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Procuradores e juízes julgam-se acima das leis


Jornal GGN - O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) convidará, na próxima semana, os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando, coordenadores da Lava Jato em Curitiba, à CPMI da JBS. A informação é do Painel da Folha desta quarta (1º).
Na semana passada, Damous esteve na Espanha com o deputado Paulo Pimenta (PT) para entrevistar o ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran. Segundo publicação do Viomundo, Duran confirmou a história de que Carlos Zucolotto, amigo pessoal de Sergio Moro, cobrou propina para intermediar um acordo de cooperação com os procuradores da Lava Jato.
Na terça (31), o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima atacou o deputado Paulo Pimenta nas redes sociais. Ele insinuou que a eleição de 2018 vai limpar o Congresso de políticos que são contra a operação Lava Jato e o instituto da delação premiada. O comentário foi disparado em função de uma opinião emitida por Pimenta contra delações irregulares.

Além dos procuradores de Curitiba, CPMI da JBS já convocou o procurador regional da República Eduardo Pelella, ex-chefe de gabinete de Rodrigo Janot. Ele estaria envolvido no escândalo que virou a delação da JBS após a suspeita de que os procuradores orientaram os empresários a agir sem autorização judicial.
Em nota, a ANPR, Associação Nacional dos Procuradores da República, repudiou o convite a Pellela. "É um atentado à atuação independente do Ministério Público e um desvirtuamento do nobre instrumento que é uma CPI a convocação de um membro do MPF para prestar depoimento sobre fatos relacionados à sua função, principalmente em uma apuração ainda em andamento perante o Supremo Tribunal Federal, que pode implicar membros de Poderes do Estado e levar a revelação de documentos e provas ainda sob sigilo", disse.
"A atuação da CPMI está desvirtuada, infelizmente, desde o seu início, e foge dos parâmetros constitucionais. Não é cabível o constrangimento imposto a um membro do MPF, quando se pretende obrigá-lo a prestar declarações sobre fatos protegidos por sigilo", acrescentou.
 
Ainda segundo o Painel da Folha, a CPMI está tentando atingir o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, relator da Lava Jato, que avisou que não se deixará intimidar.
 
"Edson Fachin, do STF, não está alheio ao movimento da CPMI para vinculá-lo a Joesley Batista e Ricardo Saud. Aliados avisam: se o objetivo é intimidá-lo, não vai dar certo", publicou.
 
Ontem, durante sessão da comissão parlamentar, o empresário Ricardo Saud foi questionado sobre a relação da JBS com Fachin, mas preferiu ficar em silêncio por causa do imbróglio envolvendo seu acordo de delação.
***
Sobre a reação da ANPR - Associação Nacional dos Procuradores da República -, digo apenas o seguinte: 
Quem não deve não teme.
Pimenta nos olhos dos outros é colírio nos meus e vocês tem o direito de permanecerem calados. Oraite?

O Pig todo contra a CPMI


Por IV AVATAR
Interessante, quando li o post vi retornando aquele clima de linchamento quando do impeachment de Collor, fiquei sem entender o motivo, agora sei, é a tal CPI do Cachoeira, a Globo fará de tudo para desqualificar a investigação e sepultar a CPI, até mesmo pq estará concorrendo com o show que ela mesma(Globo) criou, o "mensalão". De cara não entendi que o motivo era esse e, como eu, o Brasil também não entenderá o motivo. O braço midiático do crime organizado não dorme no ponto, até a imagem para divulugar a reportagem foi escolhido a dedo, notem que Rosane Collor tem uma mancha no lado esquerdo do rosto, é maquiagem mas a nível da semiótica isso será entendido como sendo uma agressão desferida por Collor. A expressão corporal da entrevistadora passa a idéia de assustada com as "revelações"'. Eta mundinho.

  
Ex-primeira-dama diz que o ex-marido mandava fazer rituais de magia negra, em O Dia
Brasília -  A ex-primeira-dama Rosane Collor resolveu contar em detalhes o que viu e viveu ao lado do ex-marido, Fernando Collor de Mello, atual senador do PTB, que há 20 anos, teve o mandato de presidente da República impugnado, através de processo de impeachment.
 Banco de imagens
Segundo ela, a relação de Collor com o empresário Paulo César Farias, o PC Farias — ex-tesoureiro de sua campanha à Presidência em 1989 , assassinado em 1996 —, era mais próxima do que ele admitia na época. E realmente aconteciam rituais de magia negra encomendados por Collor, na Casa da Dinda, residência oficial do casal em Brasília.
A proximidade do ex-presidente e seu tesoureiro é tema de entrevista que vai ao ar amanhã, no ‘Fantástico’, e foi gravada pela jornalista Renata Ciribelli. Os rituais de magia negra já haviam sido revelados pela própria Rosane.
Ela e Fernando Collor foram casados por 21 anos. Em 2005 separaram-se, de forma nada amigável. Os tempos de Guidu e Quinha, como se tratavam na intimidade, tinham chegado ao fim. Seus pertences abrigados em casas em Brasília, São Paulo e Miami foram enviados, segundo confidência de amigos à época, para a casa de Maceió.
Desde então, advogados passaram a tratar da ex-relação. Em março passado, Collor, que vive com outra mulher, foi citado judicialmente no processo de pensão alimentícia movido por Rosane.

São Paulo: a cpi dos incêndios em favelas


[...] acabou. Foi encerrada. Mesmo sem que qualquer tenha sido realizada. Mesmo sem relator, ou vice-presidente.
Não escutaram sequer o cel. Paca. Que disse mesmo que não iria a CPI.
Nem a estatística de incêndios em favelas de São Paulo ficou sendo conhecida. O cel. Paca não foi à CPI explicar.
Mas ir como? Se nunca havia QUORUM. Se os componentes da CPI não se reuniram uma vez sequer.
Eu acompanhei esta história durante três meses. Telefonei quinzenalmente (frequencia prevista para audiências da CPI). E NADA!
Agora, hoje (13.07.2012) mais um incêndio. Mas neste morreram 4 PESSOAS…….. Três crianças e 1 adolescente. Vítimas do descaso.


HOJE QUATRO CRIANÇAS MORRERAM INCENDIADAS
A favela diogo ramires
a CPI não a verá
suas crianças foram abortadas.


No dia 30 de maio, publiquei aqui no blog PIG, que a primeira audiência da CPI dos incêndios em favelas fora cancelada por falta de QUORUM, mas também que :
Ainda, perguntei se seria mantida a audiência com o sr. Cel. Jair Paca de Lima, coordenador da defesa civil municipal, ao que me foi respondido que não. O cel. Jair Paca não poderia comparecer à reunião e que outra pauta seria definida.” (aqui)
A CPI hoje está em recesso parlamentar, e terá após findo o recesso ainda 8 dias de funcionamento, sem ter realizado uma audiência sequer, e sem ter relator nem vice-presidente.
Hoje (13.07.2012), ocorreu novo incêndio em favela (favela Diogo Ramires) e três crianças e um adolescentes morreram. Aqui, o coordenador da Defesa Civil de São Paulo, Jair Paca de Lima, disse que deve ser investigado se as três crianças e a adolescente estavam sozinhas e se um cadeado impediu a saída delas do barraco. Uma equipe do 101º Distrito Policial esteve no local no fim da tarde e a perícia deve vistoriar os barracos afetados ainda nesta noite. (aqui)
O que esperávamos é que o cel. Paca tivesse contribuído para elucidar AS CAUSAS DAS FAVELAS INCENDIADAS.
Especulação imobiliária? incêndios criminosos?
PARECE QUE OUTROS ESCÂNDALOS NÃO FALTAM NA VIDA DE ALGUNS PARLAMENTARES E NA DEFESA CIVIL.

CPMI sem Pig e PGR é non sense


Vamos supor que a CPMI não convoque a Mídia e o Gurgel; a CPMI perde a razão de ser já que Cachoeira já está preso e vai ser julgado com base nas investigações e, Demóstenes, além de já estar no Conselho de Ética, também já está denunciado no STF. Ou seja, farão a CPMI para fazer o quê?
O esquema montado pelo crime organizado funciona a partir da Imprensa; passa, forçosamente, pelos meios de comunicação que viabilizavam e legitimavam os atos da quadrilha. Isso tudo já está DITO nas gravações da PF e todo mundo já viu. O mesmo vale para o PGR, que acobertou todo o esquema. Pinçar políticos e empreiteiras é prender o matador e deixar solto o mandante.
p>Eu não acredito que os parlamentares perderão a chance de mostrar a sociedade que, diversas vezes, serviram de bodes expiatórios para que os verdadeiros corruptos ficassem resguardados. Podem, não convocar ninguém mas o país inteiro já sabe que está dominado pelo crime organizado e que, de nada adiantaria, remanejar, Gurgel ou Demóstenes. Miro Teixeira, já está prontinho para assumir o lugar de Demóstenes e qq outro PGR que entre já encontrará a casa mobiliada. 
Além disso, as coisas chegaram num ponto em que já se sabe que a grande mídia nativa trabalha em parceria com o crime organizado, para uns, a quadrilha fornece material e para outros o material é encomendado, o que vem a dar no mesmo. Ou seja, a omissão de nossos parlamentares, colocará em risco, um grande número de pessoas que denunciaram a parceria. Vale lembrar que estamos falando de bandidos, matadores e, se parlamentares e membros do judiciário, MP, etc... estão com medo de morrer, deveriam pedir licença e ir para suas casas.
O que não vale é correr agora e deixar os denunciantes na friagem. Uma grande parte do país já entendeu do que se trata e está sim, dando todo o apoio a parlamentares de todos os partidos que não caiam na tentação criminosa de fazer joguinhos partidários numa CPMI desse naipe. O que está em jogo não é o Legislativo e nem o Executivo, essa é a CPMI da Mídia e do Judiciário & Cia e suas ligações com o crime organizado. Não façamos isso, agora e, podemos esquecer todos os escândalos que já conhcemos e os que ainda vamos conhecer; jamais vamos poder saber o que foi real e o que foi criado pelo crime organizado; esqueçamos todos os julgamentos pq tb não teremos como saber em que condições foram tomadas as decisões e, por fim, esqueçamos de votar e tentar escolher candidatos, partidos, etc... pq não se enfrenta o crime organizado com votos e nem com passeatas.
No mundo do crime não existe, Imprensa, Legislativo, Executivo ou Judiciário; o que vale é a lei da bala; exceuções sumárias e vontade do bandido. O resto é embromação; falar em democracia num estado controlado pelo crime é obrigar todo o cidadão a ser um soldado do tráfico. Se não for para convocar Midiático e Judiciário, é melhor nem começar. Essa CPMI já começa com uma investigação da PF, o resultado é cadeia para os envolvidos; nos acostumamos a julgamentos na base do recorte de jornal, que, por óbvio, nunca podem dar em nada mesmo; esse caso é DIFERENTE, os envolvidos estão flagrados em atividades criminosas e já existe, veiculada, inclusive, vasta comprovação de suas participações. A omissão do CN, será, infinitamente, mais criminosa que a do PGR. Parlamentares de todos os partidos, uni-vos! A chapa vai esquentar. 

por Cristiana Castro

CPMI, a guerra: novos e velhos personagem em cena

por Bob Fernandes

A CPI do Cachoeira ainda nem começou, mas a guerra, já. Com batalhas políticas. E batalhas midiáticas, que serão ferozes. Vamos a algumas previsões, já que a mãe Dinah previu o Corinthians campeão. Esse, um exercício de futurologia baseado no que já vaza ou está embutido nas manchetes: a empreiteira Delta dará tanto ibope quanto a novela das 9 e a final da Taça Libertadores. Vai se ouvir falar muito em Cabral. Mas  não o Pedro Alvarez,  o Sérgio, governador do Rio, do PMDB. Outros governadores entrarão na dança. O baile, como estamos vendo, já foi aberto por Marconi Perillo, do PSDB de Goiás.

p>Ao final da CPI, a oposição, insatisfeita com o rumo das apurações, fará um relatório em separado. Esse relatório terá tanto destaque na mídia, ou até mais, do que o relatório oficial. A CPI vazará documentos ilegalmente. Quem não obtiver e não publicar os documentos vazados ilegalmente fará duras críticas aos vazamentos.
Em alguns momentos será intensa a troca de acusações entre partidos da oposição e partidos aliados ao governo. As acusações serão muitas e muito graves. Serão tantas que, em vários episódios, as amigas e os amigos ai em casa não conseguirão entender direito quem recebeu e quem pagou. E quem pegou o quê e de quem.
Uma pequena memória, uma ajuda para  lembrarmos personagens e temas que ressurgirão: Fernando Collor, ex-Presidente da República que renunciou para não ser derrubado por um impeachment. Atual senador, indicado para a CPI pelo PTB. Anotem: Collor irá com muuuuita sede ao pote. Terá a chance da desforra. E, de voltar para a 1ª Divisão.
Renan Calheiros, senador, do PMDB. Renan renunciou à presidência do senado para não ser cassado num escândalo. Renan não fará barulho. Mas será implacável.
ACM Neto, líder do Dem. Fará muito barulho. Sem citar, claro, o mensalão do DEM – aquele com o governador Arruda de Brasília – e sem citar também a Cachoeira do Demóstenes, fonte dessa CPI.
A oposição, com grande reverberação na mídia, citará o mensalão do PT diariamente. Mensalão que entrará em cartaz em  julgamento no Supremo Tribunal Federal. A oposição, é possível prever, lembrará ainda que 10 ministros do governo Dilma caíram por malfeitos.
Os governistas, por seu lado, puxarão o passivo tucano: o caso Sivam, de US$ 1,4 bilhão, no começo do governo Fernando Henrique Cardoso; a compra de votos para reeleição de FHC; os Grampos do BNDES, aquele escândalo na privatização do Sistema Telebras -um meganegócio de R$ 22 bilhões que derrubou um ministro e o presidente do BNDES e que, depois, agora no final do ano, terminou dando em um livro. Escândalos esses que abalaram o governo de então, mas não tiveram CPIs.
Na apuração do chamado mensalão a investigação foi profunda, mas apenas vertical. Nunca foi horizontal. Por isso, permitiu o surgimento de heróis como Demóstenes, Efraim de Morais, e outros ainda menores. A CPI do Cachoeira é enorme chance para uma investigação horizontal. Geral. Que pegue todo mundo. Chance, como se diz, de "Passar o Brasil a Limpo".
Ou, de se seguir fazendo de conta que a corrupção frequenta apenas o partido do outro.

O pig e o crime organizado



O partido mídia e o crime organizado


Image
Emiliano José
Algumas análises sobre a velha mídia brasileira, aquela concentrada em poucas famílias, de natureza monopolista, e que se pretende dona do discurso e da interpretação sobre o Brasil, pecam por ingenuidade. Pretendem conhecer sua atuação orientando-se pelos cânones e técnicas do jornalismo, como se ela se guiasse por isso, como se olhasse os fatos com honestidade, como se adotasse os critérios de noticiabilidade, como se recusasse relações promíscuas com suas fontes, como se olhasse os fatos pelos vários lados, como se recusasse uma visão partidarizada da cobertura. 

Essa velha mídia não pode ser entendida pelos caminhos da teoria do jornalismo, sequer por aquela trilha dos manuais de redação que ela própria edita, e que se seguisse possibilitaria uma cobertura minimamente honesta. Ela abandonou o jornalismo há muito tempo, e se dedica a uma atividade partidária incessante. Por partidária se entenda, aqui, no sentido largo da palavra, uma instância que defende uma política, uma noção de Brasil, sempre ao lado dos privilégios das classes mais abastadas. Nisso, ela nunca vacilou ao longo da história e nem cabe recapitular. Portanto, as clássicas teorias do jornalismo não podem dar conta da atividade de nossa velha mídia.

Volto ao assunto para tratar da pauta que envolveu o senador Demóstenes Torres e o chefe de quadrilha Carlinhos Cachoeira. É possível adotar uma atitude de surpresa diante do acontecido? Ao menos, no mínimo, pode a revista VEJA declarar-se estupefata diante do que foi revelado nas últimas horas? Tudo, absolutamente tudo, quanto ao envolvimento de Carlinhos Cachoeira no mundo do crime era de conhecimento de VEJA. Melhor: era desse mundo que ela desfrutava ao montar o que lhe interessava para atacar um projeto político. Quando caiu o senador Demóstenes Torres, caiu a galinha dos ovos de ouro.
    
Esqueçam o Policarpo. Está certo, certíssimo, o jornalista Luis Nassif quando propõe que se esqueça o jornalista Policarpo Júnior que, com os mais de duzentos telefonemas trocados com Cachoeira, evidenciou uma relação profunda, vá lá, com sua fonte; e que se ponha na frente da cena o, vá lá, editor Roberto Civita. Este, como se sabe, constitui o principal dirigente do partido midiático contrário ao projeto político que se iniciou em 2003, quando Lula assumiu a Presidência. Policarpo Júnior apenas e tão somente, embora sem nenhuma inocência, cumpria ordens de seu chefe. Agora, que será importante conhecer o conteúdo desses 200 e tantos telefonemas do Policarpo Júnior com Cachoeira, isso será. Até para saber que grampos foram encomendados por VEJA ao crime organizado.  
 
Nassif dá uma grande contribuição à história recente do jornalismo ao fornecer um impressionante elenco de matérias publicadas por VEJA nos últimos anos, eivadas de suposições, sem qualquer consistência e trabalhadas em associação com o crime. Civita nunca escondeu a sua posição contra o PT e seus aliados. É um militante aplicado da extrema-direita no Brasil, e que se dedica, também, subsidiariamente, a combater os demais governos reformistas, progressistas e de esquerda da América Latina.
    
Importante, como análise política, é que o resto da mídia sempre embarcou - e com gosto - no roteiro, na pauta, que a revista VEJA construía. Portava-se, não me canso de dizer, como partido político. Não adianta escamotear essa realidade da mídia no Brasil. O restante da velha mídia não queria checar, olhar os fatos com alguma honestidade. Não. Era só fazer a suíte daquilo que VEJA indicava. Esse era um procedimento usual dos jornalões e das grandes redes de tevê. 

Barack Obama, ao se referir à rede Fox News, ligada a Rupert Murdoch, chamou-a também de partido político, e tirou-a de sua agenda de entrevistas. Não é novidade que se conceitue a mídia, ou grande parte dela, como partido político conservador. Pode-se lembrar Gramsci como precursor dessa noção; ou, mais recentemente, Octavio Ianni que a chamava de Príncipe Eletrônico. No Brasil, inegavelmente, essa condição se escancara. A velha mídia brasileira sequer disfarça. Despreza os mais elementares procedimentos e técnicas do bom jornalismo.

Na decisão da Justiça Federal em Goiás, ressalta-se, quase que com assombro, os “estreitos contatos da quadrilha com alguns jornalistas para a divulgação de conteúdo capaz de favorecer os interesses do crime”. Esses contatos, insista-se, não podem pressupor inocência por parte da mídia, muito menos da revista VEJA que, como comprovado, privava da mais absoluta intimidade com o crime organizado por Carlinhos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres dada à identidade de propósitos.

Esse episódio, ainda em andamento, deve muito, do ponto de vista jornalístico, a tantos blogs progressistas, como os de Luis Nassif (vejam “Esqueçam Policarpo: o chefe é Roberto Civita”); Eduardo Guimarães, Blog da Cidadania (vejam “Leia a espantosa decisão judicial sobre a Operação Monte Carlo); Portal Carta Maior (leiam artigo de Maria Inês Nassif, “O caso Demóstenes Torres e as raposas no galinheiro”); Blog do Jorge Furtado (“Demóstenes, ora veja”), o Vi o Mundo, do Azenha, entre os que acessei. 

Resta, ainda, destacar a revista CartaCapital que, com matéria de Leandro Fortes, na semana que se iniciou no dia 2 de abril, furou todas as demais revistas ao evidenciar a captura do governo de Marconi Perillo pelo crime organizado de Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira. Em Goiânia, toda a edição da revista foi comprada aos lotes por estranhos clientes, ninguém sabe a mando de quem – será que dá para desconfiar?    

A VEJA enfiou a viola no saco. Veio de “O mistério renovado do Santo Sudário”, tão aplicada no conhecimento dos caminhos do cristianismo, preferindo dar apenas uma chamadinha na primeira página sobre “Os áudios que complicam Demóstenes”. Internamente, mostrou uma matéria insossa, sem nenhuma novidade, com a tentativa, também, de fazer uma vacina para inocentar o editor de Brasília, Policarpo Júnior. Como podia ela aprofundar o assunto se está metida até o pescoço com Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira?

Impunidade do crime jornalístico

Há algumas perguntas que pairam no ar. O jornalismo pode ser praticado dessa maneira, em associação explícita com o crime organizado, sem que nada aconteça aos que assim procedem? Por menos do que isso, a rede de Rupert Murdoch, na Inglaterra, enfrenta problemas sérios com a Justiça. Houve prisões e seu mais importante semanário, o News of the World, que tinha 168 anos, e era tão popular quanto desacreditado, fechou. 

E aqui? O que se fará? A lei não prevê nada para uma revista associada havia anos com criminosos de alto coturno? Creio que se reclamam providências do Ministério Público e, também, das associações profissionais e sindicais do jornalismo. Conivência com isso não dá. Assim, o crime compensaria, como compensou nesse caso durante anos.

Há, ainda, outra questão, de grande importância e que a velha mídia ignorou solenemente: um trabalho realizado primeiro pelo jornalista Marco Damiani, do Portal 247, e completado, de modo brilhante, pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, evidenciando a atuação do crime organizado de Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira na construção do que ficou conhecido como Mensalão. 

A entrevista com Ernani de Paula (ex-prefeito de Anápolis) feita por Paulo Henrique Amorim é impressionante. Ele fora derrubado da Prefeitura numa articulação que envolveu a dupla criminosa. Agora, Ernani revela o que sabe e diz que tudo o que se armou contra o ex-chefe da Casa Civil do primeiro governo Lula, José Dirceu, e contra o governo Lula, decorreu da ação consciente e criminosa de Carlinhos Cachoeira, que se insurgia contra um veto de José Dirceu à assunção de Demóstenes Torres ao cargo de Secretário Nacional de Justiça do governo, depois que ele se passasse para o PMDB.

Em qualquer país do mundo que tivesse um jornalismo minimamente comprometido com critérios de noticiabilidade, ainda mais diante do possível julgamento do processo denominado Mensalão, ele entraria fundo no assunto para que as coisas se esclarecessem. Mas, nada. Silêncio. 

É como se a velha mídia tivesse medo de que a construção da cena midiática em torno do assunto, construção que tem muito de fantasiosa e é obviamente contaminada por objetivos políticos, pudesse ser profundamente alterada com tais revelações e, inclusive, ter reflexos no julgamento que se avizinha. Melhor deixar isso confinado aos “blogs sujos” e às poucas publicações que se dedicam ao jornalismo. A verdade, no entanto, começa a surgir. Nós não precisamos mais do que dela, como dizia Gramsci. Insistamos nela. Se persistirmos, ela se imporá. Apesar do velho partido midiático.

    
Emiliano José é professor-doutor em Comunicação pela Universidade Federal da Bahia; jornalista; escritor; autor, entre outros livros, de “Jornalismo de Campanha e a Constituição de 1988”; “Imprensa e Poder – Ligações Perigosas”; “Lamarca, o Capitão da Guerrilha”; de “Carlos Marighella, o inimigo número um da ditadura militar” e de “As asas invisíveis do padre Renzo”.

Pig em pânico

O Editorial do O Globo: " Todos correm riscos com a CPI de Cachoeira ", é um primor de canalhice e hipocrisia. Cita partidos políticos, Executivo, Judiciário e empresários que temem o que pode ser revelado na CPMI. Mas, sobre a relação unha e carne entre o bicheiro e o Pig, alguma palavra? Nenhuma! Confira abaixo como age esta corja tucademopiganalhagolpista:

Todos correm riscos com a CPI de Cachoeira (Editorial)

O Globo
Diversos aspectos do escândalo surgido do relacionamento entre Carlos Augusto Ramos, o bicheiro Carlinhos Cachoeira, e o senador Demóstenes Torres (GO), ex-DEM, justificam a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) entre Senado e Câmara.
O principal deles é que não se trata apenas de vasculhar o trabalho subterrâneo de lobby executado por Demóstenes, símbolo em ruínas da ética e dos bons costumes, e o bicheiro.
O que surge da apuração da Polícia Federal na Operação Monte Carlo é uma rede, tudo indica de grande extensão, tecida por Cachoeira para capturar favores e ter influência junto a empresários, políticos e com ramificações, ao que parece, nos três Poderes.
A CPI é de fato o melhor instrumento para se tentar jogar luz nesses porões, pelo poder que tem de quebrar sigilos e tomar depoimentos.
É preciso, afinal, investigar o mais grave caso conhecido de infiltração do crime organizado nas instituições. Ele ainda não é capaz de rivalizar com ocorrências italianas de contaminação da política pelas máfias locais, mas pode ser catalogado na mesma categoria.
Todos os partidos resolveram apoiar a comissão. Seria difícil o Congresso não ter esta reação diante do teor das revelações sobre os pluripartidários contatos de Cachoeira.
Mas, como em toda CPI, a situação tentará atingir a oposição e vice-versa. E como estilhaços devem atingir quase todas as legendas, melhor — raciocina-se — participar da CPI.
Pode animar o PT que o governador de Goiás, base de Cachoeira, Marcondes Perillo, seja tucano. E, como já foi avisado que era impossível não cruzar com o bicheiro pelo menos em espaços sociais, esperam-se revelações de ecléticos contatos de Cachoeira.
Mas na primeira leva de contaminados pela proximidade com o bicheiro, além de um deputado também tucano (Carlos Alberto Leréia), está um petista (Rubens Otoni) e outro do PP, base do governo (Sandes Junior).
O potencial de estragos é tamanho que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), já teve de afastar o chefe de gabinete, Cláudio Monteiro, também apanhado pelos grampos da PF em conversas comprometedoras com a turma do bicheiro.
Até no gabinete da ministra Ideli Salvatti já houve mal-estar, com a revelação da proximidade entre o chefe de Assuntos Federativos da pasta, Olavo Noleto, do PT goiano, e Wladimir Garcez, considerado o principal auxiliar do bicheiro.
Tudo isso antes de a CPI ser instalada. Por enquanto, o PT segurou Noleto.
Prometem-se momentos de especial tensão. Até pelo tempo que Carlinhos transita nos subterrâneos da política. Lembremo-nos do vídeo gravado em 2002 em que ele é achacado por Waldomiro Diniz, então presidente da Loterj, futuro assessor de José Dirceu na Casa Civil do governo Lula.
Naquela época, já existiam intensas negociações, com a participação do PT, para a legalização do jogo, em particular bingos e caça-níqueis, especialidade dos neobicheiros como Carlinhos.
Ao ser divulgado o vídeo, em 2004, pela “Época”, foi abortada uma operação para o Congresso abençoar a jogatina. Mas este objetivo continua a ser perseguido.
Volta-se a lembrar a antiga regra das CPIs: sabe-se como começa, não se sabe como termina.
Se os desdobramentos desagradarem ao Palácio, o governo, com sua maioria, esvaziará as investigações, como já fez algumas vezes. Será um desfecho ruim, pois a CPI de Cachoeira pode ajudar na faxina da vida pública, com dedetizações em todos os partidos.

Abre o jogo Cachoeira


Por Carlos Chagas

                                               Nem a CPI mista conseguirá iluminar todas as teias da rede de corrupção armada por Carlinhos Cachoeira em diversos estados e no Distrito Federal. Suas proporções são desconhecidas e envolvem políticos, partidos e governantes de diversos matizes. Governistas e oposicionistas tremem de medo diante das revelações que a investigação da Polícia Federal acumulou e que fatalmente servirá de roteiro para deputados e senadores.
                                             
O primeiro depoimento na CPI terá forçosamente que ser do próprio bicheiro, assessorado por um dos maiores criminalistas do país, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Pela lógica, Carlinhos Cachoeira será aconselhado a falar o menos possível, quem sabe apenas nome, idade e endereço. Escapar da prisão parece sua primeira preocupação, mas também inocentar cúmplices como o senador Demóstenes Torres e esse monte de funcionários federais e estaduais envolvidos e relacionados com ele. Alguns afastados, outros afastando-se, claro que também serão ouvidos. Sem exceção, buscarão eximir-se de qualquer culpa na liberação de contratos, tráfico de influência, recebimento de propinas e sucedâneos.
                                           
As gravações da Polícia Federal, com autorização do Judiciário, servirão como peça  principal  para as indagações parlamentares, ainda que cada senador ou deputado deva  atenuar a situação de correligionários e atormentar adversários. Será nesse particular que a CPI poderá contribuir para esclarecer aspectos da lambança orquestrada à sombra do poder público.
                                              
Carlinhos Cachoeira é a bola da vez, como já foram PC Farias, Delúbio Soares, Marcos Valério e outros. Se resolvesse abrir o jogo para evitar previsíveis punições futuras, prestaria grande serviço à causa do combate à impunidade. Obviamente, só no dia em que os elefantes voarem.
                                               
Em suma, a CPI é necessária na tentativa de elucidação dessa nova maracutaia nacional,  ainda que as reuniões paralelas do Conselho de Ética do Senado venham a ser mais profícuas, na medida em que poderão chegar à cassação do mandato de Demóstenes Torres.

PT faz mobilização por CPMI do Cachoeira

Rui Falcão - presidente nacional do PT -, conclama que centrais sindicais, partidos políticos que defendem o combate a corrupção e movimentos populares se mobilizem contra o que chamou de "operação abafa" que visa impedir a realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para desvendar o escândalo Carlinhos Cachoeira. 
Ele começa sua fala dizendo que está em operação nesse momento "uma verdadeira operação abafa, uma tentativa de setores políticos e veículos de comunicação que tentam a qualquer custo impedir que se esclareça plenamente toda a organização criminosa montada por Carlinhos Cachoeira em conluio com o senador Demóstenes Torres, que já se afastou com DEM na tentativa de isolar o partido do escândalo". Assista.

Veja: Cachoeira já afogou Civita

O deputado federal de Pernambuco - Fernando Ferro [PT] - vai pedir convocação de Roberto Civita - dono da Veja - para depor na CPMI do caso Demóstenes Cachoeira.


A CPI deve mesmo ser instalada. Houve acordo entre os presidentes da Câmara e do Senado, para que seja criada Comissão Mista – com representantes das duas casas.
Importante: a CPI tem força legal para pedir ao Supremo todos os autos do processo. O STF decretou sigilo do caso. 

Correm em Brasilia boatos de que, além do diretor da “Veja”, haveria outros jornalistas da chamada grande imprensa citados nos autos. Ou seja: mais gente se banhou na cachoeira. Estranhamente, a Globo tinha solicitado acesso aos autos. Interesse jornalístico? Ou medo? No mesmo dia, o site CartaMaior também pediu acesso à íntegra do processo. O que fez o Supremo? Fechou tudo.

Agora, a CPI pode lançar luz sobre tudo que está lá. A situação mais complicada, não resta dúvida, é a da editora Abril. Há 8 anos, a “Veja” abre espaço para todo tipo de “operação” jornalística. Colunistas fanfarrões e irresponsáveis (um deles até fugiu do Brasil) chafurdam na lama, repórteres são “obrigados” (!) a provar teses malucas (como a de que o PT trouxe dinheiro de Cuba em caixas de whisky, para ajudar na campanha de Lula), e a revista abre espaço para capas lamentáveis – como aquela em que Lula levava um chute no traseiro, ou aquela outra (“barriga” monumental) em que a Veja comemorava a queda de Chavez em 2002, no momento exato em que o presidente da Venezuela debelava o golpe e voltava ao poder nos braços do povo.

Essa foi a “obra” dos comandados de Bob Civita. A cereja no bolo é a relação promíscua com Cachoeira. Bob Civita corre o risco de virar um Murdoch. A “Veja” se banhou na Cachoeira, com mais de 200 telefonemas. A “Veja” também teria-se abastecido com arapongas de Cachoeira para criar o “Mensalão”? Foi o que disse o ex-prefeito de Anapolis a PH Amorim, na Record.

Hoje,  Hildegard Angel lembra o que Bob Jefferson disse, em sua defesa ao STF: o “Mensalão” não era bem um mensalão. Era o que? ”Força de expressão”?
E agora?

Eu diria que, dos dois Bobs, Jefferson está em melhor situação. Bob Civita é quem corre risco de se afogar na cachoeira de lama para onde a Veja  tentou arrastar o Brasil.

CPMI investigará caso Cachoeira

Os presidentes da Câmara [Marco Maia PT] e do Senado [José Sarney] firmaram um acordo para criar uma CPI mista para investigar o caso Carlinhos Cachoeira.

“Não há por que haver uma CPI na Câmara e outra no Senado se é possível a construção de uma CPI mista” disse Marco Maia. 

Ele defende que a cpi “ cumpra a tarefa de investigação desse caso envolvendo Cachoeira com parlamentares, pessoas do Executivo, do Judiciário e também com pessoas ligadas à imprensa. Defendemos uma CPMI ampla para desvendar o que de fato ocorreu.”


“Como há um entendimento entre os presidentes das duas Casas e há um posicionamento claro dos líderes, acredito que não teremos nenhum problema na tramitação dos procedimentos legais para a instalação dessa CPI”, disse Marco Maia aos seus pares.

O Pig não manchetou

CPMI do MST é encerrada; nada foi encontrado

CPMI do MST é encerrada; nada foi encontrado

Foi formalmente encerrada a CPMI - Comissão Parlamentar Mista de Inquérito - do MST -  Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra -. 

A instância criada pelos ruralistas para vasculhar as contas do movimento foi coberta com uma pá de cal no último dia 31 de janeiro, sem que o relatório final fosse submetido à votação dos membros da comissão.