Como todo produto orgânico, os gastos são mais elevados, mas a procura é intensa. Praticamente toda a produção é exportada, principalmente para a Europa e para os Estados Unidos, onde os consumidores podem pagar mais caro por um gênero de qualidade, internacionalmente certificado. Desde 1994, a demanda tem aumentado 20% ao ano, o que mantém o mercado aquecido.
O Brasil ainda não tem tradição de consumir a soja orgânica (e nem mesmo a soja convencional). O consumidor típico é aquele de poder aquisitivo médio e alto, que se preocupa com a saúde e com o meio ambiente." Idem
"A soja orgânica ainda não é uma commodity, pois não segue as normas de comercialização da Bolsa de Chicago. Por se tratar de um produto com valor agregado e possuir uma boa demanda, seu preço tem se mantido em uma média de até 50% maior que o da soja convencional, o que gera bons resultados aos produtores, apesar do custo de produção ser cerca de 10% maior quando comparado ao cultivo tradicional." Cisoja A feroz oposição do verdismo ao novo Código Florestal brasileiro é apenas parte do problema. As mesmas estratégias e táticas utilizadas neste caso são reproduzidas em todo o mundo quando abordam o conservacionismo em oposição à produção agrícola. Portanto, a situação é muito mais grave. Caso eles obtenham êxito, o que não é totalmente impossível visto a cumplicidade dos políticos, somente os economicamente favorecidos sobreviverão.
A solução "greenpeaceana" para o que eles chamam de problema é inviável. Imaginem uma produção agrícola que não utilize máquinas, irrigação, defensivos, sementes e adubos industrializados. Que conte apenas com a força do agricultor e de sua família, além dos recursos naturais ao seu dispor. Reservando uma parte dos grãos para o plantio da nova safra. Quem pensou em Idade Média acertou. Porém se levarmos em consideração que atualmente um produtor rural não pode legalmente ser auxiliado pelos filhos menores, pois qualquer tipo de trabalho é vedado a eles, e muito menos cuidarem de si próprios, o que caracteriza o abandono de incapaz. Cada pequena gleba contará com um único indivíduo para nela produzir. Além da subsistência da própria família quantas pessoas a mais ele poderá atender? A pequena escala de produção torna inviável a contratação de empregados, a não ser que o seu custo seja ainda menor que o atual, ou seja, ínfimo.
Explorar uma pequena propriedade rural é um dos trabalhos mais pesados que existem. Todos os dias e de sol a sol. Um trabalhador urbano acostumados aos direitos sociais dificilmente se adaptará a esta quase escravidão à terra. Apenas os que nasceram sob este sistema são capazes de suportá-lo, e mesmo assim não todos, o êxodo rural das décadas passadas basta como prova. Então quando eles dizem que 2,6 bilhões de pequenos fazendeiros são responsáveis pela maior parte da produção mundial de alimentos devemos perguntar onde encontrarão 1 bilhão ou mais de pessoas aptas e dispostas a ocuparem estes lugares em substituição ao sistema agrícola atual. Sem esquecer que a grande maioria destes small scale farmers utilizam meios produtivos que minimizam o esforço e aos quais eles também são contrários, pois causam as temidas mudanças climáticas de al gore et caeterva.
Os mitos difundidos nas últimas décadas pelo verdismo estão cada vez mais fortes no imaginário das pessoas, principalmente as urbanas das classes sociais mais altas. A mãe natureza que pune os que dela abusam e premia os seus defensores como se fosse um ser consciente é uma construção ideológica que atualmente serve a estes interesses. É uma religião animista. Capaz de determinar dogmas que vão contra toda a lógica econômica, em sentido amplo e não apenas capitalista.
O modelo agrícola que preconizam não garantirá a produção necessária, encarecerá enormemente os seus preços e pelo visto nem mesmo a qualidade dos alimentos estará assegurada. O equilíbrio entre a conservação e a utilização jamais será encontrado se as mentiras e deturpações das organizações ecológicas continuarem a se impor.