1) Ao tretar na internet, juliana paes para se dizer "neutra" declarou que não concorda nem com os ideias arrogantes da extrema-direita nem com os delírios comunistas da extrema-esquerda. Ou ela é muito burra e ignorante ou é muito pilantra e mau-caráter. A começar pela escolha vocabular: à extrema-direita, ela atribui ideais. À extrema-esquerda, ela atribui delírios. Qualquer pretensão de neutralidade e equidistância já cai por terra aí. Os extremos, à esquerda ou à direita do espectro político-ideológico são igualmente delirantes e, mais que arrogantes, são violentos. Mas o detalhe é que, por estes "tristes trópicos" aqui, quem evoca o comunismo a todo tempo não é a esquerda nem a extrema-esquerda: é a extrema-direita. A extrema-direita brasileira é igual pastor neopentecostal que fala mais no diabo do que em deus. Quem tem fixação, obsessão, tara por comunismo é a extrema-direita brasileira, que nunca leu um livro de História na vida, nem mesmo do tipo almanaque de banca de jornal.
2) Cidadãos de bem, que votaram no "messias" em defesa da família, da moral e dos bons costumes, tão aviltados na última década pela "ditadura gayzista do petê", estão fazendo apologia ao estupro de uma criança de 5 anos, filha da Manuela D'Ávila. Coisa linda de se ver, né?
3) Patriotas assim elegeram um governo que, no meio de uma pandemia, rejeitou a colaboração técnica de uma infectologista que orienta suas práticas profissionais pelos conhecimentos produzidos pela ciência, crítica do uso da cloroquina como terapia precoce contra a covid e defensora do distanciamento social, do uso de máscaras e da vacinação em massa. Convicções totalmente contrárias às orientações que emanam do cérebro desse governo, que não é o Ministério da Casa Civil ou, para os assuntos da pandemia, o Ministério da Saúde, mas sim o Gabinete do Ódio, QG dessa seita obscurantista, diabólica, genocida, chamada bolsonarismo. Porque, claro, a pandemia é mimimi. Ameaças reais eram o kitiguei, a mamadeira de piroca e o comunismo. Ainda bem que uma família íntegra, branca, hétero e cristã saiu lá da Barra da Tijuca para recolocar esse país nos eixos novamente, acima de tudo e só abaixo de deus. Amém?
Amém!
de Rafael Patto