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Genial

DIAGNÓSTICOS EQUIVOCADOS -  Diogo Costa


Tem algo que está me incomodando profundamente neste pós 7 à 1 do Brasil. Escrevi várias vezes que o sr. Scolari colocou um time lépido e fagueiro contra a pátria mãe do futebol força. Contra um futebol aplicado, objetivo e sem firulas. 

Subestimamos uma das maiores potências do futebol e pagamos o preço por isso. A homérica goleada é consequência disso, mas não em sua totalidade. Os 7 à 1 foram um resultado completamente atípico, que desnorteou o mundo inteiro, inclusive os vencedores. 

É possível que nem daqui há 100 anos vejamos algo igual no futebol. Ponto.

Depois dessa breve análise, da qual se pode discordar, evidentemente, agora vem a parte que me incomoda. As redes sociais estão lotadas de críticas à CBF e aos dirigentes do futebol brasileiro. Estão lotadas de críticas ao sr. Marín, como se ele ou a CBF fossem os culpados pela derrota brasileira, ou até mesmo pela evidente humilhação histórica. Não concordo. 
Todo mundo sabe dos problemas extra campo do futebol brasileiro, dos clubes, da CBF e até da Fifa. Mas debitar a nossa derrota de 7 à 1 na conta dessas estruturas arcaicas é um imenso erro de análise. 

Não foi com a antiga CBD (que foi virou CBF em 1979) sob a Presidência de João Havelange que o Brasil se tornou Tricampeão Mundial de Futebol? Como explicar que o 'mafioso' Havelange tenha nos legado 03 Copas do Mundo em sua gestão? 

Será que é possível explicar a inexplicável derrota do Brasil para a Alemanha através de fatores extra campo? Se é possível (não concordo), deveríamos no mínimo tentar também explicar como é que o Brasil se tornou o país do futebol com essa mesmíssima estrutura ultrapassada, ou até pior no passado. 

A gestão de Ricardo Teixeira à frente da CBF (1989-2012) é a mais vitoriosa da história da Seleção Brasileira (dentro de campo), com 02 Copas do Mundo, 05 Copas América e 04 Copas das Confederações. 

Isso sem falar na questão dos clubes brasileiros, que passaram a vencer com maior regularidade os torneios e campeonatos internacionais, notadamente a Taça Libertadores da América que vencemos de forma consecutiva nas últimas 04 edições. 

Se vamos detonar a CBF e o seu antigo presidente Ricardo Teixeira (que ainda comanda a entidade por baixo dos panos, desde os EUA), e dizer que o fracasso da Seleção Brasileira em 2014 é responsabilidade deles, será que não deveríamos tentar explicar também porque essa estrutura assim tão arcaica nos deu tantos títulos entre 1989 e 2014? 

Ou só vale a crítica quando perdemos e quando ganhamos, como em 1994 e 2002, nos esquecemos automaticamente da figura do sr. Ricardo Teixeira? Ou só vale a crítica quando perdemos e quando ganhamos, como em 1958, 1962 e 1970, nos esquecemos automaticamente da figura do sr. João Havelange? 

Caros amigos e amigas, a derrota contra a Alemanha é responsabilidade única e exclusiva da Comissão Técnica do Brasil, em especial do sr. Scolari. Esta é a verdade sobre o episódio, além de termos que compreender que o que houve tem também um componente meio inexplicável, típico do futebol. 

Debitar esta derrota na conta da CBF, que tem um Centro de Treinamentos dos mais modernos do mundo e que banca uma estrutura invejável para qualquer Seleção, é um erro. E debitar esta conta no fato de que os jogadores brasileiros hoje atuam, em sua grande maioria, no exterior, é outro erro grosseiro. 

Já era assim em 1994. Foi assim em 2002 e é assim agora. Logo, essa tese também não explica a acachapante derrota de nosso selecionado. 

Aliás, onde é que jogam a maioria dos atletas argentinos que farão a final contra a Alemanha? Aliás, onde é que Messi joga desde a sua mais tenra idade? 

Queremos e devemos modificar e aperfeiçoar a estrutura do futebol brasileiro, dos clubes e da CBF, mas atribuir o fracasso da Seleção Brasileira em 2014 aos processos e estruturas arcaicas das nossas entidades dirigentes está errado. 

Há uma tese ufanista que diz há bastante tempo que se o futebol brasileiro fosse minimamente organizado venceríamos todas as Copas do Mundo... 

Que barbaridade! 

Será que somos tão bons assim, será que somos tão superiores assim? Será que só o Brasil gosta de futebol no mundo? Será que somos os únicos bons e o resto dos países é composto por perebas e pernas de pau? 

Será que italianos, argentinos e alemães não jogam e nunca jogaram nada, ao contrário do Brasil que sempre teve o melhor futebol do universo? 

É preciso admitir, outros vários países amam o futebol e sabem jogar muito bem este fascinante esporte bretão. E é preciso admitir também que estamos numa entressafra de talentos futebolísticos. 

Tirando o Neymar, que é um jogador diferenciado, quais são os outros atletas brasileiros desta Copa que não são medianos ou algo pouco acima de medianos?

Vamos mudar a estrutura do futebol brasileiro e aperfeiçoá-la, sem dúvida. Mas não vamos nos iludir e atribuir derrotas para uma estrutura que bem ou mal nos trouxe até aqui, e que nos fez ser a maior potência futebolística do planeta. 

Vamos trocar os dirigentes atuais por questões de cunho penal e processual penal, não porque isto tenha sido decisivo na formação do futebol brasileiro.

O verdadeiro mal do nosso futebol é o conluio CBF-Organizações Globo, que conseguiram até mesmo pulverizar o antigo Clube dos Treze. Mas não é este conluio que explica tudo o que acontece dentro do campo, em que pese explicar tudo o que acontece fora dele...

Os motivos da nossa derrota atual não passam por fatores extra campo, isso é uma ilusão. 

Passam, isto sim, por um curto-circuito inexplicável de nossos atletas e pela escalação faceira do sr. Scolari, que preferiu jogar contra o futebol força alemão como se estivesse jogando um amistoso contra a Ferroviária de Araraquara.


Juca Kfouri - Aécio ama a CBF

Porque Aécio é contra "Futebras"

Aécio Neves é amigo de José Maria Marin e o homenageou, escondido, no Mineirão. Deu-se mal porque o que escondeu em sua página na internet, Marin mandou publicar na da CBF. 

Aécio também é velho amigo de baladas de Ricardo Teixeira e acaba de dizer que o país não precisa de uma “Futebras”, coisa que ninguém propôs e que passa ao largo, por exemplo, das propostas do Bom Senso FC. 

Uma agência reguladora do Esporte seria bem-vinda e é uma das questões que devem surgir neste momento em que se impõe um amplo debate sobre o futuro de nosso humilhado, depauperado e corrompido futebol. 


Mas Aécio é amigo de quem o mantém do jeito que está. Não está nem aí para os que reduziram nosso futebol a pó.