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IGP-M 2013, é 30% menor que o de 2012

Passamos dois terços do ano ouvindo que a inflação "estava descontrolada" e que o Brasil vivia, nas palavras de Marina Silva, o risco de "perder as conquistas do Plano Real. Aécio Neves dizia que isso fazia o Brasil chorar copiosamente de saudades de vovô FH…
Pois bem: hoje fechou-se o primeiro índice de inflação anual de 2013, o IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, cuja coleta de preços encerra-se sempre por volta do dia 20.
Ele subiu 5,51%. Talvez você não se recorde, mas em 2012 o índice elevou-se 7,82%, uma queda relativa de 30%.
Agora, imagine se fosse o inverso: se os 5,51 passasse a 7,82%…
Nas manchetes: Inflação cresce 50% em um ano, diz FGV
Tudo devidamente acompanhado das caricaturas de dragões, monstros e quejandos…
Tem aí o amigo e a amiga como se faz, no jornalismo econômico o terrorismo político que a gente vem sempre apontando aqui e que levou o ex-presidente Lula a dizer que, depois que lê o jornal, nem tem vontade de sair de casa.
Não se quer dizer, é obvio, que não exista inflação e que ela não seja algo sério. É, sobretudo porque está concentrada em áreas extremamente sensíveis ao nosso povão, como os alimentos.
Mas nem mesmo aí há uma "explosão inflacionária", como tanto tempo se alardeou.
O terrorismo não conseguiu trazer de volta a inflação, mas "ordenhou" fartamente essa monstruosidade, extraindo dela o "leitinho" dos juros.
É aí, não no tomate, que está o núcleo da inflação brasileira: nossa condição de reféns do rentismo.
Que não ganha eleição, mas que está sempre no poder, quando se trata de finanças públicas.

10 previsões para o Brasil em 2014

por Wagner Iglecias, especial para o Viomundo

1- Uma certa candidata continuará fazendo seus discursos vibrantes e empolgantes.

2- Um certo ex-presidente dirá, em algum momento, que nunca antes na História desse país…

3- Um certo partido de oposição continuará indignadíssimo com a corrupção. Dos outros.

4- Uma outra certa candidata, ou eventual candidata, dirá que é possível governar com os melhores do PSDB, os melhores do PMDB, os melhores do PT…e fazer uma política diferente. Só não dirá como.

5- Uma famosa revista semanal fará alguma capa falando mal do governo, do PT, da Dilma ou do Lula. Ou de todos eles.

6- Certos veículos de imprensa e certos analistas econômicos tentarão provar por A mais B que a economia brasileira está a beira do abismo, ainda que nossos shoppings, aeroportos e supermercados pareçam verdadeiros formigueiros.

7- Manifestações de norte a sul ocorrerão no país, e muita gente boa vai achar que estará mudando o Brasil, e não sendo usada para interesses eleiçoeiros.

8- Se o Brasil ganhar a Copa teremos uma ducha de água fria nos protestos. Mas se cair fora logo, na primeira fase, ou nas oitavas de final, faltando ainda 15 ou 20 dias para a grande final, o pau vai quebrar.

9- Analistas chatos, como eu mesmo, continuarão fazendo suas análises.

10- E o povão, a massa do eleitorado que decide a eleição, vai dar de ombros pra tudo isso, e votar pensando é na vida concreta, como era, como está hoje e como deverá ficar no futuro.

Wagner Iglecias é doutor em Sociologia e professor do Curso de Graduação em Gestão de Políticas Públicas e do Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da USP. 

Comércio no Natal cresce pelo 11 ano consecutivo

por Sérgio Saraiva

Sem crise.

Apesar da crise mundial, no Brasil, o comércio natalino cresce consecutivamente há mais de uma década.

Em 2013, segundo indicador de atividade do comércio da Serasa Experian, as vendas na principal data para o comércio cresceram 8,7% no país (2,7% de crescimento, descontada a inflação), representando um crescimento contínuo desde o início da série em 2003. O levantamento foi feito com base em consultas realizadas na semana de 18 a 24 de dezembro.

Um setor dinâmico.

Os setores de shoppings e E-Comerce tiveram natal dinâmico em 2013. Os shoppings registraram um crescimento de 5% em termos reais. O setor deve encerrar o ano com faturamento de R$ 132,8 bilhões e com mais 38 novos shoppings abertos ao longo do ano. O E-comerce teve um crescimento nominal de 41%. De 15 de novembro a 24 deste mês, as vendas somaram R$ 4,3 bilhões. No ano, o setor deve faturar R$ 28 bilhões, segundo a E-Bit.

Efeito Miami, IPI e Black Friday, podia ser melhor ainda.

Os dados do comércio no natal podiam ser melhores ainda. O consumidor, que espera, normalmente, a entrada do 13º salário para efetuar suas compras, este ano, teve alguns motivos para antecipá-las. Um deles foi o fim da redução do IPI para móveis e automóveis. Outro fator que também contribuiu para um não aumento maior, em dezembro, foi a liquidação conhecida como Black Friday, realizada na última semana de novembro.

Os shoppings tiveram ainda a competição com outlets de Miami e Orlando, que vivem abarrotados de brasileiros. "Os preços lá fora são muito menores e isso é um inibidor de compras, sobretudo no setor de vestiário", diz Sahyoun, presidente da Alshop.

A inadimplência afastada.

Todo crescimento, principalmente se baseado no crédito, embute o risco da inadimplência. Esse, contudo, não parece ser um risco a curto prazo. As famílias brasileiras se mostram responsáveis nesse sentido.  

Segundo a Alshop , o gasto individual com presentes caiu 10% neste ano. Variou de R$ 35 a R$ 45 nos shoppings populares. E de R$ 75 a R$ 125 nos estabelecimentos de classe média. O crescimento, então, se explica por mais pessoas terem ido às compras, mas gastado menos individualmente.

"O consumidor está menos disposto a comprar e mais preocupado em sair da inadimplência do que contrair novas dívidas", diz Luiz Rabi, economista do Serasa.

Para 2014, a estabilidade. Mas...

O ano de 2010 - PIB de 7,5%, foi atípico com um crescimento de 15,5% do comércio em dezembro. A análise da série histórica de crescimento do varejo no Natal, no entanto, mostra uma tendência de estabilização.

"Vivemos nos últimos anos uma antecipação forte do consumo, estimulado pela redução das alíquotas de impostos", diz Nuno Fouto, professor do Provar/FIA.

Segundo Luiz Augusto Ildefonso da Silva, diretor de relações institucionais da Alshop, "A volúpia de compras acabou. As pessoas já compraram o que precisaram e, agora, estão fazendo reposição".

E para o economista Eduardo Tonooka, "Com os níveis de emprego elevados, não há muito mais espaço para ter mais pessoas ingressando no mercado de consumo".

O comércio natalino cresce a uma taxa média próxima a 3,3%, a partir de 2008. Logo, 2014 deve repetir 2013.

Mas 2014 tem Copa do Mundo e eleições, e aí...

BR - 040 concessão com deságio de 61,13% no pedágio

Fernanda Calgaro
no UOL

Na última licitação de rodovia neste ano, a BR-040, no trecho que vai do Distrito Federal até Minas Gerais, foi arrematada nesta sexta-feira (27) com desconto de 61,13% no pedágio. A empresa Invepar, formada pela OAS e fundos de pensão estatais, venceu a licitação por ter oferecido a menor tarifa de pedágio: R$ 3,22528 --o teto fixado pelo governo era de R$ 8,29763 por praça de pedágio. Foi o maior deságio entre os cinco leilões de rodovias realizados neste ano.

O trecho licitado tem 936,8 quilômetros de extensão, com início em Brasília, no entroncamento com a BR-251, até Juiz de Fora, passando por Belo Horizonte. A BR-040 vai até o Rio de Janeiro, mas o trecho que liga Juiz de Fora ao Rio já está concedido à Concer desde 1996.

GOVERNO LEILOA TRECHO DA BR-040 QUE VAI DO DF A MG

O consórcio terá direito a administrar a rodovia por 30 anos e, em contrapartida, deverá fazer investimentos da ordem de quase R$ 8 bilhões, incluindo a duplicação de mais de 700 quilômetros em cinco anos, além de melhorias e conservação das vias durante todo o período de concessão.

Foram definidas 11 praças de pedágio, sendo uma em Goiás (Cristalina) e as demais em Minas (Paracatu, Lagoa Grande, João Pinheiro, Canoeiras, Felixlândia, Curvelo, Sete Lagoas, Itabirito, Conselheiro Lafaiete e Juiz de Fora).

O governo comemorou o resultado do leilão. "O mercado é o melhor regulador de preços", afirmou o ministro dos Transportes, César Borges, em entrevista coletiva após o fim do leilão, realizado na sede da BM&FBovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).

Inicialmente previsto para janeiro passado, o certame de hoje foi a segunda tentativa de leiloar esse trecho da BR-040. Após mudanças nas condições do leilão, o governo aumentou o teto da tarifa de pedágio para o trecho, que anteriormente era de R$ 3,34 por praça.

Borges explicou que a intenção era tornar o edital mais atrativo para incentivar a competição entre as empresas. "Rompemos aquele numero cabalístico de 52% [de deságio em leilões anteriores] e atingimos o 61%. Isso estimula o governo a continuar nesse trabalho de concessões rodoviárias para resolver os gargalos do transporte brasileiro." Nos leilões anteriores, o deságio variou de 42% na BR-050 a 52,74% no trecho da BR-163 no Mato Grosso do Sul.

A alteração no edital, incluindo o teto do pedágio, acabou atraindo oito grupos interessados --o maior número de participantes entre os cinco leilões de estradas deste ano. Entre os participantes, cinco disputavam isoladamente e três se reuniram em consórcios. Estavam sozinhas a Triunfo Participações; a CCR; a Invepar; a Contern Construções e Comércio; e o Grupo Queiroz Galvão.

A Ecorodovias formou o consórcio Via Capital, com as seis sócias com as quais disputou as últimas licitações. A Fidens Engenharia concorria dentro do consórcio Integração, que incluía outras três empresas. A Encalso Construções estava no consórcio Caminho Novo, com mais quatro empresas.

A batalha da tv

Maior torcida de Pernambuco e um dos times mais populares do Brasil, o Santa Cruz conseguiu, no domingo 3, voltar à Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro depois de seis anos. A conquista veio com uma vitória em casa por 2 a 1, diante de 60 mil torcedores. Trata-se até o momento do segundo maior público em um estádio do País neste ano. E da maior audiência da TV Brasil no Recife. Única a transmitir a partida, a emissora pública liderou na capital pernambucana, feito inédito em sua história desde a criação, ocorrida em 2008. Mérito do canal, sinal dos tempos.
No outro extremo, a onipresente Rede Globo já não exibe como antes o dom da ubiquidade, a capacidade de estar ao mesmo tempo em todos os lugares. A emissora ainda lidera a audiência de maneira folgada, mas seu alcance tem diminuído ano a ano. A média caiu de 56% em 2004 para perto de 42% neste ano. Vários de seus programas mais simbólicos apresentam números embaraçosos para os padrões globais. OJornal Nacional perdeu 12 pontos desde 2000 e ostenta atualmente média de 44% na Grande São Paulo. No Fantásticoo declínio foi de 16 pontos (média atual de 32%). Na novela da 7, de 15 pontos (26%). O Campeonato Paulista dá 11 pontos a menos (31%). A novela das 8 oscilava de 60% a 70% entre 2000 e 2005 e varia de 50% a 60% desde então.

Marcianos e lunáticos da imprensa mentem descaradamente

Precisei envidraçar uma área de minha casa e pedi orçamento no inicio de dezembro. Previsão de colocação de vidros só para a segunda quinzena de janeiro.
O mesmo aconteceu quando tentei forrar 4 cadeiras. Serviço só para janeiro.
Também no inicio de dezembro precisei comprar um revestimento cerâmico. Pedido no dia 3 para entrega 20 dias depois.
Pedi um livro de natal e ganhei só o cartão. O livro ainda não chegou.
No dia 23 precisei ir  em 4 supermercados para encontrar chester desossado.
Não consegui dar o brinco que minha filha havia pedido como presente de natal. No dia 18  a joalheria  havia vendido todos. 
Quem andou nas ruas de comércio, em shoppings e em supermercados sabe o que passou neste fim de ano.
Na minha empresa recusei pedidos em dezembro porque não iria conseguir fazer a entrega a tempo.
Não preciso da análise deles para ver que o comércio e serviços se sairam muito bem neste fim de ano. 
Uma pergunta: jornalista não arruma a casa para o fim de ano, não faz ceia e nem presenteia no Natal?
por Vera Lucia Venturini

Oposição midiasmática descaradamente, mente


Manchete:

Comércio tem pior Natal em 11 anos

Este ano as venda foram maiores que durante o Natal do ano passado.

Como então foi o pior resultado em 11 anos?...

Corja!



Acreditar no amor

Em 2013, cancelei minha internet, abandonei celular e saí do msn, facebook, twitter. (o facebook e o twitter ainda existem, mas não são administrados por mim e não tenho acesso a eles.)

R
esultado: muitas pessoas que pareciam próximas simplesmente sumiram. não era amizade: você só era conveniente de conversar porque estava ali online. nada de mal n
isso. fico feliz de ter podido ajudar enquanto foi possível.

M
as, por outro lado, a falta das redes sociais te joga de novo nos braços das pessoas de carne e osso. daquelas dez ou quinze pessoas cuja presença concreta já basta para fazer da sua vida plena, interessante, bonita.

(leia o texto completo: acreditar no amor)

Mensagem do dia

Quando estiver com o coração triste e a alma cansada, o melhor que você pode fazer é recolher-se, ir para um cantinho só teu, fechar os olhos e falar com Deus. Pode ser em silêncio, não tem importância se não falar nenhuma palavra, Ele lê teus pensamentos.

Espertinho

Sam Alves venceu o The Voice Brasil

Na grande final, realizada ontem quinta-feira (26), o cearense, que disputava contra outros 3 participantes, foi o escolhido por 43% do público. Com isso, Sam foi premiado em R$ 500 mil, ganhou um carro  e irá fechar um contrato com uma grande gravadora.

A decisão do programa começou com uma apresentação os 4 finalistas. Sam, Lucy Alves, Pedro Lima e Rubens Daniel interpretaram "Não Quero Dinheiro (Eu Só Quero Amar)", sucesso de Tim Maia.

Após apresentação da campeã da 1ª edição do programa, Ellen Oléria, o cearense voltou ao palco. Com um visual all black, cantou em português e inglês: 'Hallelujah', de Leonard Cohen.

Sam emocionou o público.

Depois de dupla performance de Pedro Lima – que dividiu palco com Lulu Santos e cantou solo "Me dê motivo", de Tim Maia – Sam novamente tomou o foco das atenções. Junto a Cláudia Leitte, o cearense interpretou "A camisa e o botão", da banda Babado Novo.

"O Sam tem um carisma, um brilho, algo que destaca ele de todos os outros", disse a técnica ao comentar a escolha da música do dueto.

Sam Alves venceu o The Voice Brasil

Na grande final, realizada ontem quinta-feira (26), o cearense, que disputava contra outros 3 participantes, foi o escolhido por 43% do público. Com isso, Sam foi premiado em R$ 500 mil, ganhou um carro  e irá fechar um contrato com uma grande gravadora.

A decisão do programa começou com uma apresentação os 4 finalistas. Sam, Lucy Alves, Pedro Lima e Rubens Daniel interpretaram "Não Quero Dinheiro (Eu Só Quero Amar)", sucesso de Tim Maia.

Após apresentação da campeã da 1ª edição do programa, Ellen Oléria, o cearense voltou ao palco. Com um visual all black, cantou em português e inglês: 'Hallelujah', de Leonard Cohen.

Sam emocionou o público.

Depois de dupla performance de Pedro Lima – que dividiu palco com Lulu Santos e cantou solo "Me dê motivo", de Tim Maia – Sam novamente tomou o foco das atenções. Junto a Cláudia Leitte, o cearense interpretou "A camisa e o botão", da banda Babado Novo.

"O Sam tem um carisma, um brilho, algo que destaca ele de todos os outros", disse a técnica ao comentar a escolha da música do dueto.

O sonho de Dirceu também é meu sonho

por Serralheiro velho

Pena que tenha despertado tanto ódio dos segmentos mais conservadores da nossa sociedade.
A condenação de Dirceu sem culpa provada atinge não só a ele. Atinge a todos que acreditam que possa existir uma justiça no Brasil .
Mudamos nossa economia e nossa inserção entre as demais nações, mas nossa imprensa e a. Justiça de Joaquim se apequenaram.
Dirceu sua luta tem que continuar.

Leonardo Boff - os bons votos de um ano feliz, são rituais

Não passam de simples votos, pois não conseguem mudar o curso do mundo  onde os super-poderosos  seguem sua estratégia de dominação global. Sobre isso é que precisamos pensar e até rezar pois as consequências econômicas, sociais, culturais, espirituais e para o futuro da espécie e da natureza podem ser nefastas.

Muitos como J. Stiglitz e P. Krugman esperavam que o legado da crise de 2008 seria um grande debate sobre que tipo de sociedade queremos construir. Erraram feio. A discussão não se deu. Ao contrário, a lógica que provocou a crise foi retomada com mais furor. Richard  Wilkinson, um dos maiores especialistas sobre o tema desigualdade  foi mais atento e dissse, há tempos, nums entrevista ao jornal Die Zeit da Alemanha: "a questão fundamental é esta: queremos ou não verdeiramente viver segundo o princípio que o mais forte se apropria de quase tudo e o mais fraco é deixado para trás?".

Os super-ricos e super-poderosos decidiram que querem viver segundo o princípio darwinista do mais forte e que se danem os mais fracos. Mas comenta Wilkinson: "creio que todos temos necessidade de uma maior cooperação e reciprocidade, pois as pessoas desejam uma maior igualdade social". Esse desejo é intencionalmene negado por esses epulões.

Via de regra, a lógica capitalista é feroz: uma empresa engole a outra (eufemisticamente se diz que se fizeram fusões). Quando se chega a um ponto em que só restam apenas algumas grandes, elas mudam a lógica: ao invés de se guerrearem, fazem entre si uma aliança de lobos e comportam-se mutuamente como  cordeiros. Assim articuladas detém mais poder, acumulam com mais certeza para si e para seus acionistas, desconsiderando totalmente o bem da sociedade.

A influência política e econômica que exercem sobre os governos, a maioria muito mais fracos que elas, é extremamente constrangedor, interferindo no preço das commodities, na redução dos investimentos sociais, na saúde, educação, transporte e segurança. Os milhares que ocupam as ruas no mundo e no Brasil intuíram essa dominação de um novo tipo de império, feito sob o lema:"a ganância é boa" (greed is good) e "devoremos o que pudermos devorar".

Há excelentes estudos sobre a dominação do mundo por parte das grandes corporaçõesmultilaterais. Conhecido é o de David Korten"Quando as corporações regem o mundo"(When the Corporations rule the World). Mas fazia falta  um estudo de síntese. Este foi feito pelo Instituto Suiço de Pesquisa Tecnológica (ETH)" em Zurique em 2011 que se conta entre os mais respeitados centros de pesquisa, competindo com MIT. O documento envolve grandes nomes, é curto, não mais de 10 páginas e 26 sobre a metodologia para mostrar a total transparência dos resultados. Foi resumido pelo Prof. de economia da PUC-SP Ladislau Dowbor em seu site. Baseamo-nos nele.

Dentre as 30 milhões de corporações existentes, o Instituto selecionou 43 mil para estudar melhor a lógica de seu funcionamento. O esquema simplificado se articula assim: há um pequeno núcleo financeiro central que possui dois lados: de um,  são as corporações que compõe o núcleo e do outro, aquelas que são controladas por ele. Tal articulação cria uma rede de controle corporativo global. Essse pequeno núcleo (core) constitui uma super-entidade(super entity). Dele emanam os controles em rede, o que facilita a redução dos custos, a proteção dos riscos, o aumento da confiança e, o que é principal, a definição das linhas da economia global que devem ser fortalecidas e onde.

Esse pequeno núcleo, fundamentalmente de grandes bancos, detém a maior parte das participações nas outras corporações. O topo controla 80% de toda rede de corporações. São apenas 737 atores, presentes em 147 grandes empresas. Ai estão o Deutsche Bank, o J.P. Morgan Chase, o UBS, o Santander, o Goldes Sachs, o BNP Paribas entre outros tantos. No final menos de 1% das empresas controla 40% de toda rede.

Este fato nos permite entender agora a indignação dos Occupies  e de outros que acusam que 1% das empresas faz o que quer com os recursos suados de 99% da população. Eles não trabalham e nada produzem. Apenas fazem mais dinheiro com dinheiro lançado no mercado da especulação.

Foi esta absurda voraciade de acumular ilimitadamente que gestou a crise sistêmica de 2008. Esta lógica aprofunda cada vez mais a desigualdade e torna mais difícil a saída da crise. Quanto de desumanidade aquenta o estômago dos povos? Pois tudo tem seu limite nem a economia é tudo. Mas agora nos é dado ver as entranhas do monstro. Como diz Dowbor: "A verdade é que temos ignorado o elefante que está no centro da sala".  Ele está quebrando tudo, critais, louças e pisoteando pessoas. Mas até quando? O senso ético mundial nos assegura que uma sociedade não pode subsistir por muito tempo assentada sobre a super exploração, a mentira e a anti-vida.

Leonardo Boff é teólogo e escritor.http://correiodobrasil.com.br/noticias/opiniao/o-funesto-imperio-mundial-das-corporacoes/673156/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=b20131227