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Filosofia nordestina, por Míriam Monte


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"Perdoem-me a intromissão, mas tem razão o Ministério da Educação.
Se o nordestino continuar filosofando, será um disparate, será desumano! 
Imagine se surgisse outro Graciliano, uma nova Raquel de Queiroz...
O que seria de nós?!
O Brasil perderia as estribeiras! 
Já pensou se resgatarem a Nise da Silveira? 
Ah, meu pai amado, meu Jorge Amado! 
Nem cravo e canela resolvem a querela! 
“Parem o mundo que quero descer”, 
Quero consignar essa queixa, parafraseando Raul Seixas.
E se os estudantes falarem versos 
Contarem prosas, ou citarem Rui Barbosa? 
Ariano Suassuna que assuma essa ciranda, porque nem Pontes de Miranda conseguiria solucionar!
E nem se fale em José de Alencar:
Imagine se “O Guarani” fosse uma trilogia!
Teríamos versos em tupi, na poesia!
Vou encerrar com Tobias Barreto,
Eu prometo! 
Ou melhor seria com Castro Alves? 
Que os anjos nos salvem!
Esse povo do Nordeste 
É povo de muita sabedoria... 
Imagina se nas escolas 
Ensinarem filosofia?."
***
Nessa lista de talentos acrescento os nomes de Patativa e Chico Anísio, Humberto Teixeira, apenas por graça. Inclua o nome de outro talento nordestino e compartilhe.
Vida que segue

Hoje, 06 de março, é dia, mais do que nunca, de orgulhar-se de Pernambuco

Pernambuco, nova Roma de bravos guerreiros, que lutaram com paixão por uma nova república democrática e liberta das opressões e abusos, do tamanho da força e da grandeza da nossa gente, berço da democracia.
Há 202 anos, Pernambuco insurgiu-se contra os desmandos da Coroa Portuguesa e em defesa da formação de uma república livre, forte e independente, com a separação dos poderes e a verdadeira democracia.
Daí, surgiu a Revolução Pernambucana de 1817, que mobilizou homens e mulheres patriotas de verdade, como Domingos José Martins, João de Barros Lima, Padre Roma, Frei Caneca, Cruz Cabugá, Gervásio Pires, entre tantos outros, que fizeram da luta, um instrumento para conquista da liberdade, iluminados pelos ideais republicanos.
Um movimento forte em seu conceito e em suas práticas, que resistiu o quanto pode e que abriu caminhos para a consolidação da independência do Brasil em 1822 e para a proclamação da república em 1889, consolidando os ideais democratas e libertários.

Publicação de Jane Oliveira, publicado na págima do Facebook "Eu sou nordestino e com muito orgulho"
Todo mundo quer ser bom, mas da lua só vemos um pedaço 
Vida que segue...

Parceria com Israel para dessalinização de água parece manobra política

Professor Dr. Kepler França. Foto: Divulgação Engenharia Química-UFCG 
Algumas questões levantadas:

  1. Por que Bolsonaro não considera reduzir custos?
  2. Por que Bolsonaro não considera mapear o sistema atual?
  3. Por que Bolsonaro não considera investir em manutenção?
  4. Por que Bolsonaro não considera investir na capacitação de cientistas e profissionais brasileiros?
  5. Por que Bolsonaro não considera cota com asiáticos e latino-americanos?

Arremate:
"É muito bom sim o interesse em levar um item essencial como água à todos brasileiros, mas podemos alcançar esse objetivo com uso inteligente da verba pública. Caso contrário, parece para nós que o interesse maior é apenas comprar equipamentos caros de Israel como manobra política"
Luiz Carlos Prado - Business & Management por Crowder College 🇺🇸 Engenharia Aeronáutica por Japan Aviation Academy 🇯🇵 Human Rights/Politics 

Vida que segue...

Resultado da eleição presidencial no Nordeste em 2018

Esta imagem é para emoldurar e colocar na sala de estar
uma imagem que enche de orgulho a todos nós nordestinos



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Coração nordestino, por Bráulio Bessa


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Um cantador de viola
fazendo verso rimado,
toicinho de porco torrado
numa velha caçarola.
Um cego pedindo esmola
lamentando o seu destino.
É só mais um Severino
Que não tem o que comer.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

As conversas de calçada,
os causos de assombração.
Em riba de um caminhão,
a mudança inesperada.
Galinha bem temperada,
sem usar tempero fino.
Quebrante forte, menino,
prá benzedeira benzê.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

Banho de chuva na biqueira,
dindin de coco queimado,
menino dependurado
nos braços de uma parteira,
manicure faladeira,
o gado magro e mofino.
Novenas para o divino,
pedidos para chover.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

Pracinhas prá namorar,
sem pular nenhuma etapa.
Cachaça no bar da tapa,
cantadores prá rimar,
um forrozinho prá dançar
que também é nosso hino.
Quer dançar? Eu lhe ensino
Até o suor descer.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

Quando a gente olha pro alto
Consegue enxergar a lua.
Caminhar no meio da rua
sem ter medo de assalto,
um terreiro sem alfalto,
sem concreto, clandestino
e um açude cristalino,
um cheiro no bem querer.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

Uma poica parideira
com os doze bacurim,
gente boa e gente ruim,
zoada no fim da feira.
Arapuca, baladeira,
o chapéu de Virgulino.
Na bodega de Firmino
tem de tudo prá vender.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

Um bebo toma uma cana
e cospe no pé do balcão,
a luz de um lampião
que ilumina uma cabana,
uma penca de banana
na casa de Marcolino.
Pirão grosso e caldo fino
prá mó de o cabra comer.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

Uma velha na janela
reclamando de uma dor,
casinhas de toda cor:
azul, verde, amarela,
um pé de siriguela
no quintal de Marcelino,
no mobral seu Jesuíno
aprendendo a escrever.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

Tem milho verde cozido,
castanha feita na brasa,
no oitão da minha casa,
um bebo véi estendido,
na outra esquina perdido,
mais um bebo dançarino,
igreja tocando o sino
no final do entardecer.

Tudo isso faz bater
o coração nordestino.

O Gibão de um vaqueiro
que é sua armadura,
engenho de rapadura
e pega-pega no terreiro,
um barrão lá no terreiro,
pra quem é chique, um suíno.
O caminhão de Faustino
cheio de manga prá vender.

Tudo isso faz bater
um coração nordestino.

São milhões de pensamentos
que não saem da cabeça.
E antes que eu me esqueça
registro esses momentos
com poesia e sentimentos
desde os tempos de menino.
Talvez fosse o meu destino,
nascido prá escrever aquilo que faz bater um coração nordestino.

Seca e recessão derrubam economia do Nordeste após anos de avanço

do Estadão
Uma perversa combinação entre crise econômica e problemas climáticos tem castigado o Nordeste do Brasil. A região, que nos últimos anos teve importantes avanços sociais, agora começa a perder parte dessas conquistas com o enfraquecimento da economia e perda do poder aquisitivo da população.
Levantamento feito pela Tendências Consultoria Integrada mostra que, em 2015 e 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) da região teve recuo médio de 4,3% ao ano – o pior resultado entre todas as regiões do País. Com o desemprego em alta, a renda familiar encolheu 2% ao ano e, num efeito cascata, fez as vendas no comércio despencarem quase 20% nos dois anos.
Piores resultados
Crescimento do Nordeste
Parte desse resultado negativo é reflexo da pior seca dos últimos 100 anos. Entre 2012 e 2015, o Nordeste teve prejuízos de R$ 104 bilhões por causa da falta d’água. Desse total, R$ 74,6 bilhões foram na agricultura, R$ 20,6 bilhões na pecuária e R$ 1 bilhão na indústria, além de perdas dos próprios municípios com programas de ajuda.
O fraco desempenho da região também tem origem em questões estruturais. O Nordeste é altamente dependente das transferências governamentais, que recuaram com a crise fiscal brasileira. Com a queda na arrecadação nacional, Estados e municípios passaram a receber menos dinheiro para investir e pagar despesas.
Aposentadoria. Outra característica é que, até 2015, quase 24% da renda familiar vinha de aposentadorias, pensões ou Bolsa Família. “Durante vários anos esses benefícios cresceram mais que a renda do trabalho e foram importantes motores de consumo do Nordeste”, diz o economista da Tendências, Adriano Pitoli.
Essa política – adotada na era Lula e Dilma Rousseff – ajudou a economia local a avançar acima da média nacional. De 2006 a 2014, o PIB da região teve crescimento médio de 3,9% ao ano, enquanto a média nacional foi de 3,5%. A renda familiar subiu 6,9%, impulsionando o comércio a uma taxa anual de 8,8%.
Mas essa fonte de crescimento parece ter se esgotado, e não há perspectiva de que volte no mesmo ritmo e potência dos últimos anos. Entre 2015 e 2016, a renda do Bolsa Família, por exemplo, teve queda média de 5,7% ao ano, segundo a Tendências. No período 2017-2021 deve crescer apenas 0,3% ao ano.
Os avanços fizeram muitos economistas acreditarem que, em 50 anos, o Nordeste conseguiria se aproximar do PIB per capita nacional – o produto das riquezas totais produzidas pela região dividido pela quantidade de habitantes. Hoje essas estimativas não se aplicam mais. Segundo as previsões da Tendências, no ano passado o indicador recuou ao nível de 2009.
“O Nordeste teve ganhos de renda baseados em crédito e em programas sociais. Só que não fizemos nada para promover os avanços na produtividade para que essas conquistas fossem perenes”, afirma o pesquisador José Ronaldo de Castro Souza Júnior, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo ele, não se investiu em educação e saneamento para melhorar e desenvolver a região. “O resultado é que se tem uma convergência no curto prazo, mas depois volta o que era antes.”
O economista Jorge Jatobá, diretor da consultoria Ceplan, de Pernambuco, afirma ainda que a região foi fortemente prejudicada pela paralisia de grandes empreendimentos. “Vivemos uma conjunção de problemas. Além de depender muito das transferências estaduais e federais, projetos que vinham sendo construídos na região tiveram as obras reduzidas, paradas ou canceladas.”
Segundo ele, entre 2007 e 2014, o Nordeste tinha R$ 104 bilhões de investimentos sendo tocados. Isso inclui a ferrovia Transnordestina, a transposição do Rio São Francisco e as refinarias da Petrobrás, atingidas pela Operação Lava Jato. /COLABOROU CLEIDE SILVA


Fidel Castro aos coxinhas, paneleiros e midiotários do Brazil


Fidel aos brasileiros roubados pelo Psdb, Pmdb, Dem e Cia:

"É preferível morrer pelo fogo, em combate, a morrer em casa, pela fome"
@Emanoel1953*

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Trouxemos o São Francisco para acabar com o desespero da seca em Alagoas, afirma Dilma

Segundo Dilma, o governo enfrenta a seca, pela primeira vez, com obras estruturantes e duradouras. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Segundo Dilma, o governo enfrenta a seca, pela primeira vez, com obras estruturantes e duradouras. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
A presidenta Dilma Rousseff  disse, nesta quinta-feira (5), que a inauguração do terceiro trecho do Canal do Sertão Alagoano, em Inhapi, é um marco histórico para o Nordeste. Pela primeira vez, destacou ela, o Brasil está enfrentando a seca não apenas com ações de redução do impacto da estiagem, mas com obras estruturantes, que garantem o fornecimento contínuo de água para a população. Com a inauguração  do terceiro trecho, já são 93 km de canais entregues.
"A gente sabe que as águas do São Francisco estão 93 quilômetros distantes daqui. Agora, o que nós fizemos foi trazer o São Francisco para cá. Eu vi o Rio São Francisco correndo ao apertar aquele botão e abrir a comporta. Vi a água chegando – e ela vai chegar até [à cidade de] Arapiraca". A presidenta acrescentou estar orgulhosa da obra inaugurada hoje, que tornou possível essa conquista.
Políticas para conviver com a seca
A expectativa é de que o canal possa, a partir de agora, modificar a paisagem, hoje muito seca devido ao quinto ano de estiagem que castiga o Nordeste. Essa situação, segundo a presidenta, só não traz um desespero à população graças a programas como o de carros-pipa e o de cisternas, que são ações emergenciais.

Dilma aproveitou para reforçar que devem ser mantidas essas políticas voltadas para o convívio da população com a seca, um fenômeno natural e cíclico. "Conviver com a seca é entender que a seca pode ocorrer e quem tem de tomar medidas para conviver com ela somos nós, tanto os governos estaduais quanto os municipais, mas também o governo federal".
Nesse sentido, lembrou a importância da criação do Bolsa Garantia-Safra e do Bolsa Estiagem, além de toda uma rede de proteção que é garantida pelo Bolsa Família.
Dilma: "Eu vi o Rio São Francisco correndo ao apertar aquele botão e abrir a comporta. Vi a água chegando – e ela vai chegar até [à cidade de] Arapiraca". Foto: Isac Nóbrega/PR

Obras para o futuro

Do diário mais escalafobético do Brasil

Num condenu as pessoas qui tem raiva e inveja de nós nordestinus, num concordu (porquê inveja num mata mais, martrata) juro qui inté intendu. Somus lindus, bronzeadus, moramus pertim das mióris e mais belas praia du mundo, temus fartura di grandes intelequituais, artistas, escritoris, artesãos eticetera e tau, umha cultura genuína e riquíssima, árgua di coco pra dar e vender, pra cumpletá inda dicidimus quem senta e quem sai da cadêra presidenciá. Infim, num vamu condená essis pobri coitadus invejôsus né gente, pra pobri de espírito vê tantu sucesso num deve ser fácil não. 

Gênial

Não condeno as pessoas que tem inveja dos nordestinos, juro, até compreendo. Somos lindos, bronzeados, temos as melhores praias do mundo, temos grandes intelectuais, uma cultura genuína e riquíssima. Temos água (com todo respeito!) e ainda decidimos quem senta na cadeira da Presidência da República. Enfim, somos arretados!
Meu povo, não condenem esses pobres coitados, deve ser difícil ver tanto sucesso e não sentir inveja.

Se vexe não, o Nordeste é uma belezura!

por Mariani Serafini - Portal Vermelho

“Se avexe não, que amanhã pode acontecer tudo, inclusive nada!”, estes são versos da música “A natureza das coisas” do intérprete paraibano Flávio José, músico que resgata o tradicional forró nordestino e tem como principais referências Dominguinhos e Luiz Gonzaga. Além destes, o Nordeste tem outros tantos músicos e compositores que despontaram levando pelo país a cultura rica desse povo lutador e festeiro. 

Reprodução
O cordel é muito forte no Nordeste do Brasil
O cordel é muito forte no Nordeste do Brasil

Após o resultado do 1º turno das eleições presidenciais, choveu em São Paulo (chuva mesmo, não há previsão) e no Sul do país comentários preconceituosos contra o povo nordestino, onde a votação em Dilma Rousseff foi mais expressiva. Frases como “nordestinos burros” ou “nordestino pobre” invadiram a internet, como se disseminar qualquer tipo de preconceito fosse muito inteligente e esclarecedor. 

Mas se avexe não, nós sabemos que o povo nordestino além de muito esperto é também consciente de sua realidade social e por isso decidiu, massivamente, pela continuidade do projeto político que levou, além de água e oportunidades, a dignidade de volta ao Nordeste brasileiro. A região padeceu com a seca até que um governo tivesse vontade política de construir grandes reservatórios e mudar essa realidade, atitude que iniciou com o governo Lula em 2002. 

“Quando olhei a terra ardendo qual fogueira de São João/ Eu perguntei a Deus do céu, ai, por que tamanha judiação?”. Com vontade política e ações concretas os versos dos compositores Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira em Asa Branca já não são mais a realidade do povo do Nordeste. Mas nem por isso Luiz Gonzaga perdeu seu posto de Rei do Baião ou deixou de ser um dos maiores nomes da música brasileira. 

O Nordeste é também o berço de grandes escritores brasileiros, que despontaram com uma literatura rica. Autores renomados que foram parar no cinema e TV, como Jorge Amado e seus clássicos Capitães da Areia ou Gabriela compõem o vasto repertório da literatura nordestina. Ariano Suassuna, Graciliano ramos, Ferreira Gullar, Patativa do Assaré, Rachel de Queiroz, Manuel Bandeira, José Lins do Rego, são só alguns dos inúmeros escritores nordestinos que conquistaram o restante do país e tornaram nossa literatura reconhecida mundialmente. 

Mas além de grandes escritores, o Nordeste preservou um estilo de literatura que hoje em dia dificilmente se encontra em outras regiões do país. Falo do Cordel, a contação de história com rimas e xilogravuras que faz da nossa forma de usar as palavras única e peculiar. Não é difícil encontrar grandes “cordelistas” pelas ruas do Nordeste, vendendo a preços baixos a mais pura literatura brasileira, essa é, por sinal, uma das principais características do estilo literário, a popularização das palavras. 

“Abrasileirar” as coisas não é lá uma tradição das bandas jovens nacionais, mas é isso que o Cordel do Fogo Encantado faz muito bem. A banda pernambucana mistura referências do rock’n’roll com brasilidades de forma experimental que rende uma música pra lá de brasileira. Mas além disso, resgata a cultura nordestina. Eles são os responsáveis pela interpretação da poesia de Zé da Luz, “Ai se sêsse”. 

E se o assunto é originalidade, Pernambuco também mandou bem ao apresentar ao mundo o som que mudaria nossa forma de ver e ouvir o rock nacional nos anos 90 quando surgiu, de uma “explosão atômica”, a Nação Zumbi com seu maracatu. 

Estes são apenas alguns dos exemplos do quanto a cultura do Nordeste é rica, isso só é possível com um povo igualmente culto e esclarecido que hoje prova não ter nenhum receio em mostrar também seu posicionamento político firme e acertado. 




Nordestino sim! Nordestinado não!

Nunca diga nordestinu, qui Deus lhi deu um destinu, causadô du padêcer Nunca diga qui é u pecado, qui lhi dexa fracassado, sem condição di viver.

Num guardi nu pensamentu, qui istamus nu sofrimento, pagando u qui devemus A providênça divina, não nus deu a triste sina di sofrê u qui sofremos.

Deus u autô da criação, nus dotô cum a razão, bem livre di preconceitos Mas, uns ingratos da terra, cum guerra, negam us nossus direitus. Continua>>>


2º turno campanha começa pelo Nordeste

A presidente Dilma inicia campanha do 2º turno, hoje quarta-feira (08) visitando quatro capitais do Nordeste. Na região a candidata do PT obteve quase 60% dos votos e apenas não venceu em Pernambuco. O empenho será para também ser vencedora no Estado. A equipe está confiante que é possível conseguir o objetivo. Leia mais>>>


Projeto de Aécio para o Nordeste cheira a Lula, por Josias de Souza

Numa tentativa de seduzir o eleitor nordestino, Aécio Neves lançou o projeto ‘Nordeste Forte’. Contém 45 ações em sete setores. A peça exala um cheiro de Lula. Inclui programas sociais e obras que marcaram a administração do ex-presidente petista. São iniciativas que ajudaram a reeleger Lula, em 2006, e impulsionaram a eleição de Dilma Rousseff, em 2010.

Escorada novamente no padrinho, Dilma continua desfrutando de enorme prestígio entre os nordestinos. Na região Nordeste, a afilhada de Lula prevalece sobre Aécio nas pesquisas com um placar esmagador: 55% contra 15%, segundo o Datafolha. O tucanato não tem a pretensão de reverter o quadro. Mas se esforça para atenuá-lo. Daí o anúncio do projeto, feito em Salvador, neste sábado.

Para combater a pobreza, Aécio assegura que manterá o Bolsa Família, carro chefe das administrações petistas na área social. Acena com a conversão do programa em “política de Estado”. E promete elevar a renda per capita das famílias nordestinas para US$ 1,25 por dia. Em reais, isso corresponde a algo como R$ 2,85 por dia. Ou R$ 85,50 por mês —cifra superior aos R$ 70 pagos sob Dilma.

No papel, o objetivo declarado de Aécio é o de proporcionar às famílias nordestinas uma renda per capita domiciliar correspondente a 70% da média nacional. Isso num intervalo de dez anos. Se fosse eleito em 2014 e reeleito em 2018, Aécio seria presidente da República por oito anos.

Aécio usou a propaganda eleitoral veiculada no rádio e na tevê neste sábado para reforçar seu compromisso com a manutenção do Bolsa Família. Disse que o programa garante dinheiro às famílias “no presente”. Para assegurar o “futuro”, prometeu instituir outro programa, também mencionado no pacote para o Nordeste.

Chama-se “Poupança Jovem”. Segundo Aécio, foi criado por ele quando governou Minas Gerais. Prevê a abertura de contas de poupança para os alunos do ensino médio. Os que tiverem boas notas, receberão depósitos anuais de R$ 1 mil. Que só poderão ser sacados depois de três anos.

Sem mencionar a cifra, Aécio diz na propaganda que o jovem beneficiário poderá usar o dinheiro “para iniciar uma nova etapa na sua vida ou mesmo para começar um pequeno negócio.” Tudo isso com R$ 3 mil.

Além da poupança, o ‘Nordeste Forte’ informa no capítulo dedicado à “juventude” que Aécio vai “manter e ampliar” dois programas criados sob Lula —o Prouni e o Fies— e até uma iniciativa regulamentada por Dilma em 2011, primeiro ano do atual mandato: o programa Ciência Sem Fronteiras.

Para melhorar a “qualidade de vida” da população do Nordeste, o plano de Aécio anota que será “ampliado” o programa Minha Casa, Minha Vida —outra iniciativa nascida sob Lula, trombeteada na propaganda de Dilma na sucessão de 2010 e alardeada novamente no horário eleitoral deste ano.

Na área de infraestrutura, o projeto de Aécio prevê oito ações. Entre elas um par de ferrovias que Lula usou para colocar a primeira candidatura de Dilma nos trilhos: a Ferrovia Transnordestina e a Ferrovia Oeste-Leste. Para resolver o problema crônico da falta d’água no semiárido nordestino, Aécio assume o compromisso de concluir a Transposição do Rio São Francisco, outro canteiro de obras que Lula abriu, explorou politicamente à farta e o governo não consegue entregar.

As obras encampadas por Aécio podem ser encontradas também no horário eleitoral de Dilma. Elas aparecem nas peças do marqueteiro João Santana sempre no gerúndio: estão em andamento, estão avançando. Um eleitor que esteja irritado com a protelação eterna talvez busque alternativas.

Fixando-se em Aécio, encontrará um candidato disposto a “concluir” obras, além de “manter”, “aprofundar” e “melhorar” programas . Um pedaço do eleitorado descontente talvez enxergue o presidenciável tucano como um gestor responsável, capaz de dar continuidade a iniciativas alheias. Mas também haverá eleitor se perguntando: se é para aperfeiçoar o já iniciado, trocar para quê?

Caatinga - único bioma exclusivo do Brasil

A Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, ocupa 11% do território nacional e acolhe uma população de 27 milhões de pessoas, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA). "A Caatinga existe apenas no Brasil e é um patrimônio muito valioso. É importante que as instituições unam esforços para preservá-la”, diz o pesquisador José Alves de Siqueira Filho, organizador do livro Flora das Caatingas do rio São Francisco, vencedor do prêmio Jabuti 2013 na categoria Ciências Naturais.

Rico em biodiversidade, o bioma abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 de abelhas. De acordo com o MMA, a Caatinga está presente nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e Minas Gerais.

Metade da bacia do rio São Francisco está situada na Caatinga, e grande parte das soluções de desenvolvimento regional passa por esse bioma. “É possível conciliar produção econômica e desenvolvimento com a conservação. A conservação, na verdade, resguarda e potencializa o desenvolvimento", afirma Siqueira Filho, para quem a Caatinga é o bioma brasileiro de mais difícil restauração.

"As ações de restauração são muito mais caras do que as de conservação, então a conservação é sempre o melhor caminho. Além disso, o trabalho de restauração da Caatinga tem a escassez de água como fator limitante. A implantação bem sucedida de ações de restauração em áreas em que há pouca ou nenhuma água representa um imenso desafio científico e tecnológico", explica o pesquisador, que atua no Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Crad-Univasf).

Espécie em extinção

"O umbuzeiro, que é uma árvore emblemática da Caatinga, está ameaçado e pode acabar extinto. As árvores dessa espécie que encontramos hoje em dia são muito idosas, com mais de 100 anos", alerta Siqueira Filho.

É essencialmente em áreas de Caatinga que vive o tatu-bola, animal escolhido como mascote da Copa do Mundo deste ano. "É uma espécie exclusivamente brasileira que vive em um bioma exclusivamente brasileiro", explica Rodrigo Castro, secretário-executivo da Associação Caatinga, instituição que propôs ao Comitê Organizador Local da Copa do Mundo a adoção do tatu-bola como mascote.

Atualmente a Associação mantém uma campanha voltada para a preservação do animal. "Essa espécie é uma bandeira de preservação. A proteção do tatu-bola, de seu habitat, significa a proteção do bioma. A ararinha-azul, por exemplo, é uma espécie nativa da Caatinga que está extinta na natureza desde os anos 2000; hoje ela é encontrada apenas em cativeiro. O tatu-bola corre sério risco de ser extinto nos próximos 50 anos devido principalmente à degradação ambiental", alerta Castro.

Fonte: Codevasf

Como era a vida do sertanejo nas décadas de 60, 70, 80, 90

Do facebook do Padre Djacy Brasileiro  

Como sertanejo, que conhece um pouco a história sofrida e difícil dos conterrâneos, aliás, convivo noite e dia com os mesmos, pois moro no sertão paraibano.  Mostrarei um pouco como era a vida desses homens e mulheres desta região tantas vezes esquecidos, marginalizados e ignorados até o limiar do ano dois mil e três, quando novos horizontes começaram a despontar, trazendo-lhes bem-estar e dignidade. O que vou expor é o que ouvi e ouço do povo do sertão sobre seu passado. São relatos comoventes, tristes, que falam de suas pelejas, de suas lutas renhidas, dificuldades e sacrifícios, como também da cruz da injustiça social, da humilhação e do desprezo. São histórias macabras que ficaram marcadas indelevelmente na memória dos fortes e valentes sertanejos:




- Padre Djacy, na seca de 70 a gente era humilhado, tratado com desprezo. Botei minha família em cima de um caminhão velho, chamado pau de arara, e fomos embora para São Paulo. Lá, a gente sofreu feito um diabo. Era tanta humilhação. Fui embora pra São Paulo em 68. Padre, me lembro que coloquei minha mulher e meus filhos no caminhão pau de arara. Eita sofrimento. Passamos vários dias em cima do caminhão. Não havia nenhum conforto, porque os bancos eram de madeira e tudo coberto de lona. A gente parava no meio da estrada para comer e fazer outras coisas. Quando a gente chegou São Paulo, só tinha poeira na roupa, no cabelo, no corpo e nas malas. Quanto sofrimento, meu Deus!-Meu amigo de 2000 pra trás, sertanejo não tinha valor, era visto como bicho do mato, agente não era considerado não. A gente era ignorado pelos os homens do poder. Os políticos nos humilhavam demais. Em tempo de seca, eu me lembro como se fosse hoje, havia saques. As pessoas com fome saqueavam feira, escola e até hospital. A fome era grande. A gente tinha que arrumar comida pra matar a fome da família. Era a gente correndo com saco de arroz ou feijão na cabeça e a polícia correndo atrás. Eita tempo da molesta. Ave Maria! Padre, meu irmão morreu de acidente na estrada. Foi assim: ele foi pra feira e com os outros agricultores carregaram alimentos de umas bancas de feira. Ele botou o saco de arroz na cabeça, vinha correndo quando de repente um caminhão que vinha atropelou meu irmão. Não posso me lembrar. Meu irmão morreu carregando alimento pra matar a fome dos filhos e da mulher. Em tempo de seca, o governo mandava pra nós um arroz chamado buga. Era um arroz estranho, diferente, parecia com comida de passarinho. E a gente comia porque era o jeito. Mais nunca vi esse arroz na minha vida. Não sei onde o governo arrumava esse arroz pra mandar pra nós. Eita buga ruim da peste. Olha seu Padre, eu tenho 85 anos e não minto. Vou dizer uma coisa. 
Eu me lembro que em tempo de seca, minha mãe fazia angu de uma raiz chamada pau mocó. Minha mãe lavava dez vezes essa raiz para tirar o amargo. A raiz amargava demais. Ainda assim, o angu ficava amargo. A gente comia porque não tinha outra coisa. Eita sofrimento, meu Deus, não posso lembrar e meus olhos ficam cheios de lágrimas. Tempo ruim. Na seca de 98, o governo mandava pra nós feijão tão ruim, tão duro, que não tinha fogo que desse jeito. O feijão não cozinhava não. A gente tirava do fogo e estava do mesmo jeito. O jeito era passar no liquidificador, mesmo assim ficava ruim. Esse governo nos humilhava demais.-Uma vez, eu dei o feijão do governo pra a minha bacorinha. Ah, meu Deus, a bichinha ia morrendo de dor de barriga. Eu ia matando minha bacorinha com o feijão que o governo mandava.-Teve uma seca grande, seu Padre, parece que foi em 83, que o governo obrigou as mulheres a trabalhar na emergência. Coitada da gente. A gente saia de madrugada para ir trabalhar. A gente trabalhava carregando carroça, fazendo comida pra os homens e tudo mais.-Na seca dos anos 80, as mulheres trabalhavam na emergência. Era uma verdadeira humilhação. Teve mulher que ganhou neném debaixo de latadas. Meu Deus, era sofrimento demais. O governo obrigou as mulheres a trabalhar na emergência. Cansei de ver muitas mulheres com a barriga saindo pela boca indo trabalhar. E o governo não queria saber. Se a mulher não fosse, mesmo já pra ganhar neném, tinha o ponto cortado e não ganhava no final do mês. Na seca de 83, eu levava meus filhos pequenos para a emergência. Colocava meus filhos debaixo da latada, pegava uma carroça e ia carregar terra e fazer mais outras coisas, que eram serviço de homens. Padre, a gente já foi tão humilhada por esses governantes. Eles não tinham pena de nós. A gente era tratada de forma tão humilhada, que quando me lembro, dá vontade de chorar. As pragas dos políticos tiravam proveito da nossa fome e sede. Pareciam urubus em cima de carniça. Essa gente de gravata e paletó não queria saber do nosso sofrimento, mas sim do nosso voto. Para eles, o que valia não era a pessoa do sertanejo, mas o seu voto. Os sertanejos quando chegavam em São Paulo, o povo de lá dizia logo: chegaram os flagelados da seca. Eita humilhação! Nos tempos antigos, nosso transporte era o jumento. E não era todo mundo que podia comprar um jumento. Esse animal ajudou muito a nós. Coitado do bichinho, só vivia pra trabalhar noite e dia.-Naquele tempo, quem queria estudar, ia pra escola ou a pé ou montado no jumento. Era muito difícil para pobre estudar. Só rico ia pra capital estudar pra se formar. Pobre só existia pra trabalhar pro patrão. Naquele tempo, pobre não se formava pra doutor. Não ia pra capital ou cidade grande pra estudar. Que nada! Isso era coisa das famílias importantes do sertão.-Eu queria estudar, mas meu pai não tinha dinheiro pra comprar os cadernos, a farda, sapato. Tudo era difícil para o pobre estudar.-Eu me lembro que quando uma pessoa da família adoecia, o pai ou mãe ia se humilhar no pé do prefeito ou do vereador. O pai pedia para o prefeito arrumar uma ambulância para levar o doente pra o hospital.-Uma vez, me lembro como hoje, minha mulher ia ganhar menino, fui até a casa do vereador e disse assim: vereador, pelo o amor de Deus, minha mulher vai ganhar menino, me arrume a ambulância. Sabe o que ele me disse? Vou arrumar a ambulância ou outro carro, agora você vai assumir o compromisso de votar em mim. Eu disse: sim, toda minha família vai votar no senhor. Foi assim que consegui levar minha mulher pro hospital. Pobre, naquele tempo, sofria e era humilhado pelos políticos. Nos tempos passados, o governo nem ligava para a saúde do povo do sertão. Era difícil ver um médico. A gente andava seis léguas ou mais em busca de médico. Muita gente morria em casa porque não tinha assistência médica. O pobre quando adoecia, podia chamar logo o padre. O sertanejo que morava no sitio, quando adoecia era levado numa rede para a cidade. As pessoas andavam muitas léguas com o doente na rede. E quando chegava na rua, ainda ia se humilhar na casa do prefeito ou do patrão. Choro só em lembrar desse tempo. Era muita humilhação. Era demais, Deus me livre.-De mil, tirava um que se formava pra doutor. Era muito difícil. Parece que o governo só privilegiava os filhos de ricos. Antigamente, os filhos de pobres já nasciam sabendo de uma coisa: ser agricultor. Nasciam na roça, viviam na roça e morriam na Roça. Esse era o destino dos filhos de pobres. No meu tempo, a casa do sertanejo era de taipa, quase caindo, no tempo de inverno, a nossa casa parecia uma peneira. Coitada da minha mulher, corria pra lá e pra cá, colocando pano na rede dos filhos pra não molhar os meninos. Era sofrimento demais.-Roupa, calçados, a gente só comprava uma vez no ano, quando catava e vendia o algodão. Eu lembro que o pano mais vendido era o tergal e o volta ao mundo. Era uma roupa pra cada um. A gente comprava o pano na feira e mandava fazer as camisas e as calças. Seu Padre, pobre aqui no sertão só via a cor do dinheiro quando vendia o algodão. Era quando a gente pegava num dinheirinho. O pai selava o animal e ia pra feira. Na feiram, comprava bolacha, farinha, rapadura, açúcar e café. Quando chegava em casa era uma festa. Esse negócio de verdura não existia. Só rico comia verdura.-Padre, eu vim conhecer o que era maçã e uva depois de velho. No meu tempo, ninguém sabia o que era isso.-Eu não tenho vergonha em dizer que passei muita fome. Lá em casa, Padre Djacy, eram 11 pessoas. Me lembro que chegava a hora do almoço e não tinha nada pra comer. Minha mãe ficava desesperada. Estou chorando só em lembrar desse tempo. Ah, meu Deus, que tempo ruim! Seu Padre, naquele tempo, mulher quando se casava, o primeiro presente que recebia era um moinho pra moer milho. Todo dia a mulher moía milho. Começava pela manhã e ia até à noite. O moinho era pesado demais.-A mulher nos anos atrás moía milho, pisava arroz, pisava sal, carregava lata d’água na cabeça, cuidava da casa, do marido e dos filhos. A mulher era pau pra toda obra. Antigamente, a mulher ganhava menino era em casa. Quando chegava a hora de ganhar o menino ou menina, o marido montava num jumento e ia atrás da parteira. Quando ela chegava a mulher já estava quase morta de tanta dor. E a parteira tinha mãos santas. Tudo dava certo. O bebê não morria e a mulher também não. Era coisa de Deus. Todos meus filhos nasceram em casa, nas mãos da parteira. Essa mulher era uma santa.-Em tempo de eleição, a gente era muito humilhado pelo patrão. Ele chegava na nossa casa e diz assim: todos vocês estão obrigados a votar no meu candidato. Se não votarem, vocês vão se arrepender. E a gente tinha que votar no candidato do patrão, assim era mandado embora. Quem era doido de votar contra.-Os sertanejos naquele tempo eram como escravos. Viviam trabalhando pra o patrão e ainda eram obrigados a votar no candidato do patrão. A gente era humilhado demais. A gente vivia trabalhando no duro pra o patrão.-Antigamente, seu Padre, quem mandava na gente era o patrão. A gente era escravo do patrão. A gente obedecia em tudo o chefe, ou seja, o coronel.-Os filhos do patrão estudavam e se formavam, enquanto nossos filhos não tinham esse direito. O futuro do filho do patrão era ser doutor, o futuro do filho dos pais pobres era a roça. Coitado, crescia e morria na roça. A caneta do filho de pobre era a enxada. Eita sofrimento, meu Deus!-As coisas no passado eram tudo difícil. Na casa do pobre não tinha geladeira, fogão de gás, nem fogão de carvão. Isso era coisa de rico. Só na casa do rico tinha isso. Cansei de passar o dia todo soprando o fogo. Toda hora eu tava soprando o fogo. Minha cara ficava cheia de fumaça. É por isso que as mulheres num instante ficavam velhas.-Carreguei muito pau de lenha nas costas. Eu passava o dia na roça e quando voltava, voltava cansado, suado, ainda trazia um bocado de pau de lenha nas costas. Meus ombros ficavam cheios de calos. Era o jeito.-Pobre não comprava nem carro nem moto. Pobre só mesmo o direito de possuir um ou dois jumentos. O jumento era o transporte do pobre. Até pra ir pra missa, a gente ia montado no jumento. E não era todo pobre que podia comprar um jumento. A coisa era difícil pro lado do pobre.-Remédio naquele tempo era luxo, era coisa de rico. Pobre não tinha condição de comprar remédio. Tudo era muito caro. O remédio de pobre era raiz de pau pra fazer chá.-Quando o pobre ia viajar, ele ia de pau de arara. Passava semanas mais semanas em cima daquele caminhão levando poeira na cara.-Padre Djacy, no tempo passado, pobre só via avião quando passava no céu. A gente corria pra o terreiro pra ver o bicho passar. A gente via o avião bem pequeninho. Era uma coisinha lá no céu. O povo ficava admirado e às vezes até com medo daquele bicho. Tinha gente que dizia que coisa do outro mundo. Uma vez minha tia ficou com tanto medo do avião que se escondeu debaixo da cama. Coitada dela!-Uma vez, a gente tava almoçando quando ouvimos a zuada do avião. Todo mundo deixou o prato pra ver o avião passar. A gente ficava admirado vendo aquele avião voar.-Antigamente, quando o marido ia pra São Paulo, a mulher passava mês e mais mês esperando notícia. Meu marido colocava uma carta no correio e eu só ia receber a carta com um mês ou mais. Pra saber noticia do marido era difícil. Eita tempo ruim, meu Deus!-Antigamente pobre não sabia o que era perfume. Isso era coisa de rico. A gente usava mesmo era outra coisa, sei lá o que era.-Naquele tempo, o que mais a gente desejava era sair da miséria, do sofrimento, do abandono. A gente sonhava que um dia o sertanejo pudesse viver melhor, com mais dignidade. Fosse tratado como gente, como cidadão, e não como cassaco ou flagelado que só servia mesmo pra votar no patrão.-Padre Djacy, era como Luiz Gonzaga cantava, e era verdade: “faz pena o nortista, tão forte e tão bravo, viver como escravo no norte e no sul”. Ele tinha razão. Graças a Deus, de 2003 pra cá, as coisas mudaram muito, e pra melhor. Obrigado, meu Deus! Obrigado, Frei Damião! Obrigado, meu padim cíço Romão!
Os anos passaram e a realidade também. Hoje, os sertanejos, com ar de felicidade, entusiasmados e admirados com o presente, contam uma nova história de vida marcada por cidadania, justiça e dignidade.E será no próximo artigo que veremos esse novo contraste sócio-político-econômico e cultural. 

Aguardem! 
Padre Djacy Brasileiro, em 15 de agosto de 2014.
e-mail: padredjacy@hotamail.comTwitter: @Padredjacy

Campos não empolgou o Nordeste como imaginou

Um dos dados mais surpreendentes das últimas pesquisas é o desempenho pífio do nordestino Eduardo Campos na região Nordeste. Hoje, segundo o Datafolha, ele amealha nesse pedaço do mapa 11% das intenções de voto —um índice apenas dois pontos acima dos 9% que obtém em todo o país. Para quem governou Pernambuco por dois mandatos é pouco, admitem até os seus correligionários.
A inanição vira constrangimento quando se verifica que Campos está tecnicamente empatado no Nordeste com o mineiro Aécio Neves, a quem o Datafolha atribui 10%. O sonho de destronar Dilma Rousseff na região virou pesadelo. Cavalgando os programas sociais do governo, sobretudo o Bolsa Família, a candidata de Lula arrasta, hoje, 55% dos votos dos nordestinos.
Nas suas andanças pelos Estados do Nordeste, Campos gosta de recordar que Dilma deve sua eleição aos nordestinos, que lhe presentearam, em 2010, com uma dianteira de 10,7 milhões de votos em relação a José Serra, então candidato do PSDB. “Agora, ela quer levar nossos votos de novo”, disse Campos em recente viagem à Bahia. “Não terá! Dessa vez os nordestinos já têm em quem votar.”
Por enquanto, esse tipo de discurso não colou. Ao contrário. No Datafolha de junho, Dilma obtivera 48% no Nordeste. Na nova sondagem, ela avançou sete casas, estacionando nos 55%. Campos não é o único a lamentar. Aécio também esperava que o candidato do PSB marchasse sobre o eleitorado nordestino do PT, atenuando a vantagem que compensa a fragilidade de Dilma noutras regiões.
Há três meses, quando deixou o governo de Pernambuco, a primeira preocupação de Campos foi a de se instalar em São Paulo. Queria ver e, sobretudo, ser visto no maior colégio eleitoral do país. Dava-se de barato, então, que o Nordeste lhe cairia no colo por gravidade, mercê da grande aprovação que sua gestão tivera em Pernambuco.
No momento, um pedaço do PSB avalia que Campos terá de dispensar mais atenção ao Nordeste, abrigo de 27% do eleitorado do país. Sob pena de perder terreno não para Dilma, mas para o próprio Aécio. Que costurou alianças estratégicas em Estados como Bahia e Ceará.
by Josias de Souza - UOL

Bosta é raça?

Num programa de tv um sujeito sem graça tentou fazer uma piada e disse sobre o Nordeste:

"aquela bosta"...

Vi o vídeo. Realmente o cara nem tem nenhuma graça, peninha.

Mas, isso não vem ao caso. É algo que não me diz respeito.

O que me interessa é:

bosta, merda é uma raça?

É que indignados com essa bobagem que esse sem graça falou, exigiram que a empresa demitisse o "racista.

Sei não, mas tenho a impressão que sei lá. Quidiabéisso?

Tire suas conclusões, assista o vídeo.