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STF, MPF e Moro quer roubar o Brasil


Dilma se revelou a Estadista que É.

O stf e mpf, principalmente o Janota, Moro e o Merda do supremo se revelam golpista e ladrões do dinheiro público.
michelpoeta

No Brasil da brutalidade, a gente anda tendo de dar risadas tristes com cenas de baixaria explícita: gravações clandestinas de delator, ator pornô dando dicas ao Ministro da Educação, poltergeist de advogada impixista e outras coisas do repugnante gênero.

Hoje, finalmente, consegui dar risadas com inteligência e ironia, lendo as quadrinhas do funcionário público, Daniel Ramos, 25 anos, que virou personagem de uma reportagem do El País por ter criado o perfil @temerpoeta no Twitter e fazer humor com duas lendas sobre o presidente em exercício a de que sabe fazer versos e a de que seria “satanista”.

O resultado é muito, mais muito mais engraçado que as “coisas” que Sua Usurpência faz, embora devamos torcer para que ele se ocupe no seu beletrismo o máximo de tempo possível, pois vai usar a caneta em algo que é apenas medíocre, mas inofensivo.

Além dos que destaquei na ilustração, a matéria traz uma quadrinha, maravilhosa, do @temerpoeta, parodiando o Refazenda, de Gilberto Gil: Ó Jucazinho acataremos teu pacto/nós também fazemos trato/com aécio e machadão/enquanto o tempo não trouxer a lava-jato/amanhecerás planalto/com satã no coração.

Métrica perfeita, nestes tempos imperfeitíssimos.

E, a frase não é minha, gargalhadas também derrubam governos.

Minam, minam impiedosamente os tartufos.

Charge do golpe




Também podemos dizer: em terra de traíra no Planalto e merda no Supremo pouco importa que eu os lhes mande tomar no cu

Não sabem governar, são ruins de serviço ou estão tirando com a nossa cara? por Leonardo Sakamoto

A menos que tenha passado as últimas duas semanas preso em uma caverna e, pior, sem wi-fi ou 3G, também deve estar em dúvida se o governo interino está tirando uma com sua cara, é muito ruim de serviço ou não faz ideia de como administrar o país.

Isso independentemente de você considerar que houve um impeachment embasado em boas razões, um golpe parlamentar descarado ou não fazer ideia do que seja impeachment ou golpe.

O PMDB, livre das amarras democráticas colocadas nos partidos que encabeçam chapas presidenciais eleitas com o voto direto, chegou com uma pauta avassaladora – liberalizante na economia e reacionária nos direitos sociais.

De um lado, isso levou muita gente boa, mas que acredita que o Estado gasta muito e errado, a pensar: "porra, agora vai!''. De outro, organizações e movimentos sociais que atuam na defesa dos direitos fundamentais pensaram "agora, lascou-se tudo''.

Daí veio a escalação de ministros, 100% cueca e branca, que, atendendo às necessidades fisiológicas partidárias mais básicas, ficou longe daquele time de notáveis prometido.

Todo santo dia é alguém falando uma groselha, prometendo e desprometendo o fim do SUS, rebaixando e promovendo a área de Cultura, dando um tom sinistro para a reforma da Previdência e voltando atrás com a grita dos trabalhadores, reunindo-se com ator pornô para umas das primeiras audiências sobre o futuro da educação básica (com todo o respeito aos atores pornôs, mas não é essa sua expertise). A Esplanada dos Ministérios, com raras exceções, é um show. De horrores.

Um aliado de Eduardo Cunha, o proscrito, foi escolhido para ser o líder do governo na Câmara dos Deputados. Gravações com Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney mostraram as razões que levaram ao Congresso optar pelo impeachment – a possibilidade de conter a Lava Jato. E deixam claro que a corrupção sob a administração do PT não mudará nada sob esta administração do PMDB em conjunto com o PSDB.

Por fim, o Pacto Temer para a economia, colocando a conta da solução da crise no lombo dos mais pobres e livrando os mais ricos de impostos sobre sua renda, capital e patrimônio, tem tudo para aumentar a insatisfação popular e incendiar protestos – mesmo de quem, até agora, viu tudo apenas pela TV. É claro que algo precisa ser feito para resolver a economia. Mas o foi proposto e o que deve vir podem, ao contrário, inviabilizar o país por um longo período.

Ao final dessas duas semanas, o primeiro grupo, que defende um Estado menor, deve ter percebido que talvez Michel não consiga entregar o que prometeu sem uma ruptura violenta e, portanto, incerta. Para além dos erros políticos, há denúncias de corrupção envolvendo membros de sua equipe e a pressão constante de de setores importantes da sociedade que não reconhecem o impeachment e têm medo de retrocessos sociais.

A sociedade brasileira, jornalistas inclusos, não está dando a Michel os 100 dias que normalmente são concedidos a novos governos para arrumarem a casa porque este brotou do outro, também sendo responsável pelas burradas do anterior. Enquanto isso, a imprensa internacional e a comunidade internacional está reticente com relação à nossa situação política, o que levou ao novo chanceler brasileiro ordenar que postos diplomáticos façam a propaganda de que, aqui, se vive democraticamente.

Se um país que precisa fazer isso, algo já deu muito errado.

Sabe aquela reforma em que a gente gasta todo o dinheiro com as paredes da casa e esquece que tem que sobrar algum para gastar na decoração, caso contrário, fica uma droga mesmo assim? Então, o pessoal dedicou-se intensamente a conspirar pelo Palácio do Planalto e, chegando lá, não está sabendo como conduzir o barco.

O presidente interino, que se mostrou capaz nos bastidores, é um orador tão inábil quanto Dilma, apesar das mesóclises, e rivaliza com ela na ausência de carisma. Isso não é um impedimento, mas não ajuda em nada neste momento em que o diálogo constante com a sociedade se faz necessário. E é assustador a facilidade com a qual ele muda de posição após ser pressionado por matérias que saem na imprensa. Para alguns, isso é humildade. Para outros, falta de convicção.

Particularmente, desconfio que seja falta de legitimidade.

Então, se essa dúvida atormentar demais o governo, a saída simples: aceite a convocação de novas eleições.

Briguilinks

S.O.S


por Janio de Freitas

Janio de Freitas, na Folha

Um país com suas continhas orçamentárias bem ajustadas, dívida em extinção –e, pior do que estagnado, de volta aos níveis imorais de miséria, pobreza, desordem, ensino em retrocesso constante, saúde pública em coma terminal, indústria nacional desmantelada, desemprego e violência urbana. É o que se pode vislumbrar para os anos vindouros, se efetivadas as medidas que Henrique Meirelles e Michel Temer apresentaram –com o devido cuidado da imprensa para maquiar umas e encobrir outras– como pacote primordial da aventura que iniciam.

A medida central, que consiste em estabelecer um teto permanente para os gastos do governo, só aumentado na proporção da inflação anual anterior, traz para o país uma perspectiva fácil de se presumir.

Mesmo Dilma Rousseff reconhece, entrevistada para a revista “Carta Capital”, o desastre econômico que foi 2015. Tudo no Brasil se deteriorou com intensidade assombrosa. A desgraceira que cresce, a ponto de atingir o olimpo das empresas financeiras, é apenas a continuidade de 2015 (por favor, nada de dizer “o ano que não acabou”). Os serviços públicos estão em pandarecos, os investimentos desabaram, as universidades desmilinguem, tudo é assim. Apesar disso, o gasto contabilizado do governo no ano passado foi de R$ 1,16 trilhão.

A esse montante, um exercício de Gustavo Patu, na Folha desta quarta-feira (25), aplicou as medidas propostas por Meirelles sob o olhar um tanto vago de Temer. Constatação: o 2015 de Meirelles teria os seus gastos limitados a R$ 600,7 bilhões. Metade, pode-se dizer, do gasto realizado. Por mais que tenha havido desperdício de dinheiro público naquele trilhão, não há como evitar a conclusão de que a brutalidade do corte proposto para a nova política econômica só pode trazer ao país a degradação da degradação. Se com um trilhão o país está em estado deplorável, com gastos pela metade pode-se imaginar como estará.

Ou melhor, nem estará. O crescimento econômico depende do investimento estatal que o inicie e o estimule. A iniciativa privada no Brasil (e não somente no Brasil) é privada mas não iniciativa. Meirelles não se ocupou dos investimentos, na apresentação inicial do plano, porque nem era necessário: o teto do Orçamento, corrigido só pela inflação, já indica a exiguidade de investimento em proporções mobilizadoras e de interesse por tê-lo.

Por falar em nisso, Michel Temer comparou-se de raspão a Juscelino. Mas quem Temer faz lembrar é Collor com a combinação de loucuras e violência que aplicou como plano econômico. Não é inovadora, portanto, a complacência quase envergonhada com que a imprensa se faz colaboradora de Temer, como preço –autêntica liquidação de outono –de não ter o PT no governo nem o risco de Lula em 2018. Depois, lava-se a história, com ou sem jato. Mas o malabarismo praticado por muitos comentaristas oferece um lado cômico nessa história de salvar o salvador perdido.

Do cômico ao trágico: o corte proposto contra a educação é também contra os jovens de hoje e as próximas gerações de estudantes; o corte proposto contra a saúde é também contra as gestantes, as crianças e todos os carentes. Ambos são agressões ao espírito da Constituição e suas intenções de reparação social da nossa história de injustiças e perversidades.

A educação tem hoje, por garantia constitucional, ao menos 18% do arrecadado com impostos. A saúde tem garantia semelhante, em menor percentual. O plano Meirelles retira da educação e da saúde essa garantia de um mínimo que leve a ampliar e estender a educação, como se deu nas últimas décadas, e atenuar os problemas persistentes na saúde pública. Os valores ficarão congelados, com futuros acréscimos correspondentes apenas à fictícia correção pela inflação. Note-se que o ponto de partida, nesse congelamento, é o percentual deste ano de baixa arrecadação. Logo, educação e saúde já começam com perda substanciosa.

Contas certinhas (no diminutivo, sim, porque serão cada vez menores), que beleza. Para um futuro condenado sobre um presente caótico.
na Folha de São Paulo

Paulo Nogueira – Dilma tem que receber um formidável pedido de desculpas dos brasileiros e ser reconduzida ao posto do qual canalhas golpistas a retiraram.


O grande mérito da publicação das conversas gravadas é tornar brutalmente claro aquilo que as pessoas mais informadas já sabiam e que era negado pela mídia liderada pela Globo.

Foi golpe. E foi um golpe imundo, em que homens e instituições moralmente putrefatos se uniram para derrubar uma mulher honesta que levou a investigação da corrupção a patamares jamais vistos.

A gravação de Renan, publicada hoje pela Folha, ajuda a compreender ainda melhor o que ocorreu.

Mais uma vez, o STF aparece com destaque na trama golpista. E isto é desesperador: você pode cassar políticos. Mas como lidar com um poder que julga a si mesmo?

Num mundo menos imperfeito, o STF seria imediatamente dissolvido, tais as acusações e as suspeitas que recaem sobre seus integrantes.

Mas como fazer isso?

Escrevi ontem e repito agora: o STF era o grande argumento pelo qual a Globo, em nome da plutocracia, atacava como “alucinação” e “conto da carochinha” a tese do golpe.

Na conversa agora divulgada, Renan diz que todos os eminentes juízes do Supremo estavam “putos” com Dilma.

O motivo não poderia ser mais canalha: dinheiro.

Renan relata uma visita que fez a Dilma. Ela conta que recebeu Lewandowski para o que imaginou que fosse ser um encontro de alto nível sobre a dramática situação política do país.

Mas.

Mas Lewandowski “só veio falar em dinheiro”, disse Dilma. “Isso é uma coisa inacreditável.”

Há muitas coisas inacreditáveis em relação ao STF, a rigor. A demora de quatro meses de Teori para acolher o pedido de afastamento de Eduardo Cunha é uma delas. As atitudes sistematicamente indecentes e partidárias de Gilmar Mendes e seu mascote Toffoli são outra delas.

O interlocutor de Renan na conversa, o mesmo Sérgio Machado de Jucá, produziu a melhor definição do STF destes tempos. “Nunca vi um Supremo tão merda.”

Outros personagens destacados do golpe aparecem neste diálogo vazado. A Folha, por exemplo, se bateu intensamente pela queda de Dilma. Mais especificamente, seu dono e editor, Otávio Frias Filho.

Ele é citado por Renan como tendo reconhecido exageros na cobertura da Lava Jato.

Ora, ora, ora.

Se reconheceu o caráter maligno do circo da Lava Jato, por que ele não fez nada? Ele era apenas o ombudsman do jornal, ou o porteiro do prédio?

Bastaria uma palavra sua para retirar o exagero da cobertura. Se não a pronunciou, é porque era conivente ou inepto como diretor.

Faça sua escolha.

Aécio surge acoelhado. Tinha medo da Lava Jato, diz Renan. Sabemos agora que Aécio não é apenas demagogo, hipócrita e corrupto.

É também covarde.

E é neste campo que, sem saber que era gravado, Renan presta um extraordinário tributo a Dilma. “Ela não está abatida, ela tem uma bravura pessoal que é uma coisa inacreditável.”

Os colunistas da imprensa, nestes dias, diziam freneticamente que Dilma estava abatida. Era gripe, informa Renan. “Ela está gripada, muito gripada.”

Se existe algum tipo de decência no Brasil – de justiça não dá para falar, dado o STF – Dilma tem que receber um formidável pedido de desculpas dos brasileiros e ser reconduzida ao posto do qual canalhas golpistas a retiraram.

Brasil 247 - uma afronta aos educadores e educadoras brasileiros

Senador Buarque: vai ser coadjuvante do Frota?


"Se não bastassem tantas patifarias em série, vemos estampados nos sites de notícia a informação da audiência do ministro da (des)educação (um sujeito cujo currículo não seria, por mérito, nem diretor de escola), com um ator pornô", diz o colunista Robson Sávio Reis Souza, que é professor da PUC-Minas; "Não sou moralista como essa trupe conservadora que impediu recentemente, por exemplo, a distribuição pelo Ministério da Educação de material sobre educação sexual para a escolas. Não tenho nada contra atores pornô. Porém, o novo conselheiro do ministro da (des)educação há algum tempo atrás notabilizou-se por fazer apologia ao estupro em plena rede nacional de TV"; segundo ele, a audiência de Mendonça Filho com Frota comprova que "em pouco mais de uma semana temos certeza que se trata do governo mais medíocre e tacanho da história deste país"

Roberto Requião - O déficit recorde, o pacto entreguista e a armadilha para a volta da Dilma


Vão dilapidar o que puderem e deixar uma armadilha para tornar Brasil ingovernável caso Dilma volte

Houve quem se surpreendesse quando a equipe econômica de Meirelles pediu autorização ao Congresso para fixar uma nova “meta” fiscal extremamente folgada, uma meta de 170 bilhões de reais. Afinal, o valor é o dobro da meta que a presidente Dilma pediu e que na época foi considerado “irresponsabilidade fiscal” pela imprensa e pelo Congresso.

O que Meirelles quer não é uma meta, é uma autorização para gastar à vontade. Os tais 170 bilhões de reais certamente correspondam ao maior déficit primário da nossa história, em valores correntes. Muito estranho para um governo que foi alçado ao poder em meio a uma campanha pela austeridade fiscal, a que Dilma, supostamente, era avessa.

Se a Dilma está sofrendo processo de impeachment por ter dado as tais pedaladas, na ânsia de cumprir uma meta fiscal muito ambiciosa, que sentido faz dar um imenso cheque em branco para o governo interino?

Tanta incoerência explícita, escancarada, tanto cinismo militante incomodam. As réguas e as regras que valem para uma não valem para outros? Noventa e seis bilhões de meta fiscal pedidos por Dilma são irresponsabilidade, mas os 170 bilhões pedidos por Temer transmudam-se em virtude.

Enfim, considera-se normal que os políticos, na luta pelo poder, façam pronunciamentos incoerentes, contraditórios.Desdizem hoje com toda ênfase o que declaravam com fervor ainda ontem. Políticos que queriam o impeachment diziam uma coisa antes. Agora dizem o contrário.

No entanto, o que mais assusta é que a mídia, os economistas e “o mercado” finjam que não há incoerência, que não usam dois pesos e duas medidas. Da crítica azeda, desaforada de antes ao entusiasmo de hoje não decorreram sequer 30 dias.

Isso é grave, gravíssimo, pois indica que faziam terrorismo com o déficit menor de antes e agora nem se importam com o déficit muito maior. Enfim, ao que tudo indica, os políticos, “o mercado” e seus economistas investiram pesado, até mesmo sua credibilidade, para viabilizar o impeachment e agora investem pesado para viabilizar o novo governo.

Há anos, todo santo dia, estamos acostumados a ler nos jornalões, a ver e ouvir na mídia monopolista que o terror dos terrores para os economistas, para o mercado, para as agências de risco, para os investidores, que o terror dos terrores para eles é o déficit público crescente. Mas, agora, nada comentam sobre o crescimento exponencial desse déficit proposto por Meirelles.

Isso significa que esperam ganhar algo muito maior? O que será?

Antes de conjecturar sobre isso, faço uma pequena explanação a respeito dos fatos já conhecidos, para entender as estratégias que movem a atual equipe econômica:

A previsão de um déficit primário colossal mostra que o governo está se preparando para adotar uma espamódica política fiscal contra-cíclica keynesiana só para 2016 para recuperar a economia, mas supostamente revertendo em 2017. Porém, na prática, para 2016 ao menos, será muito mais arrojada do que a estratégia fiscal adotada por Dilma em seu primeiro mandato. Estratégia essa, sabemos, objeto de todos os tipos de críticas e xingamentos por parte da imprensa, dos economistas de mercado e da antiga oposição.

Se o governo busca adotar uma política fiscal arrojada, infere-se que ele esteja disposto a usar todos os meios para fazer a economia crescer, inclusive radicalizar aqueles meios usados por Dilma e que foram a base para o horror que “o mercado” e a “elite” têm da presidente.

Mas isso seria considerado uma loucura, que precipitaria a explosão da dívida pública, se não fosse esperado pelo “mercado” uma redução abrupta e substantiva dos juros.

Como a duplicação da previsão de déficit foi digerida amistosamente pelo “mercado”, a redução dos juros já está acertada entre “equipe econômica” e “mercado”.

Porém, o governo é fraco e continua na mão de todos que viabilizaram o impeachment. Isso significa que o “mercado”, que se regozija com os juros altos, está ganhando em troca algo muito melhor.

O que seria? O Pré-Sal?A radicalização das privatizações? A suspensão dos direitos trabalhistas e dos direitos previdenciários? A apropriação de uma gorda fatia dos recursos que iriam para educação e saúde? Tudo isso e um tanto mais. Na verdade, essas medidas já foram anunciadas pelo novo governo. Então, para ganhar tais prebendas, o mercado aceita a política fiscal contra-cíclica em 2016 e juros baixos. Esse é o pacto de que tanto se fala nesse novo ambiente político, o “pacto entreguista”.

Mas isso não é muito impopular para ser realizado por um governo interino? Sim. E pode não dar certo e não dando certo sempre existe a possibilidade da volta do governo eleito.

Nesse caso, a equipe econômica do Meirelles estaria preparando uma armadilha para manterDilma amarrada aos compromissos e políticas neoliberais propostas pelos interinos.

A armadilha chama-se “mecanismo de fixação do teto da dívida” obrigando que os gastos públicos fiquem congelados em 2017, em termos reais!

Sabemos que a trégua do “mercado” à política fiscal irresponsável do governo interino se deve ao “pacto entreguista”. No entanto, na mídia, Meirelles vende que a trégua do mercado se deve à proposição do “mecanismo de fixação do teto da dívida”. Ou seja, o “mercado” está dizendo: “Eu não me preocupo com o fato de Temer ter um déficit duas vezes maior do que Dilma, porque Meirelles vai aprovar no Congresso um mecanismo que congela os gastos públicos em 2017, mesmo se Dilma voltar ao governo”.

Se isso acontecer, o Estado e o país ficarão ingovernáveis, no caso de volta de Dilma. Ou no mínimo, colocará Dilma novamente de joelhos frente ao Congresso e ao dono do Congresso, a mídia.

Caso Dilma não volte, Temer fulmina essa armadilha facilmente com o apoio que tem no Congresso, na mídia e no “mercado”.

Mas, antes disso, irão aprovar todo tipo de entrega do país. E Dilma, caso volte, estaria tão fraca e tão à mercê Congresso que não poderia reverter nada e teria que dar continuidade e implementar as políticas neoliberais de Meirelles.

O ex-ministro Nelson Barbosa já deu indicações de que deve continuar a mesma política de Meirelles, caso volte, pois, segundo ele, o que o governo interino está fazendo “não é novidade” e que propostas que ele mesmo lançou em março, como ministro de Dilma, Meirelles está anunciando agora.

Meirelles quer colocar o país entre o fogo e a frigideira. Logo, precisamos combater essas medidas.

Roberto Requião é senador da República no segundo mandato. Foi governador do Paraná por 3 mandatos, prefeito de Curitiba e deputado estadual. É graduado em direito e jornalismo e com pós graduação em urbanismo e comunicação.

Sérgio Machado prova que "crime da Dilma" foi não obstruir a Justiça



Sérgio Machado (Pmdb-CE), ex-presidente da Transpetro, responsável pelas gravações com José Sarney, Romero Jucé e Renan Calheiros, prova de forma cabal qual o verdadeiro motivo dela ser alvo de do golpe. "Tá todo mundo se cagando presidente. O erro dela foi deixar essa coisa andar, afirmou, numa referência à Lava Jato; áudios captados por Machado já derrubaram Jucá, que afirmou que era preciso trocar o governo, colocando Michel Temer no poder, para “parar essa porra” e “estancar essa sangria”

Josias de Souza - feridos, caciques do Pmdb estão aterrorizados


Caíram todas as fichas do PMDB. A conversão de Sérgio Machado de operador do partido em colaborador da Lava Jato revelou a alguns cardeais que ainda se imaginavam acima das leis que a festa acabou.

Aos poucos, desaparece aquele Brasil que oferecia às eminências políticas a segurança de que nenhum ilícito justificaria a incivilidade de uma reprimenda pública. No seu lugar, surge um país que ensina a Sarney, Renan e Jucá que nem tudo termina num grande acordão.

Acometido de ‘morofobia’, Sérgio Machado foi de cacique em cacique para avisar que estava prestes a suar o dedo. “Esse cara, esse Janot que é mau caráter, ele disse, está tentando seduzir meus advogados, de eu falar”, disse para Sarney.

“O Janot tem certeza que eu sou o caixa de vocês”, declarou para Renan. “Então, o que ele quer fazer? […] Ele quer me desvincular de vocês, […] e me jogar para o Moro. E aí ele acha que o Moro vai me mandar prender. Aí quebra a resistência. E aí fodeu.”

“Eu estou muito preocupado”, afirmou Machado na conversa com Jucá. “O Janot está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho.”

Ouviram-se juras de proteção a Machado. “Sem meter advogado no meio”, orientou Sarney. Um pacto para “estancar a sangria”, definiu Jucá. “Tem que ser conversa de Estado-Maior”, pediu o ex-presidente da Transpetro.

Homologado nesta quarta-feira (25) pelo ministro Teori Zavascki, do STF, o acordo de delação premiada que Sérgio Machado celebrou com o Ministério Público Federal é uma evidência de que malograram as tentativas de acordão. Afora os depoimentos já prestados pelo novo delator, a turma da Lava Jato manuseia gravações que somam quase sete horas de conversa.

Feridos pela traição, os caciques do PMDB estão atemorizados. O pânico tem razão de ser. Eles sabem o que fizeram nos verões passados. E acabam de descobrir que já não é tão fácil celebrar conchavos com pedaços do Judiciário, para triturar investigações.

A caciquia do PMDB ainda não conseguiu concretizar o desejo de aprovar alterações às leis que regulam os acordos de leniência e as delações premiadas. Enquanto ainda têm mandato, Renan e Jucá deveriam perseguir um objetivo mais modesto —um tributo a Sérgio Machado. Assim como há ruas batizadas de Voluntários da Pátria, a dupla poderia sugerir a inauguração de outras que se chamassem Traidores da Pátria.
Comentário: O jornalista faz questão de esquecer que o fim da impunidade começou quando o PT assumiu o poder em 2003. Todo arcabouço jurídico institucional foi criado por Lula e Dilma. Por que será que essa gente do pig gosta tanto de esconder esta verdade?

Gilmar Mendes delira e compromete o Supremo

O juiz tucano do STF Gilmar Mendes parece acometido de alguma síndrome de delírio. Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, delírio é um substantivo masculino que significa "1 [psicop] convicção errônea baseada em falsas conclusões tiradas dos dados da realidade exterior, mantida por uma pessoa, ainda que a maioria dos membros do seu grupo pense o contrário e possa provar que está certa" e "2 [psiq] problema mental orgânico reversível, cujos sintomas são: ...., confusão, ilusão, interpretação delirante da realidade, alucinações visuais, auditivas, táteis etc".

Apesar do "esquema do Aécio" ser conhecido por todo mundo, Gilmar Mendes é a única pessoa do mundo que não conhece "o esquema do Aécio".

Aécio Neves é campeão de menções em listas de corrupção e em conversas entre corruptos. Na conversa dos delinqüentes Sérgio Machado e Romero Jucá, Machado chega a dizer que "o primeiro a ser comido [pela Lava Jato] vai ser o Aécio", tal é a proeminência do senador tucano no "esquema".

Mas, apesar disso, Gilmar olimpicamente entendeu "não haver elementos novos que justifiquem a investigação" [sic] do Aécio pelo STF, e proibiu depoimentos do próprio investigado e de testemunhas, e devolveu o processo do seu parceiro à Procuradoria da República.

Sobre a conversa delinquencial de Sérgio Machado e o ainda senador Romero Jucá, Gilmar disse: "Não vi isso [tentativa de obstrução de justiça]. A não ser, uma certa impropriedade [sic] em relação à referência ao Supremo".
Não se pode esquecer que Gilmar foi o juiz do Supremo que no dia 18 de março de 2016 concedeu a liminar ao PSDB e PPS que suspendeu a posse do ex-presidente Lula na Casa Civil alegando suposta tentativa [de Lula] de obstrução de justiça!

É extremamente preocupante que um juiz da Suprema Corte seja acometido por tão grave transtorno de delírio. A preocupação é ainda maior uma vez que Gilmar vai assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral [TSE].
Pode-se prever o esdrúxulo que será ele julgando as contas da campanha da eleição da Dilma: por um lado, vai conseguir a magia de sustentar uma tese muito singular de que as prestações de contas de Dilma e do conspirador Temer devem ser separadas, para livrar o presidente do governo usurpador.

Por outro lado, Gilmar será capaz de ter a cara-de-pau de dizer que os repasses para a campanha da Dilma, feitos pelos mesmos caixas das mesmas empresas que contribuíram para a campanha do Aécio – em alguns casos com valores maiores – são ilícitos, enquanto os repasses para seu correligionário tucano são legais, limpos e abençoados por deus.

Gilmar Mendes precisa ser submetido urgentemente a um exame anti-doping. É fundamental identificar se o juiz do STF padece de simples mau-caratismo ou se está atuando dopado.

Em qualquer diagnóstico, o tratamento é o mesmo: ele já demonstrou que deve ser impedido de atuar na Suprema Corte.