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Dinheiro: o que não se fará por ele?

Granolina, Chinfre e Badaruco 

A prevalecer o que a Ciência já sugeriu, o último homem na Terra poderá fechar os olhos extremamente rico e só. Então o dinheiro dará seu último suspiro. Até lá, a moeda seguirá fazendo pobres e ricos, dividindo mais que enriquecendo, matando e aprofundando fossos.


Dinheiro se lava, se ganha, se perde, se guarda, se esconde, se pega emprestado. Dinheiro se rouba, se vende e se compra. Joga-se para cima na TV, em estratégia cruel para se ganhar muitas vezes mais. Dinheiro se chama de várias maneiras – dando pulinhos, rezando, ingerindo soluções, distribuindo correntes e pirâmides virtuais. Apela-se para pai Toninho, lança-se mão de prato de louça, mel, açúcar cristal, água – tudo ao pé de uma árvore em lua de fase crescente. O que não se fará por dinheiro?
Diante do apelo de emissora de rádio, um cidadão de 40 anos de idade levaria cinco horas para medir, palmo a palmo, os 2 mil 750 metros da Avenida Paulista para ganhar  um automóvel. Para por a mão em cerca de 2 mil euros, mulheres búlgaras disputariam corrida calçando sapatos de salto alto. Faz-se por dinheiro o que não se faria para salvar uma vida: mergulha-se esgoto adentro, manipula-se e até se comem insetos repugnantes, chega-se ao desmaio pela exaustão física.
Interessante lembrar que toda a riqueza do mundo está no mesmo lugar desde sempre. Ou seja, no mundo. Exceção feita a quantidade ínfima que viaja pelo espaço a bordo de uma dessas naves que jamais retornarão, todo o ouro que a natureza nos deu e nos dá continua aqui, entre nós. O que destoa é o acúmulo das riquezas em tão poucas mãos.
Gente que briga, que mata, que trapaceia, que conspira, que trai, que explora – tudo isto permite associar o dinheiro também ao que há de pior.
A internet está repleta de generosas almas dispostas a ensinar o pulo do gato aos inábeis. Quer ganhar dinheiro, ficar rico sem sair de casa? Pois há milhares de resultados para essa solução miraculosa em site de busca. Nas ruas, nas praças, em folhetos pregados nos postes – para todo lado alguém sempre achará indicativo de que é ali o caminho das pedras. Basta ter dinheiro para aprender a ganhar dinheiro. Simples.
O número de pobres pode chegar (e até ultrapassar) os 2 bilhões dentro de apenas três anos, com um quinto dos habitantes da Terra vivendo com menos de um dólar por dia? Dinheiro é o problema número um dos relacionamentos? Pois há escolas que ensinam a lidar com o vil metal. E especialistas que descobriram que a exibição de imagens de dinheiro motiva as pessoas a trabalharem mais, aplicando-se pela ambição. Mais ou menos como a cenoura à testa do burro, que andará até cair para alcançá-la.
Apesar de perseguir o dinheiro há tempos, o caro leitor só lhe percebe modesta sombra? Pois procure por tucun, xartante, changa e pecúnia. Ou granolina, chinfre e badaruco. Tudo é a moeda de troca, a mola do mundo pela qual até se finge amor. Aqui no entanto a diferença é estelar.
Pois se por dinheiro se mata, por amor se dá a vida.

Os valores tradicionais não são tão importantes quanto os conservadores gostariam que nós acreditássemos

Dinheiro e Moral

por Paul Krugman

A desigualdade se tornou assunto de debate nacional. Entre os países ricos, os Estados Unidos se destacam como aquele no qual o status social e econômico tem maior probabilidade de ser transferido de geração a geração.
E isso tornou inevitável o que aconteceu a seguir: os conservadores subitamente começaram a nos dizer que a questão real não é de dinheiro, mas sim de ordem estritamente moral.
Mas será que a questão é realmente moral? Não: ela gira principalmente em torno de dinheiro.
É justo ressaltar que “Coming Apart: The Status of White America, 1960-2010″, o livro de Charles Murray que embasa o ataque conservador, ilumina algumas tendências notáveis.
Entre os norte-americanos brancos com nível educacional de segundo grau ou inferior, o número de casamentos e a participação masculina na força de trabalho estão em queda, enquanto o número de crianças nascidas fora do casamento está crescendo.
Fica claro que a classe operária branca mudou para um comportamento que não parece bom. Mas a primeira pergunta a ser feita deveria ser: as coisas vão realmente tão mal no que tange aos valores?
Murray jamais menciona a queda no número de gestações na adolescência entre todos os grupos raciais, desde 1990, ou a queda de 60% no número de crimes violentos, da metade dos anos 90 até os dias de hoje.
No entanto, para os homens com nível educacional mais baixo, tudo vem sendo negativo. Ajustado pela inflação, o salário inicial de um homem com educação de segundo grau caiu em 23%, de 1973 para cá. Enquanto isso, os benefícios dos trabalhadores despencaram.
Em 1980, 65% dos formandos recentes no segundo grau empregados pelo setor privado contavam com planos de saúde oferecidos pelos empregadores; em 2009, essa proporção havia se reduzido a somente 29%.
Assim, nos tornamos uma sociedade na qual os homens com menor nível de educação encontram grande dificuldade em encontrar empregos com salários decentes e bons benefícios.
Mas ainda assim devemos nos surpreender por esses homens se inclinarem menos a entrar na força de trabalho ou se casarem, e concluir que a causa só pode ser algum misterioso colapso moral causado por progressistas entojados.
E Murray também nos informa que os casamentos na classe trabalhadora, quando acontecem, se tornaram menos felizes. Estranho? É preciso considerar que problemas de dinheiro em geral têm essa consequência.
Assim, deveríamos rejeitar os esforços para desviar o diálogo nacional da desigualdade cada vez mais alta para as supostas deficiências morais dos norte-americanos que estão sendo deixados para trás.
Os valores tradicionais não são tão importantes quanto os conservadores gostariam que acreditássemos -e, de qualquer forma, as mudanças sociais em curso na classe trabalhadora norte-americana são fundamentalmente consequência de uma alta acentuada na desigualdade, e não sua causa.
Tradução de PAULO MIGLIACCI

Aprenda a ganhar dinheiro

Durante uma entrevista na CNBC, Warren Buffet, um dos homens mais ricos do mundo, que recentemente fez uma doação de 31 bilhões de dólares para a caridade. revelou alguns fatos interessantes de sua vida.

1. Comprou a sua primeira ação aos 11 anos, e hoje lamenta tê-lo feito tardiamente! As coisas eram baratas naquele tempo… Incentive seus filhos a investirem.

2. Comprou uma pequena fazenda aos 14 anos, com as economias oriundas da entrega de jornais. Pode-se comprar muitas coisas com pequenas economias. Incentive seus filhos a iniciarem algum tipo de negócio. 

3. Ainda vive na mesma casa modesta, de 3 quartos , no distrito de Omaha, a qual comprou após se casar, 50 anos atrás. Diz ele que tem tudo o que precisa naquela casa. Sua casa não possui muros nem cercas. Não compre mais do que você ‘realmente precisa’, e incentive seus filhos a fazerem e pensarem o mesmo.

4. Dirige seu próprio carro para todo lugar, e não tem motorista particular, nem equipe de segurança à sua volta. 

5. Nunca viaja em jato particular, embora seja proprietário da maior companhia aérea privada do mundo. 

6. Sua empresa, Berkshire Hathaway, possui 63 companhias. Escreve apenas uma carta anual aos principais executivos destas companhias, dando-lhe as metas para o ano. Nunca promove encontros nem os convoca habitualmente. Nomeie as pessoas certas para as missões certas.

7. Transmitiu aos seus executivos somente duas regras:
Regra nº 1: não perca nenhum centavo do dinheiro de seu acionista.
Regra nº 2: não se esqueça da regra nº 1.
Estabeleça metas e certifique-se de que as pessoas nelas se concentrem.

8. Não costuma freqüentar a alta-sociedade. Seu passatempo, após chegar em casa, é fazer ele mesmo um pouco de pipoca e assistir a televisão. 

9. Warren Buffet não usa telefone celular, nem tem computador sobre sua mesa.

10. Bill Gates, o homem mais rico do mundo, encontrou-se com ele, da primeira vez, cinco anos atrás. Bill Gates achava que nada tinha em comum com Warren Buffet. Portanto, programara seu encontro apenas por meia hora. No entanto, quando Gates o encontrou, este encontro perdurou por dez horas, e hoje em dia, Bill Gates o considera o seu guru.

Seus conselhos aos jovens:
‘Fique longe de cartões de crédito e empréstimos bancários, invista o seu dinheiro em você mesmo, e lembre-se:

  • O dinheiro não cria o homem, mas foi o homem quem criou o dinheiro.
  • Viva a sua vida da maneira mais simples possível.
  • Não faça o que os outros dizem – ouça-os, mas faça aquilo que você se sente bem ao fazer.
  • Não se apegue às grifes famosas; use apenas aquelas coisas em que você se sinta confortável.
  • Não desperdice o seu dinheiro em coisas desnecessárias; gaste nas coisas que realmente precisa.

As pessoas MAIS FELIZES NÃO TÊM, necessariamente, as ‘MELHORES’ COISAS. Elas simplesmente APRECIAM aquilo que têm’.

Quem pode fazer a diferença em nossas vidas somo nós mesmos, na hora certa no lugar certo fazendo a coisa certa.