A Sexagésima do Padre Antonio Vieira
1. O Islã afirma que a maior virtude de um mulçumano é ensinar o Alcorão aos demais. Os apóstolos de Cristo só pregavam aos Judeus, até que Paulo questionou e Pedro ouviu uma voz que lhe dizia o mesmo: pregue a todos. São Paulo e Santo Agostinho diziam que a salvação vem da fé, mais que da doutrina ou dos livros.
2. Só crescem as organizações que pregam, que saem de si para fora, para outros. Essa é a razão do crescimento do Islamismo e foi a do Cristianismo por séculos. Hoje, dentro do Cristianismo, crescem mais as Igrejas de pregação externa, como os Evangélicos, e menos as de pregação interna como -em geral- os Protestantes e Católicos.
3. O mais importante pregador da Igreja Católica em língua portuguesa foi Padre Antônio Vieira, com seus Sermões, ouvidos, dentro e no entorno das Igrejas. Em seu famoso Sermão - SEXAGÉSIMA- Padre Antônio Vieira dá uma aula de como Pregar. Diz ele:
4. Um Sermão é constituído pela Pessoa (o pregador), a Ciência (doutrina), a Matéria (sobre o que se vai pregar), o Estilo de quem prega e a Voz (suas nuances). O fundamental num pregador é sua vida, seu exemplo. O que realmente semeia ao pregar é a ação. Para falar ao coração, são necessárias Obras.
5. As palavras entram pelos ouvidos e as obras entram pelos olhos. Devemos pregar aos olhos com obras. O estilo há de ser muito fácil e natural. Por isto, Cristo comparou o pregar ao semear. Que diferente é o estilo violento e tirânico que hoje se usa ao falar.
6. A queda é para as coisas, a cadência é para as palavras. As palavras são as estrelas; os sermões são a composição, a ordem, a harmonia e o curso delas. O estilo da pregação deve se mostrar distinto, e muito claro.
7. O sermão há de ter um só assunto e uma só matéria. Se se semeia muita variedade não se pode colher coisa certa. No sermão a variedade nos discursos deve nascer da mesma matéria. Como uma árvore que tem tronco, ramos, folhas, frutos, mas a matéria é uma só. Se tudo são troncos não é sermão, é madeira, se tudo são flores não é sermão, são ramalhetes...
8. O pregador há de pregar o seu e não o alheio. O alheio é bom para comer, mas não para semear. Com armas alheias ninguém pode vencer. Não servem todas as línguas a todos, senão cada um a sua.
9. As palavras de Deus pregadas no sentido que Deus lhas deu, são palavras de Deus. Mas pregadas no sentido que queremos dar, não são.
10. Há sermões que são comédia e há os que são farsa (voz muito afetada, muito polida, requintar finezas, lisonjear precipícios...).
11. Sermões para gostarem ou não gostarem os ouvintes. Que médico repara no gosto do cliente?
2. Só crescem as organizações que pregam, que saem de si para fora, para outros. Essa é a razão do crescimento do Islamismo e foi a do Cristianismo por séculos. Hoje, dentro do Cristianismo, crescem mais as Igrejas de pregação externa, como os Evangélicos, e menos as de pregação interna como -em geral- os Protestantes e Católicos.
3. O mais importante pregador da Igreja Católica em língua portuguesa foi Padre Antônio Vieira, com seus Sermões, ouvidos, dentro e no entorno das Igrejas. Em seu famoso Sermão - SEXAGÉSIMA- Padre Antônio Vieira dá uma aula de como Pregar. Diz ele:
4. Um Sermão é constituído pela Pessoa (o pregador), a Ciência (doutrina), a Matéria (sobre o que se vai pregar), o Estilo de quem prega e a Voz (suas nuances). O fundamental num pregador é sua vida, seu exemplo. O que realmente semeia ao pregar é a ação. Para falar ao coração, são necessárias Obras.
5. As palavras entram pelos ouvidos e as obras entram pelos olhos. Devemos pregar aos olhos com obras. O estilo há de ser muito fácil e natural. Por isto, Cristo comparou o pregar ao semear. Que diferente é o estilo violento e tirânico que hoje se usa ao falar.
6. A queda é para as coisas, a cadência é para as palavras. As palavras são as estrelas; os sermões são a composição, a ordem, a harmonia e o curso delas. O estilo da pregação deve se mostrar distinto, e muito claro.
7. O sermão há de ter um só assunto e uma só matéria. Se se semeia muita variedade não se pode colher coisa certa. No sermão a variedade nos discursos deve nascer da mesma matéria. Como uma árvore que tem tronco, ramos, folhas, frutos, mas a matéria é uma só. Se tudo são troncos não é sermão, é madeira, se tudo são flores não é sermão, são ramalhetes...
8. O pregador há de pregar o seu e não o alheio. O alheio é bom para comer, mas não para semear. Com armas alheias ninguém pode vencer. Não servem todas as línguas a todos, senão cada um a sua.
9. As palavras de Deus pregadas no sentido que Deus lhas deu, são palavras de Deus. Mas pregadas no sentido que queremos dar, não são.
10. Há sermões que são comédia e há os que são farsa (voz muito afetada, muito polida, requintar finezas, lisonjear precipícios...).
11. Sermões para gostarem ou não gostarem os ouvintes. Que médico repara no gosto do cliente?