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Cultura

Palatinik e suas máquinas de criar arte
Abraham Palatnik
Objeto Cinético - 1966

Em 1951, a primeira Bienal Internacional de São Paulo contemplava o dilema. Como considerar as obras de Abraham Palatnik a partir das propostas convencionais de pintura e escultura se estas não se filiavam a nenhuma delas, mas flertavam com ambas?
A questão, em parte, ainda faz sentido e parece ser a vocação de um trabalho original e pioneiro. No caso do artista de 86 anos, potiguar radicado no Rio de Janeiro, ele inventou, mas também demandou que muito se inventasse, desde nomes, qualificações e uma nova compreensão artística.
O legado dessa inovação que se consumou como a arte cinética pode ser apreciado numa retrospectiva de 97 trabalhos no Museu de Arte Moderna paulista, a partir de quinta-feira, 3.
A uma tendência inovadora também em outros países nas experiências dos venezuelanos Jesús Soto e Carlos Cruz-Díez ou do húngaro Vasarely, por exemplo, requeria-se a análise de especialistas.
Foi o crítico Mário Pedrosa, não por acaso um interlocutor frequente, um dos primeiros a atentar para a singularidade do método do artista, este que tornaria as máquinas “aptas a gerar obras de arte”. O pressuposto dos Aparelhos Cinecromáticos, que em 1964 levou aos Objetos Cinéticos, confundiu a Bienal.
Palatnik envolveu-se com o universo matemático e industrial desde o trabalho numa fábrica de motores de explosão em Israel. Tais objetos, impulsionados por eletricidade e semelhantes aos móbiles de Alexander Calder, dos quais se verão vários exemplares na mostra, sintetizam a noção fundamental de movimento, cor, luz e tempo que estabelece não apenas o conceito de sua produção, como também de toda a corrente artística.
Ao longo das décadas e ainda na atividade atual, Palatnik testou e variou as linguagens sem se distanciar do preceito. Depois de rápida passagem pelo figurativo, iniciou a sérieProgressões, com faixas de efeitos ópticos, e a desdobrou com o uso de finas lâminas de madeira jacarandá.
Produziu também mobiliário em que aplicava suas modulações, na tentativa tão habitual nos anos 1950 de popularizar o consumo da arte, a exemplo do que fez Geraldo de Barros. Preocupava-o, mais que o contexto precursor, o do inventor que quer seus feitos partilhados.
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