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Nem isso, nem aquilo

NEM MARTELO, NEM PREGO;
NEM CONDUTOR, NEM VEÍCULO;
NEM DEUS, NEM DEMÔNIO;
NEM CALÇA, NEM VESTIDO;
NEM ADVOGADO DE DEFESA, NEM ADVOGADO DE ACUSAÇÃO;
NEM DEPUTADO, NEM SENADORES – QUE NOJO;
NEM PRESIDENTE NEM POLITICO – QUE NOJO;
NEM COMEÇO, NEM FIM;
NEM LEITE, NEM CAFÉ;
NEM BANANA, NEM CASCA;
SOMENTE CHE GUEVARA, SOMENTE FIDEM CASTRO;
NEM CAPITALISTA, NEM ELITE;
NEM SAPATO, NEM CHULÉ;
SOMENTE SOCIALISMO, SOMENTE COMUNISMO;
NEM HOMEM, NEM MULHER;
NEM MENINO, NEM MENINA;
SOMENTE CHE GUEVARA, SOMENTE FIDEL CASTRO;
VIVA O SOCIALISMO!

 por Marco Antônio Leite

Saúde: Qual é a proposta?...

O piadismo na internet sobre o câncer de Luiz Inácio Lula da Silva e o SUS teve pelo menos um efeito positivo.  Atraiu o olhar jornalístico para as estruturas da rede pública que atendem pacientes de câncer.

Repórteres foram a hospitais e puderam notar, e depois reportar: o atendimento é defensável e o povo não está desassistido.

Há problemas? É evidente. Poderia melhorar muito? É claro. Mas daí a dizer que o tratamento de câncer no SUS é uma droga vai uma diferença e tanto. 

E conforme a realidade se impõe o foco da crítica sofre um ajuste: o problema não seria a má qualidade do serviço, mas a oferta insuficiente e as filas de espera.

Sim, de fato é um problema, e os governos deveriam investir mais. E estão investindo. Em todos os níveis. Aliás estão de língua de fora, desesperados para encontrar novas fontes de financiamento.

O piadismo sobre o câncer de Lula e o SUS alimenta-se também de preconceito social. Digo e provo. Na longa luta contra a doença, José Alencar nunca foi alvo de nada parecido. Talvez por ser sabidamente rico, por ter dinheiro para pagar o dispendiosíssimo tratamento privado.

Não houve campanhas tipo #ZeAlencarnoSUS. Não houve tampouco qualquer episódio de jornalismo especulativo na linha "o que acontece se ele morrer".

Mas o nó górdio está em outro canto. Como naquelas peças engajadas na universidade nos anos 60 e 70, uma hora o teatro acaba, alguém levanta na plateia e lança a pergunta: "Legal, gostei, mas qual é a proposta?"

Ando mesmo meio saudosista, então vou explicar. À encenação da peça precisava seguir-se uma proposta de abordagem revolucionária da realidade injusta e opressiva. 

Uns diziam que só a luta armada resolveria, já outros preferiam apostar na organização das massas e na luta político-eleitoral.

Vou fazer como naqueles bons tempos. Depois que se cansarem do teatro, das piadas e da desopilação hepática, gastem um tempinho para raciocinar e esclareçam: qual é, afinal, a proposta?

Há três soluções possíveis. Uma saúde 100% estatal, uma 100% privada e uma mista.

Duvido que algum, unzinho só dos piadistas do câncer alheio defenda a primeira opção. Mas deveriam. Seria lógico, coerente. 

Pois não há como financiar pelo Estado um sistema que ofereça a cada brasileiro tratamento e serviço de hotelaria no nível, por exemplo, do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo.

Se a saúde brasileira fosse completamente estatal, talvez com sorte ela atingisse em toda a extensão o nível de excelência hoje observado nos equipamentos de ponta da área pública. Com muita sorte. 

E muito, mas muito dinheiro mesmo. Dinheiro que aparentemente a sociedade não está disposta a entregar ao governo.

Já uma saúde 100% privada seria impensável, social e politicamente inviável. De novo, apontem-me um, unzinho só dos críticos do SUS que proponha, em campanha eleitoral, acabar com o sistema. 

Simplesmente não há. É uma ideia mais apropriada ao mundo da lua.

Sobra então tentar aperfeiçoar o SUS. E para isso é preciso mais dinheiro. Trazendo recursos de outras áreas. 

Ou aumentando impostos. E fazendo os planos de saúde pagarem pelo atendimento que seus pacientes recebem na rede pública. Isso daria uma bela mão.

Não sei quem está pagando o tratamento de Lula. É assunto privado dele, dos médicos dele e do Hospital que o atende. Talvez o plano de saúde do ex-presidente cubra. 

E certamente não lhe faltarão recursos privados para tratar-se, se for necessário, se quiser fazer coisas que o plano não cobre.

Escrevi outro dia que Lula poderia ter optado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o Icesp. Uma boa herança dos governos do PSDB. 

Mas se Lula tem plano de saúde e fontes de recursos para tratar-se no Sírio, fez bem em ir para lá.

Pois deixou de ocupar no Icesp uma vaga, que agora irá servir a alguém que não pode pagar o Sírio.
por  Alon Feurwerker

A batalha pela a alma de Miami

[...] a polêmica sobre um cassino de 3 bilhões de dólares

Trechos do artigo de Andrés Oppenheimer no Miami Herald e La Nacion

1. Finalmente, vários meses após a euforia inicial sobre o anúncio dos planos de uma empresa da Malásia de construir uma mega cassino de 3 bilhões de dólares em Miami, estamos vendo o início de um debate sobre se isso mudaria a cidade para melhor ou para pior. A batalha pela alma de Miami já começou. Deveria Miami tornar-se outra Las Vegas, dedicada a atrair jogadores ricos da América Latina e da Europa? Ou deveria continuar construindo baseada no seu status de sede de escritórios latino americanos de empresas multinacionais e de centro bancário, serviços de saúde, artístico e educacional?

2. Para colocar de outra forma, você quer que Miami seja conhecida por ter um dos maiores mega cassinos do mundo? Ou você preferiria que ela fosse conhecida como um centro de comércio mundial que já tem 1000 empresas multinacionais, um reluzente Parque de Pesquisas de Ciências da Vida e Tecnologia da Universidade de Miami e a feira anual Art Basel, uma das mais importantes exposições de belas artes do mundo?

3. O Grupo Genting, da Malásia, anunciou em maio que havia comprado por 236 milhões de dólares o prédio do jornal The Miami Herald, localizado em frente à baía, como parte do plano de construir um gigantesco centro turístico. O complexo teria quatro hotéis ultramodernos com um total de 5.000 quartos, duas torres de apartamentos com 1.000 unidades, mais de 50 restaurantes e 60 lojas de luxo. De acordo com a Genting, se receber a licença para jogos, o projeto vai criar 15 mil empregos diretos e indiretos na construção e outros 30 mil empregos permanentes. Os prefeitos de Miami e do condado Miami-Dade, apoiaram a ideia do projeto.

4. Minha opinião: tudo vai depender de como os legisladores da Flórida irão regular os mega cassinos. Se for permitido aos cassinos construir gigantescas torres iluminadas com luzes piscando, rodeados por letreiros luminosos de "Mulheres, Mulheres, Mulheres!" e lojas de penhor, isso matará Miami como centro internacional de negócios. Por outro lado, se os legisladores exigem que os mega cassinos tenham uma aparência discreta, como o atual local de máquinas de jogos e poker de Gulfstream de Hallandale Beach - onde não se veem enormes letreiros luminosos na rua - e se adotarem leis rigorosas para impedir que Miami se converta em uma Meca de prostitutas, bêbados, ladrões e vigaristas, o projeto do Grupo Genting poderia ser uma boa adição para a cidade.

5. Mas, por agora, eu não sou neutro sobre o assunto. Levando em consideração que os legisladores estatais provavelmente serão vulneráveis as grandes promessas de dinheiro em tempos de crise, temo que não serão muito rigorosos na regulamentação dos mega cassinos. A menos que o Legislativo me convença do contrário, acredito que os mega cassinos prejudicarão Miami.