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Provedores

PNBL - plano nacional de banda larga - abre oportunidades para os pequenos

 barateando o acesso à internet por todo o País
Dos cerca de um terço de brasileiros que têm um computador em casa, apenas 24% dispõem de uma conexão com a internet, segundo o Centro de Estudos sobre a Tecnologia da Informação e da Comunicação (Cetic). Entre os fatores que levam o país a essa grande exclusão está o desinteresse das grandes operadoras de telecomunicações em oferecer o acesso à rede aos consumidores da classe C nas periferias das grandes cidades e em municípios pequenos e remotos. Mas esse cenário pode mudar a partir do próximo mês, quando entra em operação o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), iniciativa do governo federal que tem o objetivo de massificar os serviços de internet rápida no país.
O instrumento dessa mudança, que pretende oferecer o acesso em banda larga por preços inferiores a R$ 35 mensais, é a Telebrás, empresa estatal desativada no final da década de 90 e que foi ressuscitada para cuidar da infraestrutura da rede do PNBL. Com a estatal presente no mercado - ela deve passar a operar agora em abril -, os pequenos provedores presentes na periferia e em municípios longínquos veem a oportunidade de levar a internet a esses locais onde hoje há uma grande demanda reprimida, sem depender das operadoras. Como não têm rede própria, os pequenos provedores querem aproveitar a rede da Telebrás para não mais depender dos preços cobrados para utilizar a rede das grandes operadoras, que privilegiam as regiões de maior potencial econômico.

"O PNBL vai estimular o crescimento e o aparecimento de novos provedores", diz João José Ranzani, presidente da Unotel, empresa que oferece soluções de acesso à internet a esse segmento. Para Ranzani, o fato de a Telebrás priorizar o atendimento ao provedor, e não à ponta consumidora final, pode beneficiar bastante essas pequenas empresas.

O modelo de negócio oferecido pela estatal aos provedores é baseado na contratação do link de acesso com preço de R$ 230 por cada megabit (Mb) comercializado, sendo distribuído a até 10 usuários, com o preço da mensalidade de até R$ 35 por uma conexão de 512 Kbps (Kilobits por segundo). Já os valores cobrados pelas grandes operadoras por megabit varia de R$ 200 a R$ 400 em grandes cidades do país. Mas, em Manaus, na região Norte, o valor cobrado dos provedores chega a até R$ 4 mil por megabit.

A Unotel - que, segundo seu presidente, já trabalha com um modelo parecido com o da Telebrás no atendimento aos provedores -, oferece a possibilidade de contratação a partir de 4 Mb, a preços diferenciados por região do país. O presidente da empresa explica que, por conta da maior dificuldade em levar a infraestrutura até o destino final, o usuário doméstico, os valores para o Nordeste também são mais altos do que os do Sudeste.

Para reduzir os custos, a empresa pretende investir em Fortaleza como um ponto de presença de onde fará a distribuição de seus links de acesso para clientes em outros estados do Nordeste. "Queremos crescer 60% até o fim do ano nessas áreas porque é onde queremos aumentar a presença de nossos produtos e serviços, principalmente através de canais que repassarão a pequenos provedores de regiões com pouca oferta de banda larga para usuário final", afirma Ranzani.

Contrato230 reais é o valor que deverá ser cobrado pela Telebrás dos pequenos provedores por cada megabit comercializado, com a obrigação destes oferecerem acesso por menos de R$ 35 mensais.