Sou antiraças

Não Sou apenas antiracistas, sou antiraças Não reconheço a raça Vermelha Amarela Branca Preta Azul ou qualquer outra cor com que queiram def...

Mostrando postagens com marcador Murillo Aragão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Murillo Aragão. Mostrar todas as postagens

A disputa que existe

A disputa que não vai existir
As eleições de 2010 reproduzem com um pouco menos de intensidade o fenômeno verificado em 2006, quando Lula foi reeleito: a massa de eleitores de um lado e a mídia impressa de outro.
Naquela época, o Mensalão era o grande divisor de águas, e a imprensa exercia impiedosa marcação sobre o lamentável processo de depauperação na política nacional. Hoje não temos o Mensalão para estimular a marcação, mas os oitos anos de Lula desgastaram sua relação com a imprensa. Paradoxalmente, no entanto, sua relação com o povo é das melhores.
Uns podem até pensar que vale a pena desagradar à imprensa e agradar ao povo. De certa forma, é assim que está funcionando hoje.
Enquanto Lula navega em elevada popularidade, o noticiário trata de temas velhos ou, até mesmo, incompreensíveis para a massa, como a questão do aparelhamento do Estado. Na lista dos temas velhos ressurge a alegada ligação do PT com as Farc, ou o radicalismo do partido, que, segundo alguns, pode aparecer com vigor em um eventual governo Dilma.
A questão dos dossiês também está de volta, mas sem a energia de antes: um dossiê ia ser feito e terminou não existindo; e, mais recentemente, uma denúncia de possível tráfico de influência da filha de Mantega.
Nada, porém, parece afetar o ânimo do cidadão, que aprova, com sobras, o desempenho do governo e atribui a Lula o título de presidente mais popular da história.
Nesse cenário, temos uma situação paradoxal. De um lado, a agressividade do noticiário contra a política do governo. De outro, o dever de noticiar o bom momento econômico. O quadro de paradoxos é completado com a ausência de um discurso claro da oposição. Como se esta, de verdade, só existisse na mídia impressa, que exerce o papel de consciência crítica da nação.
Isso posto, o que vai acontecer? A princípio, nada. A disputa entre a imprensa e o governo tende a não ser relevante na formação da opinião eleitoral do cidadão que vota. Tanto pelo ambiente de sucesso econômico e avanço social quanto pelo pouco impacto da mídia impressa junto ao eleitorado.
A autonomia da massa do eleitor diante das elites educadas, que leem, indica que a tendência iniciada no plebiscito do desarmamento, e que prosseguiu em 2006, continua valendo e deve continuar a valer nos próximos anos.
Quais são as consequências disso? Para ganhar as eleições será preciso saber o que agrada de verdade ao eleitor, e não interpretar o que ele gostaria. Tal fato deve fazer predominar uma visão pragmática e, em alguns casos, fisiológica e clientelista da política.
Murillo de Aragão é cientista político

L3R ? 3NT40 CL1K N0 4NÚNC10 QU3 T3 1NT3R3SS4 ! 4GR4D3Ç0 !