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José Genoino volta a falar em público

No seminário Ação Jurídica e Política no Macrosetor da CUT, hoje e amanhã (16/17) o ex-presidente do PT, José Genoino será um dos palestrantes, ao lado do ex-ministro da Justiça da presidente Dilma Rousseff, Eugênio Aragão e do advogado Cristiano Zanin.

Abaixo alguns comentários sobre Genoino:
Messias Franca de Macedo :
Bem-vindo emérito, impávido e grande líder José Genoino Neto [do Brasil].
José Genoino uma das personalidades mais íntegras e democráticas da história deste país.
O valoroso legado político e institucional foi agredido, covarde e violentamente, em decorrência do Processo do Mentirão!
Vítima de um estado de exceção, foi feito preso político por tempo considerável e passou por graves problemas de saúde!
Mas, enfim, resistiu e está superando as dificuldades.
Um grande homem!

Nós, brasileiros e brasileiras do bem, ficamos imensamente feliz ao saber do retorno do senhor aos debates políticos tão esvaziados neste últimos tenebrosos tempos!

Felicidades - protestos extensivos à sua digníssima família!

Vida longa!
rudo:Comparando a acao dos golpistas para derrubar, torturar e prender gente como Genoino, com a quadrilha de TEMER, todos MEGA-LADRõES, se percebe a maldade do PIG e da ZELITE. Delenda PIG
Lily:
Genoino, preso político pela segunda vez, assim como Dirceu.

Melhor notícia do dia

Pena de José Genoino foi extinta pelo STF - Supremo Tribunal Federal -. Justiça feita a um patriota que nunca deixou de lutar pelo bem do país.

@brsamba 

Também Leia>>> Quem odeia o Lula?

Miruna Genoino: Dirceu e Genoino são Guerreiros, Lutadores, Vencedores!!!

Desculpem pelo post longo. Não sei quem vai ler. E quem deveria ler não lerá, mas por mim tudo bem, se eu não falar, vou explodir.

Essa semana o Zé Dirceu foi para casa. E eu sou uma das poucas pessoas que pode imaginar a alegria que os filhos, a mulher, amigos, a família sentiu. Porque eu passei por isso há alguns meses atrás. E vou dizer a vocês: é impossível descrever a sensação. Alívio, alegria, emoção, superação, tudo junto e misturado e muito melhor.



E por isso me parte o coração quem quer fazer qualquer tipo de piada ou burburinho com a saída do Zé da prisão. Porque ele cumpriu a sua pena injusta. E porque ele, como meu pai, é INOCENTE. Não dá para acreditar que qualquer pessoa que me conheça, conheça minha vida, sabendo que NÃO SOMOS a família de um corrupto, não consiga parar e pensar um pouco sobre o que lê por aí. Não dá para entender. Tem gente que sabe onde moramos, sabe a vida que temos, e mesmo lendo por aí que o “Genoino vive em uma mansão” não consegue fazer uma reflexão e isso é triste demais. Porque a maioria das pessoas não sabe que vivemos em um sobrado no Butantã e por isso acredita em tudo o que a Globo, Folha e Veja falam por aí.


E tem outra: cada um tem o direito de pensar no que quiser. Mas mexeu com o Dirceu, mexeu comigo. Ele é tão inocente quanto meu pai e ponto. E se alguém acha que ele é culpado, então está dizendo que meu pai também é. E se sabe, como deveria saber, que meu pai é inocente, deveria parar para pensar em tudo isso que a mídia criou sobre o Dirceu, porque é MENTIRA.





Meu pai não pode falar com o Dirceu agora, ambos estão proibidos judicialmente de se falarem (!!!!!!!!!!), mas o elo entre eles é para sempre. Eu sei e vi o sofrimento que o Zé sentiu quando saiu da Papuda e meu pai ficou sozinho. Sei que ele pedia a pessoas amigas para visitarem meu pai. Sei que se não fosse pelo Dirceu e pelo Delúbio, talvez meu pai nem estivesse aqui hoje, porque quando foram presos, em novembro, foram eles dois que cuidaram do meu pai. Eles!


Por isso sim, fico muito mexida quando alguém fala da saída do Dirceu com sarcasmo, porque o que ele e sua família viveram foi o que eu e minha família vivemos. Um mundo de injustiça, sofrimento e dor. Mas também de solidariedade. Ninguém precisa ser solidário da mesma forma, mas todos deveriam saber que não existe isso de Genoino é uma coisa e Dirceu é outra. Pelo menos não deveria existir. Eles dois são uma coisa só: guerreiros. Lutadores. Vencedores. E que um dia vão ter suas histórias recontadas.


Na Itália isso já começou.

Você lavou nossa alma, Miruna Genoino

Querido Pacheco,

Te escrevo essa carta hoje, um dia tão forte para você e consequentemente para nós também, porque ando com a cabeça muito fora do eixo, dando umas bolas foras com as palavras orais e sentindo mais firmeza nas palavras escritas. Talvez, se eu te telefonasse, não conseguiria expressar tudo o que gostaria, tanto quanto acho que poderei colocar aqui.
Sabe Pacheco, apesar de minha profissão de educadora estar de alguma forma bem distante da sua, o direito sempre esteve meio próximo de mim, de jeitos muito significativos, e marcantes também. Meu pai esteve em uma faculdade de direito e apenas pela ditadura não terminou seu curso, e depois, duas grandes, grandes amigas minhas entraram no direito. Uma delas, uma amiga de infância, acabou me juntando em muitos momentos com os seus colegas de faculdade e por isso enquanto me constituía enquanto pedagoga, acabei acompanhando pessoas queridas se formando no direito.
Isso tudo para dizer que sim, para mim esse mundo jurídico de vocês é muito estranho e cheio de leis, decisões, decretos, e muito diferente do meu mundo, cheio de crianças, de espontaneidade, de “combinados”, mas é um mundo que respeito profundamente, que admiro e que é cheio de gente muito, muito especial para mim.
Desde que meu pai foi colocado de forma tão injusta nesse processo, tivemos todos nós que ir adentrando nesse mundo jurídico e assim, ir estabelecendo uma relação com você, advogado dele. No começo, não era nosso foco de atenção, afinal, era algo entre meu pai e você e nós ficávamos apenas sabendo das coisas, acompanhando… Porém, desde o dia 15 de novembro tudo mudou porque meu pai perdeu a liberdade, a voz e fomos precisando estabelecer uma relação, nós, a família, e você, o advogado dele.
Nem sempre foi fácil porque estamos desesperados, queremos respostas, desejamos ações e você ia sempre precisando ir trazendo o dado de realidade, as leis, as possibilidades, as ações jurídicas, os pedidos dentro desta ou aquela lei. Todo esse processo foi para nós uma eterna luta e embate com esse muro da (in)justiça, dos trâmites e das burocracias, com sentenças, decretos e pareceres e para quem está de fora deste mundo e pior, para quem tem seu familiar assim nessa situação, isso tudo vai sendo uma prisão para nós.
É por isso que te escrevo para dizer que você hoje lavou a nossa alma. Você colocou no plenário o sangue, a força, a energia, a convicção que tantas vezes nós, de fora, ansiávamos de todas as formas por nossa condição de angústia e desespero. Você hoje, Pacheco, falou com clareza e com certeza porque se apóia na verdade e sabe que quem está do outro lado não só está indo contra o direito, como ele próprio sabe que o que está fazendo é ilegal e pior de tudo, desumano.
Eu, ao ver o vídeo, tive que escolher entre dois sentimentos: o do ódio pelo opressor, e o da admiração pelo defensor. Claro que escolhi o segundo. Claro e óbvio porque isso que aconteceu hoje só deve ser visto dessa forma, pela sua atitude digna e corajosa de decidir mostrar veementemente que a situação do meu pai não pode continuar como está, que não se pode seguir assim, protelando e atrasando, descaradamente sem entender que uma vida humana está em jogo.
Eu sei, Pacheco, que ao longo desse processo vocês advogados amigos, sofreram muito, porque tudo que foi acontecendo ia contra todos os precedentes, leis, decisões e a angústia deve ter sido tremenda. Mas considero que hoje você mostrou que o direito não precisa ser lei e sentença, ele pode ser vida e luta também, ele pode ser força, decisão e determinação. O direito pode ser coragem, pura coragem.
Agora, tentarão manchar sua imagem, dizer baboseiras, inventar e caluniar, mas é tarde demais. O vídeo é claro, as atitudes são explícitas e não há nada que possa ser dito que conseguirá mudar o fato de que hoje uma atrocidade foi cometida contra você, simplesmente por ser o advogado de José Genoino. Mas tudo tem seu preço, e todo mundo, cedo ou tarde, precisará arcar com as suas escolhas. Fico feliz em saber que a sua escolha foi a da convicção e dos valores, porque a sedução do poder já levou muita gente a escolher a perseguição, a difamação e a tortura em todos os sentidos.
Estamos juntos e lutaremos juntos até o fim.
Hoje você lavou nossa alma e estou certa de que meu pai, quando ficar sabendo, sentirá enorme orgulho de ter você como advogado.
Um abraço,
Miruna

Dirceu e Genoino

Reencontro emocionado, emocionante

[...] José Genoino chegou ao presídio acompanhado do seu médico particular, Geniberto Paiva Campos, e do advogado, Cláudio Alencar, e recebeu grande e afetuoso abraço de Dirceu, que mandou um recado para a família. “De agora em diante, quem cuida dele sou eu”, disse o ex-ministro. “Fiquem tranquilos porque tomarei conta dele, verificarei horários, dosagens de remédios e farei tudo para que fique bem". Continua>>>

Feliz aniversário Genoino

Pelos seus 68 anos de luta e resistência!
A injustiça vai passar 

Hoje, aniversário de 68 anos do ex-deputado José Genoino, esta equipe do blog do ex-ministro José Dirceu quer, em seu nome próprio, dar-lhe os parabéns e transmitir-he a nossa torcida  para que  saia rápido dessa jornada amarga e volte ao nosso convívio, a nos alegrar, a ser o Genoino brilhante que todos nós conhecemos, admiramos e gostamos.
Por que no próprio nome da equipe? Por que o titular deste blog, o ex-ministro José Dirceu está lá,  apoiando Genoino, dando-lhe os parabéns pessoalmente, além de estímulo e de cuidar dele na medicação para os problemas seríssimos de saúde que enfrenta, como afirma essa reportagem veiculada hoje no portal 247 e que linkamos abaixo.
Hoje, deputado Genoino, nós estamos apenas lhe renovando os votos e  transmitindo-lhe  a certeza de que esse pesadelo vai passar. Como fizemos no aniversário do ex-ministro José Dirceu, na casa dele, no dia 16 de março de 2012. Pena que hoje não possamos cumprir, ao pé da letra, o que Dirceu disse naquele dia de 2012, quando citando um por um dos presentes, disse da importância de estarmos nós, ele e você ali. “Juntos”, frisou Dirceu.
Hoje, de certa forma – e como! -, juntos continuamos. Em pensamento, ideias, na certeza da injustiça que colhe muitos em diversas ocasiões, que é a mesma convicção de que também ela um dia passa é superada, porque em nenhum lugar do mundo pode perpetuar-se indefinidamente. Força ai. Aliás, repetimos hoje o que um de nós lhe disse naquele aniversário de Dirceu em 2012: “Força, isso vai passar”. E você respondeu: “Eu espero”. Vai passar. Força, aí, então, que nós também tentaremos ter aqui.
da Equipe do Blog do Zé

Só não me venham com mentiras

A frase acima é de Maria Laiz, Mãe de José Genoino, quando soube do retorno do filho a prisão

Prisão no 1º de Maio por Paulo Moreira Leite na IstoÉ

A prisão de José Genoíno é um novo sinal político. Só durante a ditadura os militantes do movimento operário eram presos no 1 de maio. Depois disso, a data era respeitada. Havia um compromisso tácido, um respeito por aqueles milhões de brasileiros que ajudaram a transformar o país numa democracia.
A primeira a perceber o que se passava foi Maria Laiz Nobre Guimarães. Aos 89 anos, ela  acompanhou o noticiário sobre a volta do primogênito à Papuda pela TV parabólica da casa onde mora, em Encantado, no interior do Ceará. Quando atendeu ao telefone, ficou com receio de que tentassem amenizar sua dor:
--Só não me venha com mentiras, meu filho, disse ao deputado José Guimarães, irmão de Genoíno.
 Genoíno retornou a Papuda no 1 de maio, data histórica dos trabalhadores, depois de ter sido preso pela primeira vez em  15 de novembro, da República.
Justo Genoíno, que tentou organizar trabalhadores rurais no Araguaia, onde seu partido, o PC do B, queria montar uma guerrilha contra a ditadura militar. Que foi torturado. Que ajudou a aprovar as principais leis a favor dos assalariados no Congresso, onde foi uma das lideranças mais importantes desde a democratização. Que ajudou a incluir cláusulas democráticas na Constituição.
(E que continuou vivendo com a dignidade de seus vencimentos de parlamentar num sobrado comprado com financiamento da Caixa na Vila Indiana, Zona Oeste de São Paulo).
     Veja só. Ele foi condenado por corrupção ativa e cumpre pena de quatro anos e oito meses. Genoíno embolsou algum no esquema? Nem um centavo. Colocou a mão em algum trocado? Não. Entregou para alguém? Assinou os empréstimos do PT. Sabe o que a PF concluiu? Que foram empréstimos legítimos, entregues ao partido.  
     Este é o corrupto preso do 1 de maio.
     Como disse dona Maria Laiz: “só não me venha com mentiras, meu filho.”
     É mais  engraçado do que isso.
     Pimenta da Veiga, um dos fundadores do PSDB, ministro das Comunicações no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, é hoje candidato ao governo de Minas Gerais.
     A Polícia Federal informa, desde 2006 – está lá, no inquérito 2474 que ficou escondido dos ministros do STF até o julgamento da AP 470 --  que Pimenta da Veiga recebeu R$ 300 000 das agências de Marcos Valério.
     Até agora, Pimenta não foi julgado nem condenado. Já colheu um benefício: o tempo trabalha para ele. A PF encontrou zero centavo a mais na conta de José Genoíno. Também apurou as contas de familiares – e nada. O ministério público atesta sua honestidade. Admite isso.
      Mas ele voltou a Papuda, ontem.
      O dinheiro caiu na conta de Pimenta da Veiga muitos meses antes de várias remessas da AP 470. Seu valor é maior até do que os R$ 296 000 que Henrique Pizzolato mandou um auxiliar buscar no Banco Rural. Como já lembrei aqui, é seis vezes maior que os R$ 50 000 que João Paulo recebeu na mesma instituição. João Paulo disse que usou o dinheiro para fazer pesquisas eleitorais e até encontrou uma testemunha para confirmar a história. Pizzolato garante que não colocou a mão no dinheiro e mandou para o PT. Acredite você no que quiser. A quebra do sigilo fiscal e bancário de Pizzolato não conseguiu demonstrar que ele mentia.
    Pimenta da Veiga, ao contrário de Pizzolato e de João Paulo, admitiu que o dinheiro foi para ele. Explicou que eram honorários advocatícios.
    Ao contrário de João Paulo, não apresentou documentos para provar o que dizia além de sua própria palavra.  Quando os policiais perguntaram qual era a causa  que poderia justificar honorários tão bons, Pimenta alegou que fizera serviços internos para as agencias de Marcos Valério. Ele, que acabara de deixar o ministério das Comunicações, três meses antes do dinheiro entrar na conta, já estava advogando para as agencias do valerioduto. Em serviços internos.
    Recebeu um dinheiro que, com algum reforço,  daria para  Genoíno comprar uma casa ao lado da sua.
     Se um dia Pimenta da Veiga se tornar réu, terá assegurado o direito a um julgamento em segunda instância. Se tudo der errado, dará certo para ele.
    Terá muito mais chances de provar seus pontos de vista. É o correto.
      Pela idade, tem 100% de chances de escapar das penas a que eventualmente venha ser condenado porque já terá completado 70 anos, quando a denúncia – se for feita – estará prescrita. Olha outro momento de sorte. Outro azar de Genoíno. Ele completa 68 anos amanhã, na cadeia.     
      Pimenta  recebeu o dinheiro no início de 2003, meses depois de deixar o ministério. Mesmo assim, está enquadrado no mensalão mineiro, que é de 1998. Deve ser um milagre de denuncia retroativa.
     Confesso não saber se Pimenta é culpado de alguma coisa. Acho errado pré condenar qualquer pessoa. Ele tem o direito de ser tratado como inocente, até que se prove o contrário.  
      A discussão política, contudo, é útil.
     Numa tentativa tosca para justificar o retorno de Genoíno a prisão, Joaquim Barbosa praticou um truque demagógico manjado. Apresentou estatísticas que mostram o elevado número de prisioneiros  que têm doenças semelhantes a de Genoíno e nem por isso cumprem regime domiciliar.
    É um truque que se utiliza de dados verdadeiros para sustentar teses falsas quando é conveniente. Não vamos lembrar os muitos momentos históricos em que isso foi feito porque seria muito constrangedor. Basta dizer que seu efeito é estimular o ressentimento e não a vontade de Justiça. 
      Numa homenagem ao 1 de maio,  não custa lembrar um episódio comum sob a ditadura militar. Sempre que os trabalhadores faziam greve, os amiguinhos dos generais na política e na imprensa diziam  que os sindicatos eram egoístas, queriam dar aumento para quem já ganhava bem, tinha carteira assinada, enquanto a maioria do povo vivia na miséria. Entendeu, né? É por isso que aos 89 anos dona Maria Laiz sempre avisa que não quer ouvir mentiras.
    Este mesmo raciocínio se tenta aplicar hoje contra Genoíno. Todo mundo sabe que ele sofre de uma cardiopatia grave, ainda que controlada. A mortalidade de sua doença é alta, ainda que sua cirurgia de implante de um tubo de PVC no peito tenha sido feita pelos melhores médicos do país.
     Qualquer médico sabe que ele estará melhor em casa, em situação de melhor conforto e cuidado, do que num presídio. Os médicos que examinaram Genoíno discordam sobre a conveniencia de enviá-lo para a Papuda.
     A maioria dos médicos que examinou Genoino deixou claro, por vias claras ou indiretas, que as condiçoes de tratamento em casa são melhores. Elas ajudam a explicar sua recuperação. É sintomático que ninguém tenha ficado surpreso com o fato de que Joaquim Barbosa tenha optado pelo laudo mais favorável ao encarceramento. Medicina? Não. Política. 
     Numa atitude correta, mas cuja razão de fundo é fácil de adivinhar, Joaquim autorizou o médico de Genoíno a entrar na Papuda a qualquer momento.  
     Se milhares de prisioneiros, com problemas de saúde equivalentes, não conseguem cumprir prisão em regime domiciliar, embora tenham o mesmo direito, a responsabilidade é do sistema prisional, do Estado, quem sabe até do presidente do STF ou mesmo do ministro da Justiça. Só não pode ser imputada a Genoíno, certo?     
     O médico particular de Genoíno mediu sua cogulação e prova, com base em laudos do laboratório Sabin, um dos mais respeitados de Brasília, que seus índices estão abaixo da média recomendável. O índice de é de 1,7, enquanto o recomendável fica entre 2 e 3.
     Os outros prisioneiros-pacientes da Papuda têm o mesmo atendimento? Têm o mesmo médico? É claro que não. Infelizmente.
     Da mesma forma, poucos brasileiros com dores lombares terríveis têm direito a um tratamento caro e sofisticado para amenizar seu sofrimento. Joaquim Barbosa teve, com recursos pagos pelo contribuinte. Tirou licenças tão prolongadas no seu trabalho que chegou a ser criticado publicamente por colegas. Descobriu clínicas modernas, tratamentos de vanguarda.
     Está errado? Não. É um direito dos ministros do Supremo.
    A desigualdade estrutural de um país não impede nenhuma pessoa de fazer o que tiver a seu alcance – dentro da lei -- para defender seus direitos.
     É errado culpar um indivíduo pelo conjunto de mazelas de uma sociedade. É uma espécie de covardia retroativa. Um dos mais eruditos juizes da Suprema Corte dos Estados Unidos, Antonio Scalia, de insuspeitas credenciais conservadoras, deu uma lição inestimável para o debate desses casos.       
    Lembrou que ninguém pode ser responsabilizado individualmente pelos erros das gerações passadas.
     Num debate sério, produtivo, Genoíno deveria ser comparado com com pessoas de condição equivalente. Por exemplo, Pimenta da Veiga.
      O problema aí é um efeito desagradável. Na condição de relator da AP 470, Joaquim Barbosa foi um dos responsáveis, ao  lado do procurador geral Antonio Fernando de Souza, de manter o laudo 2474 em segredo de Justiça – e ali  aparecia o curioso pagamento a Pimenta da Veiga.      
       O ministro do STF Celso de Mello chegou a cobrar, em tom indignado, que o 2474 fosse exibido aos ministros, antes do julgamento. Joaquim se negou. Disse que não traria maiores novidades. Alegou que poderia provocar novos atrasos. Foi uma pena.
Na época  ninguém estava prestando a devida atenção ao julgamento. A  maioria dos observadores apenas engrossava o coro de “Morte aos cães!” que eles tanto condenavam quando era ouvido em tribunais stalinistas. Mas seria curioso tomar conhecimento de casos fora do roteiro do “maior espetáculo da terra.”
Imagine se, por acaso, alguém entrasse na página 179 do Relatório da Polícia Federal, incluído no inquérito, e encontrasse o dinheiro para Pimenta da Veiga. 
Quinze vezes mais do que o dinheiro recebido pelo professor Luizinho que, após oito anos de massacre midiático, foi inocentado.  
Genoíno pode, sim, ser julgado por seus atos e por suas ações políticas no presente. E aí vamos combinar que poucos cidadãos brasileiros – dentro ou fora prisão – construiram uma folha de serviços tão respeitável na luta contra a desigualdade e pelo progresso dos mais pobres.
 A postura combativa mesmo na prisão  lhe gerou punições suplementares quando  Genoíno organizou um protesto pela morte de Vladimir Herzog, o jornalista  assassinado no porão pela atividade militante no PCB, em 1975. Estimulados por Genoíno, os presos batiam nas grades, gritavam o nome de Herzog, faziam todo barulho que conseguiam. Por causa disso, Genoíno foi punido e enviado para o Ceará, onde teve de cumprir parte de usa pena. Saiu arrastado da cela. 
São cenas corajosas, que ajudam a mostrar quem é quem e quem se tornou quem, 39 anos depois. Que tristeza. Um assessor do PPS, sigla que herdou o espólio do PCB, é o principal suspeito de cometer um ato lamentável de provocação na Papuda: a filmagens clandestina de Dirceu enviada aos jornais. Na mesma ocasião se disse que a cela de Dirceu – a mesma que Genoíno ocupa desde ontem – oferece banho quente aos detentos. Mentira. Canalhice. A água é fria, como de toda a Papuda – mas, no clima de estimular o ressentimento, a falsa notícia foi até manchete de jornais. Falando nisso: água quente é luxo? 
   Essa é a diferença, que salta aos olhos no 1 de maio. 
   -- Não me venha com mentiras, meu filho.

O retrato de Joaquim Barbosa

Como Joaquim Barbosa foi tratado pelos médicos por causa das suas dores nas costas e como os médicos - escolhidos a dedo por jb - tratam José Genoino que tem cardiopatia grave

por Paulo Nogueira no Diário do Centro do Mundo

Deu no Estadão em agosto de 2010, antes que Joaquim Barbosa se tornasse herói do jornal por conta de sua conduta no Mensalão.
Aspas e dois pontos.
“O ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que está de licença por recomendação médica, alegando que tem um “problema crônico na coluna” e, por isso, enfrenta dificuldade para despachar e estar presente aos julgamentos no plenário do STF, não tem problemas para marcar presença em festas de amigos ou se encontrar com eles em um conhecido restaurante-bar de Brasília.”
“Na tarde de sábado (ontem), a reportagem do Estado encontrou o ministro e uns amigos no bar do Mercado Municipal, um point da Asa Sul. Na noite de sexta-feira, ele esteve numa festa de aniversário, no Lago Sul, na presença de advogados e magistrados que vivem em Brasília.”
“Joaquim Barbosa está em licença médica desde 26 abril. Se cumprir todos os dias da mais nova licença, ele vai ficar 127 dias fora do STF, só neste ano. Em 2008, ficou outros 66 dias licenciado. Ano passado pegou mais um mês de licença. Advogados e colegas de tribunal reclamam que os processos estão parados no gabinete do ministro.”
Na mesma ocasião, Reinaldo Azevedo, na Veja, publicou o seguinte.
“Seria o mínimo de consideração com a sociedade, com o erário, com os seus pares, com o Supremo, que o ministro Barbosa viesse a público dar uma explicação”, disse o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante Júnior. “Não há coerência entre a postura de não trabalhar por um problema de saúde, que é natural, qualquer pessoa pode ter, e de ter uma vida social onde isso não é demonstrado.”
Tudo isso para mostrar o seguinte: a extraordinária liberalidade que Joaquim Barbosa sempre demonstrou em relação a si mesmo nas questões médicas se tornou o oposto quando em questão está a saúde de Genoino.
E convenhamos: dores crônicas nas costas – devidas a excesso de peso e falta de alongamento, em geral — são infinitamente menos graves que cardiopatias.
Quais foram os médicos que foram tão generosos com Barbosa? Algum deles foi incumbido de avaliar Genoino?
Se eu fosse advogado de Genoino, averiguaria isso.
Seja como for,  existem duas realidades para JB. Uma, a dele próprio, plena de regalias, e não só médicas, aliás.
JB não hesitou, por exemplo, em apanhar um avião da FAB e enchê-lo de jornalistas que iriam aplaudir uma palestra insignificante que ele daria na Costa Rica. (O Globo estava presente, naturalmente. As Organizações Globo não tinham dinheiro para pagar a viagem de sua jornalista. Pausa para rir, ou chorar.)
Ninguém se indignou com o voo de Joaquim Barbosa, embora o de Renan tenha despertado centenas de artigos moralistas sobre o emprego do dinheiro público.
A segunda realidade, para JB, é a dos outros. Imagine se a cardiopatia fosse dele, e não de Genoino.
Se dores nas costas o levaram a faltar meses e meses, o que ele faria se seu coração estivesse danificado seriamente como o de Genoino?
Este é o presidente da corte surprema. Esta é justiça segundo Joaquim Barbosa.
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Miruna Genoino - rezem por eles

Graças a médicos muito bem escolhidos por sua ideologia, e a uma mídia que chega ao ponto de se regozijar com uma pessoa doente ter de ir a um presídio, meu pai passará o seu aniversário na Papuda. Dia 3 de maio meu pai faz aniversário. Estará apenas do lado do seu companheiro José Dirceu. 

E estará com a vida em risco, graças à criminalização da política criada para calar aqueles que somente lutaram por projetos e ideias, nunca por dinheiro. 

Já não tenho coração. 
Já não tenho lágrimas. 
Já não tenho grito.
Já não tenho alma. 

E aqui estou. Porque tenho dois filhos que são pequenos demais para viver na própria pele a injustiça da vida. 

Eu só posso pedir a vocês que rezem, acho que nem pelo meu pai não, porque ele está forte e sua luz é eterna, mas rezem por essa pessoa que decide a desgraça alheia. 

Rezem pela Globo. 
Rezem pela Folha. 
Rezem pela Veja. 

Eu tenho certeza de que eles todos precisam de orações para que um dia sejam capazes de ver o que estão fazendo com um ser humano e toda sua família. 

Que eu tenha forças para continuar respirando. 

o PT tem medo da própria sombra

Comentário de Euler Conrado sobre a postagem "O histórico de perseguição a Dirceu" publicado por Patricia Feldemann no Jornal GGN

Enquanto o PT não entrar em campo, e continuar fingindo que nada tem a ver com  o que acontece com Dirceu e Genoino, a tortura continuará. 
Se o PT tivesse um pingo de vergonha na cara já teria, através dos seus senadores, formado uma comissão qualquer no senado ou na câmara e exigido a presença de Barbosa e dos juízes cúmplices. Imaginem se convocados e submetidos a rigoroso questionamento dos seus atos em TV aberta, como eles ficarão perante a opinião pública? Mostrar, por exemplo, a ligação destes juízes com políticos tucanos; revelar o papel de Barbosa no julgamento, as provas que ele não conseguiu para condenar José Dirceu; o tratamento desigual em relação a outros escândalos que foram abafados, inclusive pelo STF. E pedir explicação sobre esta perseguição pessoal e vergonhosa ao líder do PT. Mas o PT, seus parlamentares, praticamente não existem: apanham calados.
De uma certa forma, como o Lula agora reconhece - sem fazer uma autocrítica da própria postura - o PT errou ao não travar a luta política no caso mensalão, e apostar unicamente no judiciário via STF - talvez por ter feito a indicação da maioria dos ministros, incluindo Joaquim Barbosa. O PT fez exatamente o oposto de Roberto Jefferson - este sim, acusado diretamente de envolvimento com a propina dos correios -, e que se fez de vítima e politizou o caso, com todo o apoio da mídia - claro.
O PT tem medo de enfrentar a mídia, mesmo dispondo de instrumentos de investigação do governo federal que poderiam botar quase todos os donos da grande imprensa na cadeia. Mas tem medo da própria sombra e prefere acreditar que a mídia vai mudar, que, recebendo altas verbas do governo federal (6 bilhões só para a Globo!!!) a mídia teria um tratamento mais compreensivo com o PT. Quanta ilusão de classe!
Seguramente, pelo visto, Zé Dirceu vai sangrar até novembro, quando Lewandowiski assumir a presidência do STF e aí sim, tomará as providências cabíveis para restituir os direitos de cidadão do ex-presidente do PT.

Miruna Genoino - a quem você confiaria a vida de quem ama?

Hoje meu filho Luis estava jogando futebol com o tio e de repente, tentando defender o gol, bateu as costas na parede e caiu no chão não só chorando, mas sim urrando de dor. Fui correndo ao seu encontro e o segurei no meu colo durante 5 longos minutos, quando o choro doído dizia de toda sua dor e sua angústia. Naquele momento, pensei, "E se for algo grave, a quem posso confiar essa vida que é mais preciosa que a minha?". Felizmente meu filho se curou após uma boa dose de abraço e pediu como remédio desenhar seus dinossauros com o tio querido. Mas infelizmente nem sempre quem amamos se cura de uma forma tão fácil de resolver.

Na minha mente lembro bem de momentos de preocupação com pessoas amadas... um corte do meu irmão que precisou de sutura, a queimadura de minha mãe, e depois do meu marido, que necessitaram curativos cuidadosos, e mesmo torções dos meus filhos que demandaram uma corrida rápida ao hospital. Mas não lembro de grandes preocupações com a saúde de meu pai. Lembro de quando em 1992 ele descobriu  a pressão alta e de um acidente de carro envolvendo uma vaca na pista que apesar de manchá-lo inteiro de sangue, não causou nem mesmo um arranhão.

Parece que de alguma forma a vida estava deixando que ele guardasse todas as energias e forças possíveis para o que iria enfrentar em julho de 2013, quando sua aorta começou a rasgar e durante 15 horas aguentou o que pôde até que mãos hábeis pudessem reparar o problema que quase lhe rouba a vida. Já falei de muitas formas sobre a dor que vivi quando a vida de meu pai esteve por um fio, e também sei e já escutei muita gente compartilhando comigo sobre o desespero e a angústia que é ter algum familiar entre a vida e a morte, ainda que, acredito eu, poucas destas pessoas depois tenham tido que conviver com a desconfiança alimentada publicamente, sobre a veracidade à respeito daquilo que quase tirou a sua alma. Talvez essas pessoas entendam a minha dor, a dor de minha família... porque nesses momentos onde um familiar está entre a vida e a morte não sabemos o que pensar, como esperar, para quem rezar, e por isso do jeito que dá, pedimos, clamamos, oramos, damos tudo o que temos dentro para tentar de alguma maneira superar aquele momento.

O que mais me dói é que meu pai superou uma situação médica dramática mas isso não foi suficiente para termos tranquilidade. Seu corpo foi guerreiro, foi vencedor e superou as estatísticas, os 10% de chances que o ligavam à vida, o micro-avc, a necessidade de vencer a internação hospitalar, mas ele nunca poderá respirar como antes daquele 24 de julho. Porque para sempre terá que estar atento à sua condição de hipertenso, de apresentar um alto risco cardiovascular, com a necessidade constante de controle que impeça de todas as formas que a diseccção volte a acontecer. Porque ela pode voltar a acontecer. E nosso coração sofre porque sabemos que ele pode não ter a mesma sorte, força, socorro de antes, e não vencer essa situação.

Diante do cenário, em quem confiar? Confio em minha mãe, sempre tão atenta aos cuidados alimentares de meu pai. Confio nos médicos que o acompanham, que pedem os exames necessários, decidem a medicação e nos indicam o caminho a seguir quando algo não acontece como o planejado. E confio na vida, que já mostrou por várias vezes que apesar do caminho tortuoso, de alguma forma quer que meu pai esteja por aqui por um bom tempo.

Mas, o que fazer, ou sentir, quando a vida de quem você ama, no caso, a vida de meu pai, pode ser colocada em risco a depender de uma decisão judicial? Simplesmente pedir. Pedir que para além de resultados de julgamentos, disputas políticas, acordos, trâmites e execuções, lembrem-se de que há uma vida. Uma vida que não representa apenas o político José Genoino, com seus apoiadores e detratores, como todo político, mas uma vida da qual dependem muitas outras. Nas mãos de uma decisão judicial está a vida do ex-deputado e ex-presidente do PT, mas está também a vida de um marido, um pai, um avô, um amigo, um tio, um filho, um homem, que tem sua saúde colocada em risco toda vez em que deixa-se de lado o humano e se coloca em discussão apenas o jurídico e o político.

No dia 19 de fevereiro de 2014 terminam os 90 dias concedidos a meu pai para que ele cumpra sua pena em prisão domiciliar. Eu aqui, de peito aberto, peço que o futuro da vida de José Genoino seja decidido com a razão, e não com a desconfiança. Com a verdade e não com a manipulação. Com a lógica e não com o risco. Com a verdade que todos sabem que existe: ele é uma pessoa que precisa de cuidados que nenhum presídio pode oferecer, e nas linhas de uma decisão judicial estão em jogo não apenas questões jurídicas, mas principalmente o respeito e o cuidado com com os altos riscos envolvidos na vida do homem José Genoino.

Vida essa que, espero eu, seja zelada como merece.

Assim

A vida como ela é.
Miruna, o sobrenome Genoino, se impõe.
A liberdade é o bem maior.
A questão...
Deixar o Pai sem voz?
...

PT, Dirceu, Delúbio, João Paulo e Genoino - Solidariedade e Gratidão

POR RODRIGO RODRIGUES
Iniciada há oito dias, a campanha de arrecadação para pagar a multa de Delúbio Soares anunciou nesta quinta-feira (30) que superou em muito a meta de recolhimento e atingiu a marca R$1,01 milhão.
O valor é duas vezes maior que os R$466,8 mil necessários para quitar a multa estipulada pela Justiça de Brasília, em virtude da condenação do ex-tesoureiro do PT no chamado processo do "Mensalão". 
Em mensagem postada no Facebook, Delúbio agradeceu aos colaboradores e usou um texto da advogada que cuida do site de arrecadação para expressar a emoção pelos valores doados pela militância petista: 
“Todo nosso trabalho – realizado nas redes sociais, entre os militantes petistas e de partidos de esquerda, movimentos sindical e popular, além dos amigos e amigas de Delúbio pelo país afora – foi embalado por uma questão política absolutamente clara: solidariedade e apoio aos que foram alvos de um julgamento político, midiático e de exceção. Julgamento onde houve uma tentativa de criminalização do projeto representado pelo PT, negando-lhe o papel histórico de profundas transformações sociais. Nossa campanha de arrecadação foi um ato político, consciente e solidário. E o amplo êxito alcançado com a coleta de expressivos R$ 1.013.657,26, é a reafirmação de nossa solidariedade a um dos companheiros”, diz o texto assinado pela advogada Maria Leonor Poço Jakobsen.
Segundo Jakobsen, todo o valor excedido na 'vaquinha' será revertido para o ex-ministro José Dirceu e João Paulo Cunha, que também foram condenados no processo do mensalão a cumprir pena em Brasília e tiveram multa estipulada pela Justiça. 
Com o valor arrecadado, as campanhas do PT superaram R$1,7 milhão em arrecadação da militância, já que o site criado pela família do ex-deputado federal José Genoíno arrecadou outros R$770 mil para ajudar no pagamento da multa do ex-presidente nacional do PT, que era de R$667,5 mil.
Histórico
Delúbio foi apontado no processo como operador do esquema que envolvia as empresas do ex-publicitário Marcos Valério e foi condenado a seis anos e oito meses por corrupção ativa, em regime semi aberto.
Ele cumpre pena em Brasília, onde ganhou direito de trabalhar num escritório da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na capital Federal. 
Desde o dia 20 de janeiro DElúbio deixa a prisão todas as manhãs para trabalhar e retorna ao presídio para dormir e cumprir a pena. 
Pelo trabalho na CUT, Delúbio receberá R$ 4,5 mil para assessorar a direção nacional da entidade.
Outras multas
Além de Delúbio, a militância do PT ainda quer se mobilizar para pagar a multa do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e de João Paulo Cunha, deputado federal em exercício e ex-presidente da Câmara dos Deputados. 
Condenado a 10 e 10 meses de prisão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi condenado a pagar 260 dias-multa no valor de 10 salários mínimos (no montante vigente à época do crime, o salário era de R$ 260). A soma dos valores totaliza R$ 676 mil. Mas o valor ainda vai aumentar porque será atualizado com base na inflação quando a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal intimar o petista, o que ainda não ocorreu.
O mesmo acontece com o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), que ainda não foi preso mas tem uma multa prevista na ocasião da condenação pelo STF de R$ 370 mil.
Com a correção, a multa de Cunha deve saltar para cerca de R$ 536 mil.  
Comunicado postado pela equipe de Delúbio anunciando arrecadação recorde para pagamento da multa do 'mensalão' 
Leia a íntegra do texto de agradecimento postado pela equipe de Delúbio Soares no Facebook do ex-tesoureiro:
"SOLIDARIEDADE E GRATIDÃO
Expressamos o nosso profundo agradecimento às companheiras e companheiros, amigos de todo o território nacional, que ao longo do exíguo prazo de oito dias se solidarizaram a um companheiro da correção, lealdade e integridade pessoal de Delúbio Soares.
Todo nosso trabalho – realizado nas redes sociais, entre os militantes petistas e de partidos de esquerda, movimentos sindical e popular, além dos amigos e amigas de Delúbio pelo país afora – foi embalado por uma questão política absolutamente clara: solidariedade e apoio aos que foram alvos de um julgamento político, midiático e de exceção. Julgamento onde houve uma tentativa de criminalização do projeto representado pelo PT, negando-lhe o papel histórico de profundas transformações sociais.
Nossa campanha de arrecadação foi um ato político, consciente e solidário. E o amplo êxito alcançado com a coleta de expressivos R$ 1.013.657,26, é a reafirmação de nossa solidariedade a um dos companheiros.
Ao expressarmos imensa gratidão aos milhares de doadores, muitos inclusive sem filiação partidária e movidos apenas pela indignação e o sentimento de solidariedade, convocamos para as novas jornadas em favor de José Dirceu e João Paulo Cunha. E o valor excedente de nossa campanha, descontados os tributos, será doado a esses companheiros, visando o pagamento de suas injustas e exorbitantes multas.
Maria Leonor Poço Jakobsen
OAB nº 170.083/SP
Coordenadora"

Miruna Genoino não se vê "candidata a deputada federal"

Nós vemos!

por Conceição Lemes

José Genoino, ex-presidente Nacional do PT, e Rioco, sua companheira de 40 anos de vida, amor e luta política, têm dois filhos: Miruna, 33 anos,e Ronan, 30. Genoino tem mais uma filha: Mariana, 29 anos.
Eles sempre foram muito reservados, embora atuantes politicamente. Porém, a condenação de Genoino pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na Ação Penal 470, o chamado mensalão, fez com que Miruna se tornasse símbolo da luta pela justiça e resgate da história do pai.
É antológica a sua carta de 9 de outubro de 2012 ao povo brasileiro, lida pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), na tribuna do Senado. Vale a pena ser ouvida.
Foi o ponto de partida. Não parou mais. Tornou-se, na prática, a porta-voz da família. Tanto nos momentos de grande dor. O  mais dramático certamente foi quando  Genoino quase morreu devido à dissecção da aorta, em julho de 2013. Quanto nos momentos de alegria, como na semana que passou. A campanha de doações para pagar a multa de R$ 667,5 imposta pelo STF a Genoino  alcançou a meta.
Formada em Pedagogia, Miruna é professora de ensino fundamental em São Paulo. Tem dois filhos, de 7 e 5 anos. Segue a entrevista exclusiva que concedeu ao Viomundo, no final da noite desse domingo, 19 de janeiro.
 Viomundo – Quanto exatamente foi arrecadado?
Miruna Genoino -- Ainda não temos o valor exato final, estamos fazendo toda a contabilidade deste fechamento, mas já sabemos que conseguimos arrecadar o valor necessário para o pagamento da multa. Assim que concluirmos, a família divulgará os valores exatos.
Viomundo — Em algum momento, você temeu que não se atingisse a meta?
Miruna Genoino — Sinceramente, não sei te dizer, porque eu estava tão sobrecarregada com toda a parte prática da campanha, com a criação do site, que eu mesma fiz, e com os emails, cadastro dos doadores, etc, que quase não me sobrava tempo para pensar e temer algo.
Aprendi com este processo que não adianta tentar pensar e antecipar nada, porque tudo é sofrido. E, sofrer por antecipação, não vai ajudar em nada… Nem sempre consegui isso, mas vi com essa campanha que foi importante ter mentalizado a ação e não a antecipação dos possíveis resultados.
Viomundo — Qual o momento que mais te emocionou nessa campanha?
Miruna Genoino — Quando comecei a ler os primeiros e-mails com os primeiros doadores. Eu estava no meio de tanta informação, pressão, incerteza, e, de repente, começaram a chegar mensagens de pessoas doando 20, 50, 100 reais, com toda a alegria, escrevendo palavras de força e de luta, pessoas que eu não conhecia pessoalmente e que, ainda assim, se dispuseram a ter toda a dedicação para nossa campanha… Muito bonito mesmo…
Viomundo — Você poderia mencionar alguns doadores?
Miruna Genoino — Não posso por questão de ética. Não falamos em nenhum momento em divulgação dos nomes. Assim, não seria justo falar de quem doou sem a autorização das pessoas envolvidas.
Viomundo — Desde o início da denúncia do mensalão, nunca Genoino teve uma manifestação tão inequívoca de apoio. Como você  interpreta este momento?
Miruna Genoino — Dentro desse momento muito difícil que estamos vivendo, um momento marcado por separação — eu, meus filhos e marido e meu irmão moramos em São Paulo, e meus pais estão em Brasília –, um momento marcado por incerteza — temos muito medo do que acontecerá quando terminarem os 90 dias de prisão domiciliar –,  pudemos ter a alegria e a emoção de conhecer o tamanho da nossa luta por justiça.
Como estamos totalmente imersos nesta situação, é difícil saber quem está conosco além daqueles que nos conhecem diretamente…
Mas, com essa campanha, pudemos ver materializado o apoio, a ajuda, a crença de tantas pessoas que sabem que meu pai é inocente. Não tenho dúvidas de que esta manifestação marca um antes e um depois no processo do meu pai. Mostra que não somos só nós que estamos indignados com as injustiças, tem muita gente que está conosco e que não duvidou em mostrar explicitamente seu apoio.
Viomundo — Vocês já já sabem o que farão o dinheiro que ultrapassar a multa?
Miruna Genoino -- Estamos já conversando sobre isso e vamos em breve comunicar nossa decisão.
Viomundo — A conta aberta na Caixa Econômica para a campanha será fechada?
Miruna Genoino – Sim.
Viomundo — E o site, vocês pretendem mantê-lo no ar para terem um canal direto com a sociedade?
Miruna Genoino — Ainda não pensamos sobre isso… uma resolução de cada vez…
Viomundo — Poucos políticos sobreviveriam a uma campanha tão brutal como a que sofreu seu pai. Genoino sai maior deste episódio? E a família?
Miruna Genoino –Poucos seres humanos conseguem fazer o que meu pai fez. Acho que é muito importante destacar a matéria feita pelo jornal O povo sobre o Encantado, no Ceará, onde meu pai nasceu e onde até hoje vivem seus pais, meus avós.
Lá nasceu a origem da sua luta, e tudo o que ele sonhou sempre foi muito difícil de conseguir… desde ir à escola, tendo de andar 14 quilômetros sem sapato, até ir a uma cidade grande, depois conhecer a luta política e se dedicar a ela de corpo e alma.
É por isso que meu pai sobreviveu a tudo isso que está acontecendo agora, porque sabe que conseguir coisas grandes, como justiça social, liberdade e mesmo reconhecimento da inocência, é difícil, demora… Mas só se consegue com perseverança e tendo clareza de que não existem dúvidas quando o objetivo é claro… Por isso, ele aguentou.
E hoje, depois desta campanha, não sei se ele sai maior, porque eu como filha sempre o vejo enorme, enorme demais, em todos os sentidos, mas ao menos ele sai muito mais forte, porque está enfrentando este processo não apenas com a nossa ajuda, mas com a força de mais de 2 mil pessoas que disseram bem firme com seu gesto: Genoino não merece passar por isso e vai vencer isso conosco.
Nós, da família nos sentimos muito agradecidos de podermos vivenciar um momento como esse, que nos ajuda, sem dúvida, a continuar nossa luta pela inocência de José Genoino.
Viomundo — Qual o futuro do ex-presidente nacional do PT?
Miruna Genoino — Infelizmente não podemos saber. Por enquanto, o futuro de sua saúde está nas mãos do STF. Espero que sejam consequentes com isso, especialmente com uma pessoa que há menos de 6 meses teve apenas 10% de chances de sobreviver. Se ele venceu na mesa de cirurgia, não podem obrigá-lo a perder a vida dentro de uma prisão…
Viomundo — Os nossos leitores têm perguntado se será candidata a deputada federal nas eleições deste ano. Muitos já disseram que votarão em você, se se candidatar a uma vaga na Câmara dos Deputados. Você será candidata?

Miruna Genoino — Estou hoje retribuindo o que meu pai fez por mim um dia… Quando minha mãe não conseguiu cuidar de mim, pois se recuperava de feridas profundas sofridas na ditadura, meu pai não titubeou e assumiu tudo o que era preciso para cuidar de um bebê ainda muito pequeno. Eu hoje apenas estou retribuindo o que ele fez por mim, cuidando sem titubear de coisas que ele agora não pode cuidar sozinho por conta das injustiças… mas não serei candidata a deputada federal. 
Considero esse incentivo de alguns militantes como uma forma de apoiar meu pai, já que ele não pode mais ser candidato… Conversei com ele hoje [domingo 19] o quanto pensar em mim como candidata é uma forma de aliviar a grande angústia daqueles que gostariam de poder votar no meu pai. Mas não é esse o caminho que pretendo trilhar para mim. Estou agora aparecendo, para o bem e para o mal, porque estou nessa luta incansável pelo meu pai, por tudo aquilo que ele lutou, mas não me vejo de forma alguma como candidata à câmara dos deputados.