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Especulação dá S & P tem o dedo dos EUA

Do Independência Sulamericana

A Casa Branca está por trás do choque especulativo da Standart And Poor's contra o governo Dilma

O Brasil incomoda por que vai bem, obrigado, num mundo em crise.

O que se pode deduzir das palavras bastante diplomáticas proferidas pelo consultor e jornalista Paulo Sotero (foto), diretor do Brazil Institute of the Woodrow Wilson International Center for Scholars, na Comissão de Relações Exteriores do Senado, na quinta feira, 04, é que, como diria o Barão de Itararé, há muita coisa no ar além dos aviões de carreira.

Sotero, ex-correspondente do jornal O Estado de São Paulo, em Washington, um especialista formado em história, pela USP, profissional experimentado, destacou que são grandes as insatisfações da comunidade econômica e financeira americana com a situação criada pela suspensão da visita da presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos, no segundo semestre do ano passado, devido ao episódio Snowden.

A espionagem americana, da NSA, bisbiblotou a vida da titular do Planalto, assim como a de diversos outros mandatários pelo mundo afora, e teve o troco inusitado na reação dilmista, que serviu de base para o comportamento geral dos líderes políticos, de reagirem para além dos métodos sofisticados da diplomacia.

Ângela Merkel, líder alemã, chiou.

Francois Hollandé, lider francês, idem.

A comunidade europeia reagiu forte.

Dilma, na verdade, fez escola.

Marcou ponto político importante, sendo a primeira a mostrar-se enérgica com os métodos fascistas de Tio Sam, na área da inteligência.

A ONU vocalizou favoravelmente a atitude da presidenta brasileira.

Não, apenas, suspendeu a visita oficial que faria a Obama, quando estava previsto lançamento de marco importante nas relações dos dois países, colocando elas num novo patamar de prioridades, de acordo com os mais altos interesses norte-americanos, no continente sul-americano, tendo o Brasil como alavanca continental, na linha de torná-lo ponto de equilíbrio em meio às tensões políticas nacionalistas que se ampliaram na América do Sul, nos últimos dez anos etc.

O que deixou a Casa Branca abalada foi que logo após a suspensão da visita, Dilma anunciou a compra de aviões da Suécia, deixando virar fumaça as esperanças dos americanos de se tornarem clientes do Brasil, nessa área.

Daí em diante azedou tudo.

Os empresários americanos, afirmou Sotero, perderam negócios da ordem de 6 bilhões de dólares, no Brasil, desde a decisão dilmista.

Os canais de entendimento comercial, embora independam, muitas vezes, das relações político-diplomáticas, relacionando-se, quase sempre, nas vantagens das ofertas e demandas dos compradores e vendedores, tiveram seus fluxos, relativamente, abalados.

No ano passado, destacou Sotero, os americanos movimentaram, no Brasil, 135 bilhões de dólares, entre aplicações, investimentos etc.

A balança comercial pendeu favoravelmente  para os americanos em 7 bilhões de dólares.

Sendo os gringos adeptos, antes de tudo, da diplomacia comercial – o negócio dos Estados Unidos são os negócios, já disse alguém -, certamente, pressionaram Obama.

O presidente americano, sob pressão, resolveu, da boca para fora, trabalhar diferente na área da inteligência, especialmente, com os aliados, dizendo que iria fazer e desfazer equívocos, como se isso fosse para valer.

As tentativas de reaproximação diplomática estão em curso e os negócios avançam, mas cheios de constrangimentos de lado a lado, porque a soberba e a arrogância do império americano o impediram de atender o pedido de desculpas solicitado pelo governo brasileiro.

O bate-boca, claro, vai continuar.

Mas, Sotero, no meio da sua argumentação, disse que, depois do choque Dilma-Obama, começou a engrossar uma onda contra a economia brasileira, ganhando força o que o mercado financeiro diz, sem parar, ou seja, que a confiança dele, no governo Dilma, estava perdendo força.

No rastro dessa ação, nitidamente, especulativa, o desgaste aumentou, por força, principalmente, da grande mídia, que compra, a preços superfaturados, as razões do mercado especulador, transformando no samba de uma nota só.

Sotero, muito sutilmente, admitiu não descartar que o rebaixamento da nota de crédito da dívida brasileira, pela Standart and Poor' , colocando o governo Dilma mal na cena internacional, não estaria desvinculada desse movimento de descrédito intensificado, depois que Dilma deu um chega prá lá em Obama por conta dos casos de espionagem.

Essa possibilidade está no ar, especialmente, quando se pode ver e sentir o tipo de ação que o governo americano, por meio da sua diplomacia comercial, promoveu contra o governo brasileiro, em 1964, cujas metas eram reformas políticas e econômicas  que ampliavam o poder político das maiorias e o fortalecimento da economia, tornando-a sustentável.

Materializadas, causariam incômodos à economia dos Estados Unidos.

O nacionalismo dilmista-lulista guarda relação com o nacionalismo janguista-varguista, de apostar nas riquezas nacionais, no mercado interno, na valorização dos salários, na proteção das empresas brasileiras, no fortalecimento de programas sociais etc, ou seja, tudo que incomoda os Estados Unidos.

JK-65, isto é, a campanha eleitoral, já estava na rua, às vésperas do golpe militar, e a dinâmica da campanha juscelinista ancorava-se no prosseguimento do desenvolvimentismo nacionalista.

A aposta era a de uma nova agricultura, para ampliar a integração econômica nacional, ampliando o mercado interno e buscando conquistar o mercado internacional, onde os produtos agrícolas americanos davam as cartas.

Mesmo Carlos Lacerda, que jogou pelo golpe-64, já em 1966, partiria para a formação da Frente Ampla, com Jango e JK, no exílio, levantando o argumento semelhante ao que Lula brandiria, na crise de 2007/08, ou seja, o da necessidade de o Brasil apostar nas suas próprias forças, na valorização dos salários e do mercado interno, para promover o desenvolvimento sustentável.

Esse discurso, que ganhou sonoridade extraordinária na América do Sul, nas duas últimas décadas, com emergência de governos nacionalistas, foi o que levou Washington a financiar, nos anos 1960-70,  golpes políticos e militares, nos rastros dos quais foram preparadas estradas para os interesses econômicos americanos transitarem sem serem incomodados pela opinião pública, barrada pela repressão política policial tenebrosa.   

Repetindo, portanto, o Barão de Itararé, por trás da avalanche de acusações ao governo Dilma, os fatos latentes demonstram ser muito mais relevantes do que os meramente aparentes, manipulados pela grande mídia, porta-voz dos argumentos dos especuladores, no ambiente da financeirização econômica especulativa que tomou conta da economia global, abalada pela bancarrota americana e europeia.

Dilma, sim, virou pedra no sapato de Obama, de Washington, dos falcões do Pentágono, do mercado financeiro especulativo, que, mesmo dispondo de um juro mais alto do mundo, não se mostra satisfeito, querendo mais, agora, a cabeça dela, com medo de que, num eventual segundo mandato, se transforme num Hugo Chavez de saia.

O jogo é parar a economia brasileira, que, no entanto, cresce, embora, pouco, mas cresce, enquanto as economias ricas, como demonstrou o relatório do FMI, nessa semana, estão ameaçadas de morte pela escalada da deflação.

O Brasil incomoda por que vai bem, obrigado, num mundo em crise.

Ninguém chuta cachorro morto.

Os profetas e suas profecias

Vale a pena lembrar aqui algumas das frases mais "brilhantes", ditas por pessoas muito "importantes". Penso que elas são um bom estímulo, quando estivermos pensando em desistir de lutar por alguma coisa em que acreditamos.

"Broca para petróleo? Você quer dizer furar o chão para encontrar petróleo? Você está louco!" - Operários que Edwin L. Drake tentou contratar para seu projeto de prospecção de petróleo, em 1859.

"No futuro, os computadores não pesarão mais do que 1,5 tonelada" - Mecânica Popular, em 1949.

"Este 'telefone' tem inconvenientes demais para ser seriamente considerado um meio de comunicação. Esta geringonça não tem nenhum valor para nós" - Memorando interno da Western Union, convencendo seus funcionários que o futuro estava no telegrama, 1876.

"Penso que vale a pena investir. No mundo, há mercado para cinco computadores" - Thomas Watson, presidente da IBM, 1943.

"A caixa de música sem fio não tem nenhum valor comercial. Quem pagaria para ouvir uma mensagem enviada a ninguém em particular?" - Conselho diretor da David Sarnoff, em resposta a sua consulta urgente sobre investimentos em radio nos anos 20.

"Quem se interessaria em ouvir os atores falar?" - H. M. Warner, Warner Brothers, no auge do cinema mudo, 1927.

"Estou feliz por ser o Clark Gable a quebrar a cara, e não o Gary Cooper" - Gary Cooper, a respeito de sua decisão de recusar o papel principal em "... E vento levou".

"Não há nenhuma razão ou motivo concreto para que alguém queira ter um computador em casa" - Ken Olson, presidente e fundador da Digital Equipment Corp.,1977.

"Nós não gostamos do som deles, e música de guitarra está em franco desaparecimento" - Decca Recording Co., ao rejeitar os Beatles, 1962.

"Tudo que podia ser inventado, já o foi" - Charles H. Duell, Diretor do Departamento de Patentes dos Estados Unidos, 1899.

"Então nós fomos para a Atari e dissemos: 'Hei, nós fizemos essa coisa engraçada, construída com algumas peças de vocês; o que vocês acham de nos financiar? Ou então nós a damos para vocês. Nós só queremos produzi-la: paguem nossos salários e nós trabalharemos para vocês'. E eles disseram 'não'. Então nós fomos para a Hewlett-Packard, e eles disseram: 'Nós não queremos vocês: vocês nem terminaram a faculdade'" - Steve Jobs, fundador da Apple Computer Inc., que inventou o computador pessoal.

"Não estou mais interessado em editar este livro, que já vendeu tudo o que podia vender" - O primeiro editor de "O Alquimista", devolvendo o contrato ao autor, 1988

Os profetas e suas profecias

Vale a pena lembrar aqui algumas das frases mais "brilhantes", ditas por pessoas muito "importantes". Penso que elas são um bom estímulo, quando estivermos pensando em desistir de lutar por alguma coisa em que acreditamos.

"Broca para petróleo? Você quer dizer furar o chão para encontrar petróleo? Você está louco!" - Operários que Edwin L. Drake tentou contratar para seu projeto de prospecção de petróleo, em 1859.

"No futuro, os computadores não pesarão mais do que 1,5 tonelada" - Mecânica Popular, em 1949.

"Este 'telefone' tem inconvenientes demais para ser seriamente considerado um meio de comunicação. Esta geringonça não tem nenhum valor para nós" - Memorando interno da Western Union, convencendo seus funcionários que o futuro estava no telegrama, 1876.

"Penso que vale a pena investir. No mundo, há mercado para cinco computadores" - Thomas Watson, presidente da IBM, 1943.

"A caixa de música sem fio não tem nenhum valor comercial. Quem pagaria para ouvir uma mensagem enviada a ninguém em particular?" - Conselho diretor da David Sarnoff, em resposta a sua consulta urgente sobre investimentos em radio nos anos 20.

"Quem se interessaria em ouvir os atores falar?" - H. M. Warner, Warner Brothers, no auge do cinema mudo, 1927.

"Estou feliz por ser o Clark Gable a quebrar a cara, e não o Gary Cooper" - Gary Cooper, a respeito de sua decisão de recusar o papel principal em "... E vento levou".

"Não há nenhuma razão ou motivo concreto para que alguém queira ter um computador em casa" - Ken Olson, presidente e fundador da Digital Equipment Corp.,1977.

"Nós não gostamos do som deles, e música de guitarra está em franco desaparecimento" - Decca Recording Co., ao rejeitar os Beatles, 1962.

"Tudo que podia ser inventado, já o foi" - Charles H. Duell, Diretor do Departamento de Patentes dos Estados Unidos, 1899.

"Então nós fomos para a Atari e dissemos: 'Hei, nós fizemos essa coisa engraçada, construída com algumas peças de vocês; o que vocês acham de nos financiar? Ou então nós a damos para vocês. Nós só queremos produzi-la: paguem nossos salários e nós trabalharemos para vocês'. E eles disseram 'não'. Então nós fomos para a Hewlett-Packard, e eles disseram: 'Nós não queremos vocês: vocês nem terminaram a faculdade'" - Steve Jobs, fundador da Apple Computer Inc., que inventou o computador pessoal.

"Não estou mais interessado em editar este livro, que já vendeu tudo o que podia vender" - O primeiro editor de "O Alquimista", devolvendo o contrato ao autor, 1988

Crônica de A. Capibaribe Neto

Disputa pela maldade

Na noite da Lua sangrenta, mencionei a intenção de procurar um lugar mais afastado para fotografar a Lua diferente... "Tá louco, rapaz! Vai armado?" Caí em mim. Sair por aí, carregando uma câmara profissional para colher imagens que seriam feitas por milhões, além de dificuldade em conseguir um primeiro plano diferente, correria o risco de facilitar uma matéria sobre a violência tão pontual como as preces diárias dos muçulmanos.

Recentemente, visitei um dos países mais perigosos do mundo, onde todo mundo anda armado ostensivamente, e não é uma pistola besta, não. É MK-47, mesmo! Caminhar pelas ruas de Cabul, Mazar El Sharif, Kandahar não se poderia chamar de aventura emocionante ou um prato cheio para quem gosta passeios radicais, perigosos.

Mesmo para quem acredita que perdeu o medo de morrer, a adrenalina é companheira a caminhar de mãos dadas, quase um abraço fatal. Quando um homem-idiota, conhecido como homem-bomba resolve se explodir, mata vinte, trinta, deixa muitos feridos, mas a partir daí, eles dão uma trégua para receber suas virgens prometidas, etc. Aqui, não... Aqui, as mortes não acontecem em nome de uma causa radical, de uma crença religiosa ou o radicalismo que defende uma interpretação de escrituras que até parece não conhecer o significado de amor ao próximo, seja quem for.

Aqui, as mortes acontecem de forma estúpida, em nome de um simples telefone celular, 10, 20, 30 reais e não se grita "Deus é grande" na hora de apertar um gatilho covarde, seja contra um atleta ou uma mãe de família carregando uma criança nos braços.

Aqui, o grito é "perdeu! Perdeu!" e dane-se. Com esse "perdeu", um vagabundo desqualificado ganha a grana para comprar seu "crack" ou par de tênis e não "ralar" durante um mês para ganhar dinheiro e comprá-lo pelas vias normais e civilizadas através de um trabalho, como a maioria.

Lá, um desses homens-imbecis que se explodem já morre na hora. Aqui, não. Matam, riem para as câmeras, insultam os policiais, enlutam famílias que gritam a mesma ladainha cansativa: "eu só quero justiça!" E no dia seguinte só recebem um número que aumenta as estatísticas das mortes violentas por nada ou coisa alguma.

E isso para não falar dos que matam nos rachas, na imprudência do trânsito, na embriaguez do trânsito. Enquanto centenas de famílias, Brasil afora pranteiam seus mortos e reclamam, entre lágrimas, da impunidade, dos assassinos de plantão, os "criminosos unidos, que jamais serão vencidos" e de uma parte podre da Justiça que agora está sendo investigada pela negociação de "habeas corpus" oportunos que se esgueiram pelos becos, nas confortáveis firulas que custam até 150 mil reais. Habeas corpus...! O que significa isso? Na tradução pobre do homem comum pode ser o grito de liberdade para um "cliente" ter seu corpo de volta às ruas para voltar a delinquir com as mesmas práticas, nos mesmos lugares e bem diante dos olhos cada vez mais apavorados dos que são deixados de lado pelos direitos que como humanos deveriam ter. Se me faço entender, para evitar ser mais explícito.

Que direitos? Um marginal preso ganha uma "bolsa" dessas distribuídas pelo governo e que facilita a vida do bandido enquanto as famílias, as crianças atingidas pela brutalidade ganham... O ostracismo! No máximo, uma fotografia na página policial, chorando sobre o corpo de um parente morto ou no seu enterro.

E o pior de tudo isso não é o roubo para financiar a vida boa de bandido, é que eles disputam o que para eles é fácil de ganhar: mostrar, através dos noticiários quem é o pior, o mais violento, o mais capaz de mostrar quão animal pode ser, mais brutal, mais feroz, mais predador...