçam a padronização da beleza branca, magra e cis – não pude deixar de considerar este evento no mínimo didático, por uma questão simples: A colombiana soube perder.

Mesmo tendo sentido o gosto doce da vitória, por alguns segundos, reagiu elegantemente quando notou que o destino – e o erro do apresentador – lhe pregara uma peça.

Lembrei-me, inevitavelmente, das eleições do ano passado.

Eu acompanhava os resultados da apuração em um aplicativo de celular, reunida com alguns amigos – ainda indignada com os tantos votos recebidos por Bolsonaro – quando um deles disparou, atônito:

– Parece que Aécio já está cantando vitória.

E nos mostrou uma conversa vazada no WhatsApp, em que o candidato, crente da vitória, comemorava com amigos e parentes. Continuamos acompanhando a apuração, até sermos aliviados pelo resultado.

Naquele dia, Aécio foi a Miss Colômbia coroada por engano. Mas, ao contrário de Ariadna Gutiérrez, tentou vencer no grito – tem tentado até hoje – exatamente como a Miss Amazonas 2015 – como esquecer? – que arrancou a coroa da verdadeira vencedora em plena coroação.

Ariadna Gutiérrez deveria ministrar aulas de como perder com classe. E se o Aécio se matriculasse – deveria! – certamente seria reprovado.

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Sobre o Autor

Colunista, autora do livro "As Mulheres que Possuo", feminista, poetisa, aspirante a advogada e editora do portal Ingênua. Canta blues nas horas vagas.

Aberração jurídica

No Brasil o sujeito é condenado a vinte anos de prisão, não passa um segundo sequer. Tem o direito de recorrer em liberdade.

Até aí, dá para entender.

Incompreensível é o sujeito ficar preso indefinidamente sob decretação de prisão preventiva.

O judiciário brasileiro é uma anomalia que espanta.

Mimichel traíra Temer fez escola

Ex-petista, o senador Cristovam Buarque (DF) disse ao blog estar com saudades do tempo em que Lula o demitiu do posto de ministro da Educação por telefone. O PDT, sua atual legenda, submete-o a uma descortesia maior. “Eu tinha a pretensão de disputar a Presidência da República, mas essa pretensão foi cassada.” Cristovam atribui a “violência” a Carlos Lupi, presidente do PDT. “O Lupi me rifou completamente. Ele resolveu que o candidato do partido será Ciro Gomes. Tenho saudades da demissão por telefone porque, comparada com isso, era mais digna.”
Depois de amargar um quatro lugar na corrida presidencial de 2006, atrás de Lula, Geraldo Alckmin e Heloisa Helena, Cristovam se diz equipado para 2018. “Gostaria de participar. Estou preparado. Tenho proposta. Tenho viajado pelo país. Estava animado para disputar uma prévia. Mas o Lupi não permitirá que haja prévia séria no PDT.” A irritação do senador cresceu depois que ele viu uma entrevista de Ciro na tevê.
“Ciro disse que não tem vontade de ser presidente nem quer ser candidato. Declarou que está com uma vida muito boa, que recebe um salário monstruoso. Na entrevista que assisti, ele disse que não disputaria com ninguém no PDT. Se o partido quiser pedir para que seja candidato, ele vai pensar. Se tiver disputa, ele não participa. Nada de prévias.”
Segundo Cristovam, Lupi transformou o PDT num cartório. “Todos os diretórios estaduais são nomeados por ele. Não tem eleição interna. Lupi controla tudo. Ele diz quem vai ser candidato em cada Estado. Tem o poder de vetar.” A despeito de tudo, Cristovam hesita em mudar de partido.
“Trocar de legenda é algo muito dolorido. Fica uma marca ruim para quem muda muito. O próprio Ciro, que já está no sétimo partido, carrega essa marca. Tem hora que a gente sente que está sendo empurrado para fora do partido. Eu me sinto sendo empurrado para fora. Não mudaria de partido para ser candidato. Mudaria se um partido sério quisesse chamar um grupo de pessoas, inclusive a mim, para disputar qual seria o melhor projeto para o Brasil.”
Para Cristovam, a movimentação de Lupi desrespeita a biografia de Leonel Brizola. “Estou irritado com esse negócio de dizerem que impeachment é golpe. Não é golpe. Lupi, sim, dá um golpe na história ao comparar-se com o Brizola da época da campanha da legalidade.”
O senador prossegue: “A legalidade do Brizola era contra os tanques de guerra cercando o Congresso. Ele carregava a metralhadora lá no Rio Grande do Sul. Agora não tem nada disso. Se Lupi levar adiante a ideia de expulsar do partido quem votar no impeachment, independentemente do meu voto, estarei com essa pessoa.”
Cristovam diz supor que Lupi lhe feche as portas por conta de suas “posições independentes e críticas em relação ao governo”. Considerou “extemporâneo” o ingresso de Ciro no PDT. “Não sei o que ele pensa. Qual é a proposta dele? Não é um quadro que me entusiasme. Uma das coisas que deixaram o Lupi furioso comigo foi que eu disse que o PDT está tão ruim que nem a entrada do Ciro consegue piorar.”
by Josias de Souza 

O desabafo de um viado

Desde cedo, eu nunca tive muitas figuras de preto gay para me representar ou para me contemplar na minha vida, eu tive sempre que me contentar com alguns amigos "héteros" que em um futuro próximo se aceitaram como bissexuais. E assim por sorte do destino, dei início a meios relacionamentos que eram bem escassos.

Tenho certeza que muitos pretos já sentiram na pele como é ser deixado como segunda, terceira ou até mesmo não ser a opção de outros garotos, porque segundo eles "você não faz o tipo dele". Eu lembro que toda vez que eu ia pra algumas festas, eu sempre acabava "segurando vela", enquanto isso, todos meus amigos brancos estavam se pegando com várias pessoas. E é claro que eu ficava chateado por não me sentir desejado, passava hora em frente ao espelho desejando que meu nariz fosse menor, que minha boca fosse mais fina, que meu cabelo fosse mais liso, que minha pele fosse mais clara, pois sabia que só assim aquelas pessoas do meu meio iriam me desejar.

E eu te pergunto o que é esse tal do "gosto pessoal". Por que seu "gosto pessoal" é sempre o cara musculoso, branco e com traços finos? Você já se perguntou o por que disso? Eu te respondo. Gosto é construção social. A sociedade molda o seu "gosto" todos os dias na televisão, nos filmes, nas revistas e você acredita que sempre gostou daquilo que te "atrai". Não me surpreende ver meus amigos se apaixonarem por garotos iguais aos da Colírio da Capricho e dando fora nos demais que não atendem por aquele padrão estabelecido.

Outra coisa, nós pretos não podemos ter o privilégio de ter um amor afrocentrado, porque sempre outro preto com um jeito mais masculino que o nosso está lá bancando o palmiteiro e namorando uma pessoa branca. E exibe ele como se fosse seu maior prêmio, sinal de status ou qualquer outra bobeira que foi criada por essa sociedade porca. Ele se submete a ser tratado como um pênis ambulante para poder ter alguém. E no fundo, isso é triste.

E é nesse vai e volta de "gosto pessoal" que os pretos estão lá sozinhos, procurando defeitos neles mesmos, com sua auto-estima totalmente destruída, porque nunca se sentem bons suficientes para alguém e quando se sentem bem consigo mesmo, nós ouvimos vários "você não é isso tudo", "baixa essa bola aí que você não é bonito". Só somos procurados por curiosidade e para sermos hipersexualizados pelo gay padrão que quer transar com a gente, porque negros tem pênis grande e é "quente na cama". Não somos objetos para os prazeres imundos de vocês. E se vocês acham que nosso pau é grande, é porque vocês não viram o tamanho do nosso ódio.

Eu sou inteligente, sou engraçado, companheiro e até bonito. Então, por que os outros não me vêem com os mesmo olhos que eu me vejo? Não importa a porcentagem que nós bichas negras sejamos interessantes, nós sempre vamos ficar como segunda opção por causa daquela gay branco que nem é tão interessante assim, mas é padrão. Vocês entendem que nós negros estamos sempre tendo que provar que somos bons suficientes para algo ou para alguém? E já perceberam que temos que ser 400 vezes melhor que um branco que é 100 vezes ruim em algo para sermos notados?

A verdade é que ninguém quer a bicha negra. Só se for pra uma transa casual, bem escondida, discreta, no escuro pra ninguém ver. E a desculpa é sempre a mesma: "Eu não quero um relacionamento sério no momento", mas no outro dia, nós vemos que ele entrou em um relacionamento com fulaninho padrãozinho da silva. Além disso, sempre somos feitos de pombo correio entre o boyzinho e nosso amigo padrão.

Nós bichas pretas lutamos contra racismo, homofobia, hipersexualização e uma porrada de outros preconceitos pessoais que cada um sofre, nós nos sentimos um lixo, um monstro e ainda assim temos que arrumar tempo para nos amar e levantar nossa auto-estima. Porque não existe nada pior que uma bicha preta solitária que não se ama, né? Ah, dá um tempo branco! É muito fácil vocês falarem isso, vocês sempre foram amados e tratados como deuses.

Se sentir assim é muito frustrante, triste e doloroso, mas há algo que me incomoda muito mais e é ouvir pessoas brancas falando de solidão. Esse tipo de pessoa está há dois dias sem beijar ou levou um fora de outro gay padrão de 700 curtidas no instagram e fala de se sentir solitário e etc. Vocês não sabem o que é isso, e provalvemente é bem possível que nunca saibam. Parem de desfazer do sofrimento alheio. Azaração, pegação e mil namoros é coisa de gente branca.

O empoderamento negro é uma luta árdua e diária. É muito mais que apenas narcisismo, é resistência, é afronte, é cultivar um amor que nunca foi lhe oferecido. Não reclame daquele negro que posta foto todo dia, daquela garota que anda de nariz em pé e "se acha o ultimo biscoito do pacote". E como diz meus amigos brancos, nós não somos isso tudo. E é verdade. NÓS SOMOS MUITO MAIS. SOMOS FABULOSOS E MARAVILHOSOS!

Esse texto vai para todos amigos negros que se sentem assim da mesma forma. Não estou mendigando afeto de ninguém, mas sim, abrindo seus olhos sobre o quanto a questão do gosto pessoal machuca, o quanto nos sentimos inferiores e menosprezados. Esse texto é para nos empoderar, é para todos meus irmãos que se sentem da mesma forma. Coloquem seus turbantes, armem seus crespos, sorriam e seguimos em frente. Força para todos nós!

E como diz meu amigo Ezio: Beije seu preto em praça pública!

*Afrocentrado: Relacionamento entre duas pessoas negras.

*Palmiteiro: Homem negro que se relaciona com pessoas brancas por status, como se fosse um prêmio e acaba menosprezando pessoas negras.