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O Rio Grande do Sul não é fascista. Lá, como em todo lugar existe fascista

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"Hoje somos o Rio Grande que envergonha o mundo!
O Rio Grande do Sul escreveu hoje um triste capítulo na sua história. Um capítulo que envergonha a hospitalidade, a tradição, as façanhas, a democracia, a sua história...um capítulo que envergonha o seu humilde povo, que envergonha a história de grandes líderes, de presidentes como Getúlio Vargas. 
Os ruralistas e fazendeiros, protagonistas desse triste episódio, acostumados a terem em seus galpões os ¨capitães do mato" nunca respeitaram o seu povo e suas leis. Vivem da exploração dos humildes, dos negros, dos índios, sonegam impostos, não pagam empréstimos...é assim que vão espichando suas cercas.
Ao longo dessa semana produziram um capítulo na história, que nos envergonha tanto quanto o que usaram negros, escravos seus, para vencerem batalhas no campo de guerra. Usaram seus escravos negros, porque foram covardes e não tinham competência pra lutar, se borravam no primeiro tilintar da espada. Essa semana agiram da mesma forma.
O nosso Rio Grande não é esse que vocês querem, do chicote, da bota lambuzada de ódio, do lenço encharcado de hostilidades, do chapéu que não abriga neurônio em suas cabeças, da bombacha carregada de preconceito...esse não é o nosso Rio Grande.
Presidente Lula, o nosso Rio Grande é daqueles que te abraçaram, e daqueles que te criticaram, daqueles que acreditam nas tuas propostas e daqueles que buscam outras propostas, dos humildes que acreditam em um salário digno e daqueles que preferem pagar só um salário. Mas estes todos respeitam a democracia, estes todos te respeitam como um grande estadista, esses todos te respeitam como um ser humano. O nosso Rio Grande é o daqueles que respeitam a democracia e lutam por ela.
Há décadas o RS está de costas para o desenvolvimento sustentável e equilibrado, há décadas essa elite odienta faz com que osso Estado cresça igual a "rabo de cavalo", pra baixo.
Quando o RS recuperará suas façanhas, sua hospitalidade, sua "nobreza", sua riqueza, que é sua gente?
Hoje somos o Rio Grande que envergonha o mundo!"

Celso Woyciechowski

Eleições 2014 - Rio Grande do Sul opta entre século 19 e 21 na disputa entre Ana Amélia e Tarso


Por Miguel Enrique, de Veranópolis,

especial para o Escrevinhador


Dois episódios estiveram no centro dos debates no Rio Grande do Sul nas últimas semanas: as manifestações racistas de torcedores do Grêmio contra o goleiro santista Aranha e as objeções à realização de um casamento homoafetivo em um Centro de Tradições Gaúchas (CTG).
Sem vínculos diretos com partidos ou com candidatos, os dois casos são ilustrativos do verdadeiro debate que está colocado nas eleições para o governo gaúcho.
No caso do racismo, após os primeiros protestos e o expurgo literal da torcedora, do seu emprego e do clube, ganhou espaço nos meios de comunicação um discurso em que agressora passou a vítima. Com direito a choro na televisão, apelou para se tornar símbolo anti-racista e finalmente ganhou um emprego na Central Única das Favelas (CUFA).
Já os protestos contra o casamento homoafetivo deixaram a retórica e ganharam a forma de um coquetel molotov jogado contra o Centro de Tradições poucos dias antes da cerimônia, obrigando a sua transferência para o fórum local.
Logo, surgiu o discurso relativista do “não é bem assim”, “não é que a gente seja contra o casamento gay…” a ponto de um Promotor de Justiça publicar um artigo onde afirma textualmente que se os homossexuais querem respeitar seus direitos “que respeitem o espaço e as tradições dos demais”.
No ano passado, o filósofo Vladimir Safatle já havia alertado para a prática de inversão que racistas e preconceituosos operavam, ao alegar que eles, sim, eram “perseguidos pela implacável polícia do politicamente correto”. A “nova moda” é travestir racismo e preconceito de “afirmação rebelde da liberdade”.
Pois bem, o conservadorismo que não tem vergonha de dizer seu nome e que justifica suas ideias como a defesa da liberdade (do mercado, diga-se) encontra-se bem encarnado na candidatura que lidera as pesquisas no estado, a senadora Ana Amélia Lemos (PP).
Ex-editora da sucursal de Brasília do grupo RBS, braço da Globo no sul do país, a senadora é considerada porta-voz legítima dos interesses do agronegócio, não apenas gaúcho. Portanto, sua candidatura apoia-se em duas mais poderosas forças do estado, o maior grupo de comunicação da região e um dos setores economicamente mais ricos.
A plataforma de governo de Ana Amélia é simples: liberalização absoluta e retirada do Estado de todos os setores. Em bom português: Estado mínimo e privatizações. No entanto, sua candidatura não é alavancada por suas ideias, mas pela popularidade obtida pela presença diária na televisão e no rádio por décadas. Neste sentido, ainda que não seja seu colega de chapa, sua candidatura equivale ao candidato ao senado Lasier Martins (PDT), também apresentador do jornal diário do grupo RBS.
Dessa forma, os rompantes de sinceridade de sua chapa cabem ao deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP), candidato à reeleição, conhecido por um vídeo que circulou na internet no ano passado onde declarava que o gabinete do ministro Gilberto Carvalho reunia “quilombolas, índios, gays, lésbicas, tudo o que não presta” (veja aqui). No lançamento da candidatura de Ana Amélia, Heinze não resistiu e abriu o coração: “bom mesmo era na ditadura militar, quando nós da Arena é que mandávamos”.