Gentileza gera gentileza

- Filho, pega um copo d'água pra mim.
- Mãe cadê as palavrinhas mágicas?
- Vai ficar sem ccelular.
- Gelada ou natural?

Segredo profissional

No cabeleireiro

Boa noite

"Alegre era a gente viver devagarinho, miudinho, não se importando demais com coisa nenhuma. Felicidade se acha é só em horinhas de descuido."

- João Guimarães Rosa, em Grande Sertão: veredas

Eleição 2014 - o vencedor desde já está derrotado

Ano que vem a presidente Dilma será reeleita.

No primeiro ou no segundo turno?...

É a questão.

O PT será o partido mais votado.

E, nas folhas dos jornais, revistas e telas do GAFE - Globo, Abril, Folha, Estadão -, será o grande derrotado.

A política a a imprensa brasileira está para lá de previsivel.

No dia seguinte a divulgação dos resultados oficiais do pleito, as manchetes serão sobre o divórcio da Marina Silva e Eduardo Campos.

É o inicio de mais uma camuflagem programática.

Beach Park

Quem mora no Ceará tem a diversão do lado de casa!
No Beach Park tem mais diversão para toda família!
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A fórmula de reajuste do iptu de Haddad é exemplo para o país

Num país em que rico não paga imposto, é com satisfação que vejo a questão do novo IPTU em São Paulo.

Há uma lógica perfeita nos aumentos: ele é menor nas regiões mais pobres e maior nas regiões mais afluentes.

Em algumas áreas, na verdade, o que houve foi uma redução. No Parque do Carmo, por exemplo, o IPTU ficou 12% menor.

Isso se chama redistribuição de renda, e é algo de que São Paulo precisa com urgência e em doses torrenciais.

Louve-se a coragem do prefeito Haddad, uma vez que a periferia não tem voz na mídia, e a turma das áreas mais nobres já está batendo nele com seu habitual egoísmo e completa falta de solidariedade.

Há um simbolismo na tabela de aumentos que merece aplausos.

Não é o primeiro episódio de escolha acertada de Haddad. Na questão da mobilidade urbana, ele já optou pelos ônibus e não, como sempre aconteceu em São Paulo, pelos carros.

Um ex-prefeito de Bogotá disse que um ônibus que passa em boa velocidade enquanto um carro está no engarrafamento significa democracia.

Haddad parece seguir a mesma lógica ao aumentar as faixas exclusivas de ônibus. Em breve, de tanto ver passar ônibus enquanto seu carro não anda, muitos paulistanos mudarão de ideia sobre a melhor forma de se locomover em São Paulo.

Há ainda uma longa caminhada até sabermos se Haddad será ou não um bom prefeito. (Sabemos, com certeza, que prefeitos como Serra e Kassab foram uma tragédia paulistana, com sua miopia, falta de conhecimento e foco em quem já é mimado demais.)

Mas Haddad parece saber para onde quer ir, como ficou claro no caso do IPTU e da mobilidade urbana.

Na grande frase romana, vento nenhum ajuda quem não sabe para onde ir. Haddad parece saber.

E esta é uma excelente notícia para os paulistanos.

Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira, baseado em Londres, é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Piada dá década - agora o psdb é a favor do "bolsa esmola"

No primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o PSDB se dedicou a deslegitimar o Bolsa Família. Tucanos de várias estirpes afirmavam, como revela uma busca simples no próprio site do partido, que o programa era "esmola governamental", "esmola eleitoreira", feito para "atingir as metas eleitorais do PT", "assistencialismo simplista que não apresenta benefícios concretos". Em editorial intitulado "Bolsa Esmola" e publicado em 13 de setembro de 2004, o PSDB afirmava que o programa "reduziu-se a um projeto assistencialista" e "resignou-se a um populismo rasteiro".

Esse discurso criou dois grandes problemas para o PSDB.

O primeiro é dificultar, diante da consagração do programa, que o eleitor ligue o partido ao Bolsa Família. Teria sido fácil para o partido lembrar que o Bolsa Família teve início como uma junção de quatro programas do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (Bolsa Escola, PNAA, Bolsa Alimentação e Auxílio-Gás) e que a ideia de unir os benefícios foi dada a Lula por um tucano, o governador de Goiás, Marconi Perillo. As críticas distanciaram o PSDB da origem do projeto. E abriram espaço para o PT assumir a paternidade e os dividendos eleitoras do programa a partir da sua ampliação e sofisticação. Hoje o governo é premiado pela instituição do Bolsa Família, reconhecido mundialmente.

O segundo problema criado pelo discurso do PSDB foi atrair para sua base eleitoral alguns dos setores mais reacionários da sociedade brasileira, os Almeidinhas sobre os quais escreve Matheus Pichonelli. Essa é uma fatia do eleitorado capaz de produzir furor nas redes sociais ao questionar o sufrágio universal, mas insignificante demais para eleger alguém a um cargo público. Como afirmou a ministra Tereza Campello a CartaCapital recentemente, não se discute mais quem é contra ou a favor do Bolsa Família.

Com Aécio Neves no comando, a cúpula do PSDB parece estar ciente de que o Bolsa Família é quase uma unanimidade. Muitos dos militantes do partido, entretanto, precisarão passar por uma reeducação. Em maio, na convenção que elegeu Aécio presidente do partido, o senador mineiro afirmou que o "DNA" do PSDB "está em todos os programas de transferência de renda". Antes dele, porém, tucanos de menor expressão subiram ao palco para reclamar do "bolsa esmola".

Dois argumentos eleitorais podem ajudar a militância do PSDB a se convencer de que bater no Bolsa Família não é uma boa ideia. O primeiro é resgatar a herança de FHC. Após três derrotas eleitorais, o partido diagnosticou que um de seus problemas foi se distanciar daquele governo. Por ocasião da convenção partidária que elegeu Aécio, em maio, o instituto FHC publicou um documento em favor da tese do DNA tucano do Bolsa Família. Era um recado ao partido.

O PSDB busca, assim, uma vacina contra a costumeira acusação de que, se chegar ao poder, vai acabar com o Bolsa Família. Esse tipo de argumentação é tão frequente que apareceu até mesmo nas últimas eleições municipais de Salvador. No ano passado, ACM Neto (do DEM, outro partido da linha "bolsa esmola") teve de invocar a figura do avô contra os boatos de que o programa estaria ameaçado caso assumisse a capital baiana. Para isso, lembrou que o então senador Antonio Carlos Magalhães foi um dos artífices da criação do Fundo Nacional de Combate e Erradicação da Pobreza, batalha na qual derrotou o então ministro da Fazenda de FHC, Pedro Malan, contrário ao projeto por conta das pressões do Fundo Monetário Internacional.

A nova postura do partido é, antes de tudo, uma vitória para o Bolsa Família. Maior programa de transferência de renda do mundo, e inspiração para diversos outros países, o Bolsa Família deveria, como afirmou a socióloga Walquiria Domingues Leão Rego, ser um direito constitucionalizado. Ainda que imperfeito, é ainda fundamental para o País.
Da  CARTACAPITAL

A mão que afaga é a mesma que apedreja ...

O "Valor" de hoje tem uma matéria comparando a queda de Eike com as menções elogiosas feitas a ele pela presidente Dilma Rousseff.

Há dois momentos na vida de Eike. No auge do sucesso, era o símbolo máximo do empreendedorismo brasileiro. Depois da queda, o filho bastardo do estatismo. No auge, objeto do mais acintoso culto à personalidade do Brasil moderno. Na queda, "toma que o filho é seu".

A hipocrisia dos formadores de imagem é esta. No sucesso, usam a lisonja para prospectar futuras parcerias. Na queda, batem sem piedade.

No auge, Eike era saudado pela Veja como o exemplo do empreendedorismo. A revista Época o premiava. Quando soçobrou, a própria Época providenciou uma capa dizendo que Eike era símbolo do fracasso estatista; e Jorge Paulo Lehmann, do sucesso de mercado. Lehmann que não ouse cair, se não também será alvo da hipocrisia nacional.

Confirma a máxima de que "criança feia não tem pai". Eike teve dois pais: o mercado e o Estado.

Para a matéria do Valor ficar completa, faltaram:

1.     Os elogios do próprio Valor a Eike no auge do seu sucesso.

2.     Declarações de Cândido Bracher, presidente do BBA-Itaú: "Orgulhamo-nos por ter ajudado a viabilizar os grandes projetos do grupo." Junto, as avaliações entusiasmadas sobre Eike por parte do Itaú, Bradesco e grandes fundos internacionais, ministros, presidente, executivos em geral.

3.     A escolha de Eike como "empresário do ano" de 2011 pelo grupo Lide.

4.     A eleição de Eike como o "empresário ousado do ano" pela revista IstoÉ.

5.     O presidente do Grupo EBX, Eike Batista, é eleito "personalidade do ano" pelo Destaque Ademi - Prêmio Master Imobiliário 2011, promovido pela regional Rio de Janeiro da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) e da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (FIABCI).

6.     Prêmio da revista Fast Company apontando Eike como um dos quatro empresários brasileiros mais criativos.

7.     OSX recebe o prêmio "Deal of theYear - 2010", na categoria ProjetcFinance, concedido pela Marine Money International.

8.     Eike Batista está entre os entre 1.000 principais CEOs do Mundo, no capítulo Empreendedores Visionários, da revista IstoÉ Dinheiro.

9.     Eike Batista é o único brasileiro na lista dos mais influentes do mundo dos negócios da revista americana Bloomberg Markets.

10.  Presidente do Grupo EBX eleito Personalidade Empresarial do Ano pela Associação Brasileira de Marketing & Negócios (ABMN).

11.  Revista Época elege Eike Batista entre os 100 brasileiros mais influentes de 2011. A lista reúne personalidades que mais se destacaram no ano pelo poder, o talento, as realizações e a capacidade de mobilizar e/ou inspirar.

12.  Eike também é um dos dois brasileiros citados no livro "World Changers - 25 Entrepreneurs who changed business as we knew it", sobre os 24 empreendedores do mundo que transformaram os negócios.

13.  Eike é também um dos Líderes do Brasil, na categoria Óleo e Gás, em premiação promovida em parceria pelo Grupo Doria e o jornal Brasil Econômico.

14.  OSX recebe o prêmio "Latin America Upstream Deal of the Year", no "13th Annual Project Finance Americas Deal of the Year Awards", da Euromoney –

15.   MMX recebe o prêmio de destaque do Setor de Mineração pela Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas).

16.  Associação Brasileira de Propaganda: Eike Baptista, personalidade do ano.

Aqui mesmo cometi um cochilo indesculpável, ao considerar a recompra de ações de minoritários como tentativa de ganhar na baixa.

Mas convido vocês a levantarem outros elogios estrondosos ao Eike pré-desastre.
LUÍS NASSIF

Uma grande nação, justa e forte, se faz pela capacidade de inclusão

...dos miseráveis à alimentação básica; dos pobres ao consumo; dos pequenos, ao mercado; das minorias, ao seu direito de viver diferente; dos pequenos empresários, à oportunidade para desenvolver seus negócios.
É por meio da inclusão que uma nação se forma e captura, para o bem geral, a energia individual esmagada em cada falta de oportunidade, o talento que pode estar escondido em um barraco nas palafitas ou nas favelas, os futuros campeões que podem estar nascendo em uma microempresa.
É por meio da solidariedade que se criam os laços sociais e econômicos que vão tecendo a grande rede do desenvolvimento e os grandes processos civilizatórios.
Mesmo assim, cada capítulo é uma guerra entre a modernidade e o atraso, entre o novo e o velho carcomido.
Nos Estados Unidos, o maior processo de inclusão - a libertação dos escravos - resultou na mais sangrenta guerra do século 19. Na Europa, os grandes movimentos de urbanização, dos anos 20, resultaram em intolerância e no florescimento de doutrinas autoritárias.
Por isso mesmo, esses movimentos sempre refletem a luta da barbárie contra a civilização, da selvageria contra a solidariedade.
Os herois sempre terão seu lugar na memória nacional; os recalcitrantes, no lixo da história. O país reconhece José Bonifácio, Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, André Rebouças, Luiz Gama como seus fundadores. Os contrários  tornaram-se apenas "conservadores" ânonimos, anacrônicos, menores.

Briguilinks

José Dirceu - Depositário da soberania popular é o presidente, e não a diretoria do BC

O projeto que dá autonomia operacional e fixa mandato de seis anos para os dirigentes do Banco Central voltou a ser discutido no Senado. Cabe a pergunta: o povo troca de presidente, de partido e de programa econômico, mas o BC continua com a mesma orientação do governo anterior?
Quem indica o presidente do BC é o presidente, e cabe ao Senado da República aprová-lo, mas ele tem autonomia e independência para definir o que há de mais importante para o país, para seu futuro? Independência de quem? Do presidente e do governo? Mas estes são os depositários da soberania popular, assim como o Congresso Nacional. E não a diretoria do Banco Central.
Não há necessidade de lei nenhuma para o BC exercer o seu papel – no nosso caso, errado: o controle da inflação sem a contrapartida do emprego e do crescimento –, definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Este, sim, poderia ser ampliado. Hoje é composto apenas dos ministros da Fazenda e do Planejamento e do próprio presidente do Banco Central.
Nos Estados Unidos, como aqui, o presidente exerce seu papel ao indicar o presidente do BC e definir a política econômica, via CMN, no caso da monetária. Ao Banco Central, cabe cumprir seu papel e se submeter, como todos, ao contraditório, à crítica pública, às pressões tanto do mercado como do Congresso, a quem deve prestar contas constitucionalmente, da mídia, dos partidos, do próprio governo.
Cabe ao BC dialogar com o presidente e os ministros do CMN, dentro sempre da política econômica definida pelo chefe do Executivo e pelo governo.

O exterminio dos "jabutis"

Firme, corajosa, até mesmo revolucionária, a atitude do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, de devolver ao Senado a MP da Seca, relativa às operações de crédito rural no âmbito da Sudene. 

A MP recebeu 108 emendas, sendo 60 admitidas no relatório final, grande parte sem qualquer conexão com o objeto original. 

A providência tomada por Henrique Alves está ancorada na Constituição Federal, que determina que as medidas provisórias versem apenas sobre um tema definido, e representa o fim da farra dos "jabutis" no Congresso. 

Até que enfim! 

por Roberto Jefferson o criador do "Mensalão" que Hildegard Angel rebatizou com exatidão de 

Eu concedo-me o direito a dúvida

Uma imagem vale mais que mil palavras?
Será que ela vê e finge lê
ou
Lê e não vê?
Quem lê sabe que isso pode acontecer.
Qual tua opinião?

Tijolaço do Brizola

 A política ama a traição. Mas, logo, abomina o traidor.
A frase acima do Grande Leonel Brizola cai como um par de luvas na dupla Marina Campos.

Mensagem do dia para a vida inteira

Se for para mudar
Mude
Por você
e não
para
agradar 
os 
outros
Decrepitar | Tumblr

Uma ofensa às mulheres e à educação brasileira

Um bônus para as ‘caboclinhas’ de Pernambuco e do Ceará se casarem com os engenheiros estrangeiros”,
deboche de Claudio de Moura 
Educador e articulista da Veja
Tá explicado

Um teste de sinceridade

Antes de ler o texto abaixo, faça um teste: 
Desligue o computador, o notebook por apenas um minuto e adivinha qual o tema do artigo.
Quando você religar o pc, o not, descobrirá que o assunto é a famosa Usina de Belo Monte.

QUEM PERDE NA GUERRA DE BELO MONTE

Há dois dias, a Justiça deu nova liminar que interrompe a construção da usina, planejada para ser a maior hidrelétrica em atividade no território nacional depois de Itaipu. O desembargador federal Antônio de Souza Prudente, do Tribunal Regional Federal da 1º Região (TRF-1) acoIheu denúncia do Ministério Público Federal, que afirma que não estão sendo cumpridas condições estabelecidas pelo Ibama. 

A decisão liminar de Souza Prudente determina a anulação da Licença de Instalação da usina. 

Não é o primeiro nem o último capítulo de uma guerra. 

Já existe uma determinação de suspensão de uma liminar semelhante, assinada pelo presidente do Tribunal. A licença de instalação da usina está em vigor, de qualquer maneira. 

Esta liminar representa a 27a. interrupção nos trabalhos desde que as obras tiveram início, em 2011. Sendo generoso, temos uma interrupção a cada mês e meio, em média. É um plano de guerra através dos tribunais, vamos combinar. 

Em matéria de judicialização, essa forma de interferir nas decisões do Estado sem levar em conta a soberania popular, que se manifesta nas urnas, pelo voto que escolhe os representantes da nação, deve ser um recorde mundial. 

O mini apagão sugerido no teste se justifica pelo seguinte. Para acompanhar o crescimento da economia, estima-se que o país precise ampliar em 5,2% ao ano sua oferta de energia na próxima década. Este cálculo é oficial. 
É assumido pelo ministério das Minas e Energia e pela Norte Energia, que constrói Belo Monte, fontes responsáveis pela maioria das informações deste texto. 

Você tem todo o direito de duvidar dos números mas é bom admitir que dificilmente irá encontrar informações muito diferentes. A ordem de grandeza, de qualquer modo, não se altera. É possível mudar a interpretação dos dados, naturalmente. 

Aí não estaremos discutindo Ciência mas política, esse saudável exercício civilizatório. O debate sobre Belo Monte parece uma discussão sobre meio ambiente. Não é. A questão envolve nosso desenvolvimento e o bem-estar da população, em especial a mais humilde. 
Desde que se descobriu que um cavalo poderia puxar uma carroça se sabe que não há desenvolvimento sem energia. E desde que a questão ambiental tornou-se um valor das sociedades contemporâneas, é um fator que deve ser levado em consideração. 

Em Belo Monte estamos falando de um investimento de R$ 27 bilhões, que emprega 24 000 trabalhadores e, envolve umas das formas mais limpas de geração de energia que se conhece. 

Estima-se que a energia de Belo Monte irá atender a 60 milhões de pessoas – quase um terço da população brasileira hoje. A menos que se pretenda prolongar nosso apagão de um minuto indefinidamente, seria preciso experimentar alternativas mais caras e mais poluentes para não deixar essa fatia imensa de brasileiros na treva. 

Por exemplo: para substituir a potencia de Belo Monte seria preciso construir 19 usinas termoelétricas, que iriam gerar uma poluição de 19 milhões de toneladas de gás carbônico por ano, valor superior às emissões totais de todo setor elétrico brasileiro em 2007. Outra possibilidade, sem dúvida menos poluente, seria energia solar. O custo seria 6 vezes maior. 

Neste exercício interativo, é só multiplicar sua conta de luz por seis para se ter uma ideia do que estamos falando. Imagine esse preço na conta das famílias mais pobres. 
É a regressão forçada à vela e à lamparina, certo? Lembra daquele economista que quer impedir a poluição atmosférica elevando o preço da carne e do leite para reduzir nossos rebanhos? É o mesmo raciocínio. 

Não custa relembrar algumas verdades conhecidas. Elaborado e reelaborado ao longo de três décadas, o projeto de Belo Monte é produto de uma sucessão de negociações. As medidas compensatórias, destinadas a beneficiar população do lugar, envolvem gastos de R$ 3,7 bilhões de gastos nos onze municípios atingidos. Não vou listar investimentos e melhorias em curso – algumas essenciais -- porque a ideia não é embelezar as coisas. Basta dizer que só por causa de Belo Monte a cidade de Altamira, com mais de 100 000 habitantes, ocupando uma área equivalente ao Ceará e maior do que o Acre, por exemplo, terá seu primeiro sistema de água e esgoto. 

Colocada no centro de uma mobilização internacional que há décadas procura colocar a Amazônia como uma reserva ecológica da humanidade – sob zelo dos Estados Unidos, naturalmente -- à margem da soberania do território brasileiro, é compreensível que a população local procure tirar proveito de todos holofotes, nacionais e internacionais, para arrancar cada dólar e cada real a mais para si, para suas famílias e seus descendentes. 

Não se pode, contudo, perder de vista um ponto essencial. Da mesma forma que a população norte-americana tem a palavra final sobre o Alaska e a população de todo país define o que fará com seus tesouros naturais, o destino sobre a Amazônia é uma discussão entre brasileiros. E, neste aspecto, é fácil reconhecer que o projeto de Belo Monte é uma proposta bem encaminhada. Ao longo de décadas de debate, várias mudanças foram realizadas, implicando em recuos e concessões dos chamados “desenvolvimentistas”. Nem todo mundo já percebeu mas os verdadeiros sectários, insensíveis, em grande medida reacionários, estão entre seus adversários.
Em relação ao projeto original, elaborado pelos padrões de uma época em que a questão ambiental estava fora da agenda, a usina ocupará um terço da área inicial. A tecnologia de geração de energia não se baseia em grandes reservatórios, como ocorre no mundo inteiro, mas no método fio d’água, que produz eletricidade de acordo com a velocidade do rio. Em relação ao que poderia gerar, Belo Monte terá uma produção considerada modesta, equivalente a 42% de seu potencial, contra uma média nacional superior a 50%. É o preço que se considerou conveniente pagar pelo respeito a cultura e hábitos da população da região. 

E é um preço tão alto que vários engenheiros da área hoje questionam se vale a pena construir uma usina com tão alto custo para benefícios relativamente baixos – ou se vale a pena abrir uma discussão política que até agora ficou fechada, em gabinetes que favorecem a ação de ONGs e lobistas ecológicos, para tentar chegar a parâmetros mais compensadores.

Em termos sociais, a obra irá provocar o deslocamento de 20 000 pessoas. É um numero respeitável, mesmo quando se considera que equivale a 5% da população da área, de 400 000 pessoas. 

Ao contrário do que se costuma divulgar, em momentos de súbito interesse pela sorte dos primeiros brasileiros, nenhuma das 12 áreas indígenas será alagada. Por exigência das negociações, será construído um canal de 20 km para que suas áreas não sejam atingidas. 

O esforço contra Belo Monte pode ser definido assim. Depois de reduzir ao máximo os benefícios que poderia gerar para o conjunto da população brasileira, tenta-se impedir sua construção de qualquer maneira, sob qualquer pretexto. 

Nesta situação, ocorre uma charada conhecida dos confrontos políticos, tão bem definida na fábula do Cordeiro e o Lobo. O detalhe é que, desta vez, muitas pessoas ainda não se deram conta de que o Lobo veste pele de cordeiro, o que é tema de outra fábula. 

O que acontece com Belo Monte, então? Desligue a luz por um minuto e tente imaginar.

Prá desopilar

Rala na bochaxa

Boa!

Tenha um dom bia!
Você leu aí isso errado.
Você leu essa outra errado também.
Você leu de novo a frase anterior para ver se não estava errada.

Se foi assim compartilhe!

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