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Economia - Bolsa Família tem efeito multiplicador


Quebrando mitos
Os recursos destinados ao Bolsa Família não beneficiam apenas quem os recebe, mas toda a economia brasileira. O programa tem efeito multiplicador de R$ 2,40 sobre o consumo final das famílias, por isso, setores como comércio e serviços são os mais contemplados.
Segundo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), desde que o auxílio foi implementado, a renda dos mais pobres cresceu em torno de quatro vezes mais do que a dos mais ricos. Em 10 anos, o programa ajudou a reduzir 28% da pobreza do país, superando em 70% o patamar estabelecido pela meta do milênio da Organização das Nações Unidas (ONU).
BF economia
A participação dos beneficiados pelo Bolsa Família na População Economicamente Ativa (PEA) é de 68,3% – maior do que a média nacional, de 67,2% –, aponta pesquisa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, ressalta que o custo-benefício é a maior vantagem do modelo brasileiro de transferência de renda condicionada. “O orçamento do Bolsa Família corresponde a apenas 0,5% do PIB e cada R$ 1 transferido para as famílias se transforma em R$ 1,78 na economia do país”.

A desconexão com realidade

O samba do criolo doido tem mais senso que os lobbystas do pig. Abaixo um exemplo do que os miquinhos amestrados escrevem por encomenda dos patrões:


Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), caiu em janeiro de 2011, quando Wellington Moreira Franco assumiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), ministério ao qual o Instituto está subordinado. Tem mais: Marcio Pochmann censura pesquisas no Instituto desde que tomou posse em 2007. Sob sua direção, o órgão caracteriza-se pelo chapabranquismo militante. Acha pouco? Agora Pochmann vetou o nome de seu sucessor, indicado pela presidenta Dilma Rousseff que, em represália, vetou os nomes apresentados pelo economista e impôs um nome de preferência de Aldo Rebelo, que ainda não havia entrado na história. Depois disso, Moreira Franco indicará um interino em caráter definitivo.


A trama pode continuar indefinidamente. Nada disso corresponde aos fatos, mas tudo foi registrado pelos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Correio Braziliense e Valor Econômico. Se os fatos não forem bem assim, problema dos fatos. A desconexão com a realidade ultrapassa a linha do ridículo.



Saúde

Nesta semana, na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, o ministro da Saúde Alexandre Padilha tocou em dois pontos vitais que merecem destaque: a necessidade de urgente reformulação do SUS e a questão dos medicamentos distribuídos gratuitamente no país.

Padilha compareceu à Comissão para esclarecer questões relativas a fraudes e falta de fiscalização no setor levantadas pelo ministro Jorge Hage, da Controladoria-geral da União (CGU). Suas explicações, no entanto, foram um verdadeiro raio X da área da saúde no Brasil.

“Nosso principal problema, que é igual ao dos outros países que têm um sistema público de saúde, é o tempo de espera para o atendimento”, reconheceu o ministro.

Infelizmente, e o ministro Padilha sabe disso, esse é um problema que se alastra, também, para os detentores de planos e convênios médicos particulares. Estão precisando marcar com grande antecedência e estão esperando meses para serem atendidos.

O problema se alastra também para os convênios médicos

O ministro reconheceu que o Sistema Único de Saúde (SUS) - criado pela Constituição de 1988 - precisa ser reformulado porque a sociedade brasileira também mudou - e muito - neste período. “A mudança provocada pela redução da taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida modificam as prioridades (na saúde) com o crescente envelhecimento da população”, lembrou Padilha.

Hoje, segundo o ministro, são feitas 3,5 bilhões de consultas e procedimentos ambulatoriais e 11 milhões de internações por ano pelo sistema público. Ele citou, também, os dados de levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que aponta haver uma diferença grande de opinião entre os que são e os que não são atendidos pelo SUS, quanto à qualidade dos serviços.

Vocês se lembram deste levantamento: 58% dos pacientes do sistema entrevistados consideram o atendimento “bom”; 13%, “muito bom”; 22% ruim; e 7% “muito ruim” (leiam, mais  Aqui

Economia

Os analistas econômicos acabam de ganhar uma importante ferramenta de avaliação da economia. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou hoje a primeira edição do Sensor Econômico, um boletim mensal onde 30 entidades do setor empresarial registram suas expectativa de indicadores econômicos e sociais. Até agora, o que havia de previsão eram apenas os boletins Focus, do Banco Central, que captava as expectativas do mercado financeiro. E o mercado financeiro, vocês sabem, não prega prego sem estopa.

Os dados mais importantes revelados na primeira pesquisa são todos mais positivos que as previsões dos agentes financeiros registradas no Focus: a inflação ficaria em 5,9% 5, o PIB cresceria 4,5% (no Focus, a previsão é 4%) e a geração de novos empregos alcançaria 2 milhões de novos postos de trabalho, contra 2,4 milhões no ano passado, o melhor ano desde que a criação de novos empregos passou a ser medida.
Com o emprego “bombando”, o país tem que dar cada vez mais atenção à educação, pois as próprias empresas estão apontando a falta de profissionais qualificados para ocupar as vagas abertas. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada hoje mostra que 94% das empresas consultadas aponta a contração de operadores e técnicos como sua maior dificuldade.
Além da qualidade da educação geral – e hoje o STJ julga o pedido de inconstitucionalidade da lei do piso salarial dos professores, um absurdo! – é preciso atacar a questão do ensino profissional, imediatamente. Se algumas empresas – especialmente a Petrobras, com o Prominp – estão fazendo a sua parte, o setor empresarial como um todo tem de engajar o Senai e o Senac numa cruzada de qualificação  de mão de obra, e já. Os cursos – muito bons – de ambas as instituições têm, em geral, um custo proibitivo para os trabalhadores mais pobres.

Direito de resposta

IPEA ganha disputa na Justiça; “O Globo” acha que manda no Brasil – não manda! Juliana Sada


A Justiça concedeu ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) direito de resposta no jornal “O Globo”, por matérias publicadas nos dias 22 e 24 de agosto. De acordo com o IPEA, as reportagens continham inverdades e ofendiam a honra do Instituto.

No dia 22 de agosto foi publicada, com chamada na primeira página, uma matéria com o título “Governo faz do IPEA máquina de propaganda, com alto custo para cofres públicos”, na qual o jornal afirma que “estudos [do Instituto] são produzidos para exaltar realizações do governo Lula e têm sido usados na campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff”. Afirma ainda que os estudos são produzidos sem rigor técnico e que o Instituto é “braço de articulação de uma política externa movida pela ideologia”. Já no dia 24, o jornal entrevistou “especialistas” para reforçar os argumentos apresentados na reportagem anterior.

Determinou-se que o Instituto tem direito de resposta nos mesmos dias e formatos em que foram publicadas as matérias consideradas ofensivas. A Justiça afirmou que “o direito de resposta surge para o ente público quando a crítica, qualificada como ofensa, atinge a honra objetiva do órgão mediante a publicação de texto sem embasamento fático”.
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NOTA DO ESCREVINHADOR
O IPEA foi diplomático demais ao dizer que ”O Globo” publicou “inverdades”. Esse Escrevinhador prefere ser mais direto: “O Globo” publicou mentiras. Simples. Trata-se de campanha orquestrada pela família Marinho contra a gestão de Márcio Pochmann – um economista respeitável, que não briga com os números, mas também não reza pela cartilha dos “mercadistas” amigos da Miriam Leitão.
“O Globo” elege amigos e inimigos. Aos segundos, como foi o caso de Brizola nos tempos de governador, trata com a falta de sutileza que a Casa Grande costumava dispensar à Senzala. Mas os tempos de Brasil senhorial vão ficando pra trás. “O Globo” não percebeu. Acha que pode administrar o IPEA com editoriais e manchetes forjadas. Não pode mais. E não pode publicar impunemente mentiras sobre uma instituição pública.
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Um abismo chamado educação…


O nome do jogo é qualidade. A batalha do ensino, que define o futuro dos meninos, vai ser decidida dentro da sala de aula

Fernando Dantas – O Estado de S.Paulo

No próximo governo, a parte mais importantes da política social pode ser a que vai tratar de educação. Uma das principais explicações sobre por que o crescimento econômico nesta década tem sido tão favorável aos pobres – a renda do trabalho da base da pirâmide cresce muito mais rápido do que a do topo – é a redução das desigualdades educacionais no Brasil. Que, ainda assim, permanecem gigantescas.
Para manter e acelerar essa melhora, o novo presidente terá de investir bem mais na qualidade da educação no ensino básico. Até agora, o avanço tem sido mais na escolaridade média, medida em anos de estudo, e não no nível de aprendizado dos alunos.
Pode parecer surpreendente que um País com qualidade sofrível de ensino na rede pública esteja reduzindo diferenças educacionais ao ponto de estreitar a diferença de renda entre ricos e pobres. Mas o especialista Naércio Menezes, professor e coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, garante que é isso mesmo:
“Quando colocamos quase todas as crianças no fundamental – um processo iniciado na década de 90 – e elas começaram a chegar em maior número ao ensino médio, e a se matricular no ensino superior, a desigualdade começou a cair. Isso ocorreu mesmo sem melhora efetiva da qualidade da educação, só pelo acesso.”
O efeito da escolarização no mercado de trabalho pode ser medido, explica Menezes, pela redução dos diferenciais de renda associados à educação. Quando a qualificação é escassa, o seu preço sobe. No Brasil, esses diferenciais são muito grandes, revelando que ainda persiste um abismo de diferenças educacionais.
Ainda assim, o “prêmio” salarial pelo diploma universitário começou a recuar a partir de 2005, e o relativo ao ensino médio já encolhe desde 2002 – não por coincidência, momento muito próximo do início da redução mais intensa da desigualdade da renda do trabalho nos últimos anos. Segundo Naércio, o único diferencial educacional que ainda está crescendo é o da pós-graduação.
O impulso educacional na redução da desigualdade deve continuar nos próximos anos, por inércia, à medida que sucessivas gerações cheguem ao mercado de trabalho com um nível cada vez maior de anos médios de estudo (hoje está por volta de 7,5 anos, para a população de 15 ou mais de idade).
Esse é um efeito, porém, que pode diminuir, na proporção em que o País vá completando o trabalho de universalizar a educação básica. Dessa forma, o ataque à má qualidade do ensino público será cada vez mais importante. A boa notícia é que os especialistas já começam a enxergar a luz no fim do túnel também no front da qualidade, embora os avanços sejam muito tênues.
O economista Fernando Veloso, especialista em educação do Ibmec, no Rio, acha que, como no caso da política macroeconômica, há uma linha de continuidade na política educacional de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio Lula da Silva. Ela consiste basicamente na montagem de um amplo sistema de avaliação de escolas.
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), um exame de avaliação de Português e Matemática no ensino fundamental, existe desde 1990. Foi em 1995, porém, que o Saeb passou por uma reformulação metodológica que o tornou comparável ano a ano – o que permite avaliar a melhora ao longo do tempo.
“Foi uma mudança fundamental”, diz Veloso. Ainda no governo Fernando Henrique, foram criados o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)e o Provão, para avaliar as universidades (descontinuado durante o governo Lula, que estabeleceu um outro sistema de avaliação do ensino superior).
No início do prmeiro mandato de Lula, o enfoque na avaliação pareceu ameaçado, mas ele foi retomado ainda em 2005, com Tarso Genro como ministro da Educação, quando foi criada a Prova Brasil, um exame censitário (para todos os alunos) que avalia o ensino de Português e Matemática na 4ª e 8ª séries do fundamental em todas as escolas públicas urbanas do Brasil (com mais de 20 alunos nas séries avaliadas).
Com a chegada de Fernando Haddad ao Ministério da Educação, em julho de 2005, a opção pela avaliação como eixo da política educacional cristalizou-se. Em 2007, o sistema se sofisticou com a criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), um indicador divulgado a cada dois anos que classifica todas as escolas públicas da Prova Brasil. No caso, combinando o resultado neste exame com a “taxa de rendimento escolar” (que leva em conta a aprovação e a evasão).
O Ideb também estabeleceu metas anuais de melhora, até 2021, para cada escola pública, cada município e cada unidade da Federação. O objetivo mais geral é que o Brasil chegue em 2022 ao nível médio atual de qualidade de educação dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a maioria dos quais é rica. O Ideb prevê suporte federal para as redes e escola com piores resultados.
Todo esse arcabouço de avaliação de qualidade de ensino, e mais o teste internacional Pisa – no qual o Brasil é comparado com um grupo de países, basicamente os da OCDE, e tem ficado nas últimas colocações -, tiveram o desagradável mérito de revelar em detalhes o quadro lamentável da educação brasileira. Como explica Menezes, as avaliações mostraram queda da qualidade de ensino entre 1995 e 2001, mas que pode ser explicada basicamente pelo ingresso no sistema educacional de contingentes que estavam fora. “Quando o pessoal é absorvido, começa a haver um melhora”, adverte.
A partir de 2003, nota-se algum avanço, mas lento e concentrado nos níveis iniciais do fundamental, refletindo-se nas avaliações da 4ª série. Mais recentemente, o Ideb também mostrou sinais positivos na 8ª série, mas a melhora da qualidade do ensino médio tem sido mínima.
O grande desafio para o próximo governo, segundo Veloso, é aprender a utilizar o mapa das avaliações para se chegar a uma qualidade superior de ensino. Uma dificuldade adicional para o governo federal é que, devido à estrutura federativa do Brasil, a educação básica é atribuição de Estados e municípios, e há muitos limites ao que Brasília pode fazer de forma centralizada.
Para o especialista, o governo federal pode atuar incentivando e financiando inovações, avaliando e disseminando informações sobre experiências de sucesso e criando um arcabouço institucional que permita maior autonomia na gestão escolar.
A ideia é que o sistema de avaliações irá paulatinamente emitindo sinais sobre o que dá certo ou não nas dezenas de milhares de escolas brasileiras. A partir dessa base de informações, escolas, cidades e Estados, com o eventual apoio de Brasília, buscarão copiar e adaptar para si as soluções mais bem sucedidas reveladas pelo sistema de avaliação.
Na verdade, esse é um processo que já começa a acontecer. A ideia de oferecer bônus por desempenho de professores, por exemplo, espraiou-se pelos Estados de São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e a cidade do Rio de Janeiro.
Um exemplo bem concreto de como um bom projeto pode replicar-se são as escolas de ensino médio em tempo integral em Pernambuco, uma iniciativa do empresário Marcos Magalhães que se transformou em política pública. Agora, a secretária de Educação do município do Rio, Claudia Costin, resolveu adotar uma iniciativa parecida a partir de 2011, o chamado Ginásio Carioca, para o segundo segmento do fundamental, que vai da 5ª à 8ª série.
Tanto no caso de Pernambuco quanto no projeto do Ginásio Carioca há características, como cargas horárias de ensino elevadas e bônus por desempenho a professores (combinados com maior cobrança de resultado), que já se provaram eficazes nos Estados Unidos, em escolas voltadas a alunos de famílias carentes, que já chegam à sala de aula com uma imensa defasagem criada pelo ambiente familiar. Outra característica das duas experiências brasileiras é o trabalho em tempo integral dos professores, raro no País.
Os especialistas apontam diversos outros gargalos e problemas na trajetória de melhora da qualidade da educação no Brasil. Uma questão fundamental, principalmente para os alunos das famílias carentes, é a creche. Outro, a pré-escola. Já está amplamente comprovado, particularmente pelo trabalho de James Heckman, prêmio Nobel de Economia, que a intervenção para reduzir as defasagens educacionais é tão mais eficaz quanto mais prematura ocorrer.
Em termos quantitativos, o Brasil tem feito progressos nessa área. O porcentual de crianças de 4 e 5 anos na pré-escola subiu de 40% para 75% desde a década de 90. Menezes nota que é animador o fato de que, em Estados do Nordeste como Piauí e Ceará, aquele proporção chega a 90%.
Veloso observa, entretanto, que os estudos de Heckman indicam que não basta ter creches, que muitas vezes não passamde “depósitos de criança”. É preciso uma intervenção bem planejada, com professores treinados para estimular crianças pequenas.
A lista de pendências na educação brasileira é grande, e inclui questões como a repetência, a qualidade dos professores, os cursos de pedagogia (excessivamente teóricos, na visão de Veloso e Menezes)e, no ensino superior, uma definição mais clara da estratégia – Ricardo Paes de Barros, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nota que o Pró-Uni, que distribui bolsas para pobres em universidades privadas, e a expansão da rede de universidades públicas, onde ricos têm mais facilidade de ingressar, são iniciativas quase contraditórias.
Existe ainda a questão dos gastos totais em Educação, que atingiram 4,7% do PIB em 2008, num grande avanço em relação aos 3,9% de 2005. Essa proporção deve aumentar, com a recente retirada dos gastos de educação da esfera remanejável pelo esquema da Desvinculação de Recursos da União (DRU).
Apesar da extensa e difícil agenda, há um relativo otimismo quanto às perspectivas da educação no Brasil, baseado exatamente na continuidade de política pragmáticas e orientadas por resultados, que prevalece desde a década de 90.
Menezes nota, porém, que ainda há muita gente na área de Educação que é contrária à cultura de avaliação, de indicadores e de comparar escolas. O maior risco, para ele, “é retroceder a uma política exclusivamente de demandas fáceis, como aumentar gastos com educação e salário de professores”. Isso não significa ser contra essas políticas, mas sim ter claro que a melhora da qualidade da educação está intimamente ligada à melhora da qualidade do gasto com educação.

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Lula responde

Luciano Carlos Pereira, 26 anos, professor de inglês de Campinas (SP) - A sua promessa com o Fome Zero era a de que cada pessoa tivesse três refeições por dia ao final do seu governo. Podemos acreditar que esse resultado esteja ocorrendo ou um dia aconteça?

Presidente Lula - Luciano, isso já está acontecendo. A fome não é mais um flagelo no País e, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), se continuarmos crescendo com a mesma ênfase nas políticas sociais que estamos desenvolvendo, a pobreza extrema será totalmente erradicada no Brasil por volta de 2014. De 2003 a 2008, 24 milhões de brasileiros superaram a pobreza. O Fome Zero contribuiu extraordinariamente para esse resultado, com suas 45 ações e 13 programas que visam garantir o direito à alimentação e erradicar a extrema pobreza. Além da criação do Bolsa Família, o Fome Zero fortaleceu e articulou programas para integrar a produção de alimentos da agricultura familiar com a alimentação escolar, os restaurantes populares e as ações de assistência social. Vários índices que medem a desnutrição infantil mostram que ela caiu para quase um terço do que era em 2003. Você sabe que um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), definidos por 191 países no âmbito da ONU, é reduzir à metade, até 2015, o índice de pessoas vivendo na extrema pobreza. Em 1990, ano base do desafio, um em cada quatro brasileiros estava vivendo nessa condição. Quando assumimos o governo, o índice estava em 12% e baixou para 4,8% em 2008. De lá para cá avançamos mais, com nossas políticas sociais, com aumento real de mais de 70% no salário mínimo e a criação de mais de 13 milhões de empregos com carteira assinada em sete anos e meio.

Lúcia Castelo Branco R. Campelo, 40 anos, presidente do Lar de Maria, de Teresina (PI) - A Portaria de n° 39/2006 impõe barreiras burocráticas irreparáveis para os pacientes. Por que a União não procura resolver o problema dos pacientes que necessitam de procedimentos médicos de alta complexidade em outros estados?

Presidente Lula - A Portaria que você cita, de 2006, foi revogada, em 2009, pela Portaria 258. O novo texto objetiva otimizar as atividades da Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC) e das Centrais Estaduais de Regulação da Alta Complexidade (CERACs), em relação aos procedimentos não-urgentes, fora do domicílio. Com a mudança, há maior agilidade para o encaminhamento dos pacientes. A ideia foi aprimorar a prestação do atendimento, independentemente do estado em que o paciente resida. A CNRAC usa um sistema informatizado para identificar as unidades hospitalares, nos 26 estados e no Distrito Federal, aptas a realizar o procedimento indicado. A finalidade é garantir um atendimento mais eficiente aos pacientes que necessitem de procedimentos não-urgentes nas especialidades de Oncologia, Cardiologia, Traumato-ortopedia, Neurologia e Gastroenterologia.

Leandro Correa, 23 anos, empresário (RJ) - O governo ajudou as vítimas do terremoto no Haiti enviando dinheiro. O governo fez o mesmo, nas mesmas proporções, às vítimas das enchentes no Nordeste?

Presidente Lula - Leandro, o governo agiu com enorme rapidez para socorrer as vítimas das enchentes em Alagoas e Pernambuco. Nós mobilizamos imediatamente 11 ministérios e vários órgãos governamentais. Entre diversas outras ações, destacamos a liberação de R$ 550 milhões para socorro emergencial e o envio de 86 mil cestas de alimentos, de 23 quilos cada uma, e 13 mil kits de abrigamento. Nos hospitais das Forças Armadas foram realizados mais de 16 mil atendimentos. O Ministério da Saúde enviou 16 toneladas de medicamentos e insumos, além de 700 mil doses de vacinas. Autorizamos o saque do FGTS e antecipamos os pagamentos dos benefícios da Previdência e do Bolsa Família. O Ministério das Cidades colocou à disposição R$ 150 milhões para a reconstrução das casas, tendo como plataforma o Minha Casa Minha Vida. Essas e diversas outras medidas foram tomadas com a rapidez necessária para o atendimento emergencial e para a reconstrução das cidades e da vida das pessoas atingidas. No caso do Haiti, o Brasil tinha o dever de socorrer aquelas vítimas, não apenas por solidariedade, mas também por ser o País que coordena a missão de paz da ONU. O terremoto afetou 3 milhões de pessoas e causou entre 100 mil e 200 mil mortes. No caso do Brasil, é obrigação do governo dar assistência.

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O compromisso e o desafio do governo Dilma

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É compromisso de governo de Dilma Rousseff - candidata do presidente Lula, do PT e dos partidos da base aliada - levar à prática a previsão contida em estudo sobre pobreza e miséria feito pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA). 


A pesquisa mostra que o Brasil pode superar a miséria até 2016 e diminuir a taxa nacional de pobreza absoluta (rendimento médio domiciliar per capita de até meio salário mínimo por mês). 

Dilma assume esse compromisso e tem todas as condições de fazer o que se propõe. 

O Brasil pode e vai criar nos próximos quatro anos de governo dela 10 milhões de empregos, e avançar nas obras de infraestrutura social, saneamento, habitação, transportes, na construção de 10 mil creches e centros poliesportivos, culturais e de inclusão digital. Continua>>>
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Brasil pode acabar com pobreza extrema na próxima década

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acredita que o Brasil poderá eliminar, nos próximos dez anos, os problemas de pobreza absoluta e extrema. As conclusões constam do Comunicado do Ipea 58, divulgado hoje pela instituição.
“Para isso, a combinação do crescimento econômico com avanços sociais observada no período recente precisa ser aprofundada, com o necessário aperfeiçoamento de políticas públicas de alcance nacional, sobretudo daquelas voltadas ao atendimento das regiões e Estados menos desenvolvidos”, diz o texto divulgado pela instituição.
O estudo mostra – com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), Contas Nacionais e Contas Regionais, todas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – que, entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de pessoas saíram da pobreza absoluta, configurada pelo rendimento médio domiciliar per capita de até meio salário mínimo mensal.
No mesmo período, outras 12,1 milhões deixaram a pobreza extrema, que engloba as pessoas que vivem com rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo por mês. Em termos percentuais, a taxa de pobreza absoluta passou de 43,4% para 28,8% da população, enquanto a pobreza extrema caiu de 20,9% para 10,5%.
Mas o Ipea ressalta que o crescimento econômico não se mostra suficiente para elevar o padrão de vida de todos os brasileiros. Isso porque a redução da pobreza nos últimos anos, apesar de expressiva, foi desigual entre as diferentes regiões do país.
No Sul, por exemplo, a pobreza absoluta caiu 47,1%, enquanto a pobreza extrema recuou 59,6%. Já no Norte, a pobreza absoluta retrocedeu 14,9% e a pobreza extrema caiu 22,8%.
“Por isso, ganha maior relevância o papel do Estado – em suas distintas esferas governamentais e concomitantemente às instituições da sociedade civil – na execução de uma política nacional de desenvolvimento que possibilite ao país enfrentar todos os problemas de ordem social”, diz o Ipea.
Rafael Rosas - Valor

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Etanol tem potencial para ajudar ainda mais no desenvolvimento do Brasil

O etanol pode ter um papel ainda mais importante no desenvolvimento do Brasil, mas o setor precisa enfrentar algumas barreiras como o protecionismo. 


Um relatório do Instituto de Pesquisa Aplicada aponta que o mercado internacional de etanol tem potencial para crescer muito e chegar a 200 bilhões de litros na próxima década. 


Nesse cenário, o Brasil, maior produtor e exportador mundial do produto, pode aumentar a safra atual, de 25 bilhões de litros, e impulsionar ainda mais o crescimento da economia, de acordo o técnico de planejamento e pesquisa do IPEA, Gesmar Santos.

Investimento público em relação ao PIB é o maior em 15 anos


Serra enxerga o algueiro no olho do governo Lula/PT e não enxerga a trave do governo FHC/PSDB do qual ele participou.

Ele disse ontem na CNI: " Somos o penúltimo país na taxa de investimento governamental. Só perdemos para o Turcomenistão." ...

Aí vem oIPEA e mostra o retrato. Confiram abaixo:

 UOL 

Em 2009, o investimento do setor público brasileiro em relação ao PIB bateu recorde dos últimos 15 anos, segundo levantamento apresentado nesta quarta-feira pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão ligado ao governo federal.

No ano passado, o investimento público atingiu 4,38% do PIB (Produto Interno Bruto, o total das riquezas produzidas no país). Em dinheiro, isso representou R$ 137,4 bilhões.
Esses números incluem os investimentos feitos pelas empresas estatais. Normalmente, esses cálculos consideram somente o desembolso da União, mas o Ipea defende a soma de outros elementos.
“O mais correto seria levar em consideração também os investimentos das empresas estatais (sobretudo federais). Não menos importantes são as transferências de recursos da União para estados e municípios destinadas à realização de obras públicas”, destaca o estudo distribuído pelo Ipea.
O levantamento do Ipea para o cálculo do investimento do setor público considerou o investimento empenhado e liquidado no exercício, adicionado dos restos a pagar liquidados no exercício.
Para o item investimentos da União, foram utilizados apenas os investimentos realizados diretamente pelas instituições federais, excluindo-se as transferências a Estados e municípios.
Foram classificados como investimentos dos Estados e municípios os realizados diretamente por esses entes da Federação, inclusive aqueles em que foram utilizados recursos originários da União (transferências da União).
O peso das estatais federais no volume total de investimentos do governo tem se acentuado desde 2004/2005, segundo o Ipea, chegando proximo de 2% do PIB. Em 2003 as estatais federais investiram R$ 18,7 bilhões, enquanto em 2009 foi alcançada a cifra de R$ 59,8 bilhões.
A participação de Estados e municípios assume uma importância expressiva também a partir de 2004/2005. Em 2003, Estados e municípios investiram R$ 22.992 milhões, tendo evoluído para R$ 57.719 milhões em 2009, incluindo-se nesse montante as transferências federais.

Estudo aponta necessidade de R$ 185 bilhões para rodovias


    A malha rodoviária brasileira foi sucateada ao longo de 25 anos. Os investimentos foram suspensos no início da década 1980 e só retornaram perto da virada do milênio nos trechos concedidos à iniciativa privada e pedagiados. Dinheiro público, de orçamento, as estradas só voltaram a receber no Governo Lula, com o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC. E em volumes muito inferiores aos R$ 185,5 bilhões que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) estima como necessários para atender a demanda do país.
    No estudo Rodovias Brasileiras: Gargalos, Investimentos, Concessões e Preocupações, divulgado ontem, a equipe do Ipea reconhece que a retomada dos investimentos, ainda que modesta, já se reflete numa melhora acentuada nas condições gerais das estradas entre os anos de 2005 e 2009, conforme constatou a pesquisa de campo da Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Mas o ritmo de crescimento de uma economia altamente dependente do modal rodoviário – 70% de toda carga que circula pelo país viaja em caminhões – exige muito mais, como explicou o coordenador de Infraestrutura Econômica do Ipea, Carlos Campos.
    “O primeiro desafio é colocar a malha rodoviária já existente em condições de atender as demandas dos usuários. Isso implica na recuperação de piso e sinalização, adequação e duplicação de trechos, obras que demandarão recursos da ordem de R$ 144,18 bilhões. Para construção e pavimentação serão necessários outros R$ 38,5 bilhões. As pontes e viadutos que identificamos como necessários custarão R$ 830 milhões”, enumerou o economista.
    O PAC, de acordo com o estudo, cobre aproximadamente 13% das demandas identificadas, das quais 7% se referem a recuperação e duplicação de vias.
    “O programa é um grande avanço em relação ao que vinha sendo feito, que era praticamente nada. Mas ainda é insuficiente em relação à degradação que houve na malha rodoviária brasileira, em consequência de 25 anos sem investimentos”, avalia Campos.
    O estudo do Ipea também analisa os cenários prováveis com o fim dos contratos de concessão rodoviária, a partir de 2015. O instituto propõem mudanças nas regras para as futuras concessões e sugere que se adote um modelo mais simplificado e com prazos menores, mais compatíveis com as mudanças na economia.
    O Brasil tem 170.000 quilômetros de estradas pavimentadas, 9% das quais concedidas à iniciativa privada, o que é um percentual muito superior à média mundial de 2%.
LÚCIA LEÃO

Brasil supera meta de reduzir extrema pobreza


Vinte e sete milhões e trezentos mil brasileiros ultrapassaram a linha de extrema pobreza. O índice de moradores do País nesta situação baixou – entre 1990 e 2008 – de 25,6% para 4,8%, uma redução de 81%.
Com isso, o País supera o primeiro e principal Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que estipulou como meta para o mundo erradicar a fome e reduzir pela metade, até 2015, a extrema pobreza registrada em 1990.
Os resultados revelam também que o Brasil foi além, e ultrapassou a própria meta estipulada pelo País de diminuir em 75% a taxa de extrema pobreza. Os dados constam da quarta edição do Relatório Nacional de Acompanhamento do ODM, que tem outros sete objetivos: Universalizar a educação primária; Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; Reduzir a mortalidade na infância; Melhorar a saúde materna; Combater o HIV/AIDS, malária e outras doenças; Garantir a sustentabilidade ambiental, e Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.
O Brasil (no Governo Lula) tem cumprido todas as metas do ODM
O documento, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado nesta quarta-feira (24/3), descreve que, de 1990 a 2008, enquanto a população brasileira cresceu de 141,6 milhões para 186,9 milhões, a população extremamente pobre (que vive com até 1,25 dólar por dia) decresceu de 36,2 para 8,9 milhões de pessoas. “A pobreza extrema no Brasil, hoje, é menos de um quinto da pobreza extrema de 1990. A desigualdade caiu bastante e pode cair ainda mais”, informa o relatório. E acrescenta: “Se o ritmo da redução se mantiver nos próximos anos, a pobreza extrema será erradicada do Brasil por volta de 2014.”
Para o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, essa conquista do País é resultado dos investimentos do governo de presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 
“Só o nosso ministério terá um orçamento de R$ 39 bilhões este ano, dinheiro destinado aos pobres. Além do MDS, outras ações com o Pronaf ( Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar), Luz para Todos e Economia Solidária estão fazendo a diferença”, ressaltou o ministro.