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Tradução da minha certeza

Marina,é um fenômeno semelhante aquele que acomete os indivíduos do sexo masculino,pela manhã:priapismo hidráulico. Passada   a  sensação ,tem-se o alívio ou frustração

Luis Fernando Veríssimo não vale nada. Mas é uma Maravilha!

Pode-se parafrasear Winston Churchill e dizer da democracia o mesmo que se diz da velhice, que, por mais lamentável que seja, é melhor do que sua alternativa.

A única alternativa para a velhice é a morte.

Já as alternativas para a democracia são várias, uma pior do que a outra.

É bom lembrá-las sempre, principalmente no horário político, quando sua irritação com a propaganda que atrasa a novela pode levá-lo a preferir outra coisa. Resista.

Engula sua impaciência com a retórica eleitoral que você sabe que é mentirosa, com o debate vazio, com os boatos maldosos e os golpes baixos, com o desfile de candidatos que variam do patético ao ridículo...

Diante de tudo isso, em vez de "que chateação", pense "que maravilha!". É a democracia em ação, com seus grotescos e tudo. Saboreie, saboreie.

O processo, incrivelmente, se autodepura, sobrevive aos seus absurdos e dá certo. Ou dá errado, mas pelo menos de erro em erro vamos ganhando a prática.

Mesmo o que impacienta é aproveitável, e votos inconsequentes acabam consequentes.

O Tiririca, não sei, mas o Romário não deu um bom deputado?

Vocações políticas às vezes aparecem em quem menos se espera.

E é melhor o cara poder dizer a bobagem que quiser na TV do que viver num país em que é obrigado a cuidar do que diz.

Melhor ele pedir voto porque é torcedor do Flamengo ou bom filho do que ter sua perspectiva de vida decidida numa ordem do dia de quartel.

Melhor você ser manipulado por marqueteiros políticos, com direito a desacreditá-los, do que pela propaganda oficial e incontestável de um poder ditatorial.

Hoje os candidatos à Presidência medem suas ideias e diferenças livremente, e todos são iguais perante o William Bonner.

Certo, às vezes as alternativas para a democracia parecem tentadoras.

Ah, bons tempos em que o colégio eleitoral era minimalista: tinha um eleitor só.

O general na Presidência escolhia o general que lhe sucederia, e ninguém pedia o nosso palpite. Era um processo rápido a ascético que não sujava as ruas.

A escolha do poder nas monarquias absolutas também é simples e sumária, e o eleitor do rei também é um só, Deus, que também não se interessa pela nossa opinião.

Ou podemos nos imaginar na Roma de Cícero, governados por uma casta de nobres e filósofos, sem nenhuma obrigação cívica salvo a de aplaudi-los no fórum, só cuidando para não parecer ironia.

A democracia é melhor. Mesmo que, como no caso do Brasil das alianças esquisitas, os partidos coligados em disputa lembrem uma salada mista, e ninguém saiba ao certo quem representa o quê. E onde, com o poder econômico mandando e desmandando, a atividade política termine parecendo apenas uma pantomima.

Não importa, não deixa de ser — comparada com o que já foi — uma maravilha.

Autor: Luis Fernando Veríssimo

Ganhamos o apelido que temos, por Alexis Yanovic Pieto

Traduzindo o título: sofremos o buliyng que nós incomoda
***

Quando você está zangado e quer agredir alguém, irá utilizar aqueles adjetivos que mais possam doer no desafeto:

Anão, bicha, macaco, etc...

Quando o Daniel Alves pegou a banana e comeu, deu um tapa de luva que até agora deve doer no sujeito que a lançou. Nem Lei especial precisou para se defender.

A ofensa maior acontece não apenas pela ação em sim, mas pelo estrago causado no receptor.

A galera do Grêmio estava puta  porque o cara defendia para caramba (mérito dele).

O Aranha perdeu uma boa oportunidade de acabar com isso, mas não, agora corre o risco de que a torcida faça pior.

O mais engraçado é que nem Aranha o cara se chama, mas Mário Lúcio Duarte Costa...

Agora, aranha não é crime, mas, macaco sim...

No Brasil não há discriminação racial. Há discriminação social

O racismo no futebol e a busca dos bodes expiatórios

por Luis Nassif

Cria-se o ambiente bélico no jogo. Começa uma baixaria coletiva e racista contra o goleiro do Corinthians. As câmeras de TV focalizam uma torcedora específica.
 
É o que basta para purgar os pecados do racismo.
 
Nos dias seguintes, a moça é exposta nas redes sociais, na TV e nos jornalões como inimiga pública. Perde o emprego, sua casa é apedrejada. Os linchadores mudam de lado, pois para eles pouco importa o tema, desde que permita o linchamento.
 
Aí aparecem os defensores da moça: amigos negros, de carne e osso, que falam de sua amizade sem preconceito, do fato de gostar de samba, de "ficar" com um ou outro amigo negro.
 
E aí se descortina a hipocrisia do linchador e do efeito manada. Linchadores foram os que agrediram com preconceito o goleiro do Santos; linchadores são os que buscam jogar toda a expiação em uma mocinha bobinha, definitivamente não racista - como comprovam os amigos - cujo momento de insensatez foi capturado por uma câmera de TV e jogado nas redes sociais. 
 
A moça cometeu crime de racismo, sim, e merece ser punida - sem os exageros do linchamento. Mas seus linchadores serão incensados: são os justiceiros que atuam dentro da lei.

Recebidos por e-mail

Abaixo, dois e-mails interessantes que me chegaram recentemente. Parece-me que, apesar de muitas críticas de gente que não entende direito para que serve, e apesar do mau uso de alguns, a Internet está permitindo que as pessoas dividam inspiração e sentimentos.

Rui Duarte: o valor do tempo

Para você entender o valor de um ano: Pergunte a um estudante que não passou nos exames finais.

Para você entender o valor de um mês: Pergunte a uma mãe que teve um filho prematuro.

Para você entender o valor de uma semana: Pergunte ao editor de uma revista semanal.

Para você entender o valor de uma hora: Pergunte aos apaixonados que estão esperando o momento do encontro.

Para você entender o valor de um minuto: Pergunte a uma pessoa que perdeu o trem, o ônibus ou avião.

Para você entender o valor de um segundo: Pergunte a alguém que sobreviveu a um acidente.

Para você entender o valor de um milissegundo: Pergunte a um ganhador de uma medalha de prata nas olimpíadas.

Shirlei Fuoco: as coisas que aprendi na vida

"Eis algumas das coisas que aprendi na vida":

Que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isto.

Que levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la.

Aprendi que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam.

Que as circunstâncias e o ambiente têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Que ou você controla seus atos, ou eles o controlarão.

Aprendi que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências.

Que paciência requer muita prática.

Que existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.

Que algumas vezes a pessoa que você pensa que vai lhe dar o golpe mortal quando você cai, é uma das poucas que lhe ajudam a levantar-se.

Que só porque uma pessoa não o ama como você quer, não significa que ela não o ame com tudo o que pode.

Que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens: seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém. Na maioria das vezes você tem que perdoar a si mesmo.

Que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido; o mundo não para, esperando que você o conserte".

Anônimo: página em

Construção

Deus deixou várias coisas para terminar, de modo que o homem possa exercer suas habilidades.

Deixou a eletricidade na nuvem e o óleo no fundo da terra.

Criou os rios sem pontes, as florestas sem estradas, os campos sem casas.

Deixou as pinturas do lado de fora dos quadros, os sentimentos para serem descritos, as montanhas para serem conquistadas, os problemas para serem resolvidos.

Deus deixou várias coisas para terminar, de modo que o homem possa compartilhar a alegria da criação.


As Bolsas Plebiscito de Dilma e Marina, por Elio Gaspari - O Globo

Marina Silva merece todos os aplausos. Anunciou em seu programa o que pretende fazer se for eleita. Ela quer criar uma "democracia de alta intensidade". O que é isso, não se sabe. Lendo-a vê-se que, sob o guarda-chuva de uma expressão bonita — “democracia direta” — deseja uma nova ordem constitucional.

Apontando mazelas do sistema eleitoral vigente, propõe outro, plebiscitário, com coisas assim: “Os instrumentos de participação — mecanismos de participação da democracia representativa, como plebiscitos e consultas populares, conselhos sociais ou de gestão de políticas públicas, orçamento democrático, conferências temáticas e de segmentos específicos — se destinam a melhorar a qualidade da democracia”.

Marina parte da premissa de que “o atual modelo de democracia (está) em evidente crise". Falta provar que esteja em crise evidente uma democracia na qual elegeu-se senadora, foi ministra e, em poucas semanas, tornou-se virtual favorita numa eleição presidencial.

Ela diz que nesse país em crise “a representação não se dá de forma equilibrada, excluindo grupos inteiros de cidadãos, como indígenas, negros, quilombolas e mulheres”. Isso numa eleição que, hoje, as duas favoritas são mulheres, uma delas autodefinida como negra.

Marina quer “democratizar a democracia”. O jogo de palavras é belo, mas é sempre bom lembrar que na noite de 13 de dezembro de 1968, quando os ministros do marechal Costa e Silva aprovaram a edição do Ato Institucional nº 5, a democracia foi exaltada 19 vezes. Deu numa ditadura de dez anos e 18 dias. A candidata, com sua biografia, é produto da ordem democrática. Ela nunca a ofendeu, mas seu programa vê no Congresso um estorvo. Se o PT apresentasse um programa desses, a doutora Dilma seria crucificada de cabeça para baixo.

Marina não está sozinha com seu projeto de reestruturação plebiscitária. Durante o debate da Band, Aécio Neves criticou a proposta de Dilma de realizar uma reforma política por meio de um plebiscito, rotulando-a de “bolivariana”, numa alusão às mudanças de Hugo Chávez na Venezuela. Ela respondeu o seguinte: “Se plebiscitos forem instrumentos bolivarianos, então a Califórnia pratica o bolivarianismo”.

Que todos os santos de Roma e d’África protejam a doutora. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Desde janeiro de 2010, a Califórnia fez 338 plebiscitos e aprovou 112 iniciativas. O mais famoso deles ocorreu em 1978 e tratava do congelamento do imposto sobre propriedades, associado à exigência de dois terços das assembleias estaduais para aprovar aumento de impostos.

Tratava-se de responder “sim” ou “não”. Deu 65% a 35% e atribui-se a esse episódio um dos maiores sinais do renascimento do conservadorismo americano (em 1980-1981 Ronald Reagan foi eleito presidente dos Estados Unidos.)

No Brasil já se realizaram três grandes plebiscitos. Em 1963 e 1993, o povo escolheu entre parlamentarismo e presidencialismo. Ganhou o presidencialismo. Em 2005, a urna perguntava: “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?” O “não” teve 64% dos votos.

A sério, um plebiscito é simples: “sim” ou “não”? “Parlamentarismo” ou “presidencialismo”? Essa é uma prática da democracia direta, porque é simples.

A proposta de encaminhamento plebiscitário de uma reforma política só não é bolivariana porque vem a ser um truque muito mais velho que a bagunça venezuelana. Em 1934, Benito Mussolini fez a reforma política dos sonhos dos comissariados. Os eleitores recebiam uma lista de nomes com a composição do Parlamento e podiam votar “sim” ou “não”. Il Duce levou por 99,84% a 0,15%.

A República brasileira não está em crise, pelo contrário. Seus poderes Executivo e Legislativo serão renovados numa eleição em que Marina vê vícios profundos, ainda que não os veja na possibilidade de ser eleita. Sua proposta de reordenamento do Estado pode encarnar a vontade do eleitorado mas, na melhor das hipóteses, dá em nada. Na pior, em cesarismo plebiscitário.


Papo de homem: sobre games, esportes e essa vida que levamos tão a sério

Segundo a Wikipedia em português, um jogo é uma atividade lúdica na qual indivíduos assumem o papel de um praticante de uma determinada atividade. Nesta prática arbitrária, eles ficam submetidos a uma série de regras igualmente arbitrárias e condições específicas de vitória ou derrota.

São essas regras e condições que, uma vez aceitas, criam o universo (ou bolha) de jogo.

Dependendo do jogo, o praticante poderá agir sozinho, cooperar e/ou competir com outros jogadores para obter a vitória. Nessa brincadeira cria-se, em maior ou menor grau, algum tipo de estimulação física, intelectual e emocional em seus praticantes.

Essa estimulação seja talvez a única coisa que “sobre” das bolhas, uma vez que elas sejam desfeitas. É o que fica depois do jogo.

Repare que a definição é bem abrangente. Virtualmente, qualquer coisa da vida pode descambar pra um jogo: uma relação afetiva não muito bem conduzida, um ethos profissional fora de controle, um jogo de frescobol no qual as pessoas consigam manter a bola no ar por três horas, etc.

O mais importante: qualquer um pode inventar um jogo, a qualquer momento. Tanto faz se é um indivíduo querendo se divertir de forma inusitada ou se é um CNPJ querendo criar um novo produto para o mercado de entretenimento.

A definição de esporte
1 Passatempo, divertimento: Ele faz isso por esporte. 2 Prática metódica de exercícios físicos, que consistem geralmente em jogos competitivos entre pessoas, ou grupos de pessoas, organizados em partidos; desporto. Há esportes terrestres, como o futebol, e aquáticos, como o iatismo. Var: desporte, desporto.

Segundo o dicionário Michaelis, um esporte seria um jogo de caráter competitivo que envolva necessariamente atividade física, praticado por indivíduos ou grupos. Nesse aspecto, xadrez não poderia ser considerado um esporte. A caça, por outro lado, poderia ser considerada um esporte (tanto que é chamada de blood sport pelos anglófonos), a despeito de toda controvérsia e violência envolvida com este tipo de prática.

Há, entretanto, outras definições correntes de uso do termo. Uma denota jogos que possuam uma instituição que os organize e regulamente. Segundo esta outra definição, o xadrez é um esporte tão legítimo quanto o futebol, por ter uma organização que defina como, quando e em que termos aconteçam as competições oficiais. Por outro lado, o jogo de taco, mau-mau, truco ou de frescobol seriam apenas jogos.

Independentemente da modalidade esportiva, e mesmo possuindo uma comunidade organizadora, o esporte precisa ter nascido anonimamente de dentro do povo, sem ter um criador específico e sendo moldado ao longo do tempo pela comunidade de praticantes.

Dentre outras coisas, é por isso que o futebol é considerado jogo e esporte, mas um FIFA 2000 é considerado somente um jogo.

Certo?

Corta para 2014
Entre os dias 21 e 27 de agosto desse ano tivemos o Mundial de League of Legends, sediado na Coréia do Sul, ao melhor estilo Copa do Mundo, com várias cidades recebendo os jogos para as etapas classificatórias e eliminatórias.

A cifras do jogo impressionam: um milhão de dólares para a equipe que ficar em primeiro lugar no torneio, estádios gigantescos lotados de fãs, times profissionais patrocinados por marcas de eletrônicos, um monte de ligas diferentes, em vários países (principalmente da Ásia), shows de grande porte durante os torneios e transmissão dos jogos narrada e comentada pela TV (por canais especializados, tipo ESPN dos games) e pela Web.

E estamos falando apenas de um único jogo de PC.

Já faz tempo que os jogos de computador ganharam os nossos corações, mentes e o mercado. Em algum momento, eles receberiam mais popularidade que muito esporte tradicional, a ponto de se organizarem em práticas e competições similares. Não por acaso receberam a alcunha de e-sport.

Campeonato mundial de Pokémon, 2012. Uma franquia de quase vinte anos com torneios profissionais
Controvérsia
Mas então, o que definiria o esporte? Jogos são esportes? E esporte cuja atividade física se resume a clique de mouse e teclado? E esse questionamento é mesmo importante?

Por um lado, os entusiastas dos esportes tradicionais argumentam que, em 99% dos casos, jogos eletrônicos são produtos feitos por empresas, visando a comercialização e o lucro. Nesse caso, teríamos uma única empresa controlando toda uma modalidade esportiva segundo seus próprios interesses, que nem sempre estariam alinhados com os dos jogadores. De fato, pra quem está acostumado a acompanhar o campeonato brasileiro, o UFC ou a F1, fica difícil ver um torneio de arena de WoW da mesma forma.

Defense of the Ancients, ou DotA. É o precursor do League of Legends. Surgiu como um MoD do antigo Warcraft III, feito por um jogador, usando o editor de mapas que vinha com o jogo, e virou febre entre os gamers de PC. Eventualmente, a Blizzard – fabricante – e o criador do jogo tiveram um embate judicial para decidir quem era o dono do jogo: se era a comunidade de jogadores, que jogava e criava versões do DotA, ou a Blizzard, dona da engine do jogo.

Por outro lado, não há garantias de que um esporte considerado legítimo seja intrinsecamente melhor, mais idôneo ou mais justo do que um jogo fabricado, mesmo sob o controle de uma organização. Vide a FIFA, que controla um esporte ancestral de domínio público mundial com mão de ferro, ao ponto de influenciar a economia e a política de países inteiros durante as Copas.

Neste caso, empresas teriam a vantagem de lutar para garantir que seu produto continue popular e interessante. Se aos fanáticos por futebol só resta manifestar ojeriza à FIFA e à CBF, os fãs de jogos , de tempos em tempos, tem motivos para manifestar gratidão pelas empresas e designers que criam seus jogos favoritos (não sem flamar e trollar antes).

É o caso, por exemplo, da Riot Games, fabricante do League of Legends, que recentemente encomendou uma pesquisa gigante para mapear e lidar com o comportamento tóxico de uma grande parcela de seus jogadores, após perceber que a experiência do jogo estava sendo comprometida pelas atitudes dos próprios jogadores.

Pois é: vivemos uma época em que game studios se preocupam mais com o fair play e a felicidade dos jogadores do que os grandes comitês desportivos.

Poderíamos pensar que tudo isso acontece única e exclusivamente em função do lucro dessas empresas, e que tudo não passa de uma jogada de marketing. Mas se é assim mesmo, porque os comitês esportivos (COI, FIFA, etc.) não fazem o mesmo pelo bem dos próprios negócios?

Comportamento tóxico, um problema social bastante sério entre gamers, que saiu completamente de controle nos jogos de LoL
O que nos une
Eu prefiro pensar que qualquer forma de atividade lúdica (e pode botar aí virtualmente qualquer jogo ou prática) solicita um determinado tipo de engajamento de nossa atenção, nossa energia, nossas capacidades e habilidades. É o estímulo que nos atrai aos jogos, e é o que sobra depois que eles terminam, ganhando, perdendo ou ficando do lado de fora observando e torcendo. Isso e as histórias que sobram para contarmos depois.

Desse engajamento decorrem as criações de estratégias, táticas e esforços para entender o jogo e desenvolver determinadas expertises, visões e linguagens. A priori, são essas coisas que as práticas nos oferecem, e que nem sempre estão disponíveis de imediato na nossa vida cotidiana.

Nesse aspecto, podemos escolher práticas e jogos que nos possibilitem em áreas específicas.

Também jogamos por pura zuera e diversão. Neste caso, entretanto, o que acontece no jogo, fica no jogo.

Jogos nos permitem sair das nossas realidades habituais e nos tornarmos algo diferente. Isso pode se tornar algum tipo de prisão, mas se for feito direito, pode apontar para a saída das prisões da nossa vida habitual.

Todos os jogos, em maior ou menor grau, tem todos esses elementos. Talvez a diferença mais drástica, que ajuda a criar uma sensação de separação entre os jogos, seja a sua estética: é difícil olhar pra um jogador de basquete profissional e reconhecer nele similaridades com o jogador de algum jogo online, ainda que eles vivam situações parecidas.

O jogador precisa se entender com uma galera que veio de outras culturas, fala outras línguas e tem outras visões sobre o mundo e sobre a vida. E dentro do jogo, precisa agir cooperativamente enquanto se livra do time rival. De tempos em tempos, fala meia dúzia de impropérios para os companheiros de time ou para os adversários. Poderia ser CoD, DotA, um MMO qualquer, etc.

Jogos são um âmbito importante da cultura, justamente por serem a forma mais explícita e óbvia de manifestarmos nossas ludicidade e dar vida a coisas que não existem objetivamente. Não se engane: fazemos isso absolutamente todo o tempo, em infinitas instâncias sociais.

Os jogos só são mais eficientes em esfregar isso na nossa cara. Mesmo assim, nem sempre percebemos isso.

Rafa Monteiro
Músico, nerd, gamer. Tem 29 anos, mas ainda não aprendeu a mentir. Conta piadas hediondas de efeito moral. Seu projeto de vida é tirar um ano sabático para viajar pelo mundo, palestrar no TED e zerar sua Fender Strato no hard. Tem um blog sobre guitarrismos com tiragem devezemquandenal. No twitter: @_rafa_monteiro_


Santinha da Neca

de Piripitiba Itaú e Cia